domingo, dezembro 31, 2006

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Não ceder!

Se se receber carta deste simpático bichinho, o importante é não ceder. O mais certo é perder dada a desproporção de forças e a capacidade de chantagear do dito, mas afrontá-lo mostra um caminho que pode trazer frutos no futuro.
Ultimamente, tem manifestado a sua existência muito para os lados de Fátima.
E a verdade é que...
... mesmo que os interesses dos presumíveis prejudicados não sejam lá muito respeitáveis já que podem basear-se nos benefícios da especulação, permitir que esta trupe vença significa que vão sentir-se cada vez mais poderosos e que, mais cedo ou mais tarde, os seus tentáculos abraçarão os bens daqueles que não recorrem a fonte desse tipo.

Os olhos do gato

Mirem-me esta fotografia. O diabo daqueles olhos seguem-me para todo o lado. Sento-me a ler o jornal e vem para o meu colo. Deito-me, tento dormir e vem para cima de mim. Se, por acaso, adormeço, arranha todas as peças disponíveis para me fazer acordar e levantar.
Agora, vejam como ele me fita...
Será aquilo natural? Não será por acaso um espião programado para registar tudo o que faço e me torturar no dia a dia? Será mesmo um gato ou será um objecto com a sua forma?

quinta-feira, dezembro 28, 2006

O barrete natalício

É assim todos os anos. Cria-se a expectativa de que algo novo aí vem e depois é a desilusão.
- Paizinho, qual é a prenda que queres?
Adivinham com certeza o que eu respondi e pedi com DVD e tudo a pensar que vinham lá umas imagenzinhas a acompanhar as canções.
Santa ilusão!
Todo o som que ali vem é sobejamente conhecido apesar de ter algumas misturas diferentes. Algumas canções, em versões diferentes, não melhoraram: o "Because" é francamente melhor no original. Bom, gostei do "Strawberries...", do "While my guitar.." em versão que já conhecia da Antologia, mas considero aquilo monumental barrete. Mas que se poderia esperar dos que restam, desaparecidos que estão o mais rebelde e o melhor instrumentista, numa edição onde a famigerada Yoko também colaborou?
Bem mais satisfatória é a prenda que a Tanita nos deixou no amanhã é outro dia.
E está tudo dito.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Uma prenda de David aos oureenses

Ourém, 25 de Dezembro de 2006...
As pessoas passeavam pela Avenida. Algumas falavam, outras apanhavam um pouco de Sol, outras olhavam na direcção daquele mini centro comercial onde funciona o Ulmar. À sua frente, os caixotes de lixo estavam cheios e bem cheios, tampas abertas, exalando um cheiro nauseabundo.
Alguns comentavam.
- É incrível! Já há uns três dias que não recolhem o lixo!
- Esta Câmara é uma miséria...
- A Câmara não tem a culpa. Quem faz a recolha do lixo é uma empresa que também o faz em Leiria.
- Mas a Câmara deve pagar-lhe e parece que as condições do contrato não são lá muito boas a avaliar pela qualidade do serviço.
- Que queres? Parece que estão em posição monopolista, não há qualquer alternativa...
Esta é mais uma prenda de David aos oureenses...

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Um Natal Feliz


O OUREM vai fechar por uns dias.
"Fechar" é uma forma de dizer: não teremos oportunidade de postar, mas o blog permanece aberto.
Deixo-vos, por isso, com uma capa do Cavaleiro Andante de há cinquenta anos, da autoria de Fernando Bento. Já agora fiquem a saber algumas das magníficas séries que por lá andavam nessa altura e que ajudaram a fazer desse um Natal feliz: [Tim-Tim] Na América do Norte, Perdida na Tempestade, Baden Powell, Capitão Flamberge, [Blake & Mortimer] Enigma da Atlântida, O Senhor do Sol, [Toni & Mimi] Talismã Negro, Uma Cidade Flutuante, [Jerry Spring] Mistério do Rancho Grande, [João Paulo] A Cidade Perdida, O Pequeno Grumete, O Sargento-Mor de Vilar.
Voltaremos lá para o dia vinte sete, se não for antes. Até lá, o OUREM deseja a todos um excelente Natal.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Undelivered mail – failure notice

Hoje, oficiei as 308 câmaras sobre o início do estudo relativo à maturidade dos seus serviços de informação em 2007.
É impressionante a quantidade de mensagens devolvidas que não foram entregues ao destinatário. Ou excederam a quota, ou já não têm aquele endereço, ou... o diabo que os carregue...
Há os que chegam ao cúmulo de tapar toda a informação sobre os seus endereços e disponibilizarem caixas de correio que não admitem anexos... logo, não vão receber o inquérito. Dão o telefone, a morada, mas o email é que não.
Para já, cerca de 40 não vão ter possibilidade de responder ao inquérito: Almeirim, Barcelos, Esposende, concelhos assim...
Mas animem-se.
Três câmaras já me responderam a avisar que receberam a mensagem e oportunamente preencherão o inquérito... e...
... a mensagem para o presidente David seguiu e não foi devolvida. O que é que acham que ele vai fazer? Eu não duvido: neste aspecto, vai manter a tradição...
Poemas entrelaçados com estórias da nossa Ourém

A actividade editorial dedicada a Ourém vai prosseguir, agora com a produção do segundo volume do "Ourém em estórias e memórias", portanto, a quarta peça do projecto com o mesmo nome (que não ficará por aí).
O objectivo deste livro continua a levar-nos à exploração de recordações da doce Ourém dos anos cinquenta e sessenta tão maltratada por gentes de agora.
Estas recordações foram sendo publicadas neste blog, alternando com poemas e com legendas de canções. Resolvemos, por isso, reproduzir parte desse efeito neste livro: as estórias de Ourém são antecedidas de uma porta que é um poema de alguém de méritos já reconhecidos e que vem, assim, contribuir para a elevação das nossas humildes linhas à categoria dos seus produtos. O efeito parece-nos extremamente benéfico.
Surgem-nos, assim, neste livro poemas de Álvaro de Campos, António Gedeão, Carmen Zita Ferreira, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Joaquim Pessoa, Maria Duarte, Miguel Torga, Tolentino de Mendonça e, claro, daquele prolífero autor que teima em não vos largar.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Trinta anos do poder autárquico

Entalado pela finalização do semestre e a necessária atenção a dar a alguns trabalhos da miudagem, ainda tive, ontem, tempo para dar uma espreitadela ao congresso que se realizou no pavilhão do Atlântico assistindo a pequena parte da intervenção do ministro António Costa.
Mais responsabilidades, mais funções, mais dinheiro para as autarquias parecem estar na ordem do dia. Mas, desta vez, após consulta de resumos relativos ao congresso, gostei especialmente daquela passagem da mensagem do presidente Cavaco em que se fala em "mais ética". Creio que esta é a questão fulcral, uma questão que, em Ourém, tem projecção muito forte...
Quem parece não estar a apreciar muito tudo isto é o troglodita da Madeira, obrigado a racionalizar as despesas, como se pode notar a partir do seu discurso cada vez mais insultuoso.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

O malvado teve morte santa

- Vamos, toca agora! - gritavam os algozes ao autor de "Venceremos" depois de o agredirem brutalmente, o torturarem e lhe esmagarem as mãos à coronhada.
São imperdoáveis quaisquer actos de violência contra os que não comungam as nossas ideias. Mas, mais uma vez, o maior responsável escapou ileso, sem sequer um julgamento que lhe demonstrasse quanto mal fez às pessoas, por isso, apesar do que escrevi há bem mais de trinta anos, o Chile ainda não venceu...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

A culpa é da quadra

Pois é.
Não consigo encontrar em Ourém algo que me transmita vontade de uma referência aqui.
Também estou longe, as visitas são esporádicas, o que está dito dito está e não vale a pena repeti-lo.
Vou acreditar que esta total desinspiração tem a ver com a quadra e que, lá para Janeiro, virá a ideia mágica capaz de salvar este blog do ameaçador afundamento.
Entretanto, vou vendo o que se passa com os meus "colegas" das anteriores eleições. A Sandra já tem um blog. Tardou, mas assim sempre ficámos libertos de ouvir elogios ao Dr. Ribeiro e Castro durante o ano que passou. O PS fez uma convenção autárquica: lá foram todos falar uns com os outros e dizer cobras e lagartos da actual vereação. Depois, veio o comunicado com o auto-elogio. Finalmente, o presidente DAvid parece que ficou irritado com o que se disse na convenção socialista. Não percebo porquê. Por muito mal que eles tenham dito da sua acção, penso que pecaram por defeito.
Mas nada disto tem piada. Aguardemos, aguardemos por melhores tempos...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Acordar

É o retorno lento por acaso num dia que traz algum sol.
Nem sei por onde hei-de começar.
A saga de Branca Flor terminou. Já tenho à minha frente os cinquenta exemplares produzidos e agora há que esperar pelo próximo Poço.
Mas que fazer até lá?
Vamos voltar àquelas horríveis preocupações do dia a dia? Breve, vou ter que retomar aquele trabalho das câmaras. Lá vou escrever ao Orelhas Moucas a fazer-lhe perguntas a que ele não responderá. E são tantos como ele: da última vez, se bem me lembro, uns 92%...
Gostaria de continuar a utilizar Ourém como ficção. Ou o próprio país... apontando para algo mais actual, com novas personagens... por exemplo o Hipócrates. Sim, aquele que veio dizer que garantir 500 euros mensais, em 2011, aos pobrezinhos que se matam a trabalhar, é uma medida de largo alcance. Aliás, consta que nunca houve nada de semelhante no país...

terça-feira, novembro 28, 2006

Um desafio à perspicácia oureana

O OUREM vai hibernar por uns dias.
Mas deixa-vos algo de aliciante. A partir deste momento, os meus amigos podem colaborar na solução do mistério que assola Ourém há tantos anos.
Quem matou BRanca FLor? Estará o inspector Alforedo de Tanta Fita dentro da razão? Não terão os meus amigos uma melhor versão dos acontecimentos?
Deixem aqui a vossa solução e garanto-vos: se for melhor do que a que está elaborada e aguarda publicação, será ela a escolhida. Vamos, ponham à prova os vossos dotes adormecidos de investigação. No final, o prémio para o melhor será inolvidável.
E, com este post, terminamos a nossa longa referência à "História Triste de Branca Flor".

segunda-feira, novembro 27, 2006

Quem matou?

