sábado, maio 14, 2005



Ourém precisa de mudança no poder autárquico (7)

Há temas que, propositadamente, são envolvidos em nebulosa ambiguidade. No plano autárquico, um deles é o das empresas municipais.
Não faltarão razões e argumentos para que, em determinadas áreas, se criem empresas que, em complemento da actividade autárquica, possam completar esta. Mas há razões e argumentos que são absolutamente falseados, falaciosos, e tal criação tem intenções que se escondem ao invocarem-se essas razões e esses argumentos.
A resposta de que quem coloca questões à criação de tais estruturas está contra elas, como estaria contra tudo, é truque muito utilizado e que, apesar disso, do que a experiência tem mostrado, tem perniciosos efeitos.
O PCP e a CDU não são, por exemplo, contra a Europa, como não são, em absoluto, contra a criação de empresas municipais, mas não se demitem de denunciar o que se acha que está mal, que vai contra os interesses dos portugueses.

Quando se criou a primeira empresa municipal em Ourém, Sérgio Ribeiro era membro da Assembleia Municipal. E foi, então, a única voz que, frontalmente, esteve contra. Não só pelas intenções então afirmadas, que tinham a ver, ao fim e ao cabo, com o controlo da comunicação social do concelho, como pelo que se escondia, também pelo que tinha a cauda de fora (como o gato...). Mas igualmente por alguma argumentação que terá motivado hesitações e dúvidas, feitas as contas, na validação do projecto de empresarialização da actividade municipal que dava, assim, o primeiro passo.
A VEROURÉM veio a ser o que é e, com dificuldades e até incompreensões incompreensíveis, prossegue objectivos bem longínquos dos da sua criação e isso parece não incomodar ninguém.

Mais empresas municipais foram depois criadas e outras já estarão na forja. A comunicação social disso dá notícia.
E a argumentação é sempre a mesma. As empresas públicas seriam para “agilizar” procedimentos, para facilitar a gestão dos recursos humanos, isto é, a admissão e a dispensa de pessoal, para ter uma capacidade de intervenção que a autarquia, enquanto tal, não poderia ter.
Mas, se a administração pública não é ágil tem de se tornar ágil; se há procedimentos no campo dos recursos humanos que são restritivos da liberdade de admitir e de despedir, não se podem deitar todos pela borda fora pois muitos serão a garantia da igualdade dos cidadãos, independentemente de amizades, laços familiares e clientelismo; se a capacidade de intervenção das estruturas autárquicas não é suficiente para os objectivos democraticamente adoptados, é preciso ver porquê assim acontece e se, e só se!, a solução for a da criação de uma empresa municipal (ou inter-municipal), então que se crie a estrutura.
Se a criação de empresas municiais é, ou se afigura que possa ser, um estratagema partidário para satisfazer tendências e apaziguar focos e tensões internas, satisfazer clientelas, pode contar, sempre, com a nossa mais aberta e clara oposição, tenha a CDU e o PCP representação institucional ou não.


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Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
Uma vereação em que haja

Boa nova

Já interroguei os astros e está garantido: logo, vai ser noite de glória na Luz. Os lagartões vão ser goleados saindo de lá com um clamoroso 4 a 1 para perderem as peneiras.
Mas não é tudo: isto é prenúncio de que, em Ourém, a direita perderá as autárquicas. O presidente David voltará ao seu bairro...
Sem piedade

É o que se pode dizer das medidas que Campos e Cunha prepara para responder ao défice orçamental. Importadores de bens de luxo, traficantes, aldrabões fiscais, lesadores da segurança social serão sujeitos a formidável inspeção às práticas e rendimentos já que o Ministro não considera justo atacar mais a função pública, os reformados, os desempregados e o regime da aposentação.
Bem haja, sr. Ministro!
Estavam todos de boa fé...

De acordo com o insuspeito Expresso, o despacho que viabilizou o abate de sobreiros para o empreendimento turístico do Grupo Espírito Santo, em Benavente, foi assinado já depois das eleições de 20 de Fevereiro. Primeiro, o nobre Guedes, depois, Costa Neves e, finalmente, Telmo Correia. Verdadeiros amigos do ambiente... imobiliário...

sexta-feira, maio 13, 2005

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Finalmente!
Uma biblioteca com catálogo disponível e possibilidade de reserva em linha...
Sabem onde? Em Alpiarça... aqui, neste endereço...
Então façamos um jogo: vejam lá se descobrem quantas e quais as obras existentes nesta biblioteca da autoria de Sérgio Ribeiro.
Querem prémio? Um exemplar da tal crónica, a editar, etc. etc.
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Casa Museu dos Patudos Posted by Hello

Aproveite esta ligação para uma vista interactiva à casa museu dos patudos...

Local de residência de José Mascarenhas Relvas (1858-1929), a Casa dos Patudos tem risco de Raul Lino e foi edificada entre 1904-05. Num estilo revivalista, próprio dos finais do Séc.XIX, o arquitecto pretendeu ilustrar em síntese o que seria a tipologia da "Casa Portuguesa": varandas e galerias alpendradas; arcaria e colunatas; uso do tijolo-burro aberto; vãos ladeados de poiais; utilização do azulejo só ou combinado com tijoleira; telha de meia cana vermelha, verde ou em chacota e ferro forjado. Ao arquitecto juntou-se ainda a maestria dos canteiros de Coimbra sob orientação de João Machado, na realização de toda a cantaria e José Maior, entalhador lisboeta, na interpretação dos desenhos e execução de mobiliário. A ferraria interior e exterior são de feitura da oficina dos serralheiros Manuel Pedro de Jesus e Lourenço d´Almeida , também de Coimbra.

