sábado, agosto 17, 2019

Tarzan no Páginas de BD

Na passada quinta-feira, o Páginas de BD publicou mais uma aventura de Tarzan, uma história baseada em livro de Edgar Rice Burroghs e com o título «O homem misterioso». O desenho é de Hogarth.
Em momento de férias, aqui ficam mais alguns títulos publicados naquele blog. Como podem notar, são «velharias» preciosas publicadas no Cavaleiro Andante, no Mundo de Aventuras e na Coleção Condor

sexta-feira, agosto 16, 2019

Hoje, o meu irmão faria anos

Faria a bonita idade de 82 anos. Ainda poderia gozar mais alguns, mas, apressado, resolveu abandonar um mundo que, em muitos aspetos, não o tratou bem nos últimos tempos, especialmente a partir do momento que uma maldita queda o enviou ao Hospital de Leiria e começou um doloroso percurso e progressiva degradação.
Estou por cá, tal como em anos anteriores em que lhe trazia uma garrafa e lanchávamos ou almoçávamos juntos. Acho que vou privar com ele ao local onde descansa. Depois, faço tal qual como em anos anteriores: um apetitoso convívio com a família. Assim, é quase como se ele cá estivesse…





(Nota: a foto é recordação de passeio à Figueira de Foz proporcionado pelo saudoso relojoeiro João Dias. Apesar da diferença de idades, nota-se que éramos muito novinhos)

quinta-feira, agosto 15, 2019

Procurar ou construir um mundo melhor?

Andei a viajar. Caminhei muito.
Andei à procura de um lugar melhor, do melhor lugar



onde fosse possível fazer a minha vida.
Muitas vezes pensei que finalmente tinha encontrado esse lugar.
Em todas elas me enganei



(Arte: Daniela Spoto)

quarta-feira, agosto 14, 2019

Os interruptores

Ontem, falava de interruptores por causa do regresso do PedroL e do seu amor à leitura. Parecia que me estava a lembrar de um texto aparecido há algum tempo no Público. Garimpei, garimpei e eis mais um rapinanço...delicioso…



 À medida que os anos passam as batalhas que perdemos custam cada vez menos a suportar porque, apesar de tudo, vão sendo apagadas pelo esquecimento. Em contrapartida, as batalhas que continuamos a perder custam cada vez mais. Quanto mais lutámos por elas mais amarga é a noção do desperdício de tempo e de esforço que vamos acumulando.

Uma das batalhas que perco diariamente é contra a interrupção da leitura. Já a expliquei milhares de vezes. Alguma vezes explodi. Outras vezes pedi encarecidamente. Nunca funcionou. Continuam a interromper-me como se eu estivesse a ler a ementa.

Há pessoas que têm pena de mim por estar a ler. "Coitado", pensam, "está a ler porque está sozinho". Vêm fazer-me companhia, orgulhosos de serem bons samaritanos, salvando-me do triste destino de ler. Mesmo gritando para que desandem dali e me deixem em paz não se comovem — e não arredam pé. Alguém pôs-lhe nas cabeças que os livros só servem para estudar e estudar é um castigo a que só nos submetemos quando tempos de passar um exame.

Os livros precisam de concentração. Ando a ler a Simone Weil, enlevado mas com dificuldade. Tenho de reflectir, voltar a ler, interpretar, verificar se compreendi, pensar em exemplos e aplicações. Interromperam-me para me dizer, com voz excitada, que estava ali sentado um jogador de andebol do Sporting. Isto mesmo a meio de um parágrafo misterioso sobre a alma e a gravidade. Passei-me. Tenho a certeza que esse interruptor nunca mais me fala. Mas com a sorte que tenho pode ter sido o princípio de uma linda amizade.