Estavam todos reunidos no espaço do café Central, local escolhido devido à eventual necessidade de reconstituição. Alforedo de Tanta Fita ocupava o local junto àquela mesa de dois lugares nas costas da qual ficava a escada para a cave. Ao seu lado esquerdo, alguns quadros mostravam a Ourém dessa época. As pessoas foram-se espalhando à sua volta e Alforedo começou a sua dissertação.
- Meus senhores, estamos aqui para tentar esclarecer a morte de uma menina de Ourém conhecido por Branca Flor e que teve uma morte horrível num banco do jardim em frente. Durante muitos dias procurei uma explicação para o que se tinha passado. Ouvi pessoas, fui a vários locais, consultei a imagem que a fotografia tirada após o crime revela. Constato que essa imagem tem alguma semelhança com aquele quadro que ali vêem na parede e isso leva-me a pensar que alguma mão criminosa também adulterou a imagem. Reparem no quadro há uma pessoa, na fotografia, a pessoa não se distingue, mas, em baixo, podemos distinguir claramente os pés de alguém...
O empregado do café, o Vicênzio, começou logo a tremer.
- Mas, senhor inspector, eu estou nessa fotografia, mas não matei ninguém...
- Eu sei, meu rapaz. Possivelmente alguém quis atirar as culpas sobre ti, mas eu sei quem é o culpado – e olhou significativamente para Orelhas Moucas.
Leontina começou a enervar-se:
- Vá lá, senhor inspector, diga quem foi esse bandido, preciso de ir regar as couves.
- Esteja calma, dona Leontina. A memória de Branca Flor deve merecer-nos mais respeito. Uma coisa vos posso dizer: o assassino está aqui, entre nós...
- O quê?
Olharam todos uns para os outros cada um pensando que o outro era o criminoso. Mas o inspector não os deixou esperar mais tempo. Alforedo Tanta Fita fitou longamente os presentes. Encheu o peito de ar e disse:
- Meus senhores e minhas senhoras, finalmente esclareci o mistério da morte de Branca Flor. Não foi fácil, podem crer, houve muitos de vós que me ocultaram provas e factos, mas a minha inigualável experiência permitiu-me chegar ao fim. Vou satisfazer a vossa curiosidade. O assassino de Branca Flor foi...

E agora, os amigos oureenses terão de esperar até 3 de Novembro de 2007 para saberem, eventualmente através de algum frequentador do Poço, se o assassino de Branca Flor foi ou não descoberto...

sexta-feira, novembro 24, 2006

O estigma Orelhas Moucas

Branca Flor foi violada, açoitada, usada, enxovalhada, amaldiçoada e assassinada naquela terra.
É certo que amou e foi amada com toda a veracidade que essas palavras podem transportar em qualquer local da nossa sociedade.
Mas não conseguiu perdoar àquela gente. Um dia, antes de encontrar o grande amor da sua vida, ela produziu uma maldição dirigida ao miserável Orelhas Moucas. O uivo de loba apoderou-se do vento, enormas pedras sairam dos seculares buracos onde descansavam, as árvores libertaram as suas raízes da terra, a água desatou a correr, a encosta dos moinhos por trás da Câmara começou a vir por ali abaixo.
De repente, ela teve a noção de que aqueles não eram os únicos culpados do seu infortúnio. E a gente mesquinha de Ourém que os apoiava e que, no fundo, na sua falsa moralidade, a condenava? Ela bem via o seu ar falsamente púdico quando iam aos domingos à igreja pedir perdão dos pecados que tinham feito durante toda a semana. Não mereceriam castigo?
- Pára!!! - exclamou Branca Flor extraindo mais um pelo de gato preto quando assanhado - Que mais Orelhas Moucas assolem esta gente nos próximos cem anos. Que os seus anseios sejam sempre espezinhados. Que o seu património e a sua cultura sejam destruídos a favor dos interesses dos ricos. Que os que de entre os mais humildes têm alguma coisa disso sejam despojados em falsas realizações de interesse público...
Como por encanto a enxorrada parou, ainda envolvendo o edifício onde Orelhas Moucas permanecia aterrorizado com o ruído. O povo pensou tratar-se de algum castigo divino, mas desligou do assunto interessado que não estava em lhe dar castigo terreno.
E a maldição de Branca Flor parece não querer largar os oureenses...

quinta-feira, novembro 23, 2006

O grande detective



Esta é a imagem de Alforedo de Tanta Fita que, uma tarde de Outubro lá para meados da década de sessenta, chegou a Ourém com a missão de descobrir a razão de estranhíssimos acontecimentos que se tinham passado naquela terra e que tinham culminado na morte de uma formosa donzela junto ao café Central, onde se integravam também ataques de vampiros, enforcamentos em escadas de depósito, enxorradas pela encosta do moinho e estampanços contra choupos centenários.
É dele uma das melhores tiradas que ilustra cabalmente a sua sagacidade, embora proferida numa fase muito inicial da pesquisa:
- O assassino de Branca Flor é Leontina... Porquê? Porque é magra... e o que não mata engorda.
Direito de pernada

Branca Flor caiu nas garras de Orelhas Moucas.
Na sequência do acidente que enviou a nossa heroína para o hospital, Orelhas Moucas foi visitá-la e insinuou-se na simpática família da menina. Não tardou muito, estavam a pedir-lhe que contratasse Branca Flor para a Câmara, uma vez que já tinha concluído o quinto ano dos liceus, mas ele teve receio que ela fizesse a cabeça doida a todos aqueles homens que enchiam o local de trabalho e acabou por lhe dar emprego numa lojeca de santos em Fátima perto do posto de turismo e da farmácia.
Branca Flor não era a única menina ali colocada naquelas circunstâncias e, a breve trecho, apercebeu-se que ele servia-se da qualidade de patrão para lhes extrair favores sexuais. Tantas vezes ela ficou envergonhada enquanto ouvia os grunhidos e gemidos de Jaquina da Purificação na lojeca ao lado quando ela fingia atingir o orgasmo com o improvisado mas irrepreensível senhor.
Colabou, é certo, mas permaneceu sempre fria e hirta enquanto Orelhas Moucas se servia dela. No final sentia-se suja, enojada, mas pensava: “quando o lobo chega, é tarde para gritar ordens e conselhos...”.
Ironicamente, nesse mesmo local veio a conhecer o amor da sua vida.
Gandolfo Paixão, um jovem oureense, encantou-se de Branca Flor num momento em que arranjara um emprego em Fátima e, a partir de então, a felicidade do par de pombinhos foi inexcedível.
Mas está escrito que à maior felicidade pode estar associada a maior desgraça. Orelhas Moucas não quis sair da vida da menina.
Um dia, Gandolfo assistiu ao seu encontro e não quis ser vértice naquele malvado triângulo. Branca Flor ficou abandonada na solidão do banco de jardim em frente ao edifício da Loja do Povo, sei lá, talvez a uns trinta metros do café Central.

quarta-feira, novembro 22, 2006

O encontro com Orelhas Moucas

David Orelhas Moucas gostava de fazer favores. Um dia, após um lauto banquete com um proprietário da região, regressava à Câmara a alta velocidade, porque estava atrasado para uma reunião.
Ao passar junto ao depósito, um vulto começou a atravessar a estrada. Travou com toda a força. O carro produziu enorme chiadeira, mas foi tarde.
O embate com o peão produziu-se. Uma menina foi projectada a alguns metros.
David saiu do carro. Nesse momento, o seu homem de confiança, Vitor Pavão, apareceu e reconheceu o corpo.
- É a filha do Adalcibíades.
Orelhas Moucas sentiu-se incomodado. Não gostava daquele homem desde que ele tinha virado a população contra ele e o tinha feito passar um mau bocado.
Aproximou-se do corpo da menina. Apercebeu-se que ela era muito bonita e levou as mãos à cabeça.
- Meu Deus, o que eu fiz...
Começaram a juntar-se pessoas.
- O gajo vinha com excesso de velocidade – ouviu-se dizer.
- Claro, é o presidente da Câmara. Vão ver que não lhe acontece nada.
- Chamem uma ambulância por favor. Responsabilizo-me por todas as despesas...
Branca Flor jazia no chão sem dar sinais de vida.
Que irá acontecer?
Salvar-se-á?
Desaparecerá sem conhecer o presidente Orelhas Moucas?
Quem estava com Orelhas Moucas no regresso do almoço com o rico proprietário da região?
Amigo oureense, não deixe de acompanhar mais pequenos episódios da novela “A história Triste de Branca Flor” que o Ourem vai revelando e não esqueça que a resposta a estas e outras perguntas será dada no momento da sua publicação que, tudo o indica, surgirá em 3 de Novembro de 2007, data do XXII almoço/convívio do Poço

terça-feira, novembro 21, 2006

Oh! O rapaz vai nu...



