sábado, julho 02, 2005

Um ilustre contemporâneo


Seiça tem um poeta Posted by Picasa

Carlos Frias de Carvalho nasceu em 1945 em Seiça, Ourém. Frequentou Engenharia Química no I.I.L e Química na Faculdade de Ciências da U.L. Foi professor do ensino técnico em Vila Franca de Xira e trabalhou na indústria alimentar na área da Química Laboratorial. Foi dirigente associativo do movimento estudantil na área cultural. Colaborou em jornais como o Notícias de Ourém, Diário de Lisboa, A Capital, Diário Popular, A República. Exilado de 1969 a 1974 em França, aí colaborou na revista O Imigrado Português.
Poeta e escritor, está representado na antologia Poemabril, edição Nova Realidade e no Cântico em Honra de Miguel Torga, edição Fora do Texto.
Acerca da sua obra literária escreveram, entre outros, Manuel da Silva Guimarães, Carlos Loures, Urbano Tavares Rodrigues, Bernando Santareno, Cupertino, Mário Castrim, António Luís Moita, Júlio Conrado, Miguel Serrano, Cecília Barreira, António Ramos Rosa, João Rui de Sousa, José Manuel de Vasconcelos. É fundador e director da galeria de arte Ara desde 1988. Obras: Antes da Água (em colaboração com João Vieira), Escrita da Água (em colaboração com Saskia Moro).

Procurei, em vão, qualquer poema na NET para ilustrar a obra deste autor. Resta uma hipótese e deixo o desafio ao NA grande conhecedor do conteúdo do Notícias de Ourém: não tem nenhum texto ou poema do Carlos Frias, digitalizado, lá publicado, que pudessemos reproduzir em conjunto?
Isto aquece

O comunicado número 10 da CDU tem provocado alguma polémica, troca de mensagens e comentários na imprensa local.
Relativamente a um desses comentários, aparecido no Notícias de Fátima, gostaria de deixar um esclarecimento: o texto que originou o comunicado não era da CDU, mas da minha inteira responsabilidade. Eu próprio o propus à CDU como elemento da sua campanha e sinto-me honrado por os seus responsáveis o terem aceitado. A abertura da CDU, tão contrária ao que dela dizem muitos oureenses já que eu não tenho qualquer filiação partidária e mantenho que uma solução tipo José Alho na presidência da Câmara e Sérgio na Assembleia seria um bem para Ourém, dá uma dimensão completamente diferente às posições que tenho defendido relativamente a uma terra que tanto gostei e, reparem, nenhuma outra organização tomou idêntica atitude para comigo.
Atendendo a que pode não estar tudo dito sobre o nº 10, puxei-o um pouco mais cá para cima.


Ourém precisa de mudança no poder autárquico - 10
Agressões ao património urbanístico

Ourém é, hoje, uma coutada de Fátima através do exercício do poder por Catarino. Faz-se aqui o que os de lá impõem. Tal reflecte-se em múltiplos aspectos de que o menos importante não será, por exemplo, a atenção dada ao seu património urbanístico.

Os responsáveis pela autarquia não hesitaram em destruir o belíssimo jardim frente ao Central para transformarem aquele espaço em pedra sem sentido. Consta que tinham dinheiro da União Europeia e não sabiam o que haviam de fazer com ele. Melhor estivessem quietos e o devolvessem à origem. Depois, indemnizaram-nos com um parque bem afastado da vivência diária, onde temos de nos deslocar para o usufruir.

Os responsáveis pela autarquia não hesitam em destruir a “aldeia de Castela” que tem o seu expoente mais significativo na casa do Largo de Castela, preparando-se no entanto, a troco de chorudas indemnizações, para reconstruir a casa do Administrador. Está clara aqui a lógica: Ourém ganha sentido em função de Fátima, para eles Ourém não tem história própria.

Isto é ofensivo dos oureenses.

