sábado, outubro 21, 2006

O caluniador

O prémio, hoje, vai para o Correio da Manhã, devido ao seu título de primeira página de acordo com o qual os respeitáveis ministros iriam ter aumentos de 6,1%.
Depois, lendo a notícia, concluía-se que o grosso dos ministros tinha um aumento semelhante ao imposto à função pública, o nosso primeiro, coitadinho, ainda tinha uma redução e o grande sortudo era o terrível Pedro da Silva Pereira que passava de mais de 50000 euros anuais para mais de 120000.
Excelente jornal!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Um exemplo de manipulação da informação

Um jornal diário de informação económica publicou hoje um artigo acerca do desemprego e dos 59 milhões que o Estado vai poupar com a queda da taxa de desempego. O piedoso ministro da segurança social aparece com o ar de quem é responsável por toda aquela magnífica gestão.
Aliás, ainda estou para perceber como é que se consegue converter uma súbida de 51,7 milhões de euros numa descida desse montante (fala-se em poupança) só pelo facto de a subida ser menor num ano do que no outro.
Não conheço o alinhamento político desse jornal ou se tem algum. Mas um gráfico nele inserido, mostrou como a informação pode ser manipulada... e isto foi recentemente denunciado pelo nosso amigo anónimo em texto sobre as percentagens em que nos embrulham e eu diria mais: com que nos embrulham.
Vem tudo a propósito da evolução da taxa de desemprego. Usando os números do jornal que o mesmo terá pesquisado no INE, um estudante de Economia faria o seguinte gráfico:



O gráfico mostra que há uma ligeira tendência para a descida, mas que não podemos ter sérias esperanças de uma melhoria significativa para o próximo ano.
Mas o responsável pelo artigo não fez este gráfico. Resolveu cortar-lhe a parte de baixo e criar uma escala entre 7% e 8%. Vejam o resultado:



Notável, não é? Mais um anito e acaba o desemprego...
Claro que podem não ter sido estas as intenções do autor, tanto mais que a tendência decrescente já anteriormente teve uma inversão. Mas mostra que, quando se quer, consegue-se dar à informação económica o ar que mais convem a quem a trata...

quinta-feira, outubro 19, 2006

O distraído

É tal a sua vontade para o desenvolvimento do país que confunde três décimas percentuais com retoma. E assim surgiu a gaffe prontamente denunciada e corrigida.
Agora, chegou a crise energética. Ao que parece, desde Março que os seus serviços tinham notificado o Parlamento sobre a necessidade do aumento superior a quinze por cento. Mas sua excelência não deu por nada. Se calhar nem viu. Possivelmente, a culpa é toda daquele secretário sentado com ar de mau e nome de guerra que diz que a responsabilidade é dos consumidores que andaram todo este tempo a pagar a electricidade mais barata do que deviam.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Uma nota sobre Ourém e o orçamento

Com um PIDDAC fraquíssimo (melhoria de estradas e mais salas de audiências), possibilidade de endividamento mais que esgotada (Ourém faz parte da lista divulgada pelo Governo que ultrapassou os limites de endividamento e todos sentimos em quê...), uma transferência para o Município bem fraca, as freguesias do concelho vão ter que continuar a contar os tostões. É o que podemos ver na figura seguinte (valores em euros):



Como sempre, Fátima leva a maior parte do bolo. Também são mais, é maior, tem outros problemas, dirão...
Eu só me interrogo é como é que há pessoas que ainda se candidatam às juntas com este nível de meios para resolver os problemas que, no quadro das funções atribuídas, se lhes põem.
Mas fazendo umas contas considerando as transferências do ano anterior, vê-se que até foram os mais pobrezinhos os que tiveram maior crescimento. Tal situação é revelada pelo gráfico seguinte. Estranho é o caso do Olival: será o ministro de lá?



Esta especificidade do Olival levou-nos a determinar a capitação da transferência para a freguesia por elemento da população residente de acordo com o apuramento do censo de 2001. E o resultado é surpreendente: afinal, o Olival está a tentar a convergência com o resto do concelho e os residentes dos Formigais são os campeões em capitação, afastando-se rapidamente dos restantes. É o que diz a próxima figura.



segunda-feira, outubro 16, 2006

A palavra ao carrasco

A semana começa cinzenta, chuvosa, talvez um pouco fria, agoirenta. Toda a noite, os trovões recordaram que alguém não está contente com os direitos que um dia ousámos reivindicar e que, por incúria e cedência ao facilitismo e, por vezes, à demagogia, deixámos roubar. É o sinal de que vem aí alguma coisa...
Mais aperto, pensar-se-á. Mais aflição. Mais gente em casa sem nada para fazer. E alguns com reformas chorudas, e empresas com lucros fabulosos, e outros com rendimentos de fontes bem nebulosas. O fosso, esse, vai-se cavando cada vez maior...
A hora parece ser logo às 17.
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