sexta-feira, março 20, 2020

Alma de abutre

Os meses foram passando.
O CFL parecia ter recuperado a estabilidade. Os professores andavam satisfeitos com os seus salários pagos a tempo e horas. O Diretor já pensava em alargar o espaço de ensino, em novos investimentos.
Um dia, num recreio, o Estorietas viu chegar um miúdo com um aspeto andrajoso:
- Olha, Amândio, olha o aspeto do Zé da Mula…
- Que esquisito! Que se passará?
Efetivamente, o rapaz nem os sapatos trazia calçados. Ostentava um ar de extrema pobreza.
Chegaram ao pé dele e perguntaram-lhe:
- Mas que se passa para estares assim?
- Que se passa? – respondeu o miúdo com outra pergunta – Essa malvada Floribela ficou-nos com tudo. O meu pai esqueceu-se de pagar uma mensalidade e ela nem nos deu tempo. Ficou-nos com uma fazenda, o automóvel e até me roubou o diabo das botas que eram novas e tinham sido feitas pelo sapateiro Mário, ali ao pé do Sabino… Não pudemos fazer nada. Chegou lá com um agente de execução e dois GNR e levou tudo.
Ficaram impressionados com aquela descrição.
- Eu bem dizia que, por baixo daquela carinha bonita, se escondia uma alma de abutre.
- Esta gente do Capital não tem dó nem piedade. E nós estamos entalados com ela mais uns dez anos…
- Miséria de sociedade esta! Aproveitam a desgraça de uma pessoa para a afundar ainda mais…

quinta-feira, março 19, 2020

Uma azinheira viabilizadora

Passou cerca de um mês até o telefone do CFL retinir e, após atender, o diretor ouviu do outro lado a maravilhosa voz de Floribela da Azinheira.
- Doutor, julgo que tenho uma boa proposta para o CFL. Quando podemos reunir?
Alguns dias depois, a beldade entrava no CFL para efetuar a reunião com o diretor. Mais uma vez foi vista pelo Estorietas:
- Olha . - dizia ele para o Amândio – está ali a abutrinha qu
e foi lá a casa.
- É curioso. Também esteve na Urqueira há uns dias. E dizias tu que vinha substituir a Boazinha
- Encantou-me o aspeto dela. Nem sempre aparecem por aqui joiazinhas tão lindas. Mas esta é uma fera.
Entretanto, no gabinete do Diretor do CFL, a financeira dava conta da solução preconizada.
- Consegui chegar a acordo com 90% dos devedores. Resta, portanto, uma margem que fica à sua responsabilidade: ou desiste deles ou processa-os.
- Eu penso que vou corrê-los do Colégio. No fundo estão a demonstrar que não querem nenhuma solução. Portanto, quais serão os nossos valores?
- Tem aqui a lista dos devedores que aceitaram integrar-se no plano de pagamento. A sua dívida assume o montante de 243 mil escudos e podemos comprar-lha por 145800$. Relativamente a estes, responsabilizamo-nos pelo pagamento das suas mensalidades neste e no próximo ano.
O diretor esfregou as mãos.
- Doutora, não me tinha apercebido desse aspeto do nosso contrato.
- Não pude falar nele enquanto não tive o acordo dos devedores.
- Desse modo, tenho praticamente garantida 92% da receita se considerar os próximos dois anos, embora este ano só consiga 77%. Doutora, a sua vinda a este colégio é quase uma aparição de Nossa Senhora de Fátima.
- Ah! Ah! Por alguma razão me chamam Floribela da Azinheira…



Afinal, parece que a ação da bonita financeira foi extremamente positiva para o CFL e seus alunos. O colégio recuperou a sua viabilidade e muitos alunos conseguiram uma mensalidade mais barata embora num compromisso temporal mais longo.
Mas seria a Floribela assim tão boazinha?
Terão todos melhorado de vida com a sua ação?

