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segunda-feira, julho 04, 2005

Afonso Gaio

Um excelente conjunto de posts no Outrora complementa o que aqui inserimos sobre este oureense ilustre. Considerando que eventuais sobreposições não são relevantes, deixamos apontadores para o que os dois blogs terão publicado:
No Ourém
No Outrora

quinta-feira, junho 30, 2005

Um oureense ilustre


Afonso Gaio Posted by Hello

Afonso Gaio nasceu em Ourém em 25 de Outubro de 1871. Era filho do dr. Joaquim Gomes Vieira Gaio, natural do Reguengo, distrito de Leiria que veio advogar para Ourém em 1844 e aqui desempenhou as funções de presidente da Câmara, de administrador do concelho, de comandante da guarda de segurança com o posto de tenente-coronel e também foi administrador da Casa de Bragança.
O Dr. Gaio era o cavalheiro a quem o concelho deve muitos bons serviços citado por Neves Eliseu no “Esboço Histórico de Vila Nova de Ourém”. Faleceu em 1873, isto quando o seu filho Afonso tinha 2 anos, deixando a sua família crivada de dívidas e na miséria.
Imaginamos que a juventude e crescimento do jovem Afonso não tivessem sido muito fáceis que em 21 de Dezembro de 1879 foi internado na Casa Pia de Lisboa. Isso não o impediu de desnvolver uma obra notável. Deixou-nos apenas dois romances, “Os Novos” e “O Poder do Ódio”, um livro de contos, crónicas, conferências, e várias pequenas obras e, como dramaturgo, deu-nos cerca de uma vintena de peças, como poeta, cinco livros um dos quais, a sua última produção “Os Escravos” só por si, deveria ter chegado para o consagrar.
A influência de Antero e de outros magníficos vultos da nossa cultura no final do século XIX está geralmente presente.
Contra o lógico e o natural, não obstante a vastidão e o quilate do trabalho realizado, e as qualidades do carácter, merecedores da simpatia e do respeito alheios, Asfonso Gaio acumulou decepção sobre decepção, como se um grande poder adverso, desde o início o marcasse, o estigmatizasse indelevelmente.
(post baseado no texto da conferência)
(ainda no princípio e já quase qual vencido da vida...)

A culpa é minha – porque não tolero
A vida boa ou má numa aventura,
Pois não abri meu livro àquela altura
Do meu desejo, onde gravasse um – quero!

A culpa é minha, disse. E desespero!
Talvez já sem remédio, sem ter cura!
Mas a insistir com toda a desventura,
Porque, afinal, eu sinto que inda espero!

Venho falar das queixas do Passado,
E tenho-as do Presente! Não me assiste
O direito de crer outro o culpado.

Bem me dizia o coração, de triste,
Vendo passar injúrias a meu lado:
- Se tu não sabes rir, vê lá – desiste!...
(após a morte da mãe...)

Como um conto de fadas, muito antigo,
Em pergaminho lívido gravado,
Eu tenho escrito a vida do passado
Tão branca como a cinza de um jazigo.

Vão-se os olhos chorando, ao ver que sigo
Todas essas saudades; e, mau grado
Meu, quando volto ao tempo namorado,
Maior dor nessa hora está comigo!

Parte da minha vida se desterra.
- Para onde? Nem eu sei! Porque meus passos
Nem sabem da alma que meu corpo encerra.

Desde que alguém fugiu levando os braços
Onde eu, crente, dormia cá na terra,
Como as estrelas dormem nos espaços!
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