sábado, maio 21, 2005

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...


É a Hora!

Pessoa
À falta de inspiração



Adivinhem lá por onde foi hoje a minha passagem virtual...

sexta-feira, maio 20, 2005

Está tudo tão diferente...

Ainda me lembro do Tóná a pegar no foguete pela extremidade do lado onde só havia cana e com a parte que rebenta virada para o chão e a deliciar-nos com malabarismos antes de o lançar. Uma vez, no campo do Atlético, emprestado pelo Juventude, à frente do busto que o Bernardino fez de si próprio, as coisas não correram nada bem, e o foguete veio rebentar junto das pessoas.
Aliás, não me agradava nada aquela sensação de que a cana, no retorno, me poderia cair em cima.
Mas nunca pensei que se chegasse a este extremo, uma verdadeira oportunidade de negócio para formadores e executantes, encontrada na acta da reunião da câmara de 9 de Maio:
“(...) não existe credenciação do pessoal camarário para o lançamento ou queima de fogos-de-artifício, exigível nos termos do Regulamento sobre o Fabrico, Armazenagem, Comércio e Emprego de Produtos Explosivos, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 376/84, de 30 de Novembro, que estabelece no art. 38.º de que o lançamento de foguetes ou a queima de quaisquer outros fogos-de-artifício só poderá ser feito por pessoas tecnicamente habilitadas, indicadas pelos técnicos responsáveis das fábricas de pirotecnia ou das oficinas pirotécnicas, mediante licença concedida pela autoridade policial de cada município à entidade ou pessoa interessada, na qual serão indicados os locais onde o fogo deve ser guardado e onde deve ser feito o seu lançamento ou a sua queima, sem perigo ou prejuízo para terceiros.
Com vista a solucionar-se este problema propõe-se que, sempre que por ocasião de comemorações ou realização de outros eventos se torne necessário recorrer ao lançamento de foguetes, a câmara municipal atempadamente proceda à requisição da prestação de serviços a pessoal credenciado devendo para tal solicitar a respectiva licença, que é concedida pela autoridade policial com responsabilidades no local de lançamento.
À consideração superior”.
CÂMARA DELIBEROU, POR UNANIMIDADE, CONCORDAR COM O TEOR DA INFORMAÇÃO DA DIVISÃO DE OBRAS MUNICIPAIS SUPRA TRANSCRITA.
Há que salvar o passeio

Não sei se estou a ler bem...
... mas, ao deambular pelas actas da câmara, por vezes, encontro coisas engraçadas. Reparem nesta, relativa À reunião de 2 de Maio (repito, posso estar a ler mal):

VISITA À GALIZA – PROPOSTA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE OURÉM
Foi apresentado o ofício n.º 167, datado de 21 de Abril findo, da Excelentíssima Presidente da Assembleia Municipal de Ourém, a propor que seja estudada a hipótese de deslocação dos autarcas deste Concelho à região da Galiza – Espanha, deslocação esta cujo objectivo se enquadra nos objectivos definidos no protocolo a estabelecer com a Confederação Luso-Galaica. Mais informa que o custo previsto, por essoa, é de 60,00€.
A CÂMARA DELIBEROU, POR UNANIMIDADE, INCUMBIR O SENHOR VICE-PRESIDENTE DE EFECTUAR OS PAGAMENTOS, APRESENTANDO OS RESPECTIVOS COMPROVATIVOS.

Quer dizer, mesmo que o protocolo não seja estabelecido, o pessoal trata é já da passeata. São impagáveis...
Serviços de informação das autarquias: afinal Ourém está mal ou está bem?

Olhamos para a página da Câmara de Ourém e não gostamos... no entanto, vamos mais fundo e vemos que há lá qualquer coisa que não pode, de modo algum ser desprezado.
Esta página presta um bom serviço aos oureenses ao disponibilizar as actas da câmara e da assembleia municipal, ao permitir a descarga de formulários para preenchimento (não em linha) pelo interessado, ao fornecer informação sobre regulamentos, taxas, PDM, emprego, equipamento municipal e outras coisas do concelho.
Mas a distância para Pombal é enorme.
Poderão dizer: é utópico estar a introduzir e gerir processos, requerimentos, biblioteca e outras coisas em linha, pois a grande maioria dos oureenses não as usaria.
Já sabem que, perante este argumento, eu costumo dizer que a oferta cria a sua própria procura e os oureenses acabariam por ganhar. Mas a distância para Pombal não é apenas explicada pelo que é mais avançado. Recordem os quinze pontos de comparação que fomos deixando.
A página da Câmara de Ourém não tem um arquivo fotográfico decente. Ele é excessivamente centrado nas aparições do presidente. A informação sobre a biblioteca é nula. As rotas de Ourém são três simples mapas (engraçados) e aqui poder-se-ia fazer muito melhor se se criasse uma versão do livro recentemente publicado em vez de se procurar fazer negócio com o mesmo. O directório de empresas não existe há anos. Não se encontra qualquer referência à situação social no concelho. Não existe nenhuma visita interactiva a qualquer sítio digno da mesma e que não são poucos no concelho. E estou a listar de cor...
Portanto, a página, mesmo sem se enveredar pela maluqueira dos processos de obra e requerimentos em linha, poderia ter coisas muito úteis para os oureenses e apara os que nos procuram.
E é uma pena que, em vez de se investir num instrumento que chega a todo o lado, já estejam a pensar numa Ourém Comunicação com os resumos das realizações (lembram-se da central de comunicação do Santana? A escola é a mesma...) que me cheira que não vai passar de propaganda eleitoral...
Serviços de informação das autarquias: os grupos

Continuamos com alguns resultados em torno de dados provisórios (isto é, eu gostaria de refazer, voltar ao princípio). Chegámos à conclusão da existência de quatro grupos de concelhos e pensamos que isso reflecte momentos diferentes de maturação desta função. O mais avançado é o que designamos por Abertura ao munícipe, depois considerámos o de Oferta ao Munícipe, em seguida o de Saudade e, finalmente, os Sem Página (que podem integrar páginas inacessíveis, em remodelação, ou excessivamente pessoais...). Eis os concelhos de cada grupo:

Abertura ao Munícipe:

Pombal

Oferta ao Munícipe:

Abrantes, Alpiarça, Ansião, Caldas da Rainha, Constância, Leiria, Óbidos, Ourém, Peniche, Vila Nova da Barquinha

Saudade:

Alcanena, Almeirim, Batalha, Benavente, Cartaxo, Castanheira de Pera, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Mação, Marinha Grande, Nazaré, Rio Maior, Torres Novas

Sem página...:

Alcobaça, Alvaiázere, Bombarral, Chamusca, Coruche, Golegã, Pedrógão Grande, Porto de Mós, Salvaterra de Magos, Santarém, Sardoal, Tomar

quinta-feira, maio 19, 2005

Serviços de informação das autarquias: Que fazer?