Um dia, a rapaziada decidiu ir tomar banho para o rio. Branca Flor assistiu aos preparativos de qualquer coisa embora não conseguisse perceber o quê.
Resolveu segui-los...
Sairam de Ourém e ali, na Corredoura, viraram à esquerda, aproximando-se da ponte.
Faziam quase sempre aquele percurso, depois saiam da estrada e subiam ou desciam ao longo do rio conforme lhes desse.
No rio, uma miúda tentava apanhar peixe com um cesto, mexendo-se desalmadamente de um lado para o outro.
- É a fulaninha dos Castelos. Anda quase sempre ali, depois vai vender o peixe para o mercado. Não fala a ninguém, é uma importante...
Continuaram na direcção da Melroeira, sem saberem que Branca Flor os seguia. A certa altura pararam e Branca Flor escondeu-se atrás de uma árvore para os ver. Deliciou-se a vê-los despir e, quando se atiraram à agua, apreciou o seu porte ainda relativamente juvenil.
“Nem sabem o que os espera”.
Enquanto se divertiam na água, ela aproximou-se sorrateiramente das roupas e fugiu com elas na direcção de Ourém.
Pelo caminho aproximava o nariz daquelas roupas cujo cheiro contrastava com o perfume suave e natural do seu corpo. Menina adolescente, isso provocava-lhe sensações contraditórias.
“Homem másculo de Ourém cheira a cavalo ou cabresto...” – pensava.
Imaginam os meus amigos como os miúdos oureenses se sentiram quando viram que lhes tinham roubado as roupas e se aperceberam que tinham de regressar em pelo até casa. Voltaram à ponte, daí passaram para o outro lado e caminharam tentando esconder-se entre as árvores.
Duma janela, a tia Alice chegou a dizer:
- Oh! O rapaz vai nu...
Ninguém lhe ligou, pensaram que era um caso de senilidade, mas a verdade é que a travessia do largo da igreja e o regresso a casa daqueles meninos, perante o espanto dos frequentadores do Central e dos que atravessavam a avenida, foi nas condições descritas. Mais descansados ficaram quando, à porta de casa, depararam com as suas roupas cuidadosamente dobradas.
A partir de então, aquela ponte por onde passaram ficou conhecida como “A ponte dos desnudados”.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Uma sova monumental



- Agora vais pagá-las todas, grande sacana!
Foi assim que Adalcibíades Campos Flor vociferou contra o pérfido professor quando da segunda tentativa deste para violar a sua menina, Branca Flor.
Nunca em Ourém alguém pregou uma sova maior e mais justa do que a que foi dada a Vitorino Falinhas Mansas naquele dia. Foi esmurrado, esbofeteado, pontapeado sem piedade. O sangue jorrou-lhe abundantemente da cara e, ao fim de pouco tempo, ficou inanimado.
Foi transportado ao Hospital de Ourém e depois ao de Torres Novas na ambulância que os meus amigos podem apreciar.
Dizia o seu condutor, o ti Júlio:
- Nunca vi uma coisa assim. Parecia que tinha passado um cilindro por cima do homem ou que lhe tinham pegado por uma perna e batido com ele contra uma árvore. Era só sangue, a cara esborrachada, o peito parecia que se colava com as costas...
Apesar de tudo, o Falinhas Mansas escapou.

domingo, novembro 19, 2006

O Guardião meteu água

Calma! Calma! Calma!
Anda uma pessoa a aproveitar o merecido descanso dos fins de semana outonais em manhãs e tardes calmas e com esta temperatura tão macia, vem ao blog e aparece-lhe o pessoal todo assanhado...
Não pode ser. O assunto não merece tanto.
É verdade que confessei a um ou dois guardiões uma certa mágoa por não ter conseguido publicar em termos comerciais o "Ourém em estórias e memórias". Já relativamente ao CD não fazia qualquer sentido.
Mas não foi passada a qualquer guardião procuração para as palavras que constam do terceiro daqueles comentários. Nada pode beliscar o mérito da actividade da Som da Tinta em Ourém e por Ourém. A verdade é esta e só esta.
Por isso, o Ourem pede desculpa aos responsáveis da editora pelas palavras parvas, loucas e irresponsáveis daquele guardião.
O Ourem está satisfeito com a animação que a anunciada produção de "A história triste de Branca Flor" tem suscitado, mas não quer que isso sirva para atacar quem quer que seja entre as pessoas que nos são queridas e o Sérgio é uma delas. Por isso, ou os meus amigos ganham juízo ou fecho esta gaita e não desvendo mais nada sobre o conteúdo da obra.
Para que fique claro: não preferimos edições de autor. Só optaremos por uma edição nesses moldes se nenhuma editora manifestar interesse na publicação ou não o fizer atempadamente para poder ser distribuída entre os membros do Poço (próximo almoço/convívio em 3 de Novembro de 2007). Cumpro sempre aquilo que prometo.
E oxalá isto fique por aqui, pois pretendemos, na próxima semana, dar mais formidável avanço à obra e brindar os nosso amigos pelo menos com mais três pormenores:
- a ponte dos desnudados;
- a sova no Falinhas Mansas;
- o encontro com o Orelhas Moucas.
Estejam, portanto, os meus amigos calmos e atentos.

sexta-feira, novembro 17, 2006

O pacto

Diz o código do Poço que qualquer obra que algum dos seus membros concretize deve, primeiro, ser conhecida e avaliada no interior da seita e, só depois, se se justificar, será feita a divulgação, na totalidade, perante os membros da sociedade em geral, gente obviamente indigna de integrar a organização. Por isso, compreendendo os protestos que écse e Santa Cita vão proferindo (e que eu espero não me amaldiçoem o desenrolar da estória), não pode o Ourem divulgar na totalidade este novo e interessantíssimo produto. Quem quebrar este pacto terá de aturar David das Orelhas Moucas durante mais cinquenta anos.
No entanto, integrada que esteja a obra no historial do Poço, não há obstáculos de maior para ela ser enviada ao povo. Assim, quem a quiser, deve aqui deixar o seu nome e direcção para contacto futuro.
Entretanto, as coisas podem mudar, por isso não percam a esperança (como dizia a canção)...

quinta-feira, novembro 16, 2006

Entusiasmo

... é o que pode dizer-se da atitude de muitos oureenses perante a obra que se anuncia.
Um entusiasmo com uma manifestação contraditória: baixam as audiências, mas sobem os comentários. Claro, isto é literatura de cordel, se calhar nem isso é, não merece a atenção de gente tão séria.
A Teresa tem sido excepcional, a povoar o blog com contribuições que o enriquecem de uma maneira que eu não gostaria de ver perdida. O mesmo posso dizer em relação ao nosso amigo Santa Cita que, apesar de tudo, ainda não adivinhou quem foi o assassino de Branca Flor. O Sérgio também já manifestou o seu desejo de que o autor não desistisse.
São três vozes muito importantes para mim e a quem levo muito a sério.
Mas os aplausos não se ficaram por aqui.
Pessoas amigas têm-me telefonado a manifestar o seu apoio. Não percebo a sua timidez em aparecerem no blog. Talvez por a estória ser ordinária, mas isso é assumido desde início e, como já devem ter reparado, já fizemos uma deslocação do palco para não ferir susceptibilidades...
Têm também de compreender a minha inexperiência nestas coisas, na construção de tramas. Já escrevi 49 páginas e ainda faltam alguns capítulos, notando-se uma certa desigualdade nos tamanhos. Outras ideias surgem pelo caminho: mais ficção sobre vida política na Ourém de então (já que a real todos sabemos como é e era), mais brincadeira como o assalto ao carregamento de água-pé ou o roubo do carro dos bombeiros... mas tudo isso vai fervilhando e tem que se deixar cozer bem...
Ainda vou ser acusado de plágio

Confesso que não estava à espera desta.
De repente, percebo por que razão o nome para a obra me chegou com tanta facilidade. Uma espécie de partida do subconsciente operada a partir de uma descoberta na doce casa dos fantasmas.
Mas desenganem-se os meus amigos...
Aquela Branca Flor, anafada, sentada no chão, não é a nossa Branca Flor. O tempo também é diferente: estamos numa Ourém perto da nossa, onde já se anunciavam as maldições que nos iriam perseguir no século XXI e que, se os oureenses dessem ouvidos a quem em devido tempo os avisou, já teriam sacudido. Aquele guerreiro, coberto pela armadura, não é o nosso herói. E o assassino, como se verá, tem uma figura bem diferente daquela que vos é sugerida pela gravura...

quarta-feira, novembro 15, 2006

Terror nos moinhos de vento

Este é uma imagem do local até onde Branca Flor seguiu os seus amigos sem eles se aperceberem e os aterrorizou imitando o uivar dos lobos do Vale Travesso, atirando pequenas pedras sobre a cobertura e pondo a vela do moinho em movimento.
De repente... um enorme clarão iluminou toda a Ourém num raio de mais de 2 quilómentros a contar do ponto central ali no moinho. Ao mesmo tempo, produziu-se uma formidável explosão. Branca Flor desatou a fugir e escapou sem nada lhe acontecer. Dentro do moinho, nem todos foram tão felizes na tentativa de fuga*.
Em poucos segundos, desceram a encosta ingreme, passaram junto ao chafariz e pararam no largo onde se inicia a rua de Castela. Alguns estavam chamuscados, um tremia e não dava sinais de se conseguir recompor.
- Devia ser algum fantasma que não gostou que ali estivessemos.
Nos dias que se seguiram, tudo isto foi muito comentado em Ourém e Branca Flor gozava interiormente com o grande susto que lhes tinha pregado. Gostava de ouvir aquelas conversas em que as pessoas pensavam que uma alma do outro mundo tinha ido incomodar os rapazes que estavam no moinho, isso fazia-a sentir importante, era como se estivesse a observar o mundo e as suas crenças, com plena explicação do real, sem mais ninguém a conseguir ver. Ao mesmo tempo, estava contente por não lhes ter acontecido nada de mal. Essa não fora a sua intenção, ela só pretendia divertir-se.