Esta Casa constituída como Casa-Museu, à morte do seu proprietário, pode ser entendida como um duplo ou triplo museu, pois apresenta-nos uma importante colecção de Arte, fruto da paciência laboriosa de José Relvas e cujo acervo se compõe de mobiliário, tapeçarias e têxteis, porcelanas, faianças, Pintura e Escultura numa escolha muito ecléctica e variada com peças do Séc.XVI ao Séc.XX. É também e sobretudo uma "memorabilia" do seu fundador, com os retratos da família, os objectos pessoais, as dedicatórias de amigos e artistas, a biblioteca e toda a atmosfera do lavrador, político, músico, letrado e coleccionador. A casa em si, é um interessante exercício de Arquitectura, pela mistura de influências que Raul Lino tão bem soube harmonizar e integrar com a paisagem envolvente.

José Relvas foi figura destacada na vida política nacional durante a 1ª República e notável Representante Diplomático de Portugal nos meios monárquicos de Londres e Madrid.
Foi também Ministro das Finanças nos conturbados anos da implantação da República.
Musico amador, escolheu o violino como instrumento de eleição, chegando a actuar no Real Coliseu dos Recreios de Lisboa e nos animados serões culturais da Quinta dos Patudos.

Acumula fortuna, através da boa gestão das propriedades agrícolas herdadas de seus pais, manda construir a casa e recheia-a com belas peças de arte, compradas ou trocadas em antiquários conceituados da praça de Lisboa e Madrid, assim como em leilões de colecções particulares.

Hoje, a casa é Museu, por sua vontade expressa. Constitui uma referência nacional na importância e variedade que constituem a sua colecção.
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Mas o que é isto? Uma pérola de Alcanena: pedido de certidões em linha com possibilidade de resposta se o utilizador se tiver registado. E até eu posso pedir utilizando a página da Câmara de Alcanena. Formidável!
Eis um pouco da descrição:

Descrição
Entre outros objectivos, que através deste sistema se pretende concretizar, o pedido de certidões online permite que, utilizando a Internet, os utentes possam pedir certidões de registo civil, predial e comercial.

O projecto foi desenvolvido em estreita colaboração entre o Ministério da Justiça, através da Direcção-Geral dos Registos e do Notariado, e o Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública, através do Secretariado para a Modernização Administrativa.

Quem pode requerer?
Qualquer interessado.
Onde posso requerer?
Através da Internet (Para pedir certidões de registo civil, predial e comercial, clique aqui).
Quando posso requerer?
Em qualquer altura.

O que preciso para requerer?
Sem requisitos necessários para a realização do serviço. No entanto, se optar por se registar pode, posteriormente, consultar os seus dados e pedir as certidões de um modo mais personalizado.
Qual o custo?
O utilizador tem ao seu dispor três formas de pagamento da certidão: por cobrança postal, por cartões Multibanco, Visa e Mastercard e ainda por MBnet. O valor em questão depende de cada certidão.

Por cada pedido será suportado pelo utente a importância de 4% sobre o custo global da certidão (emolumentos e portes de correio, caso estas últimas sejam devidas).
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Uma das coisas em que tenho insistido particularmente é no triângulo câmara*biblioteca*leitor. Confesso que não tenho ficado nada satisfeito com os resultados. Fala-se, dizem-se umas palavras, mas pouco mais.
Há pouco, na passagem por Alcanena, já no distrito de Santarém tive esperança. É que havia apontador para uma página da biblioteca. Será que teria um catálogo à disposição? Será que podia fazer requisições após uma inscrição no sistema?
Um breve exame tirou-me as ilusões. As pessoas gastaram o dinheiro do contribuinte não nessas coisas inúteis, mas, por exemplo, na descrição dos materiais utilizados na construção da biblioteca. Andarão os deuses loucos?

quinta-feira, maio 12, 2005


Uma prenda do NO Posted by Hello
Assembleia Municipal, um órgão colonizado pelo Presidente da Câmara

Este comentário deixado por sf no post anterior é extremamente realista e preocupante:

Não é de admirar que não exista um endereço de correio electrónico para as ams ou, preferível, para os membros das ams. A Assembleia Municipal tende a ser um órgão menorizado, tanto pela prática dos respectivos membros quanto pela prática da câmara - designadamente do presidente da câmara.
Aliás, na grande maioria dos casos, a Assembleia Municipal é um órgão colonizado pelo presidente da câmara. Basta recordar que entre metade a dois terços do tempo útil de cada sessão da Assembleia Municipal - e, por ano, raramente existem mais do que cinco sessões, as obrigadas por lei - a voz que se ouve é a voz do presidente da câmara.