A mudança de atitude na disponibilização de informação Posted by Hello

Nos posts que se seguem, apresentamos os resultados de uma análise provisória a dados recolhidos sobre o modo como as autarquias dos distritos de Leiria e Santarém disponibilizam informação aos munícipes.
Apesar da precaridade dos dados, já podemos tirar uma conclusão que se calhar todos sentiam sem ser preciso tanto trabalho: a câmara municipal de Ourém, em termos de serviço de informação ao munícipe, deve desenvolver as características associadas ao que podemos designar por Abertura ao Munícipe. Onde existem? Em Pombal, podem muito bem lá ir ver...
Na realidade, é admirável como Pombal, um concelho cuja câmara é conhecido pela tomada de atitudes menos recomendáveis perante um blogger, envereda por tal caminho. E com uma particularidade: a sua página publicita esse blog. Efectivamente, estão a anos de luz de Ourém...
Dirão: mas em Ourém as pessoas não estão habilitadas para utilizar essas facilidades. Estarão com o tempo e pela força do exemplo, pois traduzir-se-ão em sérios benefícios. Ganharão tempo e dinheiro, haverá mais negócios e mais formação em termos de técnicas avançadas. Um verdadeiro choque tecnológico para Ourém...
Evolução da disponibilização da informação autárquica


Caixas de bigodes para as páginas dos concelhos Posted by Hello

E que tal um bonequinho como este baseado nos nossos dados provisórios?
Trata-se de uma representação em dois eixos, onde no tradicionalmente designado por x se vê um grupo (por exemplo, Ourém pertence ao grupo 3) e, no designado por y, um valor entre 0 e 1, onde zero significa a total ausência de uma característica e 1 a sua existência a um nível completamente satisfatório.
A altura da barra tem a ver mais com a variabilidade dos dados do que com o valor de uma característica. Ela permite encontrar um máximo, um mínimo, o valor para o indivíduo do meio e os cahmados 1º e 3º quartil
Tínhamos quatro grupos, mas só representámos três, pois um deles era composto por apenas um concelho e isso trazia perturbações ao processamento.
As comparações devem ser feitas entre barras que ostentam as mesmas cores e que correspondem à mesma variável de análise.
Distinhguimos claramente um primeiro grupo, com uma variabilidade muito fraca, com praticamente todos os valores a zero. Corresponde ao valor atribuído aos concelhos sem página, com página inacessível ou com página excessivamente pessoal (como Alvaiazere).
Depois, é possível comparar o segundo e o terceiro grupo a que já demos designação (Saudade e Oferta ao Munícipe).
Nos posts seguintes vamos referir-nos a cada uma das variáveis utilizadas...
Abertura ao Munícipe

É possível ver que, nesses dois grupos, a Abertura ao Munícipe, representada pelas barras azuis, não é substancialmente diferente. Ela é negativa (em ambos os casos é inferior a 0,5) e o seu mínimo situa-se em 0. Não é de admirar, este representa um estádio mais evoluído aquele em que pudemos situar Pombal e que implica todo um conjunto de instrumentos de comunicação com o munícipe.
Informação acerca dos eleitos

Repare-se, agora, na barra verde, relativa à Informação acerca dos eleitos. Há uma melhoria do segundo para o terceiro grupo, mas não há um crescimento no valor máximo. É de acreditar que não sirva para os distinguir, ambos a providenciam.
Informação acerca do equipamento municipal

Uma situação semelhante, mas de comportamento contrário passa-se com a informação acerca do equipamento municipal. Ela é muti semelhante e negativa para os que fazem parte do grupo 2 (Saudade) e melhora nos que se situam no estádio de Oferta ao Munícipe, com algumas páginas a atingir valores positivos.
Informação Municipal

A barra roxa refere-se à Informação Municipal. (Disponibilizam as actas? O PDM?...) Vê-se que há uma substancial melhoria na passagem do estádio Saudade para o de Oferta ao Munícipe. O valor era negativo e transforma-se am claramente positivo. A disponibilização desta informação municipal assume-se como o diferenciador por excelência entre estes dois estádios...
Informação acerca do concelho

Pelo contrário, a informação acerca do concelho (História, dados demográficos e económicos, gastronomia, lendas) não é um bom diferenciador, como pode ser visto na barra amarela. É o que as páginas das câmaras começam por dar, por isso, é natural que os mantenham em fases seguintes.
Navegação

Constata-se, finalmente, que a Navegação (há mapa da página? Há serviço de pesquisa?) melhora na passagem de um para outro estádio, embora se situe a um nível positivo baixo no mais evoluído.
José Alho responde a um freixiandense através do blog OUREM
Combate ao isolamento e ao fenómeno da interioridade

Independentemente das propostas mais especificas que irão integrar o meu programa eleitoral, o qual espero construir em interação com todos os que quiserem contribuir, assumo como prioridade para a Freixianda e todo o Norte do concelho o combate ao isolamento e ao fenomeno de interioridade instalados .
Por isso a minha atenção vai especialmente para uma solução que resolva o problema da acessibilidade.
Em tempo oportuno apresentarei públicamente as minhas propostas fundamentadas para tentar resolver esse enorme constrangimento ,que em minha opinião é o factor limitante para a qualidade de vida e perspectivas de desenvolvimento dos nossos conterrâneos que de modo obstinado ai se vão mantendo e de todos os que tiveram de procurar alternativas fora da sua terra natal.

Cumprimentos

jose manuel alho

quarta-feira, maio 18, 2005

Paciência...

Será para a próxima.
Os lagartões portaram-se muito bem. Deram-nos muitas alegrias desde o início da época. Isso é o que importa.
Já estou a torcer pelos lagartões


Lutar até ao fim... Posted by Hello

Que venha de lá a taça
Precisamos dessa vitória
Mostrem a vossa raça
Será noite de Glória!!!!

