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segunda-feira, janeiro 14, 2008

O quiosque

Há dias, em paragem junto do senhor Manuel Cartucho, ele, na sabedoria que tão longa idade lhe confere, afirmou: “Olhe, meu amigo, acredite no que lhe digo. Mal passe de ano, desaparecem metade das empresas do país”. Não sei se a estatística dele estará ou não correcta. A verdade é que, aqui para a minha zona de trabalho, o desaparecimento de pequenas lojas tem sido avassalador.
Agora, foi o simpático quiosque dos jornais. Naquele sítio, onde paramos todos os dias, onde há sempre mais uma palavra de quase amizade, não se encontrou viabilidade para prosseguir. E, um dia, chegaram a dizer-me: “Fechamos e não temos quaisquer perspectivas sobre o que vamos fazer”. Quer dizer, é preferível fechar do que fazer qualquer coisa mesmo que, teoricamente, esta deixe margem...
Bem pode São Cavaco pregar contra o crescimento das desigualdades. Estas reforçam-se todos os dias como resultado directo de uma política que tem o foco nas pessoas como principal inimigo. À pauperização absoluta da grande maioria dos portugueses, a que temos vindo a assistir, só pode seguir-se a continuação da espiral de pauperização até que leve à ruína e inação todos aqueles cujos rendimentos se baseiam na actividade local. É uma espécie de contradição criação * realização do valor. Quando tudo terminar, o senhor Ministro poderá orgulhosamente ufanar-se frente às câmaras: “Meus amigos, conseguimos a vitória final: o défice é zero%!”.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Aprenda a escrever bem: Cartucho ou Cartuxo?

Há dias, no Malibu Cola, o Ric Jo deu notável contribuição à correcção ortográfica através de um artigo em que ficou esclarecido que deveríamos escrever oureense e não ouriense pelas convincentes razões aí aduzidas.
Agora, como resultado da apresentação do "Ourém de Ontem", na Som da Tinta, temos esclarecida a forma correcta de escrever o cognome do senhor Manuel. Conta o Sérgio:

Voltei-me para o senhor Manuel e atrevi-me a perguntar-lhe. "com x ou com ch?" Respondeu-me logo com aquele ar que se lhe conhece e admira: "com x, com ch é de polvora e não quero cá cartuchos de pólvora...".
Pronto!, por muitos anos e bons viva o nosso Manuel CartuXo!

Viva!, diz o OUREM.
Fica assim esclarecida mais uma dúvida que atormentava Ourém quase há um século.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Sempre on

"O senhor Manuel (Cartucho) está sempre on" - diz o Sérgio.
Também já senti isso quando fiz um pequeno contacto com ele, na sua loja. As estórias não paravam, a simpatia era única. Fixei uma pequena charada que está aqui.

quinta-feira, abril 21, 2005

Adorava esta Ourém (2)



Também costumo atravessar naquele sítio. O problema é que agora o estacionamento dos automóveis e os caixotes do lixo obrigam-me a saltitar de um lado para o outro. Aqules dois amigos, lá ao fundo, está-se mesmo a ver, deram o mote para a passadeira. E quem seriam aquelas esbeltas oureenses que se atreviam a atravessar tão perigoso espaço?
Ourém deixou-me um tremendo vício. Muitas vezes dou comigo a deambular, no meio da estrada, como se não houvesse trânsito. Apesar de tudo, esse prazer posso desfrutá-lo, por vezes, aos fins de semana, aqui pela Parede...
E já repararam naquele monumental candeeiro? Não me lembro do mesmo. E a arvorezinha de copa bem redonda... será que resistiu ao assalto camarário?
Creio que esta fotografia é anterior à minha passagem por Ourém, pois não recordo aquelas paredes escuras. Mas recordo esta loja aqui ao lado esquerdo. É uma pena isto não ser tridimensional e poder ver bem o que ali está. Acho que é a loja do sr. Oliveira para onde veio muito jovem o Manuel Cartuxo...

sexta-feira, abril 01, 2005

Uma lenda viva...

... há 70 anos a servir o comércio de Ourém.
Manifesta formidável lucidez e não se deixa levar pelos argumentos alheios. Tem estórias e estórias. Lembrou-se do meu nome quando me identifiquei.
Chegou a Ourém aos 12 anos, oriundo do seminário de Cartuxa, e foi trabalhar para a loja do sr. Oliveira, junto à do sr. Pina. “Uma excelente pessoa” – diz ele.
Mal soube da minha qualidade de economista, perguntou-me de imediato se sabia como estes profissionais enganavam o povo. E esclareceu-me: “Há doze casas para treze pessoas, vou-te dizer como eles fazem”. Desenhou 12 quadrados que preencheu com números:
2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7
8 - 9 - 10 - 11 - 12 - _
“Sabes? Para a primeira vão 2. Depois vai o terceiro, o quarto, etc. Resta uma casa vazia. Vai para lá o que estava a mais na primeira...”.
É notável esta sapiência e, ao mesmo tempo, a ingenuidade. Na perspectiva do sr. Manuel, as 12 casas iam, apesar de tudo, para 12 pessoas que necessitavam delas.
Já não tinha mais tempo. Tentei ir-me embora. Ele percebeu.
"Quando cá voltares, já cá não estou".
"Você vai durar mais dez ou vinte anos".
Ele riu-se...
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