quinta-feira, junho 30, 2005

(após a morte da mãe...)

Como um conto de fadas, muito antigo,
Em pergaminho lívido gravado,
Eu tenho escrito a vida do passado
Tão branca como a cinza de um jazigo.

Vão-se os olhos chorando, ao ver que sigo
Todas essas saudades; e, mau grado
Meu, quando volto ao tempo namorado,
Maior dor nessa hora está comigo!

Parte da minha vida se desterra.
- Para onde? Nem eu sei! Porque meus passos
Nem sabem da alma que meu corpo encerra.

Desde que alguém fugiu levando os braços
Onde eu, crente, dormia cá na terra,
Como as estrelas dormem nos espaços!

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