quarta-feira, março 18, 2020

A corda no pescoço do devedor

Em casa do Estorietas, reinava uma certa agitação. Tinha chegado uma carta do CFL a anunciar a visita da representante de uma empresa financeira com o objetivo de regularizar as mensalidades em dívida.
O pai do Estorietas já tinha feito todas as ameaças possíveis:
- Vou buscar a minha espingarda e corro logo com esses abutres.
- Pai, tenha calma – dizia o irmão do Estorietas – A carta afirma que procuram uma solução. Vai ver que tudo se resolve.
- Resolve, resolve… ele vai trabalhar para a oficina e deixa de andar em colégios de mariquinhas.
E ali estiveram a fumar esperando a visita da enviada da empresa. Pouco depois, bateram à porta e a jovem financeira entrou e sentou-se no lugar destinado.
- Senhor Vieira, estão em causa 3000$00 que o ano passado devia ter pago ao CFL e o senhor não o fez.
- Como queria que o fizesse? Os meus clientes também não me pagam…
Ela sorriu.
- Isto parece uma economia em que ninguém paga a ninguém.
- Devem-me dezenas de contos de arranjos em automóveis. Tenho de pagar o material e, no final, não consigo cobrar. Como quer que pague uma mensalidade tão alta?
- Acha alta a mensalidade do colégio?
- Muito. Em dois anos quase passaram para o dobro. Antes aguentava e agora não…
- Quer dizer que, se passasse para uma mensalidade que fosse metade da anterior, o senhor teria capacidade de pagamento?
- Sem dúvida. Metade já conseguiria pagar.
-Tenho uma proposta para si.
O senhor Vieira abriu os olhos cheios de esperança. No fundo, não queria que o filho deixasse de estudar e uma mensalidade mais suave tornaria tudo mais viável.
- Sim. Tenho uma proposta – repetiu ela. – Eu proponho-lhe uma mensalidade de 125$00 para um período de dez anos acrescida de 1500$00 para satisfazer a dívida atual e, em contrapartida, garanto a satisfação da dívida atual e a frequência do CFL sem qualquer pagamento durante este ano e o próximo.
- Quer dizer que a mensalidade passará para metade… mas durante dez anos… E se ele quiser continuar a estudar?
- No final destes dois anos reanalisaremos a situação e com certeza não haverá interrupção nos estudos. Os senhores têm bens?
- Bens?...
- Sim, imóveis, fazendas, automóveis, jóias, coisas com valor…?
- Tenho umas fazendas, uma oficina, um carro com certa idade.
- Então podemos usar esses bens como garantia do nosso empréstimo. Vou redigir um documento para estabelecermos um acordo e oportunamente estarei cá para o assinarmos…
Despediu-se e saiu toda sorridente deixando aquela família um pouco perplexa.
- É um alívio o desaparecimento dessa dívida, mas… dez anos…
A mãe do Estorietas apareceu:
- Era muito bonita essa menina. Trouxe alguma coisa de bom?
- Nem sabemos. Tenho a impressão que nos está a pôr a corda ao pescoço para os próximos dez anos…

