terça-feira, março 29, 2005

Ourém precisa de mudança no poder autárquico (2)
O PS acaba de anunciar quem será o seu cabeça de lista, e fá-lo com a habitual postura arrogante de que ele-PS, e só ele, é a mudança. Só ele e os seus candidatos…
A CDU não discute nomes, não emite juízos de valor sobre pessoas. Avalia, isso sim, declarações e projectos políticos.
E o arranque da campanha autárquica do PS não augura nada de bom. Não evidencia a intenção de contribuir para a mudança de que Ourém precisa.
Depois de todas as distribuições de lugares dentro do partido, e pelos independentes com que foram estabelecendo compromissos, não ficou clara, como seria indispensável, que a escolha feita corresponde a uma hierarquização de objectivos e que o candidato escolhido para Ourