Em 1998, o Luís Nuno fez cinquenta anos e tive o privilégio de ser convidado por ele para uma festa comemorativa desse evento a qual teve o seu lugar em Conímbriga.
O que o Luís fez nesse momento foi reunir no mesmo espaço pessoas provenientes de muitos locais onde deixou amizades e passar ali uns bons momentos a recordar com eles muitas peripécias.
Recordo a presença nessa festa de um grupo onde estava também o encenador Helder Costa da Comuna. Percebi, mais tarde, que esse grupo tinha estado com o Luís em França e que, em determinado momento, tinham sido uma espécie de núcleo duro da organização OCMLP, «O Grito do Povo».
Para que os meus amigos tenham uma ideia acerca da formação e natureza destas organizações deixo-vos um diagrama que já não sei a quem roubei (talvez às memórias do embaixador Seixas da Costa, não garanto), onde se destaca a formação de três das principais: PCP (m-l), UDP e MRPP.
Tenho de dizer que, na altura do 25 de Abril, todas estas organizações, mais o MES, me atraiam muito. No ISEG, o ambiente também tinha muito a ver com elas e, para mim, era uma tristeza ver MES e UDP a digladiarem-se (para certas disciplinas, chegou a aparecer um programa de cada uma das organizações). Isto é, antes de o Livre aparecer eu já defendia os princípios de união das esquerdas que este partido veio a encabeçar.
Cabe por fim acrescentar que esses amigos do Luís Nuno desenharam um painel com os cinco ideólogos do marxismo a que acrescentaram um esboço com uma imagem do Luís. Ele teve a amabilidade de oferecer um exemplar a cada um dos amigos. Mas eu fiquei danado: porque eu é que queria ser o sexto da representação.