Fátima, sendo um acidente na história de Ourém, tem todo o direito ao seu caminho, à sua história, ao seu desenvolvimento, mas não a comprimir e abafar o dos oureenses. Acresce a esse facto o de nos mostrar, pelos exemplos do seu desenvolvimento, que o mesmo é também constante agressão ao património urbanístico onde mamarrachos se sobrepõem a mamarrachos numa espiral cujo crescimento não anuncia nada de bom.

As pequenas moradias de Fátima de outros tempos estão completamente destruídas ou engolidas pelos novos interesses que a dominam. Fátima é local de negócio muito mais que local de fé, cujo ambiente paradisíaco foi completamente perdido, excepto na caminhada denominada Via Sacra. Mas, mesmo aí, não sabemos quanto tempo resistirá aos interesses do capital.

Fátima tem de desenvolver-se em termos de bons serviços àqueles que a procuram pelo desenvolvimento da espiritualidade. E, quer siga os seus destinos em termos autónomos quer os siga integrada no concelho de Ourém, deverá ter, no suporte ao peregrino, em todas as suas dimensões, a sua razão fundamental de existir.

Ourém precisa de vozes que denunciem, sistemática e coerentemente, as agressões ao seu património operadas em benefício de negociatas privadas quer elas se processem em Ourém, em Fátima, em Seiça ou na mais pequena terra de qualquer freguesia do concelho. A mudança por que a CDU se bate – bateu e baterá –, independentemente dos lugares em que possam estar eleitos seus, é antes de mais uma mudança de entendimento do conceito de desenvolvimento que deverá processar-se respeitando o passado de todos os oureenses.


CDU Ourém_________________________________
Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
Uma vereação em que haja oposição



(Primeira publicação em 29 de Junho)

sexta-feira, julho 01, 2005

Um passatempo para o fim de semana


Mais simpático que muitos autarcas Posted by Picasa

Isto hoje não anima, os acessos estão muito inferiores ao que aconteceu ontem pelo que resolvi deixar-vos um passatempo e ir de fim de semana.
No entanto, quero testemunhar que, aqui da minha janela sobre São Bento, tenho assistido a algumas manifestações que se têm sucedido de forma impressionante. O Eng. Sócrates parece apostado em virar o país todo contra ele. Não é que não tenhamos de fazer sacrifícios pelo país, mas assim... de um modo tão autoritário... a tirarem-nos o direito ao descanso como se o tivessemos ganho criminosamente (eles é que dizem: a reforma do ex-vice do Banco de Portugal está dentro da lei - e só descontou 6 anos; a minha não deve estar e já lá vão mais de trinta).
Bom, mas vamos ao assunto. O autor da foto é obviamente um artista e teve uma relação com Ourém. Vejam lá se descobrem: quem é? por onde andou em OUrém? outros trabalhos...
E, se não for antes, até segunda...
Fascínio


Livro de Leitura Posted by Hello

Palavras para quê?
Mais um livro que me fascina pelo aspecto e pela simplicidade e ingenuidade de muitos dos seus textos. Um livro, por onde, certamente, terão estudado muitos oureenses do século passado.
Aqui ficam alguns extractos.
Alvorada no campo

No remoto casal, do cimo da colina
O galo solta a voz vibrante e cristalina.

A calhandra a cantar, da abóbada isolada
Anuncia também a próxima alvorada.

Vivo, mas criador, o límpido nordeste,
Meneia a ramaria ao pinheiral agreste.

Na aldeia, aqui e além, metem o pão tendido –
Remédio da semana – aos fornos em brasido.

Aguilhada na mão, o tardo lavrador
Leva pela azinhaga o carro gemedor.

As ovelhas do bardo, e as cabras do curral
Rompem a tilintar coleando pelo val.

Ao monte, enxada ao ombro, o cavador fragueiro,
A cachopa a bater as pedras do ribeiro,

E o destro naioral, co’a boiada bravia
Lá vão a labutar por todo o santo dia

Inda estrelas no céu. Lá vão. Clareia agora:
As sombras a tremer refogem com a aurora

Bulhão Pato
Epigrama

Um rico velho avarento,
Jé bem perto de expirar,
Para fazer testamento,
Manda o tabelião chamar.