Abordar esta questão significa que estamos interessados em que a mesma seja resolvida e não em destruir a credibilidade da AM. Assim, é legítimo deixá-la pedindo uma resposta aos candidatos conhecidos: que vão fazer para tornar a Assembleia Municipal um órgão mais representativo das necessidades das populações. Como vão dinamizar a comunicação com estas? Já não se pretende uma resposta do tipo: eu estou sempre disponível, no meu posto, mas uma atitude mais proactiva. Como ir ao encontro de...? Como levar à participação?
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Já percorri todas as páginas de concelhos do distrito de Leiria. De todas tirei notas com excepção de Pombal que me pareceu com excesso de carga e, consecutivamente, não respondia.
Tenho encontrado coisas engraçadas, úteis algumas das quais tenho partilhado.
Em Peniche, encontrei uma especificidade: um relatório com um diagnóstico social sobre o concelho com mais de 150 páginas.
Há pouco entrei no distrito de Santarém.
Cheguei entretanto a uma conclusão. Não há, em qualquer dos concelhos examinados, um que disponibilize um endereço e-mail para contacto com os elementos da Assembleia Municipal. Como é que isto se justifica? Não são eles quem representa o munícipe? Então como reconhecem os seus problemas, necessidades, sem um canal de comunicação? Estaremos mesmo numa democracia representativa? Ou isto é tudo formal? Os problemas são os que eles pensam, sentem e o pagode só tem que votar e calar-se ou utilizar aqueles espaços generosamente ofertados ao público...
Vai ser assim, só votarei num candidato que me dê um endereço onde possa colocar as minhas queixas e desde que tenha a garantia de uma resposta.
A Lenda da Nossa Senhora da Nazaré
Por Pedro Penteado (Mestre em História Moderna (*)
Via página da Câmara Municipal da Nazaré

Durante séculos acreditou-se que o Santuário de Senhora de Nazaré tinha sido um dos mais antigos do país, fundado na sequência do milagre da Virgem ao cavaleiro D. Fuas Roupinho, em 1182.
A narrativa que suportava esta convicção de milhares de peregrinos fornecia todos os pormenores: a imagem da Senhora tinha sido esculpida no Oriente por São José, na presença da Mãe de Cristo. Depois passou por várias vicissitudes até chegar ao Mosteiro de Cauliana, em Mérida. Com a derrota dos cristãos em Guadalete, o rei godo D. Rodrigo refugiou-se no mosteiro. Perante o avanço islâmico, o Rei e Frei Romano, um dos monges ali residentes, decidiram partir para lugar seguro, levando consigo a pequena imagem mariana e um cofre com caixa com relíquias e um relato das circunstâncias da fuga. Chegaram em Novembro de 714 ao Monte de São Bartolomeu, nas proximidades da actual Nazaré. O monarca e o monge separaram-se tendo o primeiro permanecido no local e o segundo levado o ícone e as relíquias para um monte vizinho. Aí Frei Romano para se abrigar construiu um pequeno nicho entre os rochedos.
Com a partida de D. Rodrigo para o norte, a imagem ficou esquecida na pequena lapa construída pelo monge, no actual promontório do Sítio (Nazaré).
Apenas no século XII seria descoberta por D. Fuas Roupinho que a venerava sempre que ali se dirigia para os prazeres da caça. A 14 de Setembro de 1182, um dia de névoa, o cavaleiro teria sido atraído por um veado em direcção ao abismo do promontório. No momento em que o cavalo chegava ao extremo do rochedo, prestes a lançar-se no precipício, D. Fuas teria evoca a Virgem, lembrando a sua Imagem depositada ali próximo. Imediatamente o cavalo estacou a sua marcha e por milagre D. Fuas salvou-se. Em sinal de agradecimento o cavaleiro, alcaide de Porto de Mós e almirante de D. Afonso Henriques doou aquele território à Senhora da Nazaré e mandou ali edificar uma ermida. Atraídos pela fama do milagre vieram os primeiros romeiros, entre os quais o primeiro rei português e os principais nobres da sua corte.
Esta versão do passado do santuário foi contada a primeira vez nos finais do século XVI, pelo cronista Frei Bernardo de Brito, monge Bernardo de Alcobaça. O relato assentava na carta de doação do Sítio por D. Fuas Roupinho, que o cronista teria descoberto no seu Mosteiro e viria a publicar na obra Monarquia Lusitana. Mas a intervenção de Frei Bernardo de Brito não se ficou por aqui. Cerca de 1600, na sequência de um voto pessoal, deslocou-se ao santuário e, com a ajuda de alguns devotos da Senhora, mandou desentulhar a gruta subterrânea para ali fazer uma capela. Por fim, colocou nela um letreiro em que registava a “estória” da Sagrada Imagem. Desta forma, o cronista não só alargava o espaço de culto como procedia a alterações da memória histórica, pois pela primeira vez a Virgem da Nazaré era associada a D. Fuas Roupinho.
A divulgação da narrativa do milagre trouxe um aumento de peregrinos ao pequeno templo do Sítio, contribuindo para o crescimento do povoado e para a multiplicação do número de milagres atribuídos à Virgem da Nazaré, com o consequente acréscimo da quantidade de oferendas dos fiéis. Por outro lado, esteve na origem de novas práticas devocionais, pois cada vez mais romeiros procuravam ver a marca da pata do cavalo gravada na rocha do promontório. Outros levavam consigo pedaços de terra da gruta onde a imagem da Senhora estivera escondida durante séculos.
Vários factores contribuíram para a rápida aceitação da narrativa por parte dos devotos. Entre eles contam-se o prestígio do mosteiro de Alcobaça enquanto guardião de alguns dos mais antigos manuscritos do Reino, a possibilidade de comprovar as afirmações do monge através de vestígios concretos, a cor escura da imagem que por si só confirmava a antiguidade da mesma, o enquadramento da lenda dentro dos esquemas das narrativas cavaleirescas e de origem dos santuários, ou ainda o facto da lenda ir ao encontro das necessidades de maravilhoso sentidas pelos devotos e transportar consigo uma carga simbólica apreciável (cf. dicotomia fiel/infiel, bem/mal, salvação/perdição, cosmos/caos, etc.).
Existem contudo, outros factores que devem ser tidos em linha de conta para compreender a incorporação desta narrativa na memória colectiva dos portugueses.
Em primeiro lugar, a sua transmissão por meios diversificados e de grande capacidade difusora. Assim, ao sucesso da oralidade dos primeiros anos, que comportou alterações da versão monástica, correspondeu uma extraordinária divulgação por meios impressos a partir da década de 1620. No final do século XVII, a lenda da Senhora da Nazaré tinha já sido publicada em mais de uma dezena de obras, em língua portuguesa e espanhola. Não esqueçamos ainda a sua divulgação por meios iconográficos. A Senhora, que até ali era vista como uma Virgem do Leite, passou a ser constantemente representada na cena do milagre do cavaleiro. Esta imagética foi levada ao extremo através da sua permanente inclusão em retábulos, bandeiras, círios, medalhas, medidas e registos e outros objectos de grande capacidade evocativa.
A estratégia resultou em pleno, sobretudo a partir de meados do século XVII, quando os registos iconográficos foram legitimados pela associação da heráldica da Casa Real portuguesa. Um outro aspecto propiciatório foi, obviamente, o conjunto das peregrinações ao santuário, que serviu como factor de actualização, comemoração e evocação cíclica do milagre. Por último, talvez o factor mais interessante tenha sido a capacidade de silenciamento das memórias concorrentes do santuário. Logo na primeira metade do século XVII se começou a desenhar uma certa contestação à sua memória histórica, por parte do Mosteiro de Alcobaça, uma vez que esta anulava os direitos senhoriais dos bernardos sobre o Sítio. Contudo, a intervenção da Coroa, salvaguardando os direitos jurisdicionais da Confraria da Senhora e do Rei sobre o local, veio reforçar a autenticidade atribuída à pressuposta doação de D. Fuas e ao seu conteúdo.
Hoje, sabe-se que o documento da Doação de D. Fuas, que nunca foi encontrado, não tem qualquer fundamento histórico. Não existe nenhum manuscrito coevo que confirme a existência daquele cavaleiro. A imagem da Senhora, trabalho de oficina regional datado dos séculos XIV – XV, também não permite aceitar, sem reservas, a historicidade duma das mais belas lendas portuguesas.


