
(Nota: a foto é recordação de passeio à Figueira de Foz proporcionado pelo saudoso relojoeiro João Dias. Apesar da diferença de idades, nota-se que éramos muito novinhos)
Luís é amigo de Red, actual campeão mundial, por quem já foi derrotado em combate anterior, mas de quem se tornou amigo. Red aceitou a desforra mas os promotores não estão a gostar da boa convivência entre os dois pugilistas, tratando de minar a sua relação. Um dia, após falsas notícias, Red chegou a agredir Luís.
Este não se conformou com o que se passava e conseguiu captar as boas graças da filha de Red, uma miúda con uns quinze anos que, como podem ver, tinha pelo na venta e esta acabou por se revoltar contra o pai o que o enfureceu ainda mais.
No dia do combate, Red recusou o cumprimento de Luís e afastou-o com um empurrão. O combate foi extremamente viril com os dois pugilistas furiosos um com o outro. Luís esteve perto do Knock Out, mas tudo acabou por ter um final feliz e a reconciliação entre os dois amigos acabou por se sobrepor a mal entendidos criados por gente malvada.
Reconheço o Abel, o Orlando, o Mário Teixeira e, talvez, o Tó Marinho.Admitamos que o esquema seguinte corresponde à disposição dos ditos:
É curioso lembro-me claramente da cara do último tantas vezes o vi, mas parece-me escondida lá muito no passado
Entre a saída do Colégio e a entrada no mundo do trabalho mediou o espaço necessário para, como todos os mancebos, cumprir o serviço militar. Na altura era complicado. A necessidade, imposta pelo regime, de ir "defender a Pátria no Ultramar" e algures na Àfrica ser "carne para canhão" assustava qualquer um.
Foi com algum aperto na garganta que os meus Pais assistiram à minha ida, juntamente com o Luís Cúrdia, o Augusto Chapeleiro, vulgo Mina Guta, o Tó Lis, o Portugal, entre outros, até às instalações da Banda, para fazer a inspecção. Saí com a esperança de me safar, já que teria de ir ao Hospital de Tomar, onde, perante o Dr. Tamagnini, era reinspeccionado.
Fomos todos passar o dia na Nazaré tendo voltado com um chapéu de marinheiro para um baile, por nós organizado, que teve lugar no ringue do Atlético.
Guiné, Angola ou Moçambique foi o destino da maioria. Sei que três ficaram isentos de cumprir o serviço militar. Julgo que, para além de "moi même", safou-se o Portugal e o Mina Guta.
Enfim livre deste embróglio passei ao mundo do trabalho, como funcionário público, na Secretaria da Câmara.. Estávamos no fim do ano de 1965.
Foi na altura que foi criado para os velocípedes a obrigatoriedade da chapa amarela (1-VNO-00-01, etc.). E o chefe da Secretaria, de seu nome Hermenegildo Carrilho Escobar, incumbiu-me dessa tarefa.
Lembra-me, como colegas, do Sr. Honório, do Gonçalves, do Zé Félix, do Abel Vieira, da Maria Helena, da Lita, da Maria do Carmo, da Julieta Marçal, para além do meu Pai.
Ao fim do dia lá ia eu com o grande "Livro 8" à Tesouraria, onde com o chefe Baço fazíamos a conferência dos movimentos e das receitas.
Foi então que comecei a juntar o meu "pé de meia".
Em dado momento aventurei-me à aquisição de um gravador. Foi o início dos "Estúdios Trine".
Gravava em bobinas com duas faixas de cada lado em três velocidades. O altifalante estava incorporado na tampa.
Comecei a gravar música em casa mas as condições de recepção não eram as melhores. Foi então que surgiu a oportunidade de gravar a partir do rádio do Zé Alberto. Era um rádio recente que permitia com um cabo a ligação directa entre os aparelhos. O Zé Alberto vivia no Bairro Dr. Trigo de Negreiros. Daí o nome dos "Estúdios" ter o nome das primeiras sílabas do Bairro.
Rio Torto, Gouveia 2004-12-18
José Manuel Rito
Podem falar nos putos do hóquei, podem falar nas internacionalizações, podem falar no Luís Porto, mas, para mim, a equipa maravilha, aquela que defrontou o Livramento, aquela que quase humilhou o Futebol Benfica com um bem claro 5 a 3, aquela que entusiasmava as gentes de Ourém ao ponto de os seus clamores atingirem e atemorizarem Tomar, Abrantes, Torres Novas, Marinha Grande e Turquel, era a formada pelo Mário, Abel, Rui Prego, Rui Costa, Piriquito e outros que não me lembro, mas que julgo que integraram o Ferraz, o Pintassilgo e, ele o diz, o Vitor Castanheira.E eis que mão amiga me faz chegar duas fotografias desse tempo. Uma delas, nas costas, tem escrito a lápis 1959. São com certeza fotografias desse tempo.
Quando o Abel saiu, o Pintassilgo, talvez o mais habilidoso de todos, entrou, e logo ganharam o distrital. Que magnífico feito!
Que pena não ter uma fotografia desse tempo.
Constato que a tradição do hóquei não se perdeu, independentemente de vir sob o nome Atlético ou Juventude. Mas uma coincidência engraçada é o facto de o treinador dos putos, grandes campeões do século XXI, aquele que os tem conduzido a saborosas vitórias apesar de poucas vezes ser nomeado, ser filho de um desses magníficos que lutavam na equipa maravilha.