Com timbre de voz roufenho
Diz o velho a suspirar:
- “Deixo tudo quanto tenho...”
E não podia acabar.

O tabelião, cansado
Do seu tempo em vão gastar,
- “Tenho escrito”, diz zangado,
“O resto? – queira ditar.”

- “Deixo tudo quanto tenho...”
O velho torna a chorar.
Pára um pouco e diz roufenho:
- “Porque o não posso levar.”

F. Xavier de Novais
A raposa e as uvas

Contam que certa raposa
Andando muito esfaimada,
Viu roxos maduros cachos
Pendentes de alta latada.

De bom grado os trincaria,
Mas, sem lhes poder chegar,
Disse: estão verdes, não prestam,
Só cães os podem tragar.

Eis cai uma parra, quando
Prosseguia o seu caminho;
E, crendo que era algum bago,
Volta depressa o focinho

Bocage

quinta-feira, junho 30, 2005

Fachada: uma galeria para a fotografia...


Isto vem no Notícias de OUrém

“Se me tivessem dito que isto estava vedado, tinha-me ido embora na sexta-feira. A impressao que tenho é que isto foi para a fotografia”. As palavras são de Maria Teresa, a galerista responsável pela exposiçao de pintura que teve lugar na nova galeria municipal, no parque linear, inaugurada durante as Festas da cidade.

A galerista não consegue entender a forma como foram tratados os artistas, nomes consagrados da pintura, considerando que aquela exposiçao nao seria a indicada para estar patente naquele local e durante esta ocasiao.

Não aceita que o espaço tenha sido vedado para a realizaçao dos espectáculos e acusa ainda o barulho feito durante os ensaios dos concertos que decorreram nas noites do último fim-de-semana.

Diz Maria Teresa que esse barulho não permitia sequer que as pessoas pudessem desfrutar da paz e concentraçao necessárias para apreciar arte. No momento em que manifestava o seu descontentamento ao Notícias de Ourém, a galerista fazia-o também ao vereador da cultura e ao chefe da divisao sócio-cultural da Câmara.
...
Maria Teresa termina a dizer-se “desgostosa com o que aconteceu” e a reafirmar a sua convicção de que “este tipo de arte (onde se incluíam nomes como Paula Rego, Malagatana ou Chichorro, entre outros) não se adapta a este tipo de eventos”.

A responsável pode ter alguma razão, mas, quando visitei a galeria, não me foi entregue qualquer informação adicional à referente a designações e preçário. Quando tentei lá voltar, estava cercada pela vedação e João Moura afadigava-se com os acabamentos da envolvente. Quem quer vender autores famosos e caros tem de investir um pouco mais na promoção e efectivamente o que a exposição parecia era um convite à compra cega...
E não digam que não colaboro


O melhor amigo Posted by Hello
Jazz-fado



Ide até lá e apreciai:

neste momento, no mercado de Ourém, entre a peixaria e a secção de frutas, já podem ouvir-se passagens de "A Júlia Florista" executadas pelo ti' Manel, o Rao Kiao de Ourém, que antecipam o sensacional concerto que terá lugar no próximo sábado na Som da Tinta...

Ourém, terra de Cultura


Composto e impresso na Tipografia Oureense Posted by Hello

Olhamos para a Ourém de hoje e interrogamo-nos: como é possível em 1960 se ter realizado uma conferência sobre um homem da terra, apoiada pela Câmara, pelo Notícias de Ourém, pela Biblioteca Pública e pela Casa de Ourém?
A dar maior ênfase a esta admiração, o facto de este texto ter sido editado pela Tipografia Oureense. Não calculam os meus amigos o que eu percorri, em vão, à procura de alguém que me publicasse as estórias a um preço aceitável e, afinal, na década de sessenta, tudo parecia mais fácil.
Vamos deixar alguns extractos desta obra interessantíssima.
Os que estiverem mais interessados encontrarão algumas obras do autor na Biblioteca da Casa de Ourém.
Um oureense ilustre