Ranking dos serviços de informação autárquicos dos distritos de Leiria e Santarém

Durante alguns dias, examinámos as páginas das autarquias dos distritos de Leiria e Santarém e confrontámo-las com as necessidades de informação do munícipe da mais diversa ordem.
Divulgamos, para já, alguns resultados que ainda consideramos numa perspectiva provisória, mas que já nos permite detectar profundas diferenças.
O Ranking assume valores entre zero e um. Olhando exclusivamente para a funcionalidade presente, constatamos que Pombal está a uma distância muito significativa dos restantes. Podemos garantir que está num estádio de Abertura ao Munícipe.
Nota-se, em seguida, um grupo onde se integra Ourém e que reune parte importante da funcionalidade procurada. Podemos considerá-lo num estádio de Oferta ao Munícipe. Isto é, não tem interactividade, mas disponibiliza alguns elementos importantes como formulários, actas da Câmara e da Assembleia Municipal, informação sobre a integração no mercado de trabalho.
Integramos num estádio de Saudade aqueles sítios que andam ali pelo 0,2 ou 0,3. A sua missão parece mais de enaltecer as potencialidades do concelho em termos de turismo ou outras. Dão informação histórica, das belezas da zona, mas ainda não são verdadeiramente funcionais. São mais virados para os de fora do que para os de dentro. São uma espécie de estádio inicial, infantil, bonito, cheio de ingenuidade, no fundo, não muito útil, mas talvez necessário para quem o alimenta se aperceber das potencialidades e quem lhe faz acesso exigir mais.
Finalmente, classificámos com zero os municípios que não têm página ou cujo acesso à mesma é inacessível.
Nada de procurar inevitabilidade nos estádios. Conhecendo os mais avançados, qualquer município que agora é zero poderá dar o grande salto. O que é preciso é a tal tomada de consciência.
Juntámos a cada página uma classificação quanto ao seu aspecto. E eis os resultados...

Desig_Conc

Tipo de Página

Valor

Pombal

Estruturada - excelente

0,91

Constância

Estruturada

0,61

Óbidos

Estruturada com dificuldades inesperadas (ex. Pdm)

0,61

Peniche

Estruturada

0,57

Ourém

Estruturada (pouco atraente)

0,56

Ansião

Estruturada

0,56

Alpiarça

Estruturada - excelente

0,56

Caldas da Rainha

Sofisticada

0,54

Vila Nova da Barquinha

Estruturada (Lenta)

0,52

Abrantes

Estruturada

0,51

Leiria

Resumida

0,50

Marinha Grande

Sofisticada (confusa)

0,50

Batalha

Estruturada (atraente)

0,49

Entroncamento

Estruturada (fria)

0,47

Ferreira do Zêzere

Estruturada (confusa)

0,44

Cartaxo

Estruturada em remodelação

0,42

Nazaré

Bagunça

0,41

Figueiró dos Vinhos

Bucólica

0,40

Rio Maior

Confusa

0,38

Almeirim

Em reformulação

0,36

Mação

Pouco estruturada

0,34

Castanheira de Pêra

Confusa

0,33

Benavente

Bagunça

0,32

Alvaiázere

Presidencial

0,27

Alcanena

Estruturada (erros links quebrados)

0,27

Torres Novas

Estruturada (confusa)

0,26

Chamusca

Confusa, incompleta em remodelação

0,06

Alcobaça

Não tem

0,00

Tomar

Não tem

0,00

Sardoal

Não tem

0,00

Golegã

Não tem

0,00

Santarém

Inacessível

0,00

Salvaterra de Magos

Não tem

0,00

Coruche

Não tem

0,00

Porto de Mós

Não tem

0,00

Pedrógão Grande

Não tem

0,00

Bombarral

Não tem

0,00



Isto é para prosseguir. Espero que desculpem qualquer falha. Vou pensar se estendo a mais regiões ou não...

Um liberal falhado

Os meus amigos oureenses já se terão apercebido que não simpatizo muito com essa associação denominada de novos empresários que, de quando em quando, surge muito impertigada em encontros e nos traz a carrapatosa figura.
Dá-me a impressão que eles engoliram o receituário liberal e é só despejar independentemente das condições concretas do país e do que as suas mentes podiam elaborar.
Mais uma vez o dito senhor veio a terreiro desta vez por causa da crise orçamental. A receita é a mesma que já conhecemos: despedir o funcionalismo público e aumentar a idade da reforma.
Reparem na contradição. O homem diz-se liberal, mas o que pretende é uma imposição para determinada camada social. Isto é, ele quer ter a liberdade de impor a sua solução.
Tomemos, por exemplo, o caso das reformas. Será que o dito carrapatoso não percebe que o sistema assenta em algo já acordado e que para alguns potenciais reformados pode ter décadas e se materializa nos seus descontos realizados? E que se foi acordado, não deve ser imposto, deve ser negociado...?
É óbvio que se o país está em dificuldades todos têm que colaborar na sua solução. Todos. Não se pode atirar a resolução dos problemas para uma camada. E qual seria aqui a solução? Quanto a mim muito simples: trabalhar com o conceito de reforma parcial e torná-lo dependente do número de anos de descontos e da esperança de vida.
Admitamos que se estipula que uma pessoa tem direito à reforma por inteiro após quarenta anos de descontos e aos 65 anos. Isto não tem que ser visto de uma forma imperativa. Qualquer pessoa deverá poder reformar-se quando assim o entender, tem de ter essa liberdade. Carago! Estou farto disto, dos testes, dos trabalhos, dos cachopos cada vez mais mal educados, aos sessenta quero ir para Ourém seja lá com o dinheiro que for. A reforma pode ser calculada tendo em conta a esperança de vida e o que não se descontou... qualquer técnico de seguros sabe fazer isso com uma perna às custas...
Ao querer impor a sua liberdade de obrigar o mais fraco a esperar ou a perder pura e simplesmente o emprego, a filosofia liberal mostra as suas contradições, o seu total descrédito e a razão pela qual nunca terá grandes apoios em sociedade cuja cultura não é naturalmente a mesma. Isto é, perde terreno pela arrogância e tacanhês dos seus mentores...
Sérgio Ribeiro responde a um freixiandense através do blog OUREM