In A construção da memória nos centros de peregrinação, Communio.

(*) Pedro Penteado – Mestre em História Moderna. Técnico Superior dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Responsável pelo tratamento documental do arquivo histórico da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.
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A página da Câmara de Figueiró dos Vinhos informa acerca de figueirenses ilustres. Um deles terá sido José Malhoa. Vejamos:



José Vital Branco Malhoa, nasceu nas Caldas da Rainha em 28 de Abril de 1855.
Com a idade de doze anos, o irmão mais velho , matriculou-o na Academia Real de Belas Artes, em Lisboa.
Tendo desistido de pintar, foi trabalhar com o irmão Joaquim Malhoa, como caixeiro numa Loja de Modas.
Em 1881 decidiu retomar a pintura, revelando-se assim o seu apreço por esta expressão artística.
Tendo pintado a Ribeira de Alge em 1882, a sua vinda para Figueiró dos Vinhos, com carácter permanente, apenas ocorre no ano seguinte, por influencia de Simões de Almeida (Tio) que por essa altura o convida a passar uns dias na sua casa.
Imediatamente se apaixonou pela terra e pelas pessoas. Maravilhado com a cor dos campos e a luminosidade desta Vila, decidiu construir o seu atelier ao qual chamou Casulo, edifício projectado pelo seu amigo Arquitecto Ernesto Reynaud, tendo nesta casa, realizado algumas das suas mais importantes obras.
José Malhoa, foi um homem simples e religioso, um homem do povo, que tão bem soube retractar os usos e costumes da terra onde escolheu viver. Exemplo disso são os quadros " Os Bêbados" de 1907, "O Fado" de 1910 e "A Romaria" de 1927.
Malhoa foi entusiasta pela construção do Clube Figueiroense, cujas obras supervisionou, sendo um dos seus assíduos e mais respeitados frequentadores.
Mestre Malhoa pintou e ofereceu para a Igreja Matriz o quadro da Capela-Mor "O Baptismo de Cristo", que ainda hoje pode ser admirado.
Morreu em Figueiró dos Vinhos em 26 de Outubro de 1933, vitima de pneumonia tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

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E a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos disponibiliza postais electrónicos para os visitantes do seu sítio.
Que belas férias se passariam por aqui. Até o nome é convidativo...
Lenda da Moura do Souto do Vale
Via página da Câmara Municipal de Castanheira de Pera

