Ourém precisa de mudança no poder autárquico - 10
Agressões ao património urbanístico
Ourém é, hoje, uma coutada de Fátima através do exercício do poder por Catarino. Faz-se aqui o que os de lá impõem. Tal reflecte-se em múltiplos aspectos de que o menos importante não será, por exemplo, a atenção dada ao seu património urbanístico.
Os responsáveis pela autarquia não hesitaram em destruir o belíssimo jardim frente ao Central para transformarem aquele espaço em pedra sem sentido. Consta que tinham dinheiro da União Europeia e não sabiam o que haviam de fazer com ele. Melhor estivessem quietos e o devolvessem à origem. Depois, indemnizaram-nos com um parque bem afastado da vivência diária, onde temos de nos deslocar para o usufruir.
Os responsáveis pela autarquia não hesitam em destruir a “aldeia de Castela” que tem o seu expoente mais significativo na casa do Largo de Castela, preparando-se no entanto, a troco de chorudas indemnizações, para reconstruir a casa do Administrador. Está clara aqui a lógica: Ourém ganha sentido em função de Fátima, para eles Ourém não tem história própria.
Isto é ofensivo dos oureenses.
Os responsáveis pela autarquia não hesitaram em destruir o belíssimo jardim frente ao Central para transformarem aquele espaço em pedra sem sentido. Consta que tinham dinheiro da União Europeia e não sabiam o que haviam de fazer com ele. Melhor estivessem quietos e o devolvessem à origem. Depois, indemnizaram-nos com um parque bem afastado da vivência diária, onde temos de nos deslocar para o usufruir.
Os responsáveis pela autarquia não hesitam em destruir a “aldeia de Castela” que tem o seu expoente mais significativo na casa do Largo de Castela, preparando-se no entanto, a troco de chorudas indemnizações, para reconstruir a casa do Administrador. Está clara aqui a lógica: Ourém ganha sentido em função de Fátima, para eles Ourém não tem história própria.
Isto é ofensivo dos oureenses.
Fátima, sendo um acidente na história de Ourém, tem todo o direito ao seu caminho, à sua história, ao seu desenvolvimento, mas não a comprimir e abafar o dos oureenses. Acresce a esse facto o de nos mostrar, pelos exemplos do seu desenvolvimento, que o mesmo é também constante agressão ao património urbanístico onde mamarrachos se sobrepõem a mamarrachos numa espiral cujo crescimento não anuncia nada de bom.
As pequenas moradias de Fátima de outros tempos estão completamente destruídas ou engolidas pelos novos interesses que a dominam. Fátima é local de negócio muito mais que local de fé, cujo ambiente paradisíaco foi completamente perdido, excepto na caminhada denominada Via Sacra. Mas, mesmo aí, não sabemos quanto tempo resistirá aos interesses do capital.
Fátima tem de desenvolver-se em termos de bons serviços àqueles que a procuram pelo desenvolvimento da espiritualidade. E, quer siga os seus destinos em termos autónomos quer os siga integrada no concelho de Ourém, deverá ter, no suporte ao peregrino, em todas as suas dimensões, a sua razão fundamental de existir.
Ourém precisa de vozes que denunciem, sistemática e coerentemente, as agressões ao seu património operadas em benefício de negociatas privadas quer elas se processem em Ourém, em Fátima, em Seiça ou na mais pequena terra de qualquer freguesia do concelho. A mudança por que a CDU se bate – bateu e baterá –, independentemente dos lugares em que possam estar eleitos seus, é antes de mais uma mudança de entendimento do conceito de desenvolvimento que deverá processar-se respeitando o passado de todos os oureenses.
As pequenas moradias de Fátima de outros tempos estão completamente destruídas ou engolidas pelos novos interesses que a dominam. Fátima é local de negócio muito mais que local de fé, cujo ambiente paradisíaco foi completamente perdido, excepto na caminhada denominada Via Sacra. Mas, mesmo aí, não sabemos quanto tempo resistirá aos interesses do capital.
Fátima tem de desenvolver-se em termos de bons serviços àqueles que a procuram pelo desenvolvimento da espiritualidade. E, quer siga os seus destinos em termos autónomos quer os siga integrada no concelho de Ourém, deverá ter, no suporte ao peregrino, em todas as suas dimensões, a sua razão fundamental de existir.