* - pormenores no desenvolvimento da obra "A história triste de Branca Flor" a editar para o XXII almoço convívio do Poço

terça-feira, novembro 14, 2006

A quinta do lobo uivador



A quinta do lobo uivador situa-se nas imediações do Vale Travesso. Branca Flor e o seu amigo João Sem Terra aí estiveram um dia a surripiar fruta aos seus donos legítimos. Aquilo aqueceu um pouco e os nossos jovens amigos distrairam-se acabando por ser encontrados pelo vigilante da quinta. João Sem Terra conseguiu fugir, mas Branca Flor ficou refém do dono da quinta.
Não calculam os meus amigos o que ela passou. Quanto foi açoitada...
Enquanto o castigo decorria, o uivar dos lobos parecia acompanhar o seu infortúnio. Ela nunca mais esqueceu esse som e esses momentos e, mesmo hoje, quando se passa perto da quinta parece que o vento reproduz esse ruído.
Valeu-lhe mais uma vez a sua beleza e os ciúmes da mulher do dono da quinta.
Branca Flor foi açoitada, enxovalhada e expulsa daquele lugar, sob ameaça de denúncia à polícia.
Mas viria a conseguir a sua vingança...

segunda-feira, novembro 13, 2006

A quinta praga de Branca Flor

Um dia, apontando para o que fora o menino que vivera na casa vermelha da rua de Castela, ela profetizou:
- E tu ficarás lá para dizer mal deles todos.
Ingrato destino este que nos calha. Que nos leva a ver as actas da câmara e a encontrar coisas estranhas. Como aquela... que mereceu voto favorável da oposição e tudo...
A câmara de Ourém (acta de 23 de Outubro) prepara-se para gastar 17500* euros mais IVA no almoço e prenda para os funcionários cá do burgo.
Não fazem por menos.
Não contesto a justeza de as organizações aproveitarem estas ocasiões para cimentar a sua cultura e a aderência das pessoas aos fins da mesma.
Mas imagine-se que as 308 câmaras do país fazem o mesmo: mais de 5 milhões de euros em festas de Natal. E quanto vão gastar a mais nas luzinhas da época? E quantos buracos vão deixar de tapar por falta de verba? Num momento em que se preparam péssimas notícias para os trabalhadores da função pública isto parece mesmo a gozar com o mexilhão (o tal que se licha no fim).

* eles queriam gastar 27500 mas, graças ao vice-presidente, vão poupar 10000
Estrutura da obra

Meus amigos, respondendo a inúmeros receios que entretanto nos fizeram chegar, "nós não vamos desistir". A nossa estória irá para a frente, podendo ao longo do percurso da sua escrita sofrer alguma mudança de rumo. Relembramos que pretendemos que tudo seja visto como ficção: personagens diferentes a ocuparem os nossos espaços em Ourém e possibilidade de existência de outros espaços. Neste momento, já existe uma ideia sobre o conteúdo.
"A história triste de Branca Flor" é uma novela em oito capítulos que obedece à estrutura seguinte:
1 - A infância de Branca Flor
2 - Desvarios de juventude
3 - Branca Flor é violada à saída do colégio no regresso a casa
4 - Açoitada pelo dono da quinta
5 - O encontro com o presidente
6 - Rituais satânicos
7 - Branca Flor é morta
8 - Quem matou Branca Flor?

domingo, novembro 12, 2006

Pelo de gato preto (quando assanhado)




Se os meus amigos consultarem um dicionário satânico ou qualquer demoniólogo (que os há dos bons em Ourém), ficarão desde logo a saber que o pelo de gato preto era utilizado para fulminar com pragas todos os que não caíam nas boas graças dos candidatos a bruxos e bruxas, na nossa terra.
Não admira, então, que Branca Flor, nascida no seio das camadas populares mais genuinas e humilhada por elementos lumpen ou em ascenção na hipócrita sociedade burguesa oureense, os tenha brindado com os castigos tão horrendos como os descritos no post anterior e que a obra onde contamos a sua história vai demonstrar que ainda foram piores.
Mas houve alguém a quem ela não fulminou, transferindo a praga para os oureenses que assim passaram a ter que suportar os resultados das suas acções pelo interior do século XXI. Adivinham quem foi não é verdade?

sexta-feira, novembro 10, 2006

Algumas personagens da estória

Ao ritmo a que avançamos no argumento, é difícil apresentar todas as personagens da novela. Há muitas ideias, falta a ligação entre algumas, há também uma preocupação de dar um tratamento mais ou menos uniforme a cada capítulo e isso é contrariado pela consciência de que muitas ideias se esgotam no seu enunciado e outras podem ter imensas palavras a desenvolvê-las.
Repetimos que tudo não passa de ficção com menor ou maior aderência à realidade envolvente. Apresentamos, em seguida, algumas das personagens já identificadas. Faltam outras como, por exemplo, o grande, o verdadeiro amor de Branca Flor que ela veio a encontrar tardiamente já em pleno processo de lançamento de maldições sobre os seus semelhantes. Era um velho conhecido que já encontrara em criança e lhe mostrava os seus livros de aventuras numa casa da rua de Castela, mas estivera muitos anos sem o ver. Pensamos também em lançar um detective na estória para tentar decifrar quem assassinou Branca Flor e com que motivações.

Branca Flor – a nossa heroína, uma menina que teve o azar de frequentar o estudo no colégio onde foi encontrada e enganada por um professor sem escrupulos que a lançou prematuramente na vida sexual e num conjunto de orgias que mostravam o seu (dela) carácter um tanto desequilibrado.

Luisinho das Caveiras – um amigo de branca Flor que se envolveu com ela na fase de dedicação a rituais satânicos, apoindo-a com instrumentos para a prática e lançamento de maldições a todos os que se serviram de Branca Flor

Eufrázio dos Bons Costumes – director do colégio, mais um que tentou abusar da nossa heroína, expulsando-a no culminar do processo para manter as boas graças da mulher. Acabou por morrer em desastre automóvel quando, após uma travagem para não atropelar um cão frente ao campo de futebol do Lagarinho, o carro derrapou e foi bater violentamente contra um choupo centenário, apercebendo-se então do pelo de gato que simbolizava a maldição e estava sobre o tablier.

Leontina – esposa do Eufrázio. Desconfiava do marido e, por isso, andava sempre a vigiá-lo. Um dia, apanhou-o com Branca Flor e pressionou a expulsão da formosa menina.

Miguel do Pincel Curto – miúdo oureense com uma fixação doentia no volume do orgão genital o que o levava a propor sistematicamente comparações aos amigos e a considerar uma efémera erecção como um tamanho já adquirido, sentindo-se desesperado quando não a conseguia aguentar.

David das Orelhas Moucas – o presidente da câmara em todo o período relativo à nossa estória. Fazendo jus ao nome, nunca tinha em conta os anseios populares e chegou a ser vexado em plena Ourém quando tentou descontinuar os poços da utilização colectiva que os habitantes lhe davam na lavagem de roupas para construir uma nova urbanização. Foi salvo pela GNR que, a cavalo, de espada na mão, investiu contra os populares e assim o livrou e aos seus colaboradores mais directos de um mau bocado.

Fagundes – um vigilante do colégio que cumpria com todo o zelo a obrigação de garantir um ambiente sem pecado no mesmo e nas suas imediações. Chegou a apanhar Branca Flor com um colega, mas o seu bom coração, associado a uma boa dose de machismo, fez com que fingisse não ter reconhecido o parceiro dela.

Zé da Hélice – mais um miúdo pertencente ao grupo de Branca Flor na sua fase pré-satânica. Percorria os castelos, os moinhos, o açude, sempre a correr, em busca de aventures e tinha um estranho corte de cabelo que fazia lembrar a vela de um moinho, daí a alcunha.

Eduardinho Arameiro – um dos galãs de Ourém que também teve um curto relacionamento com Branca Flor na altura da Feira, abandonando-a em seguida. Foi encontrado enforcado na escada do depósito de águas e junto à mesma foi possível ver um pelo de gato preto.

Vitorino Falinhas Mansas – professor do colégio responsável pela assistência aos miúdos em momento de estudo. Sentiu-se atraído pelos encantos de Branca Flor e, um dia, mandando os outros embora mais cedo, fechou-se com ela na sala e seduziu-a, deixando-a louca de prazer e vontade de repetição. Mas Branca Flor acabou por se aperceber do seu cinismo e vingou-se: pereceu vitima de ataque de vampiros numa noite em que circulava junto ao chafariz perto da casa do Administrador. Quando o encontraram tinha dezenas de picadas no pescoço, todas com sangue coalhado mostrando que a vitima tinha sido totalmente sugada. Colado entre duas dessas picadas apareceu um pelo de gato preto...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Pormenores do projecto de edição

"A história triste de Branca Flor" será também uma homenagem a essa fabulosoa colecção de boa literatura, a colecção Búfalo, que nos acompanhou nos anos de juventude cuja contribuição para a nossa formação muitos sábios convencidos teimam em não reconhecer.
Encetámos contactos com os seus representantes e tornou-se possível fazer um número especial que incluirá o seu interessantíssimo símbolo, fazendo com que, em momento de entrega, os meus amigos tenham uma sensação semelhante à que tinham quando, no Central, o Adelino ou, na Marina, o Vieira ou o Zé lhes entregavam o exemplar do mês.
Sim, eu sei que haverá reclamações.
A colecção Búfalo, tal como as suas "clones" Bisonte, Arizona, Pólvora, Kansas, Califórnia, apenas editava novelas do Oeste, mas não era Ourém o local privilegiado das nossas cowboiadas?
Penso que faremos ainda novo sacrilégio. Para reduzir os custos de edição, o livro não será encadernado, mas constituído por um único caderno, agrafado em ponto de dobra e com dimensões sensivelmente iguais a metade de um A4 para aproveitar a possibilidade de imprimir duas páginas em uma. Assim, o formato aproximar-se-á do da também famosa colecção Cowboy nos seus primeiros dez números. E agora tenho de ir trabalhar no argumento. Até amanhã!