Era uma noite negra de Inverno.
O vento assobiava por entre os pinheiros, ao mesmo tempo que os trovões se sucediam.
Os relâmpagos alumiavam de vez em quando, a serra.
Chovia torrencialmente.
Alguém bateu à porta de um casebre do Souto do Vale, onde vivia uma pobre velha.
- Acuda, boa mulher, preciso que venha assistir a quem vai dar à luz.
Resmungando, a velha, abriu a porta e fazendo os preparativos saiu à rua, guiada pelo homem que a chamava.
Andaram algum tempo, zurzidos pela chuva que encharcava até aos ossos, tocada como era pelo vento.
- É ali, naquela Gruta!
Era uma gruta cavada na rocha, escondida entre pinhais.
Dentro, uma bela moura. Gemia, nas angústias de parturiante.
A velha persignando-se, aflita, aprestou-se nos trabalhos de assistir ao parto.
Nascida a criança, o homem que acompanhara a velha, deu-lhe como paga uma saca de carvão.
- Raios – praguejou a velha – tem uma pessoa um trabalho destes e a paga é ter que carregar com o carvão.
Meteu-se a velha no caminho de regresso e notou que a saca estava rota e que ia perdendo o carvão.
- Ora ainda bem! É da maneira que não vou tão carregada!
E o carvão foi-se perdendo!
Chegada finalmente a casa, encharcada, a velha pragueja contra a sorte.
Ao poisar a saca quase vazia, a velha admirou-se ao ver que o carvão se transformara em moedas de ouro.
Sobressaltada, voltou a velha atrás em busca do carvão perdido pela serra abaixo, certa que iria encontrar mais ouro, mas qual o seu espanto ao encontrar mais nada do que carvão molhado.
Desanimada prosseguiu o caminho, direito à mina, mas da Moura nem rastos. Desaparecera!

quarta-feira, maio 11, 2005

Lenda da Princesa Peralta
Via página da Câmara Municipal de Castanheira de Pera

Conta a lenda que existia um reino poderoso cuja capital era Colimbria. EI-Rei Arunce era dono e Senhor, reinando um tanto despoticamente e para melhor manter o poder, desarmara o povo que vivia na maior miséria.

Na corte, porém, o fausto era imenso e as festas e recepções sucediam-se ante o gáudio das damas que a isso muito eram dadas.

Entre as damas salientava-se Peralta, não só por ser filha do rei mas porque era donzela dotada de grandes formosuras.

A Sertório, o famoso guerreiro, não lhe desmereciam os encantos da bela Princesa e não se descuidava, mandando mensageiros. Também na corte eram muitos os pretendentes. Porém, a todos, Peralta, desiludia.

E os tempos foram correndo na corte entre caçadas reais e orgias faustosas, sem qualquer espécie de interesse ou cuidado pelo culto das divindades.

Enquanto que na terra reinava o descontentamento entre os fidalgos, nas alturas os deuses demonstravam cada vez maior aborrecimento pelos desvarios da juventude.

Foi então que Vénus, a mais inquieta e ofendida de todas as divindades, resolveu vir ver com os seus próprios olhos o que se passava. E transformando-se em velha, apresentou-se na corte de Colimbria sob andrajosas vestes. Facilmente se conseguiu insinuar e aproveitou para dar longos conselhos, plenos de experiência, às levianas donzelas da corte.

Foi porém sempre escutada com ares de mofa e de impensada tolerância pretendendo as damas servir-se da profunda ciência oculta de que a velha parecia possuída para Ihes desvendar os corações dos enamorados.

Isto muito agastou a feiticeira que ali mesmo jurou vingar tanta loucura e sacrilégio.

E o certo é que passadas poucas luas foi o reino poderoso invadido e transformado em humilhante escravatura.

Não teve EI-Rei Arunce força para corresponder aos ataques inimigos, retirou-se rapidamente em busca de reforços. Mandou, entretanto, Peralta e o seu séquito para um castelo que possuía nas faldas das montanhas da Lousã.

Ali se passaram tediosos dias até que um raio de esperança os veio acalentar.

Como por encanto aparecera naquelas paragens um mago, o poderoso Estela.

Este, mais não era que o enviado de Sertório que não desistindo dos seus intentos, a todo o transe procurava casar com Peralta.

A argúcia e natural habilidade do feiticeiro breve o fizeram insinuar no castelo e à custa das suas demonstrações e inteligentes argumentos conseguiu convencer Peralta que EI-Rei a esperava em Sertago, à frente dum poderoso exército.

Os verdes anos da Princesa, a despeito dos prudentes conselhos da sua fiel aia, Antígona, e do velho Tibério, facilmente se enredaram em tão agradável aventura.

Assim, e sob as indicações do hábil Estela, imediatamente se aprestaram os preparativos para a jornada.

Desta forma todo o séquito acompanhou a Princesa guiado sempre por Estela e assim chegaram aos cimos da serra e a foram atravessando.

Jornada de tal jaez era porém demasiada para a debilidade da velha Antígona. Uma trovoada imensa obrigou-os a acoitarem-se numa gruta e ali faleceu a fiel Antígona.

Desditosa, Peralta, chorou imensamente a morte da companheira e quase desistiu de tão tormentosa viagem.

Sobre a sepultura da pobre aia se colocou uma laje com a seguinte inscrição:

«ANTIGONA DE PERALTA AQUI FOI DA VIDA FALTA».

E a jornada continuou.

A Princesa fizera entretanto voto de mais não comer nem beber pelo que muito foi o espanto dos acompanhantes quando a insistência de Estela que lhe perguntava se queria água, lhe respondeu: VOLO!

Prosseguindo, mais animada, na jornada, avançavam a caminho da almejada Sertago.

Porém Vénus vigiava a caravana e resolve acabar com tanta desdita. Envia um poderoso raio que transforma os acompanhantes em montanhas e a bela Peralta numa formosa sereia que ficou vivendo nas águas que brotavam da serra onde ficara para sempre Antígona.

E conta a lenda que esse raio poderoso desfez igualmente a lápide onde para a posteridade apenas ficava da primitiva inscrição, a seguinte apagada legenda:

ANTIG…A DE PERA…

E dos sítios onde Peralta disse «VOLO» nasceu o Bolo, enquanto das paragens onde existia o túmulo, surgiu Pera.

