sexta-feira, julho 22, 2005
Hockney, Praça Vermelha
Ninguém respondeu...
... pelo que não têm prémio.
Mas têm uma oportunidade única para ler o artigo de Pacheco Pereira acerca de "Os poemas da minha vida" escolhidos por Jerónimo de Sousa. Apreciem também os links que não existem no artigo publicado.
E aproveitam a ida à Som da Tinta este fim de semana, legitimada pelo Benfica, para comprarem (além das geniais obras apresentadas) o livro aqui referido.
O voto e a vontade de lutar pela nossa terra
Clientelismo e empresas municipais
Política de reordenamento florestal
Agressões ao património urbanístico
Perspectivas estratégicas (?!)
Apoio à edição de obras de autores oureenses
Promover a habitabilidade das aldeias do concelho
Criar e/ou melhorar a rede de bibliotecas do concelho e pô-la ao serviço dos oureenses
Desenvolver o amor à língua e à terra onde nascemos, pela prática
Desenvolver um portal turístico de Ourém e pô-lo ao serviço dos agentes económicos
Criar o Observatório Social do concelho de Ourém
Reflexões sobre o poder local e a sua reforma - 1
Hoje estou um pouco virado para a pré-campanha do PS. A culpa não é minha. A culpa é da edição em linha do NO que só fala em PSD e PS como se outras candidaturas não existissem ou nada tivessem produzido durante a semana. E aqui está uma boa ideia do candidato socialista:
Caso fosse eleito, Alho lançaria um fórum municipal onde os oureenses, independentemente das suas integraçoes político-partidárias, “deveriam ter alguma coisa a dizer sobre as grandes linhas de desenvolvimento do concelho”. Os nomes apontados foram o de Sérgio Ribeiro, Mário Albuquerque.
(Via Notícias de Ourém)
Recebemos do candidato José Manuel Alho o seguinte texto relativo à promiscuidade e favorecimento Câmara * PSD, aqui denunciados e aqui relembrados:
"Subscrevo a indignação do Luis perante estes factos terceiromundistas.
A motivação para ser candidato nasce da revolta contra este estado de coisas e por acreditar que os valores da Democracia e dos Cidadãos merecem que lutemos por eles na nossa terra!
A Comissão Nacional de Eleições terá conhecimento!
Espero que não sejam necessários observadores da ONU!"
O que escrevemos...:
Reconheço o Abel, o Orlando, o Mário Teixeira e, talvez, o Tó Marinho.Admitamos que o esquema seguinte corresponde à disposição dos ditos:
É curioso lembro-me claramente da cara do último tantas vezes o vi, mas parece-me escondida lá muito no passado
1 2
3 4 5 6
7 8 9
Eis o reconhecimento efectuado:
1 - desconhecido, um tocador do Alqueidão
2 - Mário Teixeira, um grande dinamizador deste tipo de acontecimentos
3 - Abílio Alfaiate, o Abílio do pífaro que tocava saxofone na banda
4 - desconhecido
5 - Léle
6 - Tó Marinho
7 - Abel, o melhor defesa do Atlético de todos os tempos na modalidade Hóquei em Patins, pai do treinador dos putos, e, neste particular, participante por ser tocador de realejo
8 - Orlando
9 - Andrade também tocador de realejo
As meninas de Ourém de 50(2)
Mais ou menos há uma semana, escrevíamos, a propósito desta fotografia:
Reconheço a Aurorita que me ensinou as primeiras letras e números e, se não estou em erro a Luísa (a Ita, filha da vizinha, a tal minha terceira mãe, e do Rafael) uma querida amiga mais velha. Fazem parte do meu património de recordações de Ourém como das melhores coisas que encontrei nesta vida e estão presentes em algumas das estórias que já aqui deixei.
Permanece portanto uma indefinição: quem seria aquela terceira menina a contar da esquerda?
quinta-feira, julho 21, 2005
Ourém precisa de mudança no poder autárquico - 22
Reflexões sobre o poder local e a sua reforma - 3
Em entrevistas e tomadas de posição, o actual Secretário de Estado Rui Baleiras tem aflorado problemas reais do poder local,e tem avançado com ideias e propostas que estarão em vias de concretização.
