A Mari’mília e os seus dois amigos chegaram a casa dela em Peras Ruivas e encontraram uma ti’Núncia um bocado preocupada.
- Chegas tão tarde para almoçar.
Ela contou-lhe rapidamente a situação e o rosto da senhora abriu-se num sorriso.
- Então, almoçam os três aqui em casa. Tenho um coelhinho guisado que está uma maravilha. Frita mais umas batatas.
E, naquele dia, o Luís e o Amândio provaram os maravilhosos coelhinhos criados pela Nicha e cozinhados pela mãe.
- Tenho aqui um bom tintol – disse a Nicha. – Querem provar?
Claro que não se fizeram rogar. Daí a pouco comiam e bebiam à grande e à francesa. Mas o vinho, tão clarinho, era bastante forte. O Estorietas começou a sentir os efeitos do álcool e, passado um bocadinho, já cantarolava.
- Vou passar a vida a sonhar com os coelhinhos que tu cozinhas, Nicha…
- Olha, toma juízo, não bebas mais, porque daqui a pouco passa a camioneta e temos de voltar a Ourém.
Mas o vinho de Ourém, o maravilhoso vinho de Ourém, não perdoava a ninguém. Daí a pouco, o Luís e o Amândio regressavam com a Mari’mília a Ourém e foram todo o caminho a cantarolar.
Chegados à estação dos Claras, saíram e dirigiram-se a pé ao quartel dos bombeiros. O Dr. Armando ficou fulo quando os viu:
- O que é isto? Andaram nos copos durante uma visita de estudo?
- Isto passa, isto passa – dizia o Estorietas.
O comandante dos bombeiros apressou-se a acalmar a situação.
- Dr. Armando, eles não têm culpa da situação em que se viram metidos. A responsabilidade foi toda do corpo de bombeiros e da estúpida brincadeira do meu filho. Temos de ser mais cuidadosos em futuras visitas.
- Não haverá futuras visitas – respondeu o diretor do colégio. – Aliás, não sei se esta não é mais uma coisa que faz parte do imaginário mundo do Estorietas…
FIM