terça-feira, março 17, 2020

Assistência para o colégio

Antes de ir para as aulas, o diretor do CFL passou pelo seu gabinete e deu uma vista de olhos pelo jornal.
«Só conversa, só conversa… nada que interesse…».
Mas, de súbito, os seus olhos detiveram-se numa página com um anúncio que se destacava e achou extremamente interessante.
«Reabilitação financeira de empresas e particulares… o que será isto?».
Leu o anúncio uma ou duas vezes e cada vez lhe parecia mais adaptável ao caso do colégio e dos seus utentes.
«Será que levam muito dinheiro? Será que chegam a resultados?»
Resolveu telefonar para o número que constava no anúncio. Do outro lado, apareceu uma voz bastante melosa.
- Está? Fala Floribela da Azinheira, a sua assistente financeira. Qual o assunto posso saber?
- Sou diretor do CFL em Ourém. Temos problemas muito graves com a cobrança das mensalidades. Será que nos pode ajudar?
- Nós não somos uma empresa de cobranças, mas podemos examinar a situação e ver se há viabilidade para alguma ação. Qual o montante da cobrança em falta?
- São 270 mil escudos e o número de famílias envolvidas é de 90…
- Um número bastante elevado para uma solução imediata…
- Temos margem de manobra para esperar um ou dois meses.
- Então, o melhor é agendarmos uma reunião para vermos as coisas mais detalhadamente…
A reunião foi agendada e, três dias depois, uma jovem escultural, muito bonita, chegou ao colégio para falar com o diretor.
O Estorietas, que andava pelos corredores, viu-a e ficou entusiasmado. Disse logo para o seu amigo Amândio:
- Acabou de entrar uma professora muito gira. Se calhar vem para o lugar da Boazinha
- Não acredito. Diz-se que para o lugar dessa vem um professor chamado Laranjeira.
- Esta deve ensinar muito melhor
Entretanto, o diretor do CFL punha a jovem financeira ao corrente da situação. Ao fim de algum tempo, esta disse:
- Vou pensar numa solução, mas para isso preciso de realizar reuniões individualmente com as famílias em causa. De qualquer modo, informo-o que isto não lhe irá ficar barato…
- Mas pode dar-me um número para já?
- A percentagem mais alta que atribuímos até ao momento à compra de dívida é de 60%.
- Que quer isso dizer?
- Quer dizer que, se virmos viabilidade do lado das famílias, ficamos com o seu direito à cobrança entregando-lhe imediatamente 162000$00 e nos encarregaremos nós de cobrar às famílias…
- Mas isso é um valor muito exagerado… está a cobrar-nos mais de 100000$00.
Ela teve um sorriso encantador.
- Não se esqueça que temos um risco muito elevado. E só lhe daremos a certeza depois de falar com as famílias. De qualquer forma, se tiver uma solução melhor, está sempre a tempo de desistir enquanto não nos comprometermos com uma solução.
Nessa noite, o diretor do CFL voltou a não dormir. Por um lado, irritava-o o facto de ter de entregar tanto dinheiro àquele diabinho financeiro. Por outro, entendia que ela podia representar a viabilização do seu negócio.
Assim, no dia seguinte, logo pela manhã, pegou no telefone. As suas primeiras palavras foram:
- Estou a ligar-lhe para lhe dizer que aceito as suas condições. Por favor, faça um estudo da situação e apresente-me um plano de viabilização dos nossos recebimentos

segunda-feira, março 16, 2020

Uma situação preocupante

No início do ano de 1963, o diretor do CFL realizou uma reunião com o seu contabilista que lhe mostrou uma situação preocupante.

Despesa
Escudos
Salários e SS
Professores
210000
Contínuo
14000
Gastos
Água
1000
Eletricidade
2000
Limpeza
20000
Seguros
8000
255000
Receita
Mensalidades
540000
das quais
Mensalidades em atraso
270000

- Sabe, doutor, o colégio poderia ter uma excelente saúde financeira. No entanto, começa a manifestar-se um problema muito grave e que consiste no facto de 50% dos utentes não pagar as mensalidades. Se o problema se agravar, no próximo ano, os recebimentos não cobrirão os pagamentos…
- Não percebo. Então não tivemos uma receita de mais de 500 mil escudos?
- Devia ter tido uma receita de 540 mil escudos, mas, como 50% das pessoas não pagaram, o que recebeu foi apenas 270 mil escudos pouco mais do que os seus pagamentos.
- Já percebi. Mas por que não pagam as pessoas?
- Possivelmente, não têm dinheiro. No último aumento, disse-lhe imediatamente que me parecia excessivo, mas o doutor insistiu, parecia que queria ganhar tudo de uma vez…
- Não diga isso. Se reparar nos preços dos outros colégios, o nosso nem é o que é o mais elevado e, mesmo que os alunos vão para o liceu, a sua estadia num quarto levá-los-á a custos bem superiores.
O doutor saiu da reunião muito preocupado. Andava cansado por aquele negócio lhe trazer imensas preocupações de natureza financeira. E a perspetiva de não conseguir concretizar os pagamentos de salários e outros gastos era aviltante para a sua formação.
«Que hei de fazer? Mas que posso fazer?»
Nem dormiu durante a noite a pensar numa solução.
«Mandar os alunos embora não resolve. Estamos no limite mínimo de atividade».
Efetivamente, o colégio tinha 180 alunos que pagavam uma mensalidade média de 250$00. Esses alunos repartiam-se pela primária e por cinco anos do secundário com turmas que não ultrapassavam o número de 30 elementos.
«Também não posso despedir professores e concentrar as aulas noutros. Já estão sobrecarregados».
O número de professores era de 10, recebendo cada um 1500$00 ao mês num total de 14 prestações.
«Se calhar, tenho de lhes cortar nas férias ou no subsídio de Natal. Mas, coitados, isso será tão injusto».
E, depois de uma noite sem dormir, levantou-se e foi para as aulas de mau humor.