Ou “a apalpar terreno” para que o possam vir a ser.
Tratando-se de alguém que conhece a problemática sobre que tem poder (executivo), naturalmente que tem aflorado problemas e situações reais, na perspectiva do partido que é maioritário e nalguns (muitos) casos coincidindo com a do partido (ou partidos) que têm alternado no poder executivo há décadas.
Desde 1976!
A CDU tem dúvidas sobre a oportunidade de algumas das questões, pois configuram uma reforma que não se pode discutir em vésperas de eleições autárquicas, mais parecendo uma forma de, “a quente”, se pretenderem ganhar posições que deveriam ser calma e serenamente reflectidas.
O endividamento das autarquias exige, na verdade, que se encare seriamente o problema. Mas não se pode isolar da situação do Estado em geral, e da verdadeira obsessão financeira-orçamental que, se preocupante, se trata como se a situação não fosse o fruto (podre!) de se ter enveredado, há muitos anos, pela financeirização em detrimento da organização do aproveitamento dos recursos, da criação de riqueza, da prioridade ao esforço económico produtivo.
Falar das finanças locais fora do quadro geral, e fazer delas um ponto de uma agenda de entendimento entre dois grandes partidos candidatos à bipolarização total tem de ser denunciado em tempo e em vésperas de autárquicas.
E muito menos oportuno é misturar-se a “necessidade” (de quem?, para quê?) da monocolorizar os executivos com a fuga a tocar-se no problema das privatizações (da água, por exemplo) e das empresas municipais enquanto escapatórias às regras da função pública como têm sido, e como autorizadas estão a ser (e não só para isso!).
O caso dos PDM é de enorme relevância.
Os PDM são indispensáveis para que haja regras, e se impeça o arbítrio e a prepotência ao nível local, e, ao mesmo tempo, são uma peça indispensável de uma descentralização sem que esta se confunda com separação do quadro nacional e das políticas que, neste quadro, devem ser decididas e respeitadas.
Se os PDM são o que deveriam ser, e conseguem responder aos reais problemas e suas hierarquizações locais, essa é outra questão que não pode – não deveria! – pôr em causa a sua importância e necessidade.
CDU - Ourém
Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
uma vereação em que haja oposição
E, por isso, a maioria dos poemas escolhidos mais do que poemas da revolução são-no de revolta, da injustiça, do ideal prometaico, da utopia, do "sonho" e, muito portuguesmente, de uma apologia racionalista, quase maçónica, do vitalismo da natureza versus as perversões da sociedade. É a nostalgia de um mundo natural ideal...
É quinta-feira. Dia do Mundo de Aventuras. Apetece-me fazer uma pausa, voltar ao Central e deleitar-me com algumas aventuras da juventude. Escolheria obviamente o Cisco. Razões?
- tinha sempre meninas bonitas algumas das quais com pelo na venta;
- em vários pontos das histórias encontravam-se mais ou menos explicitamente críticas às convenções sociais;
- o final, ao contrário do que sugere a acção do governo do Eng. Sócrates, era invariavelmente feliz.
Fico por aqui, tenho que preparar um teste para sábado. Hoje, ainda divulgarei uma nota da CDU. Apareçam...
quarta-feira, julho 20, 2005
Quando aparecia, a sua cara, imagem do rigor, já não prenunciava nada de bom.
"Despesistas! O que é preciso é investimento de qualidade.".
O país incendeia-se.
O PS afunda-se.
O governador não acerta uma.
A crise é cada vez pior.
O anterior salvador veio de Santa Comba, tudo se conjuga para que o próximo venha dos lados do Boliqueime.
Laranjada em acção
Favorecimento, promiscuidade, descaramento são algumas das palavras que podem caracterizar a acção da Câmara Municipal de Ourém ao promover, com a Junta de Freguesia de Fátima, uma iniciativa do PSD, de acordo com o que é destaque no Notícias de Fátima.
Será que a Comissão NAcional de Eleições não vê isto?(!!!!)
Tenho muita pena, mas, neste particular, não posso falar dos dois jornais da nossa terra.
