sábado, novembro 12, 2005

As pessoas e as causas – 3

O cínico atrai os amigos às suas causas através de promessas que nunca chega a cumprir.
O hipócrita é o que justifica as consequências que para os amigos advêm das causas por os mesmos as terem assumido.
O altruísta é o que encontra nas causas razão para se sacrificar pelos amigos.
O egoísta é o que em amigos e causas nunca encontra razão para a existência.

sexta-feira, novembro 11, 2005

No rescaldo do XX convívio Poço

Ourém começa a encher-se de mensagens de desejado Cavaquistão.
Apesar de tudo, o que decorre do nosso último encontro é bem mais importante:
- uma rotunda no local da tradicional concentração;
- um programa na ABC Rádio;
- mais um elemento comemorativo para o próximo ano e
- que outros tragam as suas estórias.
Entretanto dois exemplares do estórias foram depositados na Som da Tinta destinados ao Skywatcher e ao Marco Jacinto...
Portugal precisa de si!

De mim?
Quem diria?
E por que é que me trata tão mal? Essa conversa parece banha da cobra...

quinta-feira, novembro 10, 2005

As pessoas e as causas - 2

Eu tinha quase a certeza que o Sérgio não poderia ficar calado. E ele fez um belo texto onde a palavra chave é coerência e que eu não posso deixar de trancrever, concordando com ele, mas sublinhando que, como humano, inseguro, crédulo... umas vezes dou mais valor às amizades outras às causas:

Nascemos numa família (os que em família nascemos). Ao longo da vida, fomos criando amizades, fomos encontrando "causas", fomos criando famílias (que às famílias existentes se acresceram ou não).
Duro é, ao longo da vida, alguns de nós descobrirem que as amizades não são incondicionais, que as "causas" exigem coerência, que as famílias podem ser instáveis e perenes, como as relações que mais queridas foram o podem ser. Por causa das "causas"?
Também. E por um pormenor que o dicionário pode ajudar a explicar. Causa é s.f. Princípio. Motivo, razão, o porquê de qualquer coisa.
Ora a descoberta/invenção dos porquês pode levar à razão de ser de um homem (uma mulher). E essa razão de ser, ao escorar-se em princípios e valores, pode relativizar muita coisa e causa (et pour cause, como diriam os... ingleses).
Pode um homem (uma mulher), que tem como princípios e valores os da solidariedade, do companheirismo, da entre-ajuda, ter como amigos quem pratica princípios e valores antónimos ou nos antípodas?, pode ser parte de uma família que se enconche (e o/a enconche) na sublimação do egoísmo, da indiferença, da des-solidariedade?
Se pode haver "causas" (que não encontrei no meu caminho, e não procuro...) que defendam o abandono de amigos e a destruição da família, há as que, valorizando a amizade, prezando muito os laços familiares, exigem uma coerência que leva a relativizar e a pôr em risco, até por incompreensão, relações muito queridas.
Escrevi coerência? Pois é uma palavra-chave (teoria <--> prática).
Também é verdade que os sentimentos, a afectividade, o amor, perturbam muito. E que há as tais razões que a razão (de ser) desconhece.
Por isso, somos todos uma mescla de "duros", de crédulos", de "inseguros" e de "outras coisas". A questão é a dosagem, e o que conseguimos pôr ao de cima para nos fazer ser o que queremos parecer. Para ser.
In anónimo Sec.XXI

A «aula» de Físico-Química



Hoje, deu-me para voltar ao saudoso Fernão Lopes.
Uma tarde, talvez o primeiro ano em que estudávamos Química, estávamos reunidos no ginásio. 
Em Ourém, o banho diário ainda não estava definitivamente instituído. Talvez uma vez por semana, com aqueles chuveiros de roldana e já era uma sorte.
Repentinamente, ouviu-se a Lena:
- Ó,..., sabes qual é a fórmula do Sulfato de Peúga. Talvez SO4PE2, não...?
Eu não queria estar na pele daquele distinto...
A casa dos fantasmas – 2

Noite saborosa, a manhã quase a clarear. “Não tarda muito começaremos a ouvir os pássaros” – pensámos.
E não nos enganámos.
Por volta das sete, um magnífico cantar trouxe nova vida à nossa casa:

Pi-Pa-Pi-Pa-Pi-Pa-Pi-Pa
Pi-Pi-Pi-Pi-Pi-Pi-Pi-Pi
Pa-Pa-Pa-Pa-Pa-Pa-Pa-Pa
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Que simpático passarinho. Logo de manhã a dar-nos música...
Passaram 10 minutos.
- O diabo do pássaro nunca mais se cala...
Sete e meia.
- Já estou com a cabeça doida. Vou enxotá-lo.
A Pipoca já estava escondida debaixo de um cobertor aterrorizada com tanto ruído.
- É ali na chaminé.
Pum! Pum! Pum!
Mas o pássaro não se calava.
- Já sei é atrás daquele vidro. Vem cá e abre a janela...
A vontade não era muita, o frio não convidava, mas lá fui. No fundo, não tinha grande vontade de afastar o bicharoco que tinha sido tão simpático em vir saudar-nos.
- Olha que ele canta muito bem...
- Quero lá saber! Estou farta, já não aguento...
Junto à janela havia um móvel em cima do qual estava um relógio. Aproximei-me e reparei que o ruído vinha mais da direcção do móvel.
Não havia dúvida, era dali...
Peguei no relógio e logo o cantar mudou de direcção, ele acompanhava a minha mão.
- Foste tu quem ligou isto?...