E de toda esta lenda maravilhosa nasceu CASTANHEIRA DE PERA.
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Esta imagem tem a ver com o projecto de modernização administrativa nas Caldas da Rainha. Os serviços cada vez mais perto do cidadão quer ele seja da sede do concelho ou de um local numa freguesia mais afastada. A construção de um futuro menos assimétrico como o Sérgio falava num daqueles cinco pontos...
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Confesso que embirrei um bocado com a página da Câmara de Caldas da Rainha. Aqueles menus uns dentro dos outros em que alguns apontadores vão para ligações quebradas e em que um simples movimento do rato nos faz perder o acesso, irritam-me solenemente. Herdeiro da informática tradicional, gosto de ver as coisas bem definidas em frente.
Mas não posso deixar de vos mostrar uma pérola descoberta naquela página: uma bolsa de emprego. Quem procura ou oferece (pessoa ou empresa) pode inscrever-se e é consultável uma lista. Trabalho exemplar que dignifica a Câmara que o promove.
Caldas da Rainha
Via
página da Câmara Municipal das Caldas da Rainha

A Rainha D. Leonor, mulher de El-Rei D. João II, viajava da vila de Óbidos para a Batalha quando viu, um grupo de gente humilde que se banhava em água enlameada e quente. Mandou parar a carruagem e quis saber o que significava aquilo.
Eram tratamentos, disseram-lhe. Aquelas águas eram milagrosas: acalmavam dores, saravam feridas. Contavam-se até os casos de paralíticos que voltavam a andar como que por milagre.
A Rainha, que então padecia de uma úlcera no peito que não havia maneira de fechar, quis fazer a experiência e viu que tudo o que lhe tinham dito era verdade: viu-se curada em poucos dias.
Face a este acontecimento, a Rainha mandou erguer naquele lugar um edifício com fins terapêuticos – o Hospital Termal.
Neste local foi crescendo e prosperando uma cidade – Caldas da Rainha.
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Meto-me em cada coisa!
Já reduzi o âmbito em termos de questões e em termos de páginas. Numa primeira fase, vamos ficar à volta de OUrém.
Isso permitiu-me detectar uma forma muito interessante de articulação com os munícipes (e outros).
Consideremos a Batalha e as publicações da Câmara Muncipal da mesma.

Como se pode ver nesta página, as publicações são apresentadas com algumas linhas de descrição. Se houver interesse é possível encomendá-las através de uma simples mensagem em caixa de texto. As pessoas não fogem deixando o assunto para outro momento.
Já agora que estamos na Batalha, esta página proporciona algumas descrições sobre lendas, etc. etc.
É ainda extremamente interessante o trabalho que se está a desenvolver em termos de arquivo municipal.
Travessia do deserto



No MegaFauna, o Byn continua à procura de Maria.
Em Ourém, os guerreiros repousam, contam as armas e preparam nova investida.

terça-feira, maio 10, 2005

Corvo: Lenda de Nossa Senhora do Rosário e os Piratas
Via página da Câmara Municipal do Corvo



Estava-se no séc. XVI e a ilha do Corvo, embora quase toda rodeada como um castelo por rochas muito altas, mas isolada e com pouca gente, estava totalmente à mercê dos piratas que por esse tempo frequentemente cruzavam os mares dos Açores.

A povoação e a ermida ficavam sobre a rocha junto ao mar, próximos de uma praia de calhau solto, a que chamavam de Porto da Casa, um dos Lugares mais acessíveis aos piratas.

Uma certa vez, enquanto os homens tratavam das ovelhas e das terras e as mulheres fiavam ala e faziam os arranjos da casa, um grande grupo de piratas aproximou-se do dito porto.

A gente do Corvo, apanhada de surpresa, julgou que o seu fim estava próximo, pois era pouca e nao tinha armas para se defender.

Do mar começaram a vir muitos tiros e a ameaça dos piratas invadirem a ilha, roubarem e destruírem, se os Corvinos não respondessem com força.

Vendo-se impotentes, enquanto lutavam de cima da Rocha contra os mouros, enviando tantas pedras quantas podiam, chamavam em seu auxílio Nossa Senhora do Rosário. Para o lugar da peleja o vigário tinha levado nos braços a sua pequena imagem que há anos tinha dado à costa, em baixo, nos calhaus do Porto da Casa, e que tinha altar na ermidinha ali no Alto da Rocha. A luta foi dura, mas os do Corvo desbarataram os piratas, venceram-nos, tomaram-lhes muitas armas, sem que nenhum perigo acontecesse ao povo da terra, conseguindo ainda cativar um mouro.

Esta vitória deveu-se a Nossa Senhora do Rosário, padroeira da gente do Corvo, que, lutando a seu lado desviava todos os tiros mandados pelos piratas e devolvia-os, multiplicados, para os barcos dos mouros, conseguindo pô-los em desbarate.

Os piratas fugiram amedrontados e durante muito tempo não voltaram a atacar a mais pequena ilha dos Açores e diziam entre si: - Não vamos ao Corvo que está lá uma "Margarita" que apara as balas. A gente envia um tiro, ela manda sete para bordo e mata sete de uma vez!

Essa "Margarita" era Nossa Senhora do Rosário que, por ter feito este e muitos outros milagres, passou a ser chamada de Nossa Senhora dos Milagres e ficou a ser a Santa mais Querida de todos os Corvinos.