Pelo contrário, tenho que apontar aquela folha quinzenal que, ao lado das listas e propostas do PS, ao lado dos candidatos e da festa do PSD, ao lado de notícias sobre o CDS, ainda conseguiu um pequeno espaço para resumir três das seis propostas elaboradas, na quinzena, pela CDU para a nossa terra. Propostas (enviadas pelo Sérgio) que eu recebi, o Castelo e eles...
O resumo pode não ser o melhor, há reparos, mas deu visibilidade a posições que querem o melhor para a nossa terra, não as menorizando perante as de outros.
Esse jornal é o Notícias de Fátima. Parabens aos seus responsáveis.
Só há mudança real quando os que a pretendem protagonizar se aproximam de outros que também querem mudar e não se arrogam ser eles - e só eles - a mudança, pouco ou nada mudando, ou mudando para pior até porque desiludem os que se iludiram. É só ver o que se passa ciclicamente ao bipolarizar-se a escolha.
Fonte: Notícias de Ourém de 15 de Julho de 2005
Há dias, um oureense telefonou-me e falou-me acerca do portal turístico proposto neste post.
"Sabes - dizia ele - tenho a impressão que esse portal já existe a partir de Fátima e que não há novidade nenhuma. Vê o Fátima Virtual".
Fui ver. Efectivamente, está ali um portal sobre Fátima, freguesia muito importante do concelho de Ourém. Um produto muito bem elaborado, pese embora ainda estar em fase de acabamentos.
Mas uma análise ao mesmo permitiu-me, a breve trecho, detectar uma natureza substancialmente diferente daquela que é preconizada no portal descrito na proposta referida.
terça-feira, julho 19, 2005
Estive a almoçar com alguns colegas e a conversa deslizou para as empresas municipais.
Dizia um deles: “não percebo como é que alguém consegue mostrar a viabilidade de uma empresa de recolha de lixo relativamente à permanência nos serviços da Câmara. Aqui, existiria um director, eventualmente alguma secretária e o pessoal operacional. Na empresa, o director será substituído por um conselho de administração, que será assistido por um corpo de secretariado, originando custos muito mais elevados para o contribuinte”.
Concordei um pouco com ele e lembrei-me da miséria que é a limpeza das ruas da Parede (onde também é a trupe laranjota quem actualmente faz estragos)desde que confiada a uma empresa de nome SUMA que mais parece uma estância de recreio com os instrumentos de trabalho: aspiradores, lavagem e limpeza. Devem ter um planeamento de tal modo sujeito a uma elaboração de qualidade que há ruas onde nunca se vê um agente dessa empresa e há outras, de maior visibilidade, onde todos os dias passa o carrinho da aspiração. A dar mais graça à cena é o recado da junta de freguesia quando se apresenta uma reclamação: “Ah! Apresente o caso à SUMA. A limpeza é com eles...”. Chama-se a isto controlo.
A última revista Exame com que tomei contacto dedicava-se à listagem dos 100 mais ricos do nosso país. Lá estavam Belmiro, Amorim, Mello...
Em vão procurei um nome de Ourém. O presidente David diria: “graças à minha acção, somos um concelho equilibrado; não há nem muito pobres nem muito ricos...”.
Já a procura dos que têm relações com Ourém através da actividade económica foi produtiva. Num miserável 71º lugar, com uma fortuna avaliada na ordem dos 90,5 milhões de euros (nada que um simples euromilhões não posso suplantar numa só jogada...) estava António Vieira Rodrigues, um nome ligado ao Grupo Lena, designação que vemos sistematicamente associada a empreitadas em Ourém.
Ourém precisa de mudança no poder autárquico - 21
Reflexões sobre o poder local e a sua reforma -2
Não se nega que há uma deterioração progressiva do estado das finanças locais em Portugal.
Há endividamento à vista e há endividamento escondido, com atraso no pagamento a fornecedores ou a entidades apoiadas, tal como há atraso no recebimento ou transferências de verbas que são devidas ao poder local.