A resposta do Sérgio parece um poema a uns olhos lá da terra. Isto mostra bem que a política não tem que ser aquela coisa horrorosa que nós pensamos:
Caro freixiandense,
Há muito que tenho um fraquinho pela Freixianda. Porque há perto de meio século uns olhos freixiandenses me encantaram, por causa do meu grande amigo Diamantino Figueiredo Duarte, por estar tão na periferia, por ter aquele largo que podia ser um dos sítios emblemáticos do concelho, com aquelas feiras das 2ªs. Sei lá... porque foi um verdadeiro desafio ir lá depois do 25 de Abril fazer propagamda pela FEPU (ou pela APU?), e nada do temido ter acontecido, pela escola onde tenho sido tão bem recebido, pelo trabalho da Junta, pelos bombeiros, pelo desporto motorizado, sei lá...
O que faria pela Freixianda, se fosse eleito?
Na Assembleia Municipal, uma das prioridades seriam as acessibilidades e a Freixianda bem precisa de estar mais acessível; procuraria que as sessões descentralizadas fossem, sobretudo, nas freguesias mais distantes da sede do concelho, e para servirem de estímulo à participação, para ouvir, ouvir, ouvir. E iria lá, para ouvir, ouvir, ouvir. Aliás, acho que devem ser as pessoas dos lugares a dizerem o que querem que os eleitos façam e não estes a prometer o que, depois, não cumprem...
Saudações
Sem Pelouro

Já conhecia os Sem Terra.
As conversas proporcionadas pelo OUREM levaram-me a conhecer os simpáticos Sem Casaco.
O trabalho que vou pacientemente fazendo já me mostrou várias câmaras Sem Sítio.
Como muitos portugueses, estou a ficar Sem Dinheiro e Sem Paciência para aturar o ataque que se começa a preparar às minhas parcas posses (ontem lá se viu mais uns a apelar ao mesmo: Soares e Carrapatoso, já bem esquecidos de pressão sobre o consumo que os beneficiários da economia informal exercem).
E a juntar a tudo isto, encontrei vários vereadores Sem Pelouro. A razão tem a ver com o facto de não serem do partido que domina a autarquia.
Acho que se devem sentir muito mal nesta prateleira dourada. Que por acaso não me era muito estranha. Quando passei por uma empresa de transportes vi bem o que gerava a mudança de administradores despoletada pela alteração da relação de forças a nível eleitoral.

terça-feira, maio 17, 2005

Na véspera do dia de glória
Dedico este poema ao Bispo do Porto, ao leão de Ourém, ao meu irmão e a todos os lagartões que já sofrem. Isso, roam as unhas, permaneçam de olhos abertos, coração a palpitar, a taça bem o merece...

ROMANCE SONÁMBULO

Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas le están mirando
y ella no puede mirarlas.

*

Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde...?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.

*

Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo por su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los montes de Cabra.
Si yo pudiera, mocito,
ese trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
Compadre, quiero morir
decentemente en mi cama.
De acero, si puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas,
dejadme subir, dejadme,
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.

*

Ya suben los dos compadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal,
herían la madrugada.

*

Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento, dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
¡Compadre! ¿Dónde está, dime?
¿Dónde está mi niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, negro pelo,
en esta verde baranda!

*

Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche su puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos,
en la puerta golpeaban.
Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña.



Federico García Lorca, 1928
LENDA DE D. BEATRIZ E O MOIRO
Via página da câmara de Vila Nova da Barquinha

Aí pelos séculos IX ou X, era dono do castelo um senhor Godo chamado D. Ramiro, casado e tendo uma filha única de nome Beatriz.

Valoroso soldado era, todavia, rude orgulhoso e cruel como a maioria dos senhores de sangue gótico. Ao regressar de uma das suas sortidas de guerra e orgulhoso dos seus feitos que em grande parte se cifravam em inúmeras atrocidades encontrou já próximo do Castelo duas moiras, mãe e filha, que embora infiéis reconheceu serem lindas como sua esposa e filha, que deixara em seu solar.

Fatigado da viagem e sedento, D. Ramiro interpelou as moiras para que cedessem a água que a mais jovem transportava na bilha.

Assustada pela figura e tom de voz do feroz cavaleiro, a pequena moira deixou que a bilha se lhe escapasse das mãos e quebrando-se, perdeu o precioso líquido que D. Ramiro tanto desejava.

Encolorizado e cego de raiva, este de pronto enristou a lança e feriu as duas desgraçadas que antes de morrerem, o amaldiçoaram. E porque surgisse entretanto um pequeno moiro de 11 anos, filho e irmão das assassinadas o tornou cativo e trá-lo para o Castelo. Chegado que foi a Almourol o moço viu a mulher e a filha de D. Ramiro e jurou fazer nela a sua vingança.

Passaram anos. A castelã adoece e pouco a pouco se foi definhando até morrer, em resultado do veneno que lhe vinha ministrado o cativo agareno.

O desgosto de evento leva D. Ramiro a procurar na luta contra os infiéis, refrigério para a sua desdita e parte confiando a guarda da sua filha ao jovem mouro, que fizera seu pagem, dada a docilidade e cortesia que o mesmo sempre astuciosamente revelara. Aconteceu, porém, que os dois jovens ignorando as diferenças de condições e de crenças, em breve se enamoraram, paixão contra a qual o mancebo lutou desesperadamente mas em vão, dado que tal amor lhe impedia de consumar a sua vingança.

Mas não há bem que sempre dure e o enlevo e a felicidade dos dois jovens são desfeitos pelo regresso de D. Ramiro que se fazia acompanhar por outro castelão, a quem prometera a mão de sua filha.

O moiro, então alucinado e perdido, contou tudo a Beatriz as crueldades do pai, as promessas de vingança o envenenamento da mãe e a luta que travara entre o amor e o juramento que fizera.

Não se sabe o que se seguiu a esta confissão. Diz entretanto a lenda, que Beatriz e o moiro desapareceram sem que mais houvesse notícias deles. E D. Ramiro, cheio de remorsos e de desgosto morreu, pouco depois, ficando abandonado o Castelo, Conta a lenda que em certas noites de luar se vê o moiro abraçado a D. Beatriz e de Ramiro a seus pés, a implorar clemência sempre que o moiro solta a palavra "maldição".