quarta-feira, novembro 08, 2006

A história triste de Branca Flor



O título desta obra poderia ser “Quem matou Branca Flor?” e aí os meus amigos reconheceriam imediatamente que terá sido inspirada na monumental seca que anualmente me infligem com a pergunta “Quem matou o cão do Roque?”.
Pensei em decifrar este último mistério, mas creio que não teria graça e exporia demasiado os meus amigos. Assim, povoei Ourém de personagens imaginárias na mesma época em que por lá passámos.
Branca Flor era uma bela menina nascida e criada na nossa terra, no seio de uma família humilde e honesta, que também frequentou o colégio onde teve a sua iniciação sexual.
Após uma adolescência errante, encontrou o amor da sua vida, mas foi tarde demais...
Foi encontrada morta, abandonada, num banco de jardim frente ao Central com uma faca espetada no coração. Admite-se que terá sido vítima de um crime passional. Mas quem terá sido o assassino? O director do colégio? O presidente da câmara? O Zé da Hélice? O Eduardinho Arameiro? Alguma esposa ciumenta? A verdade nunca chegou a ser descoberta.
A sua história nunca foi esquecida. Mas o que os meus amigos não sabem é que conseguimos seguir todos os factos relevantes do seu passado e trazer neste estória ordinária uma contribuição para esclarecer o mistério da sua morte...

terça-feira, novembro 07, 2006

Ourém em estórias e memórias: a terceira peça

O nosso projecto vai prosseguir.
Ainda não sei o que resultará disto, mas a ideia é a seguinte: voltamos à Ourém de cinquenta e sessenta do século passado. Os mesmos locais, a mesma vivência, a mesma doçura, mas também o mesmo cinismo silencioso. Tudo isso vamos povoar com gente diferente. Isto é, imaginem o mesmo espaço e tempo ocupado por outras pessoas, podendo dizer-se que qualquer semelhança é mera coincidência.
É verdade, vamos fazer uma incursão na ficção tendo Ourém por pano de fundo e a ordinarice como instrumento de comunicação...
Contrariamente às peças anteriores (o livro e o disco) nada será revelado no blog para além da sinopse, estrutura e andamento da obra...
A oferta, edição artesanal, manual, de autor, será obviamente para os amigos do Poço...

domingo, novembro 05, 2006

Um Poço sem grande círculo



Olha que manhã triste, cinzenta, pardacenta hoje está!!...
- Ainda não chegou ninguém. O melhor é esperarmos no carro.
- O que vai por aqui... como é que estas casinhas escaparam?
Ao fim de algum tempo chamaram-nos.
- Venham. O Cúrdia abriu a adega... podemos esperar lá.



As fotos não conseguem testemunhar o magnífico espaço que ainda ali resta e que o assomo de devastação que tem vindo a arrasar Ourém não conseguiu engolir. Todas sentimos a amargura que essa devastação provova especialmente os mais velhos que um dia contribuiram para o levantamento destes espaços.
Encontro o Avião:
- É pá, dizes cada coisa àqueles gajos! Ainda não te processaram?
- Estou cá para ver... até ficaria mais famoso.
Aos poucos, os membros do Poço foram chegando.



Houve ausências muito notadas: o Genito, O Duarte, o Arnaldo...
Outras começam a ser estranhamente normais: O Jó Alho, o Zé Quim, o Ferraz...
Bem podem ir desistindo. O Julito já garantiu: "enquanto houver um que cá venha neste dia, eu faço-lhe companhia". Mas esta foto mostra que muitos não desistem e que, por vezes, até trazem mais novos para a confraria.
O grande chefe fez a chamada. Depois...
- Meus amigos, vamos tomar o pequeno almoço à quinta de Maxiais...
Maxiais? Onde será isso? O que faz a ignorância de quem vive tão longe.
E partimos para Penigardos.
A prova da água-pé



- Venham! É lá em baixo.
- Já sinto o magnífico cheirinho das iguarias...
É um dos melhores bocados deste convívio: o pequeno almoço com aquelas conversas de quem não se vê há um ano e teve um passado longo em comum.



Pouco a pouco, fomos chegando e aproximando do local desejado.



Somos menos, mas tantos que ainda demoramos a chegar. Mas a quinta é grande, dá para arrumar muitos carros.



Claro que fui logo cumprimentar os amigos de quatro patas. Recordo que, à saída, houve um que seguiu o nosso carro, em monumental correria sobre o muro que separa a quinta da estrada. Negro, feio, mas belo pela sua imponência e com uma voz que impunha respeito a partir do primeiro momento.
- Depositem os guarda-chuvas. É ali dentro...



O pessoal está cada vez mais velhote, entristecido, mas não tarda muito o famoso néctar obrigará à animação.



Olhem esta bela atitude de brinde.
- Esta água-pé está fabulosa. Como é possível alguém fabricar coisa tão boa!!??
Reparem naqueles olhos onde já há outra animação. Aos poucos, a fealdade do dia vai sendo esquecida. Vale o convívio, vale a recordação e vale muito o momento que ali se partilha.



- Acreditem meus amigos, esta água-pé é cem por cento natural. Não lhe juntei qualquer produto. Ela vai desaparecer em poucos dias.
Que pena não trazer um garrafão para ajudar ao esgotamento...



... eis que mais um amigo se acerca admirado com tanto movimento.
- Que seres esquisitos de duas patas e tão altos serão estes? E que barulho fazem! O que contribui para tanta animação?
- Estes pastelinhos estão divinais...
- E as brindeiras? Uma maravilha.
- Fui eu que as amassei - garantiu o grande chefe...



À medida que as barriguinhas ficavam satisfeitas, formavam-se os pequenos grupos de conversa.
- Olha aqueles conspiradores! Que estarão para ali a combinar?
Ao fim de algum tempo, toca a reunir...
- Vamos ver o local onde estão os nossos amigos já desaparecidos. Depois, meus amigos, vamos tomar a estrada de Caxarias e partir direito a Rio de Couros. O almoço vai ser no Zé da Mula.
Ensopado de borrego



A caminhada para Rio de Couros não teve problemas de maior. Chovia um pouco, mas, não havendo grande pressa, tudo decorreu bem. Nada fazia adivinhar o dia que se iria pôr mais para o meio da tarde.

Este sítio é uma maravilha. Parece sentir-se um cheiro a seiva de pinheiro impossível de se encontrar noutros locais. Será assim todos os dias...?
Ao longe, o edifício da igreja vigia e procura que as suas fieis ovelhas tenham sempre um local de abrigo

- Venham depressa. Está a chover cada vez mais.
Começam a ouvir-se trovões. A chuva torna-se cada vez mais forte. Há alguma preocupação na cara do Julito. De quando em quando, contacta alguém...

- Entremos. O almoço já está à nossa espera.
Apesar da temperatura ambiente, este sítio paracia um pouco frio. Havia cinco mesas à nossa espera e dispersas a alguma distância umas das outras.
O som também não era dos mais famosos. A enorme ressonância fazia que nos ouvíssemos mal uns aos outros. Contrariámos um pouco a dispersão associando oito pessoas a cada mesa, mas mantinha-se a distância.
- Meus amigos, - anunciou o grande chefe - vamos provar uma "soupe de la vache" e segue-se um belo ensopado de borrego.
O ensopado até não estava mau...

Esta foto que parece obtido à noite, ilustra uma situação de constância quebra na alimentação eléctrica. O pessoal comia, apesar de tudo. O Jóia aparece em profunda meditação. A trovoada parecia longe. Lá fora, chovia, chovia...
E o tempo foi passando e nada disso mudava.
Acabada a comida, houve um período livre até à hora de jantar. Uns preferiram o pavilhão do Pinheiro, outros vieram até Ourém. Outros...
- Vamos à Olaia...
O grande susto

A caminhada para a Olaia não foi das mais pacíficas.
Em Rio de Couros, já se anunciava algo de preocupante, depois as coisas melhoraram.
Mas, mais ou menos na zona do Mosqueiro, há um corte para Seiça.
- Vamos por aqui. Atalhamos e vemos as quintas...
O percurso iniciou-se bem, mas ao fim de algum tempo, algo de insólito aconteceu. Um grande pedaço de terra pareceu surgir no ar e despojar-se sobre a estrada.
- Pára, que horror. Que foi aquilo?
- Uma barreira que veio por ali abaixo.
- Mas eu vi-a no ar. Podia ter-nos apanhado.
Mais abaixo, havia carros parados. As águas lamacentas pareciam encher os terrenos que circundavam a estrada, às vezes atravessavam-na.
- Estou a ficar cheia de medo. Não é melhor voltar para trás?
- Já estamos a chegar a Seiça. Agora é um saltinho.
Seiça estava coberta de água que parecia ir na direcção da ribeira. Algumas pessoas tentavam afastar as àguas das suas casas.
- Que horror!
Fomos avançando e, de repente, vimos o caminho barrado por vegetação e terra.
- Não podemos passar.
- Voltemos para trás e vamos por Vale dos Ovos.
Mas, mais à frente, vimos novos carros a fazerem inversão de marcha.
- Não se consegue passar...
Houve receio. Derrocadas em cima, águas a correr e a encher a estrada ali em baixo...
- Tentemos a estrada de Ourém.
E foi o melhor. Pouco a pouco a intempérie foi abrandando, a passagem por Ourém já não teve qualquer problema.
Pouco depois, na Olaia, houve quem bebesse chá de camomila e outros que beberam outro chá...
A tarde foi passando. O Vitor e o Cúrdia recordavam as peripécias com bicicletas em tempos de cheias na infância.
Alguém recordou que as árvores mortes nos incêndios de verão permanecem nos locais onde nasceram em enorme risco de serem arrastadas para a estrada e causar alguma desgraça. Bem vimos na descida do Vale uma despenhada sobre a estrada. E não é difícil encontrar uma série delas na estrada de Alvega, na encosta onde também ocorreram fogos.
O Julito continuava em contacto com os seus. Mais abaixo, ouvia-se claramente o ruído de águas a correr por percursos pouco habituais. Um ruído, apesar de tudo agradável, calmo, que parecia dizer que o pior já tinha passado.
E foi essa convicção que fez com que todos voltássemos a Rio de Couros para a jantarada apesar do mau bocado que a última deslocação tinha proporcionado.
A sessão da noite