Afonso Gaio Posted by Hello

Afonso Gaio nasceu em Ourém em 25 de Outubro de 1871. Era filho do dr. Joaquim Gomes Vieira Gaio, natural do Reguengo, distrito de Leiria que veio advogar para Ourém em 1844 e aqui desempenhou as funções de presidente da Câmara, de administrador do concelho, de comandante da guarda de segurança com o posto de tenente-coronel e também foi administrador da Casa de Bragança.
O Dr. Gaio era o cavalheiro a quem o concelho deve muitos bons serviços citado por Neves Eliseu no “Esboço Histórico de Vila Nova de Ourém”. Faleceu em 1873, isto quando o seu filho Afonso tinha 2 anos, deixando a sua família crivada de dívidas e na miséria.
Imaginamos que a juventude e crescimento do jovem Afonso não tivessem sido muito fáceis que em 21 de Dezembro de 1879 foi internado na Casa Pia de Lisboa. Isso não o impediu de desnvolver uma obra notável. Deixou-nos apenas dois romances, “Os Novos” e “O Poder do Ódio”, um livro de contos, crónicas, conferências, e várias pequenas obras e, como dramaturgo, deu-nos cerca de uma vintena de peças, como poeta, cinco livros um dos quais, a sua última produção “Os Escravos” só por si, deveria ter chegado para o consagrar.
A influência de Antero e de outros magníficos vultos da nossa cultura no final do século XIX está geralmente presente.
Contra o lógico e o natural, não obstante a vastidão e o quilate do trabalho realizado, e as qualidades do carácter, merecedores da simpatia e do respeito alheios, Asfonso Gaio acumulou decepção sobre decepção, como se um grande poder adverso, desde o início o marcasse, o estigmatizasse indelevelmente.
(post baseado no texto da conferência)
(ainda no princípio e já quase qual vencido da vida...)

A culpa é minha – porque não tolero
A vida boa ou má numa aventura,
Pois não abri meu livro àquela altura
Do meu desejo, onde gravasse um – quero!

A culpa é minha, disse. E desespero!
Talvez já sem remédio, sem ter cura!
Mas a insistir com toda a desventura,
Porque, afinal, eu sinto que inda espero!

Venho falar das queixas do Passado,
E tenho-as do Presente! Não me assiste
O direito de crer outro o culpado.

Bem me dizia o coração, de triste,
Vendo passar injúrias a meu lado:
- Se tu não sabes rir, vê lá – desiste!...
(após a morte da mãe...)

Como um conto de fadas, muito antigo,
Em pergaminho lívido gravado,
Eu tenho escrito a vida do passado
Tão branca como a cinza de um jazigo.

Vão-se os olhos chorando, ao ver que sigo
Todas essas saudades; e, mau grado
Meu, quando volto ao tempo namorado,
Maior dor nessa hora está comigo!

Parte da minha vida se desterra.
- Para onde? Nem eu sei! Porque meus passos
Nem sabem da alma que meu corpo encerra.

Desde que alguém fugiu levando os braços
Onde eu, crente, dormia cá na terra,
Como as estrelas dormem nos espaços!

quarta-feira, junho 29, 2005

De volta às terrinhas das freguesias


Mais uma obra prima Posted by Hello

À falta de outra matéria, iniciámos mais um passeio virtual pelas freguesias do concelho. As escolas são um local privilegiado para encontrarmos coisas engraçadas e que não merecem ser perdidas. É o que se passa com a escola de Salgueira, uma terrinha da freguesia de Casal dos Bernardos onde a poesia já se incorpora no trabalho dos alunos, embora por vezes numa perspectiva um pouco agressiva:
Minha terra é Salgueira
Não nego minha nação
Eu não sou como você
Que é de lá e diz que não

Viva o lugar da Salgueira
É bonito e tem de tudo
Tem rapazes para a guerra
Raparigas para o estudo

Ana Rita 4º ano


Ourém precisa de mudança no poder autárquico (9)
A água e o (des)ordenamento

Em Ourém, foram precisas 5 décadas para que o abastecimento público de água chegasse a todos os pontos do concelho.
No entanto, certas regiões do concelho, especialmente na parte norte, estiveram sempre aprovisionadas deste bem indispensável como se pode comprovar pelos furos artesianos que há anos jorram metros e metros cúbicos de água potável (às vezes para a valeta...), beneficiando de extensos lençóis freáticos aí existentes. Não admira, por isso, que seja sobretudo na parte norte do concelho que exista maior número de habitações que não optaram pelo abastecimento público de água, que agora lhes chega na forma privatizada e violenta porque coerciva.

