sábado, dezembro 25, 2004

Ourém hoje está calma, fria, parece um pouco triste.
Mas em cada família tudo é diferente.
Aqui ficam os desejos de paz e do melhor para todos os amigos que nos visitam.

quarta-feira, dezembro 22, 2004


Tenham calma. Estou quase a chegar... Posted by Hello
A Crónica da Destruição de Ourém é notícia no Público

No início de Novembro, enviámos para a Tribuna do Leitor da secção local de Lisboa do Público um pequeno texto acerca da casa do largo de Castela, solicitando a sua publicação.

Durante o último Poço, em conversa com alguém conhecedor destes meandros, fomos alertados para o facto de ser muito difícil a sua publicação dado o facto de o circuito implicar um certo conhecimento entre as partes intervenientes. Julgámos assim que seria mais um protesto condenado ao silêncio.

Afinal, o Público enviou-nos a sua prenda de Natal. Sem qualquer cunha, com total respeito pelos timings do jornal, sem qualquer interferência, o nosso texto, com a fotografia, claro está, da casa, viu, hoje, a luz do dia. Está na página 46 e reza assim:

Nesta casa não viveu ninguém importante. No entanto, o seu aspecto é memória colectiva de uma Ourém não muito distante, que em qualquer outro local do nosso país mereceria ser restaurada. O que acontece é que a Câmara de Ourém se prepara para a destruir, pelo simples facto de ter projectado uma rua para cima dela.
Julgo que, pela sua traça, é um fim muito injusto e que desagrada profundamente a alguns oureenses. Não haverá quem possa travar esta câmara, verdadeiro carrasco das memórias da nossa terra?
...
Poderá o Público dar voz a este protesto?

Há pelo menos uma coisa que resulta daqui: a certeza de que um texto de protesto pode ser publicado num jornal de grande expansão. E isso é muito importante num momento em que a própria imprensa da terra não nos liga nenhuma. Obrigado, Público!


O cheque-ensino

Pertenço a uma geração que fez uma revolução pela liberdade e por melhores condições de vida para os portugueses.

Passados trinta anos, reconheço que toda a prestação a nível de serviço público é uma vergonha. O ensino não presta, a nossa juventude chega à universidade sem saber matemática, sem saber português, sem ter conhecido o sabor do chumbo. Os centros de saúde não funcionam, com utentes mal tratados pelos administrativos que os recebem, por médicos que faltam ou que não existem. O atendimento em Câmaras e repartições públicas também deixa muito a desejar, o funcionário aparece com o rei na barriga geralmente a tentar espezinhar o utente que precisa dos seus serviços. Os serviços de segurança como a PSP e a GNR limitam-se a tomar conta de ocorrências e a caçar multas, não inibindo a criminalidade, não protegendo os portugueses.


Por outras palavras, apesar da monumentalidade de recursos gastos nesses serviços, eles para quase nada servem. São recursos gastos que vão directamente para o lixo. O contribuinte tem toda a razão para se queixar. Por isso, é preciso arranjar soluções para mudar as coisas e eu acho que temos de ter uma grande abertura para admitir tudo, mesmo aquilo que, de acordo com princípios que cultivamos de longa data, noutras condições rejeitaríamos.


Em muitos pontos dos comentários, o Pedro (Pfig) fala em algo que me lembra o cheque-ensino. Admitamos que existe um departamento central encarregue da definição de programas, das normas de prestação do ensino, do rácio professor-aluno por turma (eu entendo que devíamos limitar as turmas a 20/25 alunos), das provas de avaliação a executar em momento chave e da auditoria à prestação do serviço. Julgo que é defensável que o programa seja centralmente definido já que vivemos todos no mesmo país e pretendemos garantir uma matriz de transmissão de conhecimento comum. Tal justifica também provas definidas centralmente e auditoria.

Admitamos que se consegue apurar que o ensino produzido nas condições mínimas referidas tem um determinado custo, por exemplo, 250 euros mensais por aluno. Esse seria o montante do cheque a enviar a cada português inscrito numa escola. Pública ou privada. Com ou sem outros rendimentos.