Deste modo o viajante que por ali deambule, não deverá se surpreender se, em certas noites de luar, vir passar por entre as ameias as vestes brancas dos templários com a cruz de sangue sobre o peito de D. Beatriz e o moiro unidos por um abraço eterno. Talvez consiga ouvir mesmo, por entre o rumorejar das águas, os soluços de D. Ramiro.
Castelo de Almourol


Magnífico Castelo Posted by Hello

Lá para Junho de 1974, fui parar a Tancos, cumprindo o serviço militar. As viagens de e para Lisboa eram de comboio: um primeiro trecho até ao Entroncamento, depois uma viagem melhor para Lisboa. Houve uma altura que fiz o percurso quase todos os dias dada a necessidade de não faltar a aulas. A passagem de comboio junto a este Castelo era um prazer para os olhos o que era extremado pela sua localização. Vejam como é descrito na página da Câmara Municipal de Barquinha:

É um Castelo de Sonho. Fortaleza reconstruída por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, em 1171, é o Ex-libris do Concelho de Vila Nova da Barquinha. Cercado pelas águas do rio Tejo, destaca-se num maciço granítico de uma ilhota do Tejo, entre Vila Nova da Barquinha e a freguesia da Praia do Ribatejo. A singular localização do Castelo torna-o um dos mais bonitos monumentos do país, tendo sido considerado Monumento Nacional em 1910.

A nossa pena


Moinhos da Pena Posted by Hello

Os nossos moinhos eram parecidos com estes, não eram?
Mas vejam o destino diverso a tão curta distância. Vão até ao meio da rua, olhem lá para cima na direcção da casa do largo de Castela e que vêm? Nada.. destroços...
Aqui ao lado, estimam-se e publicam-se textos sobre os mesmos:

"A PENA é aldeia na encosta da serra, com uma capelinha de três décadas e meia, recentemente reconstruída. Logo ali, o CASAL DA PENA, tão junto, que até a capela é de ambos.
Na colina fronteira da serra, a Portela da Pena com seus oito moinhos de vento que não trabalham. Um elemento da paisagem deste extremo do concelho que importa preservar antes que seja tarde.
(Os moinhos foram reconstruídos, rebocados e caiados, mas já não moem; apenas albergam.)"
in "Património Artístico do Concelho de Torres Novas"

Uma freguesia espectacular



Pertence ao concelho de Torres Novas o que garante alguma proximidade a Ourém.
O que tem de admirável, para além dos atributos que é natural e historicamente dotada, é uma página muito superior em qualidade à da grande maioria de concelhos que tenho visitado.
Está lá tudo, até requerimentos em linha.
É possivelmente obra de muita carolice, mas por que é que os nossos presidentes de juntas de freguesia não fazem lá uma visitinha?
Por que é que serve para Torres Novas e não serve para Ourém?
Ensino Superior em Torres Novas no próximo ano lectivo

Via Página da Câmara Municipal de Torres Novas


A tuna templária

Assinado protocolo com Instituto Politécnico de Tomar


O protocolo para criação do CENTRO DE ESTUDOS POLITÉCNICOS DE TORRES NOVAS foi assinado a 15 de Abril, na Alcaidaria do Castelo, visando a formação e qualificação nas áreas consideradas mais relevantes para o desenvolvimento sócio-económico e cultural da região. O público compareceu à cerimónia em grande número e a Tuna Templária do IPT abrilhantou o evento.


O CEPTON funcionará provisoriamente nas instalações da Residência de Estudantes (vulgo “Casa Amarela”), sendo depois transferido para as instalações da actual Biblioteca Municipal, após as necessárias obras de adaptação/remodelação, cedidas para esse fim enquanto vigorar o protocolo.

Ao município caberá a disponibilização das instalações e a assunção de alguns dos encargos de funcionamento (electricidade, água, limpeza, segurança, etc... até ao limite previamente estabelecido), cabendo ao IPT a elaboração e execução do plano de actividades e orçamento, assegurando os meios técnicos e humanos necessários ao desenvolvimento das actividades do CEPTON, que terão início em Outubro deste ano.

O protocolo vigorará por tempo indeterminado, enquanto não for denunciado por nenhuma das partes, o que só poderá acontecer com a antecedência mínima de um ano, nunca podendo acontecer antes do término do ano lectivo.

O documento foi assinado pelo presidente da Câmara, António Rodrigues e pelo vice-presidente do IPT, António Pires da Silva. Aos discursos dos representantes das entidades envolvidas, seguiu-se o discurso do governador civil do distrito de Santarém, Paulo Fonseca, que saudou a iniciativa.

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Muito interessante...
A Câmara Municipal de Rio Maior tem ali logo como terceira opção do menu da sua página, algo dedicado à acção social.
Lendo-o, apercebemo-nos que a Câmara tem uma política que tenta percepcionar regularmente a situação das pessoas para tomar medidas e que tem recursos humanos com esse objectivo.
É saudável esta atitude. Tal como Rio Maior, Ourém devia sistematicamente medir as necessidades sociais das suas populações, organizando-se para esse objectivo e actuando de acordo. Não o fazendo, como é que estas podem ser conhecidas?
Um freixiandense questiona José Alho e Sérgio Ribeiro

A Freixianda é uma freguesia bem difícl, mas eis que um dos seus naturais pergunta aos candidatos o que contam fazer pela terra se forem eleitos. Julgo que nenhum destes candidatos vai prometer mundos e fundos, tenho a certeza que nenhum tentará comprar o eleitorado, garanto que as freguesias serão tratadas em pé de igualdade e tendo em conta a especificidade, mas penso que poderão dar uma resposta que poderá efectivamente esclarecer o que essas pessoas não terão se eles não forem eleitos.
Eis a pergunta para José Alho:

Que pensa, concretamente, fazer para melhorar a vida dos freixiandenses?

Eis pergunta semelhante para o Sérgio:

Sou freixiandense, por favor diga-me em concreto o que vai fazer pela minha freguesia?

segunda-feira, maio 16, 2005

Notícias de Cá


O candidato socialista Posted by Hello

Um jornalinho de aldeia, publicado ali para os lados de São Sebastião, atreveu-se a entrevistar José Manuel Alho. E este não se fez rogado.
Eu vou abusar e transcrever o que eles disseram.