Hoje a pequena imagem já não está na ermidinha sabre a Rocha, mas numa linda igreja, num lugar baixo, no meio das pequenas casas duma rua estreita da pequena Vila do Corvo.
José Alho responde aos oureenses através do blog OUREM (4)

Nesta luta por uma Ourém mais democrática, mais aberta, mais desenvolvidas estamos sujeitos a tudo. Uma das coisas mais desagradáveis é aquela pergunta que é em si logo afirmação de algo menos recomendável para o candidato. Isto é, não se está interessado na resposta que este dá, mas, de certa maneira, em sujá-lo.
É o que acontece com estas duas questões ao candidato socialista. Pessoalmente, penso que um candidato é tanto mais forte quanto consegue ignorar a provocação e formular uma resposta esclarecedora ou remeter para respostas já dadas. E José Alho não fugiu às questões, não as ignorou ao contrário de um certo candidato. A sua prática, concorde-se ou discorde-se das respostas, é, assim, exemplar do ponto de vista democrático.
Eis as questões:

Anonymous said...
Caro J Alho
Permitirá a seguinte pergunta/observação:
a solução que propõe para a obra do ITMI, não é bem socialista, i.e., sim mas, não mas talvez, etc. e tal?
Não será uma das tais soluções que não solucionam coisa nenhuma e que só vai na linha dos politicozecos que querem estar bem com Deus e com o Diabo?

10:29 PM

Anonymous said...
Caro J Alho
Como candidato do PS, no Concelho de Ourém, não acha que as suas propostas, de início de campanha, para a resolução de alguns problemas que no Concelho nos envergonham, são um pouco como o seu "lema" de lançamento de campanha, i.e., "temos que acreditar" mas já todos sabemos o resultado e, portanto, tudo não é para si mais do que um passo para, depois da eleições autárquicas, se ausentar para uma Secretaria-de-Estado qualquer pejada de socialistas incompetentes, entretanto colocados em lugares de topo simplesmente porque são socialistas?

Bem-haja e felicidades
E eis a resposta de José Alho:

Aos interlocutores anónimos respondo com a educação e o respeito Democrático que por uma questão de principio todas as pessoas me merecem.
As minhas propostas são fundamentadas com base no conhecimento que tenho das questões e são claras e assumidas como a minha candidatura.
Caberá aos eleitores decidir se me acham ou não competente para o lugar a que me candidato.
Estas 2 últimas questões são mais comentários aos quais nada tenho a acrescentar para além dos esclarecimentos que aqui produzi.
Cumprimentos

jose manuel alho

segunda-feira, maio 09, 2005

A LENDA DOS FRADES
Via
página da Câmara Municipal das Lajes das Flores

“A Rocha dos Frades e a Entravadinha”

Há muitos anos havia uma família pobre, como muitas outras famílias deste Concelho, que tinha uma linda menina que se encontrava numa cama há vários anos, doente devido ao reumatismo.
A sua cama estava junto a uma janela, donde via uma linda paisagem que era a rocha dos Frades.
A menina chamava-se Mariana, sofria muitas dores, pobre menina. A sua mãe tentava confortar-lhe com tudo o que tinha para dar com muito carinho, amor, e com grandes sacrifícios. Poucos alívios davam os remédios que seus familiares lhe mandavam da América.
Mariana passava a maior parte do tempo sozinha. A sua única distracção nos momentos de solidão era a imagem que via todos os dias da janela do seu quarto a linda rocha dos Frades.
Ao fixar-se nas imagens, seus olhos, faziamna pensar que eram pessoas verdadeiras, talhadas no basalto. Eram a sua companhia de todos os dias do amanhecer ao anoitecer onde o sol poente a iluminava, reflectindo os seus raios e dando à rocha uma cor de fogo.
A rocha para a menina já era sua verdadeira amiga, sonhava muito com ela.
Mariana sonhava que seus amigos talhados no basalto a iriam salvar daquela triste vida que tinha.
Fixava-a durante muito tempo. Para ela era um frade. Imaginava-o um senhor padre de missa, que segurava ao seu peito o cibório do qual tirava as hóstias para dar a comunhão aos seus dois leigos, fixados na rocha que pareciam erguer-se pela montanha. A sua cara cor do sol sorria-lhe e sentia uma paz dentro do seu peito tão doce que as suas dores quase
chegavam a desaparecer.
Num certo dia de lua cheia, numa daquelas noites tão claras que até pareciam de dia, a menina observava a lindíssima rocha e num segundo viu o senhor frade grande voltar a sua cara para a janela do seu quarto e fixar-lhe o seu olhar tão terno e sorrir-lhe meigamente. O tempo estava calmo não se ouvia um rumor; os cães calaram-se, os pássaros dormiam nos seus ninhos, o vento não existia pois as folhas dos serrados de milho não mexiam. Como por sonho Mariana sentia que se aproximava da rocha e que subia a difícil montanha. Nada lhe fazia sentir dor, seus pés tropeçavam nas pedras do caminho. Ao chegar perto do frade a menina com os seus grandes olhos o olharam, sentia uma enorme felicidade e um enorme desejo de o abraçar e sentiu o seus braços a abraçá-la forte e uma das suas mãos lhe tocar na cabeça acariciando, ao mesmo tempo que lhe dizia:
- Minha linda menina, vais curar-te e voltarás a brincar como todas as outras crianças.
Mariana esqueceu depois o que acontecera, lembrava-se só de ter sentido frio, de ter saltado da sua cama, de ter sentido a falta do calor da sua mãe, com quem foi deitar-se, encostada a ela, que estava dormindo, aconchegando-se ao seu corpo quente.
A menina estava curada daquela terrível doença.
No mesmo dia de cada ano a menina e sua mãe iam visitar o rochedo, rezar e contemplar em veneração o tronco basáltico do senhor Frade.