É um retrato (um filme…) por vezes dramático, por vezes caricato. Mas a situação não está padronizada, e o que acontece em Constância (pela positiva) está nos antípodas do que acontece em Marco de Canavezes (pela negativa).
Há um quadro legal em que todas as autarquias se movimentam, mas os autarcas não são todos iguais e as autarquias são todas diferentes, em dimensão e em problemas.
A questão (técnica) do equilíbrio do orçamento corrente é, também, política e tem fugas. O que é que é “corrente”, ou quando é que é “corrente” uma determinada despesa?; ou, melhor (ou pior ainda…): uma mesma actividade pode ter tratamento contabilístico diferente segundo for de administração directa (e ser corrente) ou adjudicada (e ser investimento)
E a questão das empresas municipais? Trata-se, ou pode tratar-se, de verdadeiro artifício… para além de instrumento político de gestão de recursos humanos no sentido do pior clientelismo, que, por vezes, até familiar ou dinástico é.
E o Estado central, se permissivo nestas manobras e manipulações, é fortemente condicionador nalguns outros aspectos como na da classificação das transferências.
Mas não é só o Estado, porque as “instâncias comunitárias” também aqui metem o bedelho – e de que maneira – coarctando o poder nacional, nos níveis central e local.
Depois, há a questão da influência do sector e dos agentes do imobiliário, que quase transforma algumas autarquias em veículos ou instrumentos de empreiteiros, numa relação em que as zonas de sombra são muitas (e, por vezes, muito escuras…).
São sintomáticas as dúvidas sobre quem está nas mãos de quem, ou de qual o grau de promiscuidade …e mereciam ser ponderadas ao estilo de elaborar “rankings” nas 308 autarquias.
Numa abordagem mais “séria”, há que sublinhar que as receitas dos municípios não apenas são escassas como estão demasiado concentradas no sector imobiliário (como o sublinha, e bem, o secretário de Estado).
Algumas das propostas que estão implícitas nessa tomada de consciência do poder merecem reflexão, mas o momento, com as eleições à porta, não será o mais oportuno.
CDU - Ourém
Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
uma vereação em que haja oposição
segunda-feira, julho 18, 2005
Reflexões sobre o poder local e a sua reforma - 1
Impõe-se, é vital, uma reflexão sobre o poder local. Como se impõe uma reflexão (e acções…) sobre o Estado, de que o poder local é parte, sua estrutura e funções. Sempre!
Mas quando o caminho que o “sistema” tomou o levou a becos, os próceres do poder procuram saídas e, recusando-se a que outros sejam os caminhos, procuram e insistem em manobras de diversão.
O caminho em que se tem abusado agudizou as contradições do capitalismo (é dos livros), e a “culpa” diz-se ser ou dos funcionários públicos, ou do poder local, ou de…, nunca do caminho seguido apesar de tanto se ter prevenido que a isto vinha dar.
Dividir para reinar é regra sabida. Logo, uns trabalhadores (os da “função pública”) teriam “privilégios” que os outros não têm, e assim se tenta impedir, ou adiar, que todos os trabalhadores tomem consciência que os tais “privilégios” são conquistas que de todos deveriam ser.
Há uma parte a estrutura do Estado onde se mantém, embora bastante mitigada, a partilha do poder por diferentes forças políticas, contrariando a tendência bipolarizadora e alternante? Pois vem afirmar-se (e o PS e o PSD fazem coro) ser prioritário mudar porque, assim, os executivos não são eficazes, quando, se tem havido eficácia executiva nestes anos de democracia, tem sido no poder local.
Tema particularmente oportuno em ano de autárquicas. Mas a reflexão deveria ser profunda e libertar-se de chavões, de ganga ideológica. Deveria ser bem fundamentada tecnicamente, sem nunca deixar de ser política, de mostrar que há alternativas.
Impressiona a afirmação de que a “despesa pública local” (DPL) cresceu, de 1996 para 2001, 52% enquanto o “produto interno bruto” (PIB) real apenas cresceu 19%, e que esta evolução paralela se tem vindo a agravar, e se teria acelerado depois de 2001.