Ourém precisa de vozes que denunciem, sistemática e coerentemente, as agressões ao seu património operadas em benefício de negociatas privadas quer elas se processem em Ourém, em Fátima, em Seiça ou na mais pequena terra de qualquer freguesia do concelho. A mudança por que a CDU se bate – bateu e baterá –, independentemente dos lugares em que possam estar eleitos seus, é antes de mais uma mudança de entendimento do conceito de desenvolvimento que deverá processar-se respeitando o passado de todos os oureenses.
CDU Ourém_________________________________
Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
Uma vereação em que haja oposição
(Primeira publicação em 29 de Junho)
7 comentários:
Este texto da CDU de Ourém é um pouco exagerado na linguagem! Faz criticas, denuncia "negociatas" sem especificar, diz que Fatima é um lugar de negocio mais do que peregrinação... no fundo afirma coisas que nem eu como agnostico digo, pois parecem-me um pouco exageradas. Diz que os Oureenses se submetem ao poder de Fatima... Enfim!!! Ha disparates que se desculpam! Quem conhecer bem a realidade das finanças da autarquia, vê aqui criticas infundadas.
Mas o que me preocupa mais, e isso so define a mediocre oposição em Ourém, não aponta uma unica solução no que fariam de diferente se fossem eles que estivessem à frente da autarquia.
Reconheço o esforço da defesa da cultura e dos espaços historicos de Ourém, mas uma autarquia não se resume à cultura. Num texto dedicado à critica do urbanismo, esperava algo mais.
Como ressalva, gostaria de acrescentar que para eles (CDU)parece que Fatima (e outras freguesias, e aqui também destaco Seiça), nao teve historia antes das aparicoes! E um erro grave, e recomendo a leitura do livro "A Fátima Dos Inícios Do Século XX" de José Manuel Dias Poças Das Neves, para ver que não se pode dissociar a historia de Ourém da de Fatima e outras freguesias nucleares do concelho.
A historia de Ourém é mais rica, também mais antiga, pois foi-lhe atribuida a sua importancia merecida nos primeiros séculos apos a nossa independência.
Portanto, textos como estes so nos fazem duvidar das boas intenções destes politicos. Dai o eleitorado, excepto o eleitorado de N. Sra. da Piedade lhe dar crédito. Este texto, mesmo que no fim tentem disfarçar, apenas se destina ao eleitorado de Ourém, mais propriamente ao eleitorado da freguesia acima mencionada... Não compreendo a estratégia!
Se ao menos nos apresentassem soluções e projectos dignos desse nome, em vez de generalidades decoradas com afirmações sem sentido. Como escrevia Pacheco Pereira no seu blog "abrupto", o sucesso na politica vem da antecipação! Pena que não observo qualquer antecipação em nenhum dos programas ja conhecidos da oposição Oureense!
Assim não vamos la...
Caro anónimo
O pior cego é o que não quer ver.
O texto da CDU pode estar um exagerado em termos de forma de expressão, mas é uma denúncia da gestão de Catarino e do processo de "desenvolvimento" de Fátima.
Quer soluções?
Estão lá: respeito pelo passado, suporte ao peregrino, corte radical na especulação, desenvolvimento do ambiente de culto, desenvolvimento dos serviços de alojamento e restauração.
E certamente a CDU e o PS enunciarão outras nos meses que ainda faltam até Outubro. Tenha calma.
O sr. anónimo número 1 é que me parece pessoa de má fé senão veja-se:
"Nem como agnóstico diria" que é mais local de negócio que de peregrinação, olhe senhor se não vê como agnóstico recomendo-lhe um bom par de óculos (é curioso que seja o sr. agnóstico a fazer manifestação da fé individual num texto político... enfim há disparates que dizem tudo!)
O sr. não conheçe as negociatas? Pelo menos devia conheçer as que se dão conta nos jornais e estão a ser investigadas pela PJ.
"Não dizem o que fariam se fossem eleitos" Ó amigo dizer o que não fariam é um abordagem que para tal implica obviamente saber a forma correcta de fazer as coisas, realmente o sr. tem uma incompleta razão numa coisinha apenas a oposição em Ourém é mediocre mas não o é às custas da CDU, mas será tanto mais enquanto pessoas como o senhor quiserem ser parte do problema e não parte da solução.
Passe bem
Meu caro anónimo, (deve ser da JSD Fátima), perdoe a minha ignorância e explique como era a história de Fátima antes de 1917 (ou melhor de 1910 a 1917 como retrata o livro pago pelo Rotary 'Coitados dos Pobrezinhos' Club de Fátima. É que a Cova da Iria e Fátima não era só pastores, cabras e serra antes de Nossa Senhora ter aparecido?