O ensino poderia ser garantido por escolas públicas ou privadas, sendo que, em primeira instância, as câmaras ou o Estado deveriam garantir o ensino a todos desde que não houvesse iniciativa privada que o pudesse fornecer. O ensino garantido pela escola pública teria uma propina no valor do cheque-ensino. O outro teria um custo para o estudante definido pelas condições de mercado e de excelência de prestação. A prestação pública acabaria no cheque-ensino.

A afectação de professores às escolas seria feita nos mesmos moldes em que o é a prestação de trabalho noutros locais, devendo haver normativos para evitar acumulações, mas que garantissem a efectividade de funções ao fim de algum período de experiência.

Será que isto funciona? Quais são os males de que esta ideia padece? Acham que se perdia muito se se tentasse?

terça-feira, dezembro 21, 2004


Eça já o dizia Posted by Hello
Aprendiz de feiticeiro
Decididamente, o nosso ministro do bago anda com azar.
Agora são os terríveis desestabilizadores do Eurostat que não aceitam as suas manigâncias para fingir que controlava o défice.
Era aqui que os cavaquistas tinham vantagem: sabiam fazer a coisa.
Um idiota incorrigível - 2
O Fred respondeu ao nosso artigo com um belíssimo post a que chamou Modelos de Desenvolvimento - II.
Aqui registo que começo a estar de acordo com ele quando falamos em melhor educação, mas mantenho a minha opinião de que um pólo universitário em Ourém não é uma ideia errada ou como ele disse uma ideia idiota. Finalmente, defendo que o mercado de trabalho não é só o oferecido pele nossa região, por Portugal, mas, claro, pela União Europeia. A não se entenderem as coisas nestes moldes para que a andamos a construir e a entregar-lhe fatias de soberania?
Está tudo aqui.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Poema para os amigos do Ourem
Por Maria Branco

Amigos!

Ninguém vive só...
Mesmo as estrelas do céu cantam juntas,
As águas do oceano se espraiam ao mesmo tempo,
E as lágrimas vêm sempre juntas aos sorrisos...

Ninguém vive só...
Enquanto os grãos de areia do deserto
Dançam em uíssono, no bailado da brisa,
As ervas verdejantes dormem juntas,
e os pássaros aderem à revoada...

Ninguém vive só...
Mesmo as pedras procuram os caminhos
porque os caminhos tem sempre homens...
E as flores procuram o jardim,
porque os jardins tem sempre esperanças...
Mesmo o perfume procura flores,
porque as flores encerram ilusões...

Ninguém vive só..
E nesta grande harmonia de conjunto,
Neste quase inimitável poema de sociabilidade,
Procuremos situar-nos como homens,
abandonando a idéia do "eu" do individualismo, do egoismo e aderindo à rima do "nós".


" Aos meus amigos de ontem, que a nossa amizade não terminou, pode estar adormecida, mas um dia vai acordar ainda mais bela, aos meus amigos de hoje, que poso estar longe mas estou sempre presente, aos amigos de amanhã ...bem, a esses direi que, que na maior parte do tempo, estou sorrindo..."


domingo, dezembro 19, 2004

O voto de Barreto
A crónica de António Barreto, hoje publicada no Público, é, mais uma vez, muito interessante. A passagem que se segue tem todo o meu apoio com excepção da passagem relativa à loucura do período revolucionário, onde Barreto não se portou lá muito bem:

Em quem vou votar, se é que vou votar, é, por enquanto, só comigo. Uma coisa é certa: voto contra este governo e esta maioria. O que estes, nos últimos dois anos, destruíram e desperdiçaram é incalculável. Vai ser difícil, no futuro, fazer pior. Da economia ao bom nome, do método de governo à estabilidade, da segurança nas instituições ao crédito externo, da credibilidade à esperança, esta gente errática, mal preparada, amadora e narcisista deixa o país em estado tal que nem artes divinas ou diabólicas manhas conseguirão, em pouco tempo e com relativa facilidade, reparar. Raramente vivemos momentos tão confrangedores como estes. Nem durante o estertor do marcelismo, nem com as loucuras da fase final da revolução, nem com os últimos meses do guterrismo. A desordem mental e a demagogia atingiram picos até hoje considerados inacessíveis.