O Partido Socialista já apresentou o seu candidato à Câmara Municipal nas próximas eleições autárquicas.
Trata-se de José Manuel Alho, da Atouguia, biólogo, professor. Este nosso vizinho é conhecido pela sua acção associativa e institucional na defesa do ambiente. A sua acção enquanto dirigente da Quercus local grangeou-lhe prestígio.
O Notícias de Cá não toma posição, como órgão de comunicação social – por mais modesto e informal que seja –, mas quer ajudar ao debate, ao esclarecimento, à fundamentação das escolhas dos eleitores. Abre, por isso, as suas páginas e, naturalmente, quer ouvir quem está mais perto de si. Quem é de cá. Se o candidato à Câmara por outro partido fosse da Atouguia, ou de S.Sebastião, ou do Zambujal, também seria ouvido.

NdeC – Dr. José Alho, quais são os seus projectos prioritários para a mudança que colocou como lema da candidatura?

JMA – O projecto é o envolvimento do cidadão na construção de um programa que não seja só eleitoral, mas que seja para concretizar no caso de merecer a confiança dos oureenses. Para isso, vou fazer reuniões sectoriais ouvindo as pessoas, desde os jovens aos empresários, associações, ou seja, o programa a apresentar não vai ser o meu programa mas o programa de todos que quiserem participar com as suas propostas e ideias pois é assim que entendo a Democracia.
Algumas prioridades:

- resolver o problema da interioridade do norte do concelho;

- resolver o problema dos pais que não têm creches para os seus filhos, menores de 3 anos;

- consolidar a rede de lares de 3ª idade;

- definir o estatuto do concelho de Fátima;

- apoio à juventude, associativismo e cultura;

- medidas para avançar com a revisão do PDM que, como está, não serve ninguém.

NdeC – E em relação à nossa “região”, no que respeita ao ambiente (ETAR de Fátima, ribeira de S.Sebastião, caso dos fornos de carvão); à cultura (Capela de S.Sebastião, quando e como o início das obras); ao social (centros de saúde da Atouguia e outros apoios); a economia (correios da Atouguia, seu estatuto e horário)

JMA – Procurarei:

- valorizar e tirar partido do local de Fátima como centro turístico;

- “manter os jovens na freguesia e “chamar” outros para cá viverem; - resolver problemas de acessibilidade para e de Fátima;

- ter em atenção os fornos de Escandarão;

- canalizar as descargas da ETAR para Vale Cavalos;

- quanto à capela de S.Sebastião, estando dados os primeiros passos, não entendo a lentidão.

Quanto ao social, infelizmente não é só o caso da Atouguia, estende-se pelo concelho, embora seja uma competência da Administração Central, acho que a Câmara tem de ser fortemente reivindicativa de modo a garantir serviços de qualidade que respeitem os direitos dos cidadãos, com especial atenção aos idosos, que são a faixa etária mais frágil e com menos hipóteses de alternativa.

Quanto aos correios, temos de ter consciência que temos vantagem em relação a outras freguesias; serve a população e o facto de estarem abertos a tempo inteiro poderia ser uma forma de acabar definitivamente por falta de rendimento; optar para servir a nova estação para provar a sua necessidade.

NdeC – Quanto aos outros candidatos já conhecidos, à Câmara e à Assembleia Municipal, suas virtudes e defeitos.

JMA – Para a Assembleia Municipal já se conhece a candidatura de Sérgio Ribeiro. É um amigo, uma pessoa por quem tenho uma consideração muito especial. Foi com ele que despertei para as funções públicas.

Estamos em posições diferentes mas eu teria todo o gosto em o ver na AM, comigo na presidência da Câmara. Independentemente dos partidos, espero contar com ele para o progresso do concelho.

Sérgio Ribeiro responde aos oureenses através do blog OUREM (5)

A pergunta era a mesma já respondida por José Alho:

Que vão fazer para tornar a Assembleia Municipal um órgão mais representativo das necessidades das populações. Como vão dinamizar a comunicação com estas? Já não se pretende uma resposta do tipo: eu estou sempre disponível, no meu posto, mas uma atitude mais proactiva. Como ir ao encontro de...? Como levar à participação?

E eis a resposta do Sérgio:
  • A Assembleia Municipal é o órgão mais representativo da autarquia. Nele estão os eleitos para serem os acompanhantes e os avalizadores da acção executiva levada a cabo pela Câmara, com os seus vereadores. Essa representatividade é-lhe intrínseca. Mas é real?, é efectiva?, traduz-se em acção de defesa das necessidades da população que os seus membros representam? Afirmo sem hesitar que não. E que é uma das mais graves deficiências do funcionamento da democracia em que vivemos.
    Que fazer (como perguntava o “outro”)?
    Tal como em 1997, proponho-me, se eleito, agir em duas direcções.
    Numa delas, acompanhar, a par e passo, a actividade da vereação, ser crítico e colaborador, isto é, dar o meu contributo para que a vereação esteja ao serviço das populações, tal como entendo esse serviço.
    Na outra direcção, não menos relevante, ser intérprete, junto das populações, do que está a ser feito, do que feito foi, do que deverá vir a ser feito. E recolher, sempre que possível, as suas opiniões.
    No concreto, voltarei a pugnar
    - por uma maior participação do chamado “público” nas sessões, mas participação activa, democrática, política, e não sobre casos pessoais que esses devem ir às sessões públicas da vereação;
    - pela realização de sessões temáticas, em que se ouçam especialistas e sejam confrontados com dúvidas dos membros da AM e do “público”;
    - pela realização de sessões descentralizadas, não para satisfazer clientelas locais mas para se aproximar e abrir às populações:
    - pela realização em Agosto de cada ano – por muito sacrifício que isso implique – de sessões sobre os problemas dos emigrantes, com forte estímulo à sua participação também para os ligar à actividade autárquica da terra que deles é.
    Já li a opinião, que muito respeito, do Sérgio Faria, com que não concordo embora reconheça toda a justeza nos pressupostos. Mas estes não são imutáveis. Têm de mudar. A sério!
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Relógio de Sol Posted by Hello

Merece uma visita o arquivo fotográfico disponibilizado pela Câmara de Ferreira do Zêzere. De caminho, pode ser examinado o modo como facilitam a procura e oferta de emprego.
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E digam lá aos da Câmara de Ourém como fazem os da Câmara de Constância...


O sobreiro de Montalvo Posted by Hello

É um marco, uma referência, um símbolo de Montalvo. E um orgulho também.

No meio do largo, a sua majestosa presença impressiona o viajante que chega. É impossível não reparar na imponência do seu porte, na dignidade que transparece da sua presença secular, ali, a pontear aquele sítio, lugar de ir e passar, encontro e cruzamento das voltas do dia a dia.