A viagem para Rio de Couros decorreu sem qualquer incidente. Os que tinham ido ao Pinheiro trouxeram a má notícia.
- Perdemos por 5-4.
- Bolas! Não ganhamos uma...
- Com o Oliveirense não é de admirar, são muito fortes...
Pouco depois, na sala, vimos que a disposição era diferente.
- Ena! Juntaram as mesas.
Efectivamente, a nova disposição permitia melhor diálogo, as pessoas estavam muito mais perto. A ressonância continuava a ser prejudicial, mas estávamos todos mais perto.
A prometida vitelinha mais parecia um "touro sete vezes lidado", tão dura era. O têmpero também não tinha sido famoso. No entanto, a "soupe de poisson" estava muito agradável e uma pequena falha desculpa-se a todos.
Chegou o momento das contas.

O grande chefe tomou a palavra.
Gosto de o ouvir. É muito afável, vê-se que gosta destes momentos e tem sempre uma palavra para brincar. Após as contas, exibiu o que iria constituir o grande momento.

- Meus amigos, temos aqui um CD edição comemorativa do XXI almoço/convívio do Poço e todos levarão um exemplar para casa. Na compilação, encontramos músicas que já não ouvimos há muito tempo...
E mostrou o disco com a capa da torre que existiu na quinta dos Poços.
Foi a ovação. Pena que não existisse ali um leitor de CDs que haveria baile até às tantas.

- Tens que me pôr aqui um autógrafo.
- Eu? mas eu só seleccionei e gravei. As canções já existiam...
Ao princípio foi difícil, mas, pouco a pouco, a caneta escrevia cada vez com mais facilidade.

- Quero captar este momento - dizia a Teresa.
E agora? Como vai ser no próximo ano, no dia 3 de Novembro de 2007, tão mal habituadinhos que eles estão a uma prenda cá do rapaz? Preparar é um prazer, mas este momento também. Vamos lá ver a ideia maluca que para aí vai surgir...

quinta-feira, novembro 02, 2006

A imagem do ano



Esta é a imagem do momento em que a cambada de urbicidas que detem o poder autárquico, na continuação dos maus serviços que tem vindo a prestar, deu cabo de mais um símbolo da nossa Ourém. Foi este ano e já há planos para a destruição continuar.
Ela marcará o almoço/convívio, ela nunca será esquecida, ela é uma imagem de marca...

terça-feira, outubro 31, 2006

Um Poço cada vez mais pobre

Nestes vinte anos, alguns amigos já partiram. Fica a sua recordação que nos transporta aos tempos de juventude e, por isso, nos traz monumental nostalgia.
Por outro lado, muitos dos símbolos que nos acompanharam teimam em desaparecer.
A zona da Câmara parece que foi devastada para dar lugar ao grande empreendimento de betão mal pensado...
A ponte dos namorados parte-se...
Sei lá se para o ano ainda temos visível a aldeia que se inicia na Rua de Castela, ali junto daquela casa avermelhada no que resta do largo das monumentais partidas de futebol...
Nem tudo é mau, contudo: o Juventude disputa a primeira divisão de hóquei levando para o Pinheiro a honra que Ourém não soube agarrar.
Mas o pano de fundo não é animador: tudo o que caracteriza o poder em Ourém manifesta total ignorância do que foi a nossa terra e, nesse contexto, perante o monumental apoio envolvente que reune, todo o pessimismo é legítimo.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Semana de “O Poço”

A convocatória já chegou e cita Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
Pois é...
Eu queria criar um CD com alguma músicas, das difíceis de encontrar, daquela época.
Acho que fiz tudo bem: até adquiri um conversor de vinil para formato digital. Tive tempo e mais que tempo. Seleccionei. Ouvi. Propagandeei no blog. Fiz.
Parecia que havia tempo para tudo.
Mais ou menos há um mês, levei o resultado de tanto trabalho ao grande chefe...
Os dias foram passando. Criei mais texto, aprontei as capas. Neste momento, repousam num cantinho uns 40 CDs cheios de canções (há quem não goste desta palavra, mas era a nossa).
Toca o telefone.
Ouve-se a voz do grande chefe: “não consigo ouvir esta gaita”.
Eu respondi: “é pá, é MP3, muitos leitores de CD conseguem...”. Ele: “vai ser uma grande barraca”.
Lá em casa, a reacção não foi melhor: “és tu, com as tuas manias, quem tem a culpa. As canções já são o que são, ninguém se lembra delas. Agora isto... trata de pôr num formato audível”.
Imaginam a louca correria para o próximo fim de semana. Mas o MP3 dava tanto jeito, parecia que bastava carregar num botãozinho e o CD ficava pronto. Agora, está para ali o gravador a ronçar e nunca se sabe se acaba bem. E eu até me pergunto: “porque é que ando tão longe dos desígnios divinos?” ou “por que são eles tão difícis de cumprir?”.

quinta-feira, outubro 26, 2006

O esquecido

"O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades" - afirmava aComissão Mundial para o Ambiente e o Desenvolvimento em 1987
Alguns anos depois, em 1992, 173 Governos assinaram o Plano de Acção das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável no Século XXI, vulgo Agenda 21. De acordo com esse documento, é necessária participação da população e agentes económicos em todo o processo de gestão ambiental.
No ano seguinte, a União Europeia iniciou os Programas de incentivo ao desenvolvimento sustentável. Um resultado foi o apelo às autoridades locais para a urgente resolução dos problemas ambientais através da implementação da “Agenda 21 Local”.
Esta é uma aplicação específica das estratégias e princípios constantes na Agenda 21 das Nações Unidas ao nível local.
As recentes inundações por todo o país recordaram que grande parte da sua responsabilidade está associada às agressões ambientais e que foram potenciadas pela destruição da massa florestal operada pelos incêndios ocorridos nos dois últimos anos.
Lembro-me...
Sim, lembro-me que, no segundo debate para as eleições autárquicas, o presidente David garantiu o início de acções para implementação da Agenda XXI no nosso concelho, caso fosse eleito. Oiçam, oiçam a gravação da ABC Radio...
No entanto, parece que se esqueceu completamente da promessa. Desde essa data, nunca mais ouvimos uma referência ao assunto. Se calhar, não teve nenhum almoço que lhe justificasse a participação.
E lá ficámos sem a ponte dos namorados, e lá continuaremos a ficar sem património que a sua incúria permitirá seja levado por novas agressões... porque tudo isto se relaciona...

quarta-feira, outubro 25, 2006

Os critérios carolino

O Ministério das Obras Públicas divulgou os relatórios (1, 2, 3, 4, 5) que justificaram a transformação de scut em auto-estradas com portagem de acordo com decisão recente do Governo.
Mas o mais engraçado, ainda mais do que o ar do Vitalino Canas a justificar a medida e a sua total coerência com promessas e programa eleitoral, é que, de acordo com o Público, essas novas auto estradas pagas não cumprem os critérios que o executivo tinha definido para a transformação - regiões entretanto empobrecidas vão ser penalizadas - e uma que os cumpria (a via do infante) não foi considerada.
Começa a valer tudo...

sábado, outubro 21, 2006

O caluniador

O prémio, hoje, vai para o Correio da Manhã, devido ao seu título de primeira página de acordo com o qual os respeitáveis ministros iriam ter aumentos de 6,1%.
Depois, lendo a notícia, concluía-se que o grosso dos ministros tinha um aumento semelhante ao imposto à função pública, o nosso primeiro, coitadinho, ainda tinha uma redução e o grande sortudo era o terrível Pedro da Silva Pereira que passava de mais de 50000 euros anuais para mais de 120000.
Excelente jornal!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Um exemplo de manipulação da informação

Um jornal diário de informação económica publicou hoje um artigo acerca do desemprego e dos 59 milhões que o Estado vai poupar com a queda da taxa de desempego. O piedoso ministro da segurança social aparece com o ar de quem é responsável por toda aquela magnífica gestão.
Aliás, ainda estou para perceber como é que se consegue converter uma súbida de 51,7 milhões de euros numa descida desse montante (fala-se em poupança) só pelo facto de a subida ser menor num ano do que no outro.
Não conheço o alinhamento político desse jornal ou se tem algum. Mas um gráfico nele inserido, mostrou como a informação pode ser manipulada... e isto foi recentemente denunciado pelo nosso amigo anónimo em texto sobre as percentagens em que nos embrulham e eu diria mais: com que nos embrulham.
Vem tudo a propósito da evolução da taxa de desemprego. Usando os números do jornal que o mesmo terá pesquisado no INE, um estudante de Economia faria o seguinte gráfico:



