Era inevitável.
O baú chegou ao fim. Tenho de o reconhecer com tristeza, sentindo o blog a fugir-me para o túmulo.
Por mais voltas que dê, não consigo engendrar algo que lhe dê sustentabilidade daqui a algumas semanas.
Confesso, a política oureense não me agrada muito. Em tudo me sinto marginal. O defeito é meu pela certa, é uma questão de vocação, em Ourém parece que nada acontece, que é tudo velho, não estou para me repetir...
Reproduzi artigos de outros tempos.
Acompanhei algumas campanhas, mas agora vamos ter três anos de ressaca.
Escrevi o que me lembra Ourém em termos de temas ligados a canções, BD e pessoas da minha geração...
Que mais posso fazer do que deixar-vos esta lamentação?
Bom, dizem-me aqui ao lado que o título desta crónica faz lembrar uma canção do Rui Ventoso, "ao menos deixa a letra, pode ser que uma estrelinha te ilumine". Aqui fica...
Não Há Estrelas No Céu
Rui Veloso
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso
Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho,
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho.
De que vale ter a chave de casa para entrar,
Ter uma nota no bolso pr'a cigarros e bilhar?
Refrão:
A primavera da vida é bonita de viver,
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr'a me tramar!
Passo horas no café, sem saber para onde ir,
Tudo à volta é tão feio, só me apetece fugir.
Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar,
De manhã ouço o conselho que o velho tem pr'a me dar.
Refrão
Hu-hu-hu-hu-hu, hu-hu-hu-hu-hu.
Vou por aí às escondidas, a espreitar às janelas,
Perdido nas avenidas e achado nas vielas.
Mãe, o meu primeiro amor foi um trapézio sem rede,
Sai da frente por favor, estou entre a espada e a parede.
Não vês como isto é duro, ser jovem não é um posto,
Ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto.
Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim,
Se não fosse o Rock and Roll, o que seria de mim?
[Refrão]
Não há-á-á estrelas no céu...