A gestão das águas municipais parece a saque e é particularmente atractiva nas situações acima referidas, quer pela abundância do recurso, quer pela permissividade política.
O financiamento de base é público, quer se trate de organismo público ou de concessão de serviços. O “talento privado” é o de optimizar esse financiamento em proveito próprio, e o contrato da exploração privada é «completado» pelo acesso a milhões de euros por parte da autarquia, os quais, em vez de serem afectos ao orçamento da água e do saneamento, vão ser usados no orçamento geral, para tudo menos para o fornecimento de água. Depois, é o utente que paga a factura da água (associada por esta autarquia à do saneamento) ao longo do contrato. Sem o saber, paga a fiscalidade local, substituída por essa factura…
Os benefícios políticos que os autarcas daqui tiram são fáceis de perceber!
O desordenamento de que o nosso concelho tem sido vítima, expressão máxima do clientelismo que por cá se enraizou, tem também expressão na contaminação e ameaça de contaminação que não é acautelada pois tais questões não são ponderadas dado que outros interesses prevalecem. De tudo um pouco se vê, como gasolineiras construídas precisamente sobre zonas de lençóis freáticos, ou onde a sua existência é muito provável, o que logicamente permite inferir da possibilidade de contaminação por hidrocarbonetos. Algumas destas gasolineiras estão mesmo dentro de zonas de reserva ecológica, o que, para além da grave e permanente ameaça de contaminação, constitui um atentado à paisagem envolvente.

Com o crescimento populacional e a continuada falta de ordenamento, os lençóis freáticos situados nas localidades em crescimento vão-se tornando inutilizáveis, as infra-estruturas de saneamento não são modernizadas, ou são ainda inexistentes como em vários locais do nosso concelho, a escassez obriga os aglomerados a abastecer-se em fontes mais distantes com o correspondente (pode mesmo dizer-se, nesta lógica de exploração, com o desejado) aumento da factura.

Dizia Platão, filósofo grego nascido no ano 348 a.C., em As Leis, Livro VIII “ De todos os alimentos da horticultura, o mais nutriente é seguramente a água. É porém fácil corrompê-la, pois não sendo a terra, o sol, ou os ventos que nutrem as plantas, fáceis de arruinar por via de drogas, desvios ou mesmo roubos, a todas estas inconveniências está por natureza exposta a água. Por isso se impõe uma lei que a proteja”...
...que não ponha a sua exploração a servir interesses privados!



CDU-Ourém:____________________________
Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
Uma vereação em que haja oposição

Quem será?


Almanaque DN Posted by Hello

O homem que se esconde sob as barbas e é capa do Almanaque do DN de 1955 já a antecipar a fama e o sucesso que alguém teria no início do século XXI?
É que a vaia a que o venerado presidente David foi sujeito, digna de almanaque, indica um caminho possível para contestar a sua teimosa presença em Ourém...
A vaia

Que ingratos!
Verdadeiros arruaceiros...
Um pouco mais e ainda lhe davam um banho na fossa que corre lá à frente a céu aberto...
Decerto não merecem o esforço que este homem tem dedicado a OUrém, recebendo apenas metade do vencimento a que teria direito conforme refere o Região de Leiria (em texto - os amores de Catarino - que mais parece publicidade paga).
Agora aguentem as consequências.
Taxas de resíduos sólidos, licenças para construção, prazos de entrega de documentos, prazos para deferimentos será tudo a triplicar.

terça-feira, junho 28, 2005

Um texto(zinho)
Por Sérgio Ribeiro

Veio a Ourém uma mulher muito bonita. De 78 anos.
Uma grande escritora. De contos. De poemas. De palavras simples contando a(s) vida(s).
Uma mulher transbordante de ternura. De humanidade.
Mas – também! – uma mulher com força. Determinada. Na luta. Com outros. Com muitos outros por um mundo outro. Por um mundo de viver humano. Nosso.
Foi um encontro. Um convívio. Um conVIVER com os outros.