O gráfico mostra que há uma ligeira tendência para a descida, mas que não podemos ter sérias esperanças de uma melhoria significativa para o próximo ano.
Mas o responsável pelo artigo não fez este gráfico. Resolveu cortar-lhe a parte de baixo e criar uma escala entre 7% e 8%. Vejam o resultado:



Notável, não é? Mais um anito e acaba o desemprego...
Claro que podem não ter sido estas as intenções do autor, tanto mais que a tendência decrescente já anteriormente teve uma inversão. Mas mostra que, quando se quer, consegue-se dar à informação económica o ar que mais convem a quem a trata...

quinta-feira, outubro 19, 2006

O distraído

É tal a sua vontade para o desenvolvimento do país que confunde três décimas percentuais com retoma. E assim surgiu a gaffe prontamente denunciada e corrigida.
Agora, chegou a crise energética. Ao que parece, desde Março que os seus serviços tinham notificado o Parlamento sobre a necessidade do aumento superior a quinze por cento. Mas sua excelência não deu por nada. Se calhar nem viu. Possivelmente, a culpa é toda daquele secretário sentado com ar de mau e nome de guerra que diz que a responsabilidade é dos consumidores que andaram todo este tempo a pagar a electricidade mais barata do que deviam.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Uma nota sobre Ourém e o orçamento

Com um PIDDAC fraquíssimo (melhoria de estradas e mais salas de audiências), possibilidade de endividamento mais que esgotada (Ourém faz parte da lista divulgada pelo Governo que ultrapassou os limites de endividamento e todos sentimos em quê...), uma transferência para o Município bem fraca, as freguesias do concelho vão ter que continuar a contar os tostões. É o que podemos ver na figura seguinte (valores em euros):



Como sempre, Fátima leva a maior parte do bolo. Também são mais, é maior, tem outros problemas, dirão...
Eu só me interrogo é como é que há pessoas que ainda se candidatam às juntas com este nível de meios para resolver os problemas que, no quadro das funções atribuídas, se lhes põem.
Mas fazendo umas contas considerando as transferências do ano anterior, vê-se que até foram os mais pobrezinhos os que tiveram maior crescimento. Tal situação é revelada pelo gráfico seguinte. Estranho é o caso do Olival: será o ministro de lá?



Esta especificidade do Olival levou-nos a determinar a capitação da transferência para a freguesia por elemento da população residente de acordo com o apuramento do censo de 2001. E o resultado é surpreendente: afinal, o Olival está a tentar a convergência com o resto do concelho e os residentes dos Formigais são os campeões em capitação, afastando-se rapidamente dos restantes. É o que diz a próxima figura.



segunda-feira, outubro 16, 2006

A palavra ao carrasco

A semana começa cinzenta, chuvosa, talvez um pouco fria, agoirenta. Toda a noite, os trovões recordaram que alguém não está contente com os direitos que um dia ousámos reivindicar e que, por incúria e cedência ao facilitismo e, por vezes, à demagogia, deixámos roubar. É o sinal de que vem aí alguma coisa...
Mais aperto, pensar-se-á. Mais aflição. Mais gente em casa sem nada para fazer. E alguns com reformas chorudas, e empresas com lucros fabulosos, e outros com rendimentos de fontes bem nebulosas. O fosso, esse, vai-se cavando cada vez maior...
A hora parece ser logo às 17.

sábado, outubro 14, 2006

A retoma que vem, mas não convem

Ontem, sua excelência, o ministro Pinho, anunciou o fim da crise, mais, garantiu a retoma.
Mas foi uma gaffe...
É que haver retoma há, mas não convem que se saiba.
O governo do engenheiro Sócrates, orientado por sua excelência o ministro dos Prantos, quer ter os benefícios da retoma e os benefícios do emagrecimento e do aperto do cinto: é uma espécie de acumulação primitiva...

sexta-feira, outubro 13, 2006

"Envelhecimento da população ameaça finanças públicas"



É um título do jornal Público inserto na sua primeira página.
Um título com água no bico, acrescentamos. Da leitura do artigo, infere-se, dada a impossibilidade de aumentar a natalidade e a falange de desempregados, a necessidade de continuar a reduzir direitos sociais muitos deles garantidos pelos descontos que as pessoas fizeram.
É também uma ajuda ao PSD no seu braço de ferro com o ministro da Segurança Social sobre a reforma desta. Aquelas conclusões quase parecem o gráfico que os discípulos do Ganda Nóia inventaram para, na televisão, ilustrar a situação com uma linha amarela a descer, descer, como que para o abismo...
Claro que a situação é só para 2050. Mas com tanto que se quer tirar às pessoas excessivamente acomodadas a determinada forma de existência, não será de pensar que o que se anuncia tem mais a ver com a crise geral do capitalismo e que não tem solução dentro do sistema?

quinta-feira, outubro 12, 2006

O obcecado

Aquele olhar, aquela persistência não enganam. Depois, as palavras: “é a nossa política ou ficar como estávamos”.
O engenheiro Sócrates está profundamente enganado. Apesar do mérito de algumas das suas propostas, a sua crueldade social, o seu autismo relativamente a outras posições com algum mérito fazem com que pouco a pouco vá afastando todos os que o apoiaram ou lhe deram o benefício da dúvida.
Todos?
É capaz de não ser bem assim. Quer-me parecer que o detentor das finanças é um dos seus mais firmes apoios. Tanto repetem um ao outro aqueles disparates anti-sociais e a sua autoproclamada missão de salvadores que acabam por acreditar neles...
O engenheiro pode não se importar com o crescente descrédito tão confiante que está da missão, mas a organização que representa vai certamente sofrer as consequências...
Da forma e do conteúdo

É um mar de gente.
Milhares e milhares de pessoas envolvem S. Bento protestando contra a política do Governo.
Aqui e ali alguns cartazes com um carácter um tanto insultuoso: "Mentiroso", "Kamikase", "Nabo" e "Carrasco" passaram-me várias vezes pela frente.
Apesar disso, o tom dos condutores da manifestação é cordial, por vezes, divertido sem perder a acutilância.
Um pouco afastadas, junto ao ISEG, há quase uma dezena de carrinhas cheias de polícia pronta a actuar caso o protesto suba de tom. Veem-se os escudos, as viseiras, os cacetetes.
- Só do Porto vieram 102 camionetas...
A manifestação é grande, muito grande. Pelas 17 horas, São Bento já estava cheio e a cauda ainda estava longe.
O governo de Sócrates parece apostado em virar o povo contra ele. Gozam com as pessoas, são indiferentes ao seu sofrimento... tudo sob o argumento da legitimidade da tecnocracia e do liberalismo.
O governo esquece que transporta consigo a palavra socialismo. Como se ela nada significasse. Como se a mesma forma (a palavra) pudesse ter qualquer conteúdo (a péssima política social) que o seu desejo de protagonismo insiste em aplicar...
Diabo de dificuldade

É-me sempre difícil conviver com governos do PS. Quando lá estava Barroso ou Santana, as coisas tinham piada porque pareciam tão disparatadas e vinham de uma área política pouco simpática que, atacá-las, surgia como o mais natural deste mundo. É porreiro estar a direita no poder para podermos dar livre expressão à nossa capacidade crítica.
Mas com os actuais...
Aparece a nova lei das finanças locais. Traz limitações ao endividamento, traz auditorias regulares aos municípios, coisas que eu até apoio. Por exemplo, o endividamento: que legitimidade tem um autarca de atirar para a responsabilidade do seu sucessor os disparates que andou a fazer? Por exemplo, as auditorias externas e regulares por entidades independentes e credíveis... mas haverá alguma organização a quem isso faça mal? O meu mal estar está em que os meus mais tradicionais amigos dizem cobras e lagartos desta lei...
Vejamos agora a saúde. Parece que quem for internado num unidade de saúde pública vai pagar cinco euros por dia. Até parece pouco... mas há pessoas que nem isso têm. Portanto, como não têm, não têm o direito de ser internadas e tratadas. Está certo não está? Bem podem falar na diferenciação das taxas em função dos rendimentos... é que isso só beneficia os que aldrabam os rendimentos...
Depois, vem a educação. Então não está certo que haja um período de adaptação a um novo emprego onde quer a pessoa quer a organização determinam as auas qualidades para a função? Então não está certo que as pessoas sejam avaliadas? Eu estou de acordo... mas pôr na avaliação o interessado na facilitação é que me parece que nem lembra ao diabo, é excesso de democracia, isto é, balda.
Tudo isto demonstra que, antes de se estar no poder, aquela fase de namoro, engrandecida até pelo romantismo da oposição, promete-nos o melhor dos mundos e, depois, perante os problemas, as acções não correspondem ao enunciado e fazem-nos duvidar de tudo o que acreditámos... eram ilusões, dirão, mas temos de acreditar que as coisas podem melhorar um bocadinho.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Acordo e desacordos quando os recursos são escassos