É, de longe, o ser vivo mais idoso de Montalvo. De entre os homens, mesmo os mais velhos, todos afirmam que se lembram de sempre o verem ali, mesmo quando eram meninos, e já então sobreiro feito, com muitos anos contados.

Algumas dessas pessoas mais idosas dizem que haverá cem anos, pouco mais ou menos, muito antes de o largo ter ganho a configuração que tem hoje, havia ali uns valados a delimitar propriedades e muitos, muitos sobreiros, servindo este aqui de apoio ao portal de entrada para as terras da família Feijão, uma das mais conhecidas da freguesia. Daí que tivesse uma identidade própria e conserve ainda agora, passado este tempo todo, o sobrenome que lhe ficou dessa função de outras épocas: embora já em desuso, ainda o povo o conhece como sobreiro Feijão. E de junto a ele parte uma rua que perpetua um dos membros da família, Júlio Feijão, que chegou ao cargo de presidente da Câmara Municipal nos meados do século XX.

As árvores, pelo menos algumas delas, sempre exerceram sobre os homens um fascínio especial. O lugar que ocupam e que identificam, as situações da nossa vida que associamos a elas, a generosidade da sua sombra nos dias quentes do Verão, a sua eterna presença, que já era antes de nós e ficará para depois, tudo se conjuga para que olhemos certas árvores com um particular encanto, como se fossem anciãos que transportam consigo toda a memória do pequeno mundo da aldeia. O sobreiro de Montalvo é, sem dúvida, o melhor exemplo vivo, de quantos há no concelho, desse jeito especial de ser árvore quase gente.
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E continuamos na página da câmara municipal da Chamusca. Vejam nela o reflexo da poesia popular numa entrada sobre a freguesis de Ulme que refere O ARROZ, AS MONDAS, AS MONDADEIRAS:

Somos um alegre rancho
Das mondadeiras de arroz
Que vem espalhando alegria
Com alegria na voz.

Teresa Cavazzini


Lá vão elas
Pela estrada de alcatrão,
Atraentes moças belas,
Onde brilha a sedução.
Lá vão elas,
Como a sina lhes propôs,
As donzelas,
Para a monda do arroz.

Custódio Mira
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A página da Câmara Municipal da Chamusca é, em termos de quantidade de informação procurada, das mais pobres. Tem, no entanto o mérito de nos oferecer um conjunto de peças importante para o conhecimento da cultura do seu povo.
Vejam, por exemplo, esta descrição da

PROCISSÃO DE S. MARCOS E NOSSA SENHORA DA PIEDADE


A procissão Posted by Hello

Duas terras, um rio. Arripiado e Tancos, o Tejo corre a juntá-los. Virados um para o outro, há tanto tempo assim perto, olhos nos olhos, a vida dum lado e doutro do rio, é comum o modo de estar que o Tejo traçou a ambos.

Sempre o sítio foi de passagem, desde a mais remota era, porque aqui o rio é estreito, se comparado com, o que se espraia a jusante, e é fundo todo o ano, nem que seque noutros lados. Sempre os homens aqui passaram, para a conquista, para o comércio, para o trabalho, para o Passeio.

Sempre aqui existiram barcas para ajudar a passagem e ainda resta uma, herdeira de tantas travessias, ir a Tancos e voltar, um vaivém que nunca acaba.

Ponte é que nunca houve, vá lá saber-se porquê, sendo o sítio de passagem. A não ser pontes de barcas, essas sim já se fizeram e não foi há muito tempo.

Há-de haver quarenta anos ainda se viu uma ponte dessas, erguida por algum tempo, por onde passavam homens e também Nossa Senhora.

Era trabalho de soldados, ponteneiros de especialidade, que aqui tinham instrução e consistia ela em pôr a ponte no Tejo, do Arripiado a Tancos. Durante um mês ou dois, sempre em tempo de Verão, escusavam de andar as barcas, era pela ponte a passagem. E nessa altura aproveitava-se o ensejo para levar ao Arripiado a Senhora da Piedade, quando Tancos estava em festa. Do outro lado do rio, onde agora está o cais, num largo que é de S. Marcos, como diz a toponímia, havia uma capela onde o santo tinha altar e à qual dava o seu nome. Era sítio por onde o Tejo entrava, sempre que havia cheia, e acabou por ser a capela demolida e substituida pela igreja que agora se ergue lá mais no alto da aldeia.

Nos tempos da procissão, ia a Senhora da Piedade à capela de S. Marcos, dava a volta à povoação e voltava a Tancos pela ponte. Era um momento especial da vida das duas terras, quando a Senhora selava esta amiga vizinhança.

Acabaram os ponteneiros e as pontes que eles faziam. Deixou, por isso, de se fazer a procissão. Correram os anos, mas ainda há quem se recorde, nas gerações mais antigas, de ver com os próprios olhos o que mostram as fotografias.

E então surgiu a idéia, que já foi realizada no último Verão que passou, de repôr a procissão, levando de barco a Senhora, de Tancos ao outro lado do Tejo. E foi bonito de ver, e cheio de significado, a gente de um lado e de outro satisfeita com o reencontro da Senhora da Piedade e de S. Marcos vizinho, há tantos anos à espera que os homens os juntassem, aproximando-se mais uma terra de outra terra, usando o rio que as une.

Houve festa nesses dias e foi festa singular, uma só nas duas margens, não sendo o Tejo barreira, mas palco para festejar.

E há-de haver muitas mais, porque assim querem as terras, assim desejam os homens. E já se pensa em levar S. Marcos à outra margem, retribuindo a visita e transportando para Tancos, como Tancos fez no Verão, a amizade do Arripiado, o abraço do vizinho, a alegria de ter um amigo na frente do nosso olhar
Francisco Silva na Som da Tinta



Francisco Silva é engenheiro e desempenha funções como consultor superior da PT, sendo dirigente de várias organizações internacionais de cientistas e técnicos.
Autor de três livros (Narrativa nova - dialogando com a sociedade de informação, Fronteiras do futuro - a sociedade face à revolução científica e técnica e A quadratura do círculo -desenvolvimento, sustentabilidade, criação de valor, emancipação) questiona o tempo que vivemos e os caminhos que estamos a percorrer.
Será em Ourém, no dia 21 à tarde, às 17 horas.