Nesse mesmo dia, veio a Ourém uma máquina. De ganhar dinheiro. Servindo(-se de) um homem.
Uma máquina impressionante. De marketing. Um produto para o mercado!

No primeiro acontecimento, estiveram/participaram dezenas de pessoas. Em convívio. No final, todos se sentiam melhores, mais ricos, mais humanos.
No segundo acontecimento estiveram milhares de pessoas. Comeram sardinhas e beberam vinho. Ouviram muito som e ofuscaram-se com muitas luzes. Não sei se teriam saído melhores do que entraram. Talvez... até porque, ao que parece, muitos extravasaram uma vontade de vaiar quem consideram que merece ser vaiado. O Presidente da Câmara de Ourém.
Quem seria o poeta misterioso...?

... autor deste livrinho “Versos”. E que ligação teria a Ourém?

Teresa: Gosto desta poesia que dá a ver um quotidiano simples e bucólico, por vezes, transformando-o em descoberta permanente. Quem é o autor? Não consigo decifrar...
Já vi! Já vi o nome do autor, Não me diz nada., mas talvez pudessemos saber mais...

Joca (até que enfin voltou ao Ourem...): Sim, esses apelidos indiciam possiveis ligações a Ourém. A que de imediato me ocorreu foi mais precisamente a uma 'extinta' familia de Pisões, Caxarias.

Teresa: A família San Payo era dos Pisões, sim. As irmãs Carolina's como eram conhecidas lá e o irmão Alfredo. Quem sabe mais?

Anónimo: Consta que o poeta era casado com uma filha de Marcello Caetano e que, por vezes, frequentavam casas, na Olaia, de famílias aristocráticas que por lá existiam.
Desconheço a sua profissão. Na época um Meleiro de Sousa, Eng., teve um prémio julgo que atribuído pela Philips devida à qualidade de uma lâmpada produzida.

Há pouco telefonei para o meu irmão que, com mais uns anitos, poderia esclarecer o mistério:

- Meleiro de Sousa...?... Não me recorda nada. Sei lá, talvez tivesse a ver com os Alvim, a Quinta da Olaia... Não era o pai da Teresa Patrício Gouveia que (a TPG) vinha para lá passar férias em criança...?

Confesso que começo a ficar confuso, não tarda muito aparece-me a classe política toda aqui em Ourém. Será que não deveria ter dado notícia do livro sem ter o autor devidamente apurado? Isto é um blog... não tem preocupações de rigor... o conhecimento pode-se ir estabelecendo através da evolução da conversa... fiz bem.
Sábado, 2 de Julho na Som da Tinta


REFLEXOS-SOXELFER


abertura
de uma exposição de fotografias
de
Joaquim Castilho


Os primeiros trabalhos de Castilho


Santa Cruz
Posted by Hello

Evora Monte: trabalho de 2001 Posted by Hello

Comentário de Castilho: : Os portugueses esquecem-se com frequência que o Alentejo na Primavera é Verde!!
Sábado, 2 de Julho na Som da Tinta...


{não são estes… mas também (não) são parecidos}


Pelas 17 horas
um concerto
pelo sexteto de jazz
do

Conservatório de Ourém

Já agora aproveito para deixar uma sugestão à Som da Tinta: todas as quinta-feiras no mercado de Ourém, tenho deparado com um intérprete de fado-jazz que me brinda horas a fio com "Júlia Florista" num pífaro. Não sei se foi paixão que o homem teve, mas era uma tarde boa para o convidar e apurar o assunto...

Um visitante ilustre


Versos Posted by Hello

Julgo que não se trata de um oureense, mas de alguém que visitava regularmente a nossa terra. Consegui este livro através de familiar a quem o oferecera e não posso deixar de partilhar com os meus amigos os dois poemas que se seguem.