Calculam o que aconteceu, não?...

domingo, março 15, 2020

Um monge no convento

Os dias foram passando, mas a irmã Sandrine não conseguia libertar-se da imagem que tinha visto na cela da Gracelinda. Um dia, encontrou-se com a madre diretora.
- Eu tenho a certeza que vi um homem horrível a apontar. Vi isso e mais uma série de desenhos com motivos de guerra. Mas ela continua a negar e a dizer que preciso de me confessar. Não sei que hei de fazer, madre…
- Dentro em breve virá ao nosso convento um monge muito experiente em possessões diabólicas. Farei com que ele se encontre com essa menina.
E um dia a madre chamou todas as freiras e anunciou:
- Vamos ter uma visita muito importante: o monge Passarinho. Ele, com certeza, quererá falar com algumas de vós e eu só peço que lhe deem a vossa melhor atenção já que ele vai retirar-se para Madrid e só daqui a uns meses nos voltará a visitar.
A irmã Sandrine ficou excitadíssima:
- É tão lindo o monge Passarinho!...
- Irmã – redarguiu a madre com um ar muito sério. – não é momento para tais manifestações. Recomendo-lhe toda a contenção agora e durante a visita.
Mas a Gracelinda notou que todas aquelas mulheres parecia que tinham ganho nova vida.
«Que entusiasmo! Quem diria?... Pobre monge!... como vai resistir a 18 freirinhas carentes?».
Notou que, no dia da visita, todas estavam perfumadas e vestidas com as melhores vestes. No refeitório, trabalhava-se afincadamente para obsequiar o monge com uma suculenta refeição. Pelas dez horas, a madre mandou reunir as freiras num átrio perto da biblioteca e, pouco depois, aparecia acompanhada pelo monge.
Este vestia como tradicionalmente os monges o faziam. Mas era possível notar os traços do seu rosto. E a Gracelinda ficou admiradíssima.
«Mas é um jovem. Não tem mais de 18 anos. Como pode andar nesta vida?»
O monge foi cumprimentando uma a uma todas as freiras residentes no convento e parou em frente à Gracelinda.
- Como te chamas? Não te conheço…
- Chamo-me Gracelinda. Não me conhece porque só aqui estou há três meses…
- A madre superiora disse-me que trouxeste o teu cãozinho…
- Sim, ele não me abandona por nada deste mundo.
- Quando eu terminar esta sessão, tens de mo mostrar.
O monge proferiu uma palestra que entusiasmou as irmãs e, no final, disse:
- Vamos lá ver o teu cãozinho…
E dirigiram-se à cela da Gracelinda onde encontraram o Pepe a dormir em cima da cama.
- Pepe, vem conhecer o monge Passarinho…
O Pepe aproximou-se a dar à cauda, mas, mal chegou junto do monge, começou a rosnar fortemente.
- GRRRRRRRR!!!!!!!!!
Instintivamente, o monge recuou:
- Que é isto? Este cão é uma fera. Por que está a rosnar?
- Ele assustou-se com o seu aspeto. Mas é um cãozinho muito meigo e amigo do seu amigo.
- Não me parece. Vou ter de fazer uma experiência com ele. Por favor, retira-te e fecha a porta da cela.
- Mas que vai fazer ao meu cão? Não lhe faça mal…
- Está descansada. Vai lá…
A Gracelinda saiu e o monge ficou ante o Pepe.
- Agora nós, cãozinho rebelde – disse ele puxando de um frasco que abriu e deu a cheirar ao cão.