O mapa do concelho Posted by Hello
Comparações (2)

O Byn anda por essas Áfricas a ver zebras e leões. Eu fico por cá, vou examinar a página das Câmaras Municipais por esse país e ver como são relativamente à nossa. Resultados só no fim. Mas o percurso tem ofertas giras.
Comecei por Lajes das Flores.
Olhem que magnífico brinde com o mapa do concelho.
E algures, escondida no meio da página, está a lenda dos frades que eu não resisto à tentação de trazer para o OUREM.
Abençoada vida que me dás tanto descanso!


A sesta do presidente Posted by Hello

Já almocei.
Vou fazer como o presidente...
Vou bater uma granda sesta...
Grooommmmmm!!!
Comparações

Não sei se os meus amigos se lembram daquela canção que era assim:

Se vires no ar
Dois pombos voar
Na mesma direcção
Repara bem
Os pombos também
Caem na tentação

Multiplicações...
Que não têm fim
Passam gerações
Sempre foi assim...

Bom. Contrariamente ao que possam pensar e ao que dizia a canção dos Conchas, não vou fazer Multiplicações.
Mas vou fazer Comparações.
De algo do nosso concelho com o dos outros restantes trezentos e tal concelhos do país.
E porei, aqui, as conclusões se chegar ao fim. O panorama é assustador (em termos de carga de trabalho). Mas já encontrei coisas que valem a pena. Depois, digo...
Assembleia Municipal

Desculpem-me os eleitos, desculpem-me os oureenses, desculpem-me a insistência nisto.
Queria apresentar o meu protesto pelas palavras da presidente Deolinda.
Em vão procurei uma caixa de correio electrónico para a Assembleia Municipal.
Que raio de Assembleia é esta tão fechada aos oureenses?
Será que significa que não vale de nada que estes se dirijam à mesma, por esta via? Que serão ignorados? Que não lhes ligarão nenhuma? Que é exclusivamente uma Assembleia para os eleitos?
Perguntas aos candidatos

E não esqueçamos as autárquicas.
Continuemos a pôr questões aos candidatos. O OUREM deixa aqui as ligações necessárias:
Já vemos que um deles não nos vai responder, mas não o devemos excluir, por alguma razão a sua acção tem dado grande animação ao blog, embora não se possa comparar a um PSL. Aliás quanto mais se excluir, mas vai mostrando o seu respeito pelos que nos leem (mas por que é que ele não se assume como presidente de todos os oureenses? É nhurro, caramba!)
E não escondemos as nossas preferências (no actual quadro das candidaturas anunciadas).
Será legítimo definir um objectivo impossível: José Alho à Presidência!, Sérgio Ribeiro à Assembleia!?
Credibilidade

Ao princípio, deu-me vontade de rir.
Depois, vi que era a sério. Isaltino. O major Valentão. A Damasceno...
É óbvio que são inocentes. Até...
Mas a sua credibilidade estava minada e Mendes, mesmo na eventualidade de perder votos, não os quis como candidatos.
O meu aplauso para o dirigente do PSD.
E, já agora, os meus desejos que dê uma olhadela aqui para Ourém. O candidato laranja precisa de um puxão de orelhas. Esta descoordenação de serviços que se traduz num negócio é, pelo menos, suspeita. Será que o negócio que o IEP faria atingiria os mesmos montantes? Não será legítimo pensar que alguém pode estar a ser beneficiado? Por que é que presidente David se presta à maledicência pensada? Será que isso não significa falta de respeito pelos oureenses... porque sente a vitória assegurada...?
Reconhecimento

Já esqueci os meus amores
(E como elas eram bonitas!)
Mas eis que três flores
Me pedem versos nas fitas

À Sara a minha voz
lamenta o seu ar descrente
Perante exercício atroz
Há que ser mui paciente

A Telma é linda menina
Em Aplicada Economia
No primeiro ano de aulas
Nem sei quem mais tremia

Finalmente, a Isabel
Bonita e atrevidota,
Rápida como um corcel
Nas aulas uma risota

Vão deixar o ISEG
Na vida há que lutar
Oferecem-me honra tão breve
Que mais posso desejar...

domingo, maio 08, 2005

Um domingo sem posts

Havia muita coisa para falar:
- a derrota do Benfica;
- as imagens da polícia a malhar nos adeptos;
- a imagem dos adeptos a atacar os jogadores do Penafiel;
- as estúpidas declarações do meu homónimo presidente a desculpabilizar os adeptos;
- o espanto de como é que uma equipa que joga tão mal pode ser candidata ao título;
- a inoperância da polícia aqui pela Parede na proteção dos cidadãos;
- o ataque de MArques Mendes aos autarcas do seu partido sem credibilidade;
- o desenvolvimento de Ourém;
- mais perguntas para os candidatos...
... mas há dias assim. Não me apeteceu. Ao contrário do que o Sérgio tantas vezes diz, estou sem veia.
Talvez isto melhore pela manhã.
Já sabem, lá para as 7.45, estaremos firmes no blog.
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