quarta-feira, novembro 09, 2005

As pessoas e as causas

O duro é aquele que, em nome das causas, abandona amigos e até a família.
O crédulo é aquele que em nome de amigos e família abandona as causas.
O inseguro é o que mantém um equilíbrio instável entre as causas e os amigos ora privilegiando uns ora outros.
Mas há com certeza uma espécie que eu nem sei como designar que de causas e amigos nunca quer saber...

terça-feira, novembro 08, 2005

Desenvolver o espírito de "O Poço"

"Temos de congeminar outra" - diz a Teresa em comentário ao post sobre o estórias.
Eu também acho que a minha relação com Ourém só faz sentido através dos meus amigos oureenses grande parte dos quais participa neste convívio anual.
Há muitas estórias por divulgar, mas o seu portador (Zé Domingos, ...?) está renitente. Não me admira. As coisas têm de sair naturalmente, ele ainda não sentiu o apelo que não nos deixa parar.
Talvez fosse engraçado levar algumas destas estórias, alguns amigos do Poço, algumas das canções que ouvimos (e digo canções e não álbuns ou musica, porque à época o que se ouvia era canções) a algum programa na ABC Rádio. Eu acho que era uma ideia engraçada. Talvez o Rui Melo esteja de acordo e nós possamos dar outra dimensão à nossa presença.
A divulgação de excertos do actual livro pelos jornais também poderia ajudar a fazer jorrar outros...
Vamos experimentar tudo.
Manter o espírito de "O Poço"

Ainda tenho na minha memória a sensação do reencontro antes da formação do grande círculo.
Os sabores do pequeno almoço, suportado em chamuças, pastelinhos de bacalhau, rissóis, água-pé não páram de me acompanhar.
E aquela sopinha à entrada?
Meus amigos, por opção nossa, porque a inspiração não falta (é notório!), esta semana, apenas há "Poço" no OUREM. Há actualização dos posts lá para baixo, comentários, mas nada das coisas mesquinhas da política e quejandos...
Está dito!

domingo, novembro 06, 2005


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A formação do grande círculo


Chamada Posted by Picasa

O Zé não acreditava que a fotografia resultaria contra a luz. Mas a voz do grande chefe obrigou-nos à concentração:
- Meus amigos, exijo que respondam "Presente!"

Quem manda aqui sou eu Posted by Picasa

Que há para hoje? Posted by Picasa

O depósito ainda vigia Posted by Picasa

Mas muitos dos amigos ficaram apreensivos: "o quê?, vão destruir isto tudo para fazer o mamarracho dos novos Paços do Concelho? Malvados sejam!"
Um dia em cheio

Um dia em que outros ofereceram o seu espaço e a sua capacidade de animação.
Obrigado à Desafarte, à Associação para o bem estar cultural e recreativa da Lourinha, à Lelita, ao Fernando e a todos os que colaboraram na elaboração e distribuição da magnífica comidinha...

A caminho do moinho Posted by Picasa

Olhem que burrinho tão bonito que faz lembrar um carneirinho e nos traz os pesados trabalhos do passado...

Desafarte: o desafio à arte Posted by Picasa

Quem se abre tão generosamente à visita dos outros merece todo o nosso respeito...

À porta da capelinha Posted by Picasa

O quê? Só nos dão almoço se entrarmos para orar?

Uma realidade gongórica Posted by Picasa

Tudo isto é verdade. Ó Arnaldo, vai lá cortar um chouricinho... tens lá faca e tudo.

Antes do esguicho do padre Posted by Picasa

O respeito pelos bons costumes não me permite que relate o que está para além daquela porta, mas vocês imaginarão através de algumas amostras...
Sabem? Isto é local de visita frequente pela nomenclatura.

A gruta do ego Posted by Picasa

Meus amigos, saudo-vos a partir desta tribuna onde, de tantas semelhanças ao poeta alegre, eu reclamo o direito de ter tudo o que o dinheiro baseado no trabalho duro e honesto me pode garantir. Se repararem atrás de mim, há um painel com um bochechas que nos lembra alguém bem conhecido...

Chegou com uns dias de atraso Posted by Picasa

Um presente para David Posted by Picasa

Qual será o bonequinho que o nosso venerado presidente gosta mais?
Cá por mim, aposto que é o macaquinho... ou será a super mulher?

Tão enamorados Posted by Picasa

É assim mesmo. Gosto de pessoas que levam isto a sério e posam para a posteridade. Viva o poço dos namorados!

Uma ementa à altura de tão distintos oureenses Posted by Picasa

A mesa de fruta Posted by Picasa

Um animador Posted by Picasa

Há pessoas que têm aquele dom de ter jeito para tudo. Obrigado, Fernando!

Afinal a Lelita também canta, e bem, fado Posted by Picasa

Lembro-me da Lelita pequenina quando vivia na rua de Castela, antes de ir para África. Sei que fiquei triste quando partiu.
Aliás, a rua de Castela era um ambiente magnífico, cheio de miudagem, brincadeiras, boa gente...
Missão cumprida!



Entregámos ao mandatado para organização do Poço os exemplares necessários para distribuir a todos os membros e a algumas organizações do concelho.
Foram lidos alguns textos pelos protagonistas originais.
Fui saudado, aplaudido, senti-me um verdadeiro Saramago a assinar cada exemplar oferecido.
Os ausentes terão o seu livro guardado até o levantarem.
Um exemplar será também oferecido aos jornais da terra.
Acaba assim a saga do "Ourém em estórias e memórias".
E agora?
Em que sarilho nos vamos meter?
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