Aquela nuvem

Aquele nuvem que hoje vi correr
Tão lívida, sózinha, rumo incerto,
Fez-me pensar: quem saberá ao certo
O tempo que ela tem para viver?

E, no entanto, sem nunca esmorecer,
Lá vai num correr firme, resoluto.
De vida nem talvez um só minuto
Mas corre, sem jamais retroceder.

São tal e qual assim as ilusões,
Que nascem e se tornam multidões
Correndo em fuga desordenada...

Até que um dia o vento mau, voraz,
Num só instante rápido as desfaz
Transformando-as em pó, em terra, em nada!

Dia chuvoso

Cai chuva insistentemente.
O frio só ao lar convida,
Mas, mesmo assim, passa gente
Cá pela minha avenida.

E cada um traz sem querer
Sua ideia bem estampada:
Uns rostos mostram prazer
Outros dizem: - Que maçada!

E eu ao vê-los passar
Vou ficando a meditar
Num contraste que tem graça:

Parecendo triste é formoso
Um dia feio, chuvoso,
Visto através da vidraça!
Ourém de Ontem

Um bocadinho da nossa história, contada pelo oureense nº 1, que o NA não deixou ficar esquecido. Admiro aquela paciência e perseverança: reescrever tudo aquilo perante alguma indiferença local. Mas alguém agradecerá no futuro...
Aqui ficam apontadores para os 7 elementos do texto: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

segunda-feira, junho 27, 2005

Estrategicamente atrasado


Uma imagem de desperdício Posted by Hello

Este quadro mostra alguns dos aspectos que permitem caracterizar o nosso concelho como dos mais atrasados do país.
À primeira vista, pode pensar-se no estrutural abandono da Freixianda, Espite, Alburitel, Cercal, Rio de Couros, Casal dos Bernardos, etc., por os seus nomes não constarem da lista disponibilizada. Mas pode acontecer que os mesmos venham beneficiar de saneamento básico anunciado. Quer dizer, estamos no século XXI e ainda a pensar no saneamento básico. Não é que não deva pensar-se. A questão está em esse problema ser o que consome mais recursos o que indicia profundo atraso, matéria que já devia estar tratada e ainda é preocupação estratégica.
Tirando essa rubrica, praticamente só se fala em Ourém e Fátima. Vem aí a Requalificação Urbanística e o Parque de Negócios de Fátima. A avaliar pelo urbanismo que sempre andou associado à autarquia nada de bom é de esperar. Não vou repetir lamúrias em torno dos edifícios que antes por aqui existiam, mas é de pensar no que pode ocorrer em Fátima com uma empresa municipal com capacidade para expropriações e palavra importante sobre projectos.
Em algumas passagens da apresentação fala-se no desenvolvimento do Ensino Superior. Confesso que não consegui encontrar qualquer detalhe e justificação nesses campo.
Não é claro o que respeita à verba associada ao campo de golfe que já não percebo se é de Fátima (como era referido por Paulo Fernandes ao Expresso este fim de semana), de Ourém ou de Caxarias. São dinheiros públicos? Contêm a participação das Construções Lena que anunciam na sua página que esta atinge um montante na ordem dos 48%? Qual o interesse de ser minoritário já que, ao que consta, a Câmara participa com 40%?


Participações do Grupo Lena Posted by Hello

Enfim, 128 milhões sem uma palavra dedicada aos sistemas de informação, à relação com o munícipe, à protecção florestal, à melhoria dos processos administrativos na Câmara, matéria que faz sofrer e muito todos os que necessitam dos serviços da mesma. Não faz muito sentido a Câmara tratar do que está à sua volta sem tratar de si mesma. E, aqui, era necessária total reengenharia de processos.
Assim, na minha perspectiva, este plano estratégico continua na mesma linha de aplicação de dinheiros chorudos em aplicações que beneficiam negócios privados, esquece completamente o munícipe associando-lhe alguns benefícios na defecação e libertação de águas e não manifesta qualquer capacidade de retirar Ourém do seu atraso. Ostenta monumental dispêndio de verbas que não resistiria a uma análise séria das necessidades do povo do concelho de Ourém. Aliás, é clara a incapacidade do presidente para qualquer palavrinha onde justifique: porquê estes e não outros? As coisas aparecem ali como se intocáveis fossem após tanto anos andarmos a falar nelas sem grande efeito prático.
Estarão todos loucos?


