O ministro Portas apresentou ao cair da noite o tão falado Guião para a reforma do Estado. Quem esperava alguma coisa de original deste governo terá com certeza ficado desiludido. As 110 páginas não passam de um conjunto de chavões já mais ou menos conhecidos acerca de intenções deste governo assentando nas ideias de privatizar hospitais, segurança social e escolas... e o que mais se lembrarem.
As palavras do ministro são uma espécie de música para acompanhar a morte do Estado Social. Claro que Portas garantiu estar de acordo com o Modelo Social Europeu, mas a sua perspetiva sobre o dito deve ser tão aberta que tudo cabe neste "estar de acordo".,, mesmo a sua negação.
Não sei se algumas afirmações foram rigorosas como aquela em que se referiu ao grau de cobertura das despesas com pensões de reforma. Convém recordar que, neste particular, muitas vezes o Estado esquece o seu papel de patrão e, como tal, de contribuir como os outros patrões, gerando os problemas de financiamento agora tão falados na CGA.
Apresentado para cumprir calendário, parecendo um nado-morto, este guião representa intenções pouco estruturadas, é certo, de uma dada direita, que, ao contrário de outros, tem capacidade para se unir para concretizar projetos, e, nesse contexto, é perigoso.
Apresentado para cumprir calendário, parecendo um nado-morto, este guião representa intenções pouco estruturadas, é certo, de uma dada direita, que, ao contrário de outros, tem capacidade para se unir para concretizar projetos, e, nesse contexto, é perigoso.