terça-feira, agosto 13, 2019

O regresso do filho pródigo

Depois de mais de três meses a vaguear pela Europa Central, o PedroL regressa hoje a casa dos pais. Mas ele não se comportou como o da parábola. Ao contrário do mesmo, não levou uma vida dissoluta, antes se refugiou durante dois meses em Berlim a fazer um curso da língua germânica. Depois, circulou pela Polónia e Ucrânia gastando o que tinha sido o seu rendimento durante os meses de trabalho.
É um padrão de vida novo o de alguns jovens de agora. Trabalhar um certo período e, depois, largar tudo para viajar e conhecer outras realidades. 
O PedroL adora viajar e é leitor compulsivo de livros de poesia e de grandes obras de autores russos. O seu quarto envergonharia qualquer biblioteca de aldeia tão recheado está do material que tem vindo a ser editado entre nós. Aos poucos vou transportando os meus livros para Ourém, enchendo o meu refúgio de obras de Marx, Engels, Lenine, Betelheim, Althusser, Poulantzas…, e o espaço que eu ocupava vai sendo ocupado pelo crescimento avassalador dos livros dele.
Na Net, a sua página de contador de histórias e divulgador de viagens tem mais de 86000 seguidores.
Durante a última viagem, um pequeno incidente levou ao desaparecimento do telemóvel (perda ou roubo não se sabe) o que se traduziu na perda de dezenas de fotografias que lhe permitiriam atualizar as suas páginas. Mas não desistiu, todos os dias há um ou vários posts destinados aos seguidores.
Claro que estamos radiantes com a sua chegada. A receção também não será de um pai abastado que manda abater o melhor vitelo. Pelo contrário. chegando à noite vai contentar-se com um bifinho de peru para não ficar mal disposto depois de tanta fome acumulada e de tantos frangos mirrados à Chernobyl com que teve de conviver.
E amanhã já poderá deliciar-se a ler, ler, ler… apesar dos interruptores...

segunda-feira, agosto 12, 2019

Inês Armand - uma mulher na revolução russa


Inês Armand nasceu em Paris, em 1879, filha de pais artistas. Cresceu a falar francês e inglês, a língua materna de sua mãe. Após a morte do pai, aos cinco anos, mudou-se para a Rússia onde foi educada por uma avó e uma tia, ambas professoras.

Aos 14 anos já falava quatro línguas, russo, inglês, francês e alemão, e era uma excelente pianista. Tornou-se uma mulher atraente e apaixonante, uma importante figura do movimento comunista pré-revolucionário e ativista na luta pela defesa dos direitos das mulheres e da sua emancipação.

Casou aos 19 anos com o seu primeiro marido. De dois relacionamentos teve cinco filhos mas largou tudo para se dedicar de corpo e alma à Revolução Russa e às causas feministas. Regressou a Paris, em 1908, onde conhece Lenine. Apaixonam-se e mantêm uma relação longa que só se veio a conhecer depois da divulgação parcial dos arquivos soviéticos ocorrida na década de 1990.

Inês era uma das mulheres mais cultas do seu tempo, talento que Lenine muito valorizava. Confiou nela mais do que em qualquer outra pessoa do seu círculo tendo sido o seu braço direito. Apesar de alguns aspetos da vida de Inês permanecerem ainda hoje obscuros, este livro apresenta-se como uma importante contribuição para a compreensão deste capítulo da história russa e da vida desta mulher fascinante.

Inês Armand morreu de cólera, em 1920, aos 46 anos. O seu corpo foi sepultado na Necrópole do Muro do Kremlin, na Praça Vermelha, em Moscovo, tendo sido a primeira mulher a receber essa honra.

domingo, agosto 11, 2019

Campos de Athenry




(uma canção folk da Irlanda, talvez a mais famosa e mais cantada lá do sítio. O som da viola parece reproduzir as palavras que surgem. Notável. Aqui fica uma tradução livre. Perdoem os erros)


Através da parede da prisão solitária,
Ouvi uma jovem chamar
“Michael, eles vão-te levar
Por teres roubado o milho de Trevelyan”
Pela manhã os jovens puderam ver
um navio prisão à espera na baía

Mais abaixo, os campos de Athenry
onde uma vez vimos pássaros livres voar
e o nosso amor estava nas suas asas
nós tínhamos sonhos e músicas para cantar.

É tão solitário em volta dos campos de Athenry

Por uma parede da prisão solitária
ouvi um jovem dizer
“Nada importa Mary, quando tu estás livre.
Revoltei-me contra a fome e a coroa
e eles derrubaram-me.
Agora deves criar o nosso filho com dignidade”

Mais abaixo, os campos de Athenry
onde uma vez vimos pássaros livres voar
e o nosso amor estava nas suas asas
nós tínhamos sonhos e músicas para cantar
É tão solitário em volta dos campos de Athenry
Por uma parede do porto solitário
e
la viu, quando a última estrela caiu,
c
omo o navio prisão navegava contra o céu.
Depois ela viveu na esperança e rezou
Por seu amor em Botany Bay
É tão solitário em volta dos campos de Athenry

Mais abaixo, os campos de Athenry
onde uma vez vimos pássaros livres voar
e o nosso amor estava nas suas asas
nós tínhamos sonhos e músicas para cantar
É tão solitário em volta dos campos de Athenry


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...