Que futuro com esta gente? Posted by Hello

O que terá dado a estas pessoas para disponibilizar um ficheiro com 18 Megabytes e umas miseras 24 páginas aos munícipes? Será para não se ter acesso à apresentação? Confesso que estou quase a desistir. Custa-me escrever isto, sabendo que existem respeitáveis trabalhadores pelo meio, entre nós e a presidência, mas haja um mínimo de consideração por aqueles a quem a página se dirige e que não dispõem dos recursos da Câmara.
Por outro lado, a avaliar pelo exemplo apresentado, o presidente David devia ter mais cuidado. Que raio quer transmitir com o bonequinho acima? Será que anda a brincar às cores?
O catálogo da casa Forte


Catálogo GERAL da Casa Forte Posted by Hello

E enquanto aguardamos por mais motivos de Ourém, fazemos um retorno às leituras e outros produtos que utilizavam os nossos conterrâneos no século passado. Não se pense que o seu acesso ao mercado era dificultado pelas distâncias. Este catálogo, com mais de uma centena de páginas, prova que a venda postal tinha algum significado.
Proteger os nossos autarcas


Impermeáveis Posted by Hello

Já imaginaram os nossos venerados autarcas vestidos a rigor com as roupas de meados do século passado?
João Moura, por exemplo. Ficar-lhe-ia bem aquela gabardine quase até aos pés, posando para a fotografia enquanto decorrem as obras do parque linear.
E a nossa Pintainha? Um capindô seria ideal para se deslocar de bicicleta até Ourém pela estrada do Lagarinho.
Já o nosso venerado presidente David brilharia com a capa de cavalaria, com capuz, nas suas visitas ao campo de Golfe dos 18 buracos, dito de Fátima, mas dos lados de Caxarias.
Deste modo, evitariam que a m... (perdoem a ordinarice) que fazem lhes caisse em cima.
O secretariado


Elegantes Posted by Hello

Apreciem agora estas duas beldades, vestidas a rigor, e destinadas a secretariar o presidente. Quem não quer ter as agruras do poder para estar em tão elegante companhia?
Os fatos de banho


Fatos de banho Posted by Hello

Vejam como esta menina é sensual comparativamente às imagens de anatomia com que hoje somos sistematicamente bombardeados. Um excelente produto da casa Forte.
Um cheirinho a Portugal


Feno de Portugal Posted by Hello

E para tirar o odor a cabresto que se adivinhava para aquele tempo, à falta de gel de banho, nada melhor que estes belos sabonetes, um dos quais – Feno de Portugal – ainda podemos encontrar em alguns supermercados

domingo, junho 26, 2005

Fitoterapia: THEN


O Dr. Oliveira Feijão ensina... Posted by Hello
Fitoterapia: NOW

Muito interessante a entrevista de António Campos à Pública onde critica fortemente a Política Agrícola Comum e onde aborda a relação da agricultura com a alimentação e a saúde. Eis uma passagem:

Numa zona da Peneda,... a população não tem problemas de colesterol porque utiliza na alimentação um tipo de feijão que impede a sua manifestação.

Afastado de Ourém

Chego à conclusão que os dias por lá passados me fizeram esquecer toda a envolvente política mais global. Orçamento rectificativo e outras preocupações do Eng. passaram-me completamente ao lado. Agora, acho um piadão ao PSD e ao CDS a demarcarem-se do montante da despesa que se tinham esquecido de contabilizar...
Ourém ficou para trás. Que me resta para além do espólio que reacendi e da recordação de algumas palavras de apoio à nossa causa perdida? A verdade é que por mais perdida que seja ela serve de alívio à consciência.
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