Mas… cabe perguntar: foi a DPL que cresceu de mais ou foi o PIB que cresceu de menos?, ; corresponde essa subida da DPL a uma descentralização que transferiu o que deveria ser transferido da administração central para a administração local?
Sem uma resposta clara a estas questões, os números pouco valem.
Situações de colapso financeiro em algumas autarquias e o endividamento do poder local devem-se a quê? Quase apetece perguntar se poderia ser de outra forma, qual impossível oásis, numa situação financeira geral que reflecte o caminho que tem sido seguido, de empolamento das finanças (e do imobiliário) e de menosprezo, ou de desprezo, do produtivo.
A CDU não aceita verdades incompletas ou dúbias. Vamos continuar esta reflexão!
CDU - Ourém
Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal
uma vereação em que haja oposição
Por Sérgio Ribeiro
É difícil encontrar situação que seja mais facilmente retratada.
Uma tira de propriedade privada começou por ser uma serventia, para uso de vizinhos, foi-se tornando num caminho e acabou numa rua.
É história mil vezes repetida nas nossas terras. É o uso secular pelas populações que faz com que o que era propriedade e usufruto exclusivo de uns se torne da comunidade para benefício desta.
Assim aconteceu numa serventia nas Fontaínhas que, usada por gerações, em 24.09.1989 foi decidido, na Junta de Freguesia de então, que passaria a ser a Rua da Murteira, com começo na estrada de Fátima e termo na Rua da Feteira.
E assim foi até à semana passada, até ao dia 06.07.2005!
Nesse dia, os proprietários do terreno atravessado pela rua, depois de terem levantado muros à volta da sua propriedade nos limites que são os seus, embora em altura que não cumprirá o licenciado, numa operação quase militar, escavaram e cortaram a rua na proximidade da sua ligação com a Rua da Feteira e levantaram dois muros que, continuando o já construído, barram agora a Rua da Murteira em 2 sítios, tornando impossível a passagem.
É como se, na Avenida Nuno Álvares Pereira, em Ourém, anteriores proprietários do espaço onde foi rasgada, e donos dos prédios de cada um dos lados, agora resolvessem barrar a passagem à população com obstáculos intransponíveis entre o quartel dos Bombeiros e as bombas de combustível da Petrogal!
Naturalmente, a população reagiu, particularmente os directamente atingidos.
Depois do presidente da Junta ter estado no local com a GNR não tendo havido autoridade para impedir o que estava a ser feito, e de uma reunião de moradores com o vereador do pelouro, foi-lhes dito que “têm razão…”, “aquilo é uma ilegalidade”, “nós temos defesa…”, “o processo vai ser longo…”.
Entretanto, a rua, sublinha-se: a Rua, com mais de década e meia de existência, está escavada e cortada por enormes pedregulhos, e barrada por dois muros formando o que mais parece um “bunker”. Aceita-se o facto consumado e só há que esperar que a justiça actue?
Então quem tem a autoridade que os votos e as funções justificam demite-se de a usar e endossa para o poder judicial, ficando os directamente interessados com a “batata quente” ou esperando pela justiça?
Neste jornalinho, apenas queremos deixar algumas perguntas:
* - Será que, se os casos podem beliscar quem tem poder económico e advogados, a Câmara e a Junta (e a GNR), jogando à defesa (de quê?, de quem?) apenas servem para encaminhar processos para o poder judicial?
* - Será que embargar obra feita, que não se impediu que se fizesse quando tal era possível, e esperar que a justiça actue, não é uma confissão de incapacidade e de impotência no exercício da autoridade que lhes está delegada, ou de submissão a outros poderes?
* - Será que se esperam actos de desespero da população (que até há quem, com ar inocente, sugira…) para que, então e a pretexto deles, se exerça uma autoridade que parece apenas existir quando é para reprimir os mais fracos e nunca os que têm poder económico e advogados que se fazem pagar principescamente?
* - Por último, não haverá outros projectos e cumplicidades por detrás de tudo isto?
Pelo nosso lado, só temos que acompanhar, com enorme interesse e preocupação, o evoluir dos acontecimentos.
Via Notícias de Cá, 31
Os comentários que os amigos do OUREM aqui deixaram não podem passar sem resposta.