O cão adormeceu imediatamente e o monge Passarinho começou a revistar todos os locais onde a Gracelinda podia guardar coisas e, ao fim de pouco tempo, descobriu os desenhos que esta tinha feito.
- Oh! Que coisa interessante. Esta miúda tem alma de revolucionária. Não admira que deteste GNRs. A irmã Sandrine afinal tinha razão.
Rapidamente pensou como poderia aproveitar a situação, mandando a Gracelinda entrar.
- Que fez ao Pepe? – perguntou ela assustada.
- Nada de grave – respondeu ele, sorrindo – Gostou tanto de mim que acalmou e ficou a dormir…
- Ah…
- Mas há umas coisas que tens de me explicar…
Ela ficou admiradíssima e não respondeu. O monge foi ao local onde ela guardava os desenhos e mostrou-lhe o que descobrira.
- Tens de explicar porque fizeste estes desenhos…
- Mas…
- Eu sei bem o significado deles. Basta uma palavra minha para ires daqui para a prisão…
- Mas… são só uns desenhos. Não sei por que os fiz, foi uma espécie de inspiração divina.
- Inspiração divina? Não digas blasfémias… Esses são os maiores mentores dos ideais comunistas, pessoas que nada querem com Deus, materialistas irrecuperáveis.
- Mas eu não sabia…
- Menina, como explicas esses desenhos?
- Foi algo que tinha no meu subconsciente, parecia que uma força superior guiava a minha mão…
- Então, algo estará errado no teu subconsciente. Possivelmente, estás possuída pelo espírito de algum desses homens e és um joguete nas mãos deles.
- Mas…
- … e o mesmo se passa com o teu cão, senão não teria sido tão agressivo com a minha pessoa. Vejo-me obrigado a fazê-los abandonar o convento.
- Como? Por favor, não faça isso…
- É necessário libertá-los desses pensamentos perigosos. Ou saem do convento…
- Não, não posso sair. – e a Gracelinda contou ao monge Passarinho a tenebrosa perseguição de que era alvo na sua terra.
O monge pareceu apiedar-se da sua situação. Simbolicamente, puxou um crucifixo e disse para ela:
- Jura perante a Cruz que tudo o que dizes é verdade.
- Juro que é verdade tudo o que lhe contei.
- Então, vamos procurar outra solução. O mal não está em ti. O mal está neste cãozinho de que tanto gostas.
- Mas eu não o dou a ninguém. Eu não quero separar-me dele…
- A separação não será longa. Apenas o tempo suficiente para o curar dos males da alma… três meses… E, no convento, ninguém saberá dos desenhos, eu acalmarei a irmã Sandrine.
- Três meses… três meses sem o Pepe?
- Ou isso ou abandonam ambos o convento…
Perante aquela alternativa, a Gracelinda não hesitou. Ia ficar três meses sem o Pepe o qual acompanharia o monge Passarinho até Madrid para ser reeducado, comprometendo-se este a devolvê-lo ao convento no final desse período.
No fim da tarde desse dia, a Gracelinda deu os últimos beijinhos ao Pepe e disse afagando-lhe a carinha:
- Porta-te bem! Em breve quero ver-te de novo junto de mim.
Já cá fora, o monge Passarinho despiu a sua falsa indumentária de monge, entrou no seu belo BMW e, pouco depois, conduzia com o Pepe ainda meio adormecido, a seu lado:
- Vamos até Madrid. Sei que és muito rápido e vais treinar o meu Baloo nas corridas. Ah! Ah! Como são parvas estas freiras todas. Jejejejjjejeje!!!!!



FIM

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