Não sou de partido nenhum, sou um simples cidadão independente.
Sou de Fàtima sim, a minha familia tem raizes em Fàtima e orgulho-me de pertencer a uma familia que desde o fim do século passado lutou pelos limites limitrofes do concelho. Que eu saiba Fàtima tem historia... se pensam que eram so pastores, cabras e ovelhas... paciência.
O livro que o sr. anonimo refere, que foi pago pelo editado pelo rotary... não tira credibilidade ao livro. E por acaso fala muito de Ourém como concelho.
Fica mal o comentàrio que faz, pois se fosse por esse caminho quem não é comunista não compraria livros da "Caminho", etc... etc...
Hà certos comentàrios que não fazem sentido.
Quanto ao senhor Jacinto, nem merece resposta.
Eu faço criticas para o bem de Ourém, não para o seu mal... lamento certos comentàrios que vejo, pois so demonstra a falta de humildade de certas pessoas para aceitarem a critica.
Passem bem,
xxxxx
Sr. anónimo, mesmo continuando sem hipótese de resposta, seja pela rudeza das palavras ou pela circustância de falar para ilustre figura escondida no anonimato, ou talvez por ser conhecida figura de qualquer lista partidária a fazer o papel que lhe cabe, digo-lhe que pastores cabras e serra foram efectivamente a rica história de pequenas aldeias comunitárias serranas como o foi Fátima e outras do nosso concelho e do vizinho Porto de Mós, Reguengo do Fétal e tantas por esse país fora.
A história de luta da sua família que fala será porventura a chamada "guerra dos baldios", e que não era certamente uma luta por "limites limitrofes" do concelho, mas sim pela apropriação dos terrenos baldios que durante séculos foram de utilização comum e que aí se encontravam.
Essas pequenas comunidades rurais disputavam a sua importãncia através da capacidade de realizarem iniciativas próprias, as quais na maioria das vezes ligadas ao culto religioso materializado em pequenas capelas pertencentes à aldeia de maiores dimensões dispondo esta à sua volta de outros pequenos núcleos habitacionais denominados aldeias satélite. Entre as aldeias mais importantes de determinada região foi comum roubarem santos e outro tipo de objectos religiosos umas às outras.
No Reguengo do Fétal onde já tinha aparecido(500 anos antes!) uma Virgem, que neste caso trocou a azinheira pelos fetos, ficaram os locais muito desapontados com a aparição da Nssa. Senhora de Fátima, por aquela a quem faziam preçes perder o poder para a nova La Sallete que tinha aparecido.
O que é que isto tem a ver com a atomização do restante concelho, com uma cultura selvagem pelo lucro quer na especulação imobiliária quer noutras actividades económicas que chegam a tocar a charlatanismo, com um lobbie que até desvia auto-estradas cortando parques naturais e estrangulando ainda mais o desenvolvimento do interior do país, essa loucura autárcica construída pelo egoísmo do aumento de riqueza e da provinciana e desenfreada exteriorização da mesma.
Mas Fátima não é só a zona envolvente do Santuário, e ainda bem, as outras aldeias da freguesia começam agora a ser também elas alvo da desmedida gula. E esperamos para ver o que fará essa nova empresa municipal responsável pela reconversão urbanística de Fátima.
Todos gostamos de Ourém, mas a "crítica para o bem de Ourém" que reclama para si, o que é afinal?
Sabe tanto de urbanismo tendo ficado surpreendido pelo texto falar dele e dele nada dizer. O que é que o sr. queria? Que o seu conteúdo dissertásse sobre a importância da patrimonialização e do respeito pela zonas envolventes e mais o seu quadro legislativo. Ou queria que num folheto A5 estivesse exposto o modelo de desenvolvimento sustentável com a respectiva integração e protecção do ambiente explicando a necessidade de uma sociedade em que a
protecção do ambiente assente sobretudo na prevenção e valorização e em que o
património natural seja assumido como valor a evidenciar e factor de diferenciação
positivo.
E talvez ainda falhásse o documento da CDU ao não ter nada (no seu entender) sobre o sistema urbano sobre a competitividade e atractividade de áreas urbanas, a necessidade de uma melhor articulação das políticas e
instrumentos de ordenamento do território conducente à salvaguarda do seu valor
estratégico a longo prazo, ao mesmo tempo que se promovem padrões mais
elevados de qualidade de vida.
Não deixe caro anónimo de sempre que achar por bem remeter para bibliografias que considere apropriadas e estimulantes para o conhecimento do nosso concelho.
Excelente dissertação, caro Marco.
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