Um obrigado a todos. É muito importante uma palavra de estímulo por mais pequena que seja. É muito importante porque o responsável do OUREM sistematicamente põe em causa a sua existência e, não fosse aquela ideia de que um dia alguém virá que ponha a questão “Como foi possível tudo isto? Mas ninguém disse nada? Ninguém manifestou revolta contra a bestialidade desta actuação?”, possivelmente já teria terminado. Quer isto dizer que é mais um imperativo de consciência que nos faz manter embora seja acompanhado da quase certeza da impossibilidade de mudar, a curto prazo!, este estado de coisas. Mas o que são uns dias, uns anos, no desenrolar da História?
Vamos deixar alguns posts em torno de tópicos suscitados pelos comentários.
E esperemos que haja um terceiro ano
O Serafim é muito simpático. E deve conhecer-me muito bem, pois percebeu que eu gostaria de ler isto.
Mas não me atribuam mais do que eu sou.
Sou contra o sistema de clientelismo, de especulação, de sistemática destruição de expectativas dos humildes, estou geralmente do lado dos mais fracos, mas não sou abertamente contra a sociedade em que vivemos.
Por exemplo, a livre iniciativa. Pode parecer estranho, mas defendo a sua concretização e entendo que muito da economia se deve desenvolver a partir da mesma. O problema está em que são as pessoas que mais defendem a livre iniciativa que, depois, através dos mecanismos existentes, se encarregam de a destruir. Que viabilidade tem o pequeno comércio perante os impérios comerciais que dominam o nosso país? Haverá livre iniciativa no comércio? Pelas dificuldades que muitas destas pessoas terão, julgo que serão correctas propostas que lhes garantam algum apoio ao nível de produtos e serviços de que todos poderão desfrutar, matéria em que a campanha para as autárquicas já deixou algumas propostas.
A propriedade privada. É claro que não sou pela sua abolição. Então uma pessoa mata-se a trabalhar e depois fica sem aquilo para que contribuiu? Mas reparem também que são os que mais defendem a propriedade privada aqueles que já a aboliram para uma boa parte da população.
Mais uma vez, a religião. Fui criado no ambiente de Ourém, na proximidade de Fátima, no seio de uma família que frequentava regularmente a Igreja. Acham que posso ser contra a religião? Mesmo em relação à questão de Fátima, tenho uma postura de quase aceitação. Mas o problema está em que, muitos dos que mais defendem aquele local como de religião, de culto, o deixaram transformar num local de especulação que em nada abona à mensagem da Igreja. E não estou a referir-me à actividade económica legítima como em qualquer outro sítio desde que satisfaça necessidade física ou espiritual.
O desporto. É claro que sou pelo Estádio Municipal de Fátima. Mas a servir o desporto praticado por todos os oureenses e não posto exclusivamente ao serviço de uma equipa quase profissional.
E a verdade é que o interesse mesquinho que tem comandado muitas realizações, apesar da positividade das mesmas, é que nos leva a considerar que a acção dos que têm dominado o sistema é globalmente negativa e não nos permite qualquer conciliação com os mesmos.
Alguém dirá: todos esses problemas derivam do próprio sistema, não é possivel reformá-lo. Se calhar isso é verdade...
É verdade, caro Santa Cita, é verdade que ao longo destes dois anos, mesmo sem conhecer as pessoas, se foi desenvolvendo a estima por visitantes, por responsáveis de outros blogs. Então eu ia lá esquecer-me da fomidável ajuda que me deu para pôr aqueles comentários quando o Blogger não os suportava? E daquela ajuda para divulgar o que se fez para tentar criticar o programa de governo de PSL?
E os outros?
Acreditam que eu não conhecia pessoalmente o Sérgio antes da existência do OUREM? E que tenho monumental estima por ele?
Acreditam que eu mantenho uma adoração especial por uma cúmplice que desapareceu e que criou uma das páginas mais bonitas da Internet: a Maria Branco?
E o Fred, o Byn, o Marco Jacinto, o Sérgio Faria... todos contribuiram para me enriquecer em termos do conhecimento das pessoas, da troca de ideias.