AS MINHAS MEMÓRIAS - 3
Por Zé Rito


Entre a saída do Colégio e a entrada no mundo do trabalho mediou o espaço necessário para, como todos os mancebos, cumprir o serviço militar. Na altura era complicado. A necessidade, imposta pelo regime, de ir "defender a Pátria no Ultramar" e algures na Àfrica ser "carne para canhão" assustava qualquer um.

Foi com algum aperto na garganta que os meus Pais assistiram à minha ida, juntamente com o Luís Cúrdia, o Augusto Chapeleiro, vulgo Mina Guta, o Tó Lis, o Portugal, entre outros, até às instalações da Banda, para fazer a inspecção. Saí com a esperança de me safar, já que teria de ir ao Hospital de Tomar, onde, perante o Dr. Tamagnini, era reinspeccionado.

Fomos todos passar o dia na Nazaré tendo voltado com um chapéu de marinheiro para um baile, por nós organizado, que teve lugar no ringue do Atlético.

Guiné, Angola ou Moçambique foi o destino da maioria. Sei que três ficaram isentos de cumprir o serviço militar. Julgo que, para além de "moi même", safou-se o Portugal e o Mina Guta.

Enfim livre deste embróglio passei ao mundo do trabalho, como funcionário público, na Secretaria da Câmara.. Estávamos no fim do ano de 1965.

Foi na altura que foi criado para os velocípedes a obrigatoriedade da chapa amarela (1-VNO-00-01, etc.). E o chefe da Secretaria, de seu nome Hermenegildo Carrilho Escobar, incumbiu-me dessa tarefa.

Lembra-me, como colegas, do Sr. Honório, do Gonçalves, do Zé Félix, do Abel Vieira, da Maria Helena, da Lita, da Maria do Carmo, da Julieta Marçal, para além do meu Pai.

Ao fim do dia lá ia eu com o grande "Livro 8" à Tesouraria, onde com o chefe Baço fazíamos a conferência dos movimentos e das receitas.

Foi então que comecei a juntar o meu "pé de meia".
Em dado momento aventurei-me à aquisição de um gravador. Foi o início dos "Estúdios Trine".
Gravava em bobinas com duas faixas de cada lado em três velocidades. O altifalante estava incorporado na tampa.

Comecei a gravar música em casa mas as condições de recepção não eram as melhores. Foi então que surgiu a oportunidade de gravar a partir do rádio do Zé Alberto. Era um rádio recente que permitia com um cabo a ligação directa entre os aparelhos. O Zé Alberto vivia no Bairro Dr. Trigo de Negreiros. Daí o nome dos "Estúdios" ter o nome das primeiras sílabas do Bairro.

Rio Torto, Gouveia 2004-12-18
José Manuel Rito

Excesso de assuntos
Meus amigos, há dias assim.
Hoje há imensos temas e receio não ter hipótese de tratar tudo isto.
O primeiro, o mais importante, é que surgiu a notícia de que o Sérgio vai deixar o Parlamento Europeu. Eu já tinha ouvido qualquer coisa sobre isso. Por um lado, tenho pena, por outro, penso que pode ser bom para Ourém. Mas o povo que lê este blog está surpreso e quer uma razão. Sérgio, vais dizer qualquer coisa, não vais?
Outro assunto importante é que temos para publicar mais uma crónica do Zé Rito. Daqui a pouco, tratarei de postar um texto em que ele vai esclarecer como nasceu a designação "Estúdios Trine". E agora já percebo porque é Trine e não Trini.
Admirável é também a notícia, proveniente do BE, de que vai apoiar o Governo PS. Pessoalmente, não gosto destes cheques em branco, sinto que podem ser considerados oportunistas, mas vamos estar atentos.
Há ainda, no Público, uma crónica muito interessante de António Barreto de que pretendemos reproduzir uma parte.
Ao longo do dia ou, talvez, amanhã, vamos desenvolvendo tudo isto.
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