Em tudo o que fazemos há acordos e desacordos amigos.
Vem isto a propósito do nosso post sobre a reunião de autarcas motivada pela nova lei das finanças locais.
Alguns comentários amigos mostraram-me o seu desacordo, mas eu, relendo o que está escrito, hesito...
Sempre tenho adoptado uma posição de que é possível modificar as coisas para o melhor mesmo num contexto em que se preconize uma mudança mais radical da sociedade.
Neste caso concreto, está em causa a utilização do que nos foi retirado pelo Estado em termos do rendimento que era nosso. É óbvio que aceito que os senhores autarcas, democraticamente eleitos e democraticamente transparaentes, têm todo o direito de afectarem os recursos que lhe são confiados ao que melhor entenderem. Isto é devem escolher, prioritizar procurando o melhor para a sua região e sujeitando-se à crítica dos que os elegeram.
Mas não é de todo incorrecto aceitar que a melhor perspectiva de conjunto é aquela que o governo - também democraticamente eleito, democraticamente transparente e democraticamente dialogante (até parece que estou a gozar, mas não...) - em determinado momento possui e que, se de acordo com o mesmo, só é possível atribuir a uma região ou distrito determinada verba, garantido que esteja o funcionamente corrente do órgão autárquico, o melhor que os senhores autarcas têm a fazer é escolher a sua melhor aplicação, mesmo que isso lhes traga perdas eleitorais e sem comprometer o futuro dos que se lhe seguirem. Uma atitude como esta, mais do que acusar sempre o poder central de boicote e insuficiência, o que faz é chamar a atenção para as escolhas em função de recursos que, por definição e realmente, são escassos.
Finalmente, não me sinto a atacar o poder local quando digo que muito do investimento que concretiza é podre (destinado a satisfazer clientelas ou com fins eleitoralistas). Bem pelo contrário, isto é visível no nosso concelho e em muitos outros e a sua denúncia só serve para o reforçar, extirpando-o deste monstro que lhe transforma completamente a natureza...

sexta-feira, outubro 06, 2006

A continuação do erro

Os senhores autarcas estiveram reunidos e manifestaram-se com um profundo não, de mais de 800 votos num total de oitocentos e setenta e tal votantes, relativamente à nova lei das finanças locais. Fizeram-no através de um documento onde não enunciam qualquer acção de resposta em termos de constestação.
No fundo, consideram que o Governo tem razão quando assume que, em grande parte dos casos, os seus gastos estão feridos de ineficácia, que muito do investimento é podre (destinado às clientelas ou à propaganda eleitoral), mas esperam que haja uma revisão da situação de forma a uma atitude menos radical do executivo (“gastem lá à balda, mas não tanto...”).
Este é mais um daqueles casos em que uma votação, por mais rotundo que seja o resultado, não dá razão ao votante: é que este está a ser juiz em causa própria. Assim, o peso esmagador do seu voto demonstra quão errada está a organização do poder local no nosso país.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Olha que número bonito aí vem...

050050...
é uma espécie de mais 500...
depois, mais 50...
e aonde vai isto parar?
Para a falta de inspiração não há dúvida que é excelente auxiliar.
Haverá os que dirão: o OUREM é tributário dos disparates do presidente David. Talvez não se enganem muito. A criatura, com aquela fixação na destruição das nossas referências (em vez de instalar o núcleo de astronomia no moinho, desactivou-o e ofereceu o equipamento ao CEF!... e este não pagou a pintura nem uma cobertura para o desgraçado), acompanhada pelo não respeito pelas mais elementares normas de educação, eficiência (que lhe provoca constantes derrapagens) e outras mesmo quando as suas acções alimentam o voraz apetite das suas clientelas, acaba por fornecer excelentes motivos para os posts.
As múltiplas faces do OUREM

O OUREM nasceu em Julho de 2003 e começou por publicar artigos aparecidos entrte 1972 e 1975 no Notícias de Ourém e no Ourém e seu concelho, artigos da responsabilidade do seu criador.
Esta fase não se aguentou mais de dois meses. Reescrever os artigos, o seu carácter datado e a ausência de leitores, em breve provocaram uma ausência que durou até aos primeiros meses de 2004. Por esta altura, o entusiasmo bloguístico suscitado pelo Castelo provocou o acordar do nosso blog. Havia um apontador entre os links, havia uma referência, sentimo-nos importantes.
Munidos de máquina fotográfica e de recordações do passado nas décadas de cinquenta e sessenta, percorremos Ourém e publicámos uma reportagem dita saudosista com um apelo decalcado de Marx: “Oureenses de todo o mundo, uni-vos! Andam a destruir a nossa terra...”. Seguiu-se a saudação do 25 de Abril e a participação num encontro de bloggers na Som da Tinta. Recordo uma questão interessante de um participante:”E quando se acabarem as recordações, o que vai fazer?” Eu sabia lá, sentia tanto para dizer...
O projecto “Ourém em estórias e memórias” nasceu por essa altura - não vale a pena descrevê-lo, o seu nome é auto-explicativo - e, em Novembro de 2005, levou à publicação de um livro com recordações de Ourém e com uma crónica relativa à destruição de elementos de referência da nossa geração. No livro, foram integradas participações de vários autores: memórias do Avião, uma história dos bombeiros pelo seu comandante, um inédito do Luís Nuno, um texto do ZéQuim e um poema de uma descendente dos membros do Poço dedicado ao mesmo. Do livro foram feitos 50 exemplares distribuídos pelos amigos do Poço e por outros que manifestaram o desejo de o possuir. Houve ainda ofertas para a Biblioteca, para os dois jornais e para o Café Central que numa primeira fase se tinha prontificado a apoiar financeiramente a sua edição.
Entretanto, o OUREM tinha participado activamente em processos eleitorais e, inclusivamente, o seu criador foi candidato pela CDU nas eleições autárquicas onde procedeu à denúncia da ruinosa política de Catarino e companhia. A crítica aos governos de Durão Barroso e Santana esteve sempre presente e a colaboração com o Sérgio permitiu o acompanhamento da sua passagem pelo parlamento europeu.
2006 trouxe um novo projecto para o blog: reciclar músicas da geração de 50 e 60 e fazê-las acompanhar de pequenas estórias sobre o ambiente em Ourém na época. Esse projecto acompanhou ainda a elaboração de uma antologia poética. É esse disco que vai, na próxima realização do Poço, ver a luz do dia, guardando-se para uma data futura uma decisão sobre os novos textos e a antologia (onde consta um inédito amavelmente cedido pela Carmen Zita).
Quanto ao OUREM, vive a partir do último daqueles tempos em profunda agonia...
Estive para falar em fases ao atribuir título a esta divagação. Mas as coisas foram tão sobrepostas que preferi utilizar o termo faces: sim, o OUREM tem várias faces, embora todas elas radiquem no legítimo desejo de uma política que respeite as referências culturais da nossas terra. Uma utopia, claro!
50000

Vai ser hoje, lá para a parte final da manhã, que chegaremos a este número de acessos.
Confesso que, ao passar ali pelos 40000 e sentir as dificuldades da manutenção, pensei que não iria conseguir. Mas, como já foi dito, a inércia não pode ser desprezada e, só a possibilidade de se dizer algo de importante mesmo que isso não ocorra, fez-me sentir esta satisfação. Isto é, ultimamente, o OUREM viveu de créditos acumulados.
Nada tenho para prometer para o futuro. O exorcismo está consumado, a indiferença está instalada, a desinspiração é a mesma, por isso não há comemorações...

terça-feira, outubro 03, 2006

O Presidente David vira polícia

Agora, a gestão autárquica do concelho já não parece uma responsabilidade da câmara. As actividades (mesmo as de controlo e estratégicas) são confiadas a "empresas credenciadas". Que falham e falham e voltam a falhar...
... é o que se vê aqui.
O presidente, esse, fica sempre bem. Já pode apurar responsabilidades para lavar a sua... Ele é tão inocente! Fica sem culpa nenhuma.
Mas a mim não me engana!
A culpa é toda do executivo camarário que nem capacidade tem para escolher os melhores colaboradores. E lá vai de derrapagem em derrapagem até ao estampanço final...
... que o povo pagará, claro!

sexta-feira, setembro 29, 2006

Olhem o que eles fizeram ao nosso moinho



Coitadinho!
No meu tempo já não tinha vela. Agora nem cobertura merece. Assim, o Núcleo de Astronomia poderá observar directamente os astros.
Esta é a imagem de como vão deixar pedaços da nossa Ourém enquanto não se lembrarem de os destruir para lhe construir qualquer mamarracho em cima...
Um dia, escrevi sobre estes moinhos no Ourém e seu Concelho. Levado pelo pelos textos do Sérgio no Anónimo e no Foto e Legenda (1, 2 e 3), fui procurá-lo, mas não gostei para o trazer para aqui. No entanto, esse texto recordou-me que um dia um grupo de oureenses veio a correr pela encosta abaixo por causa de uma descarga eléctrica que teve algumas consequências assustadoras. Não me recordo quem eram. Nem o que sofreram. Mas acho que pararam no largo onde se inicia a Rua de Castela e alguns contaram o que se tinha passado.
Gostando como gostámos do que vivemos em Ourém, quase que amaldiçoamos esse passado por, a todo o momento, os urbicidas de serviço o estarem ou deixarem destruir.

quinta-feira, setembro 28, 2006

É imparável

A caminhada do OUREM para os 50000 acessos já não pode ser detida. A não ser que haja algum ataque fulminante a esta formidável ferramenta da liberdade de expressão que é o Blogger pelas forças catarinetas ou seus aliados objectivos, como o senhor Diabbo, a inércia garante que mais ou menos dentro de duas ou três semanas, esse objectivo será alcançado. E quando falo em inércia refiro-me ao acesso sem haver qualquer contrapartida nossa: os amigos, apesar de silenciosos, já nos habituaram a procurar qualquer coisa nova no blog, mesmo que este enfrente algum período de total falta de ideias.
Pode ser um número bonito para fechar a porta, mas creio que isso não ocorrerá: ao contrário de outros, o OUREM permanecerá aberto, mesmo que inactivo, esperando por algo que o reanime...

quarta-feira, setembro 27, 2006

Chegou hoje a Ourém



Consta que o psicólogo dos Dalton chegou hoje a Ourém e pode ser encontrado no Central.
Vai visitar o executivo camarário e tentará responder a duas questões: "por que serão eles tão mauzinhos? onde aprenderam a destruir tudo?"
Mas há toda a probabilidade de ficar igual ou pior que eles...
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