José Alho responde aos oureenses através do blog OUREM (5)

Há dias, a propósito de uma conversa sobre a Assembleia Municipal, deixámos a seguinte questão para os candidatos (Catarinho, Alho e Sérgio):

Que vão fazer para tornar a Assembleia Municipal um órgão mais representativo das necessidades das populações. Como vão dinamizar a comunicação com estas? Já não se pretende uma resposta do tipo: eu estou sempre disponível, no meu posto, mas uma atitude mais proactiva. Como ir ao encontro de...? Como levar à participação?


E eis a resposta de José Alho:

Caro Luis:
Quanto ao pergunta deixada aos candidatos sobre a AM cabe responder que, independentemente do respeito que a autonomia deste orgão tem de merecer do Presidente da Câmara Municipal, tentarei na medida do que me for possivel criar as melhores condições para o seu funcionamento eficiente e democratico.
Isso significa o respeito pelos deputados eleitos e pelos cidadãos que ai pretendam intervir, meios de apoio logisticos modernos(incrivel que as sessões não sejam gravadas) e condições de trabalho.
Mais uma vez sublinho da minha parte a observância do respeito pela autonomia do orgão máximo do municipio,mas no papel de liderança desta candidatura tentarei mobilizar para a apresentação de propostas concretas que garantam um novo dinamismo em torno do funcionamento da AM e na sua relação com os cidadãos e com os seus interesses.

Cumprimentos

jose manuel alho

Agradecemos muito a este candidato a sua disponibilidade quase permanente para nos aturar e responder às nossas questões. Pena que o presidente David não queira participar neste humilde espaço. Que receará o homem que tem a Câmara quase garantida? Só fala com os oureenses do PSD? Com os que garantidamente lhe dão o voto?
Mas vou dar-vos mais.
Imaginem que me chegou às mãos uma preciosidade em que este candidato (José Manuel Alho) falava num jornalzinho de aldeia da sua candidatura. Não se preocupou com a tiragem, com o entrevistador. Respondeu...
Isto diz-nos algo sobre ele que não pode passar em claro e que deve ser valorizado. Lá mais para a tarde divulgarei esse documento.

domingo, maio 15, 2005

As filarmónicas

Hoje, aqui pela Parede, a manhã teve a sua delícia. Numa deslocação ao supermercado, apercebi-me que havia um daqueles festivais em que as bandas (perdoem qualquer incorrecção nas designações, sabem ao que me refiro, não sabem?) desfilam pelas ruas.
Tive o privilégio de assistir à passagem de quatro que foram homenagear a junta de freguesia e depois prosseguir pela terra. As suas designações eram interessantes: Paredense, Mucifalense, Tavira e (pasmo!!!!!) Santanense de Figueira da Foz. E acreditarão os meus amigos que era exactamente esta a que melhor executava aqueles trechos? Perguntem ao Quim dos Leitões que estava do outro lado da rua também a ouvir...
Apreciei este bocado. E, depois, apercebi-me de como o tempo nos transforma. Com treze ou catorze anos, era incapaz de lhes dar atenção. Queria era os Beatles ou os Stones. Isto não prestava para nada na minha curta visão. Hoje, trouxeram-me a recordação desse tempo...
O Bispo do Porto responde ao inquérito literário

É verdade. Recuperado que está da profunda decepção de ontem à noite, o Santa Cita que aqui reconhecemos como o magnífico Bispo do Porto, já respondeu ao inquérito que tanta gente da blogosfera tem motivado.
Eis a sua resposta:

O meu Amigo Luís do Ourém desafiou-me e o resultado do desafio é o que se segue.

Não podendo sair do Farenheit 451, que livro quererias ser?

Nenhum!
116 kg de papel!
Chiça!

Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?

Nunca.
A que me deixou apanhadinho é bem real.
(Um beijo, MA)

Qual foi o último livro que compraste?

“O Estranho Caso da Boazona que me Entrou no Escritório.”

Qual foi o último livro que leste?

“Siddharta”, de Hermann Hesse.

Que livros estás a ler?

Estou a ler “Gente Feliz com lágrimas”, de João de Melo

Cinco livros que levarias para uma ilha deserta?

Manual de Sobrevivência, A caça, A pesca, Como variar a alimentação com poucos ingredientes, Cortes de cabelo em 10 lições.

Passo testemunho
ao Vincent Bengelsdorff porque expressamente o pede, à Thita, porque vou gostar
de ler as respostas desta minha muito jovem amiga e à Gotinha ”just because”.



Mas a Gotinha disse não...
Rumo à vitória

Vai ser uma semana em cheio...
Ao fim de tantos anos, há a possibilidade de recuperar o almejado troféu.
Por outro lado, desejamos toda a sorte do mundo aos lagartões. Que estejam ao seu melhor nível! Sabemos que é uma taça para equipas de segunda, mas sempre é uma taça...
Aqui pelo OUREM, prosseguiremos com o nosso passeio pelas páginas dos concelhos vizinhos a tentar identificar algumas práticas sugestivas.
E há que manter a esperança.
Algo se prepara para levar à derrota do presidente David...
A situação orçamental é pior do que se pensava

A sério?
Será que o Dr. Vitor Constâncio não conhecia a situação orçamental e foi surpreendido pelo resultado da comissão para apurar o défice que liderou? É caso para perguntar o que andou a fazer durante estes anos todos em que tem exercido a função de governador do Banco de Portugal. Ou será que está a preparar o terreno para justificar qualquer coisa?
Já estou a ver as medidas para diminuir a despesa:
- despedir 40% da função pública;
- aumentar a idade da reforma para os 80 anos;
- mandar os desempregados para a China;
- diminuir em 30% os salários dos funcionários e as pensões...
e as que vão reanimar a economia:
- aumentar o salário de deputados e ministros;
- abater o que resta de sobreiros e promover negócios imobiliários;
- substituir todos os automóveis ao serviço dos departamentos do governo por modelos topo de gama.
Sei que isto é demagogia do mais baixo nível. Mas estou cansado desta gente: é sempre a mesma conversa e nunca dão o exemplo...
Reconhecem-nos?


Dom Quixote, Sancho Pança e o famoso Rocinante Posted by Hello

É só para dizer que, aqui ao lado, os nuestros hermanos têm uma promoção interessante em torno de uma das suas figuras que eu mais gosto.
A abrangência é de tal ordem que envolve bibliotecas venezuelanas, onde se tem acesso em html aos capítulos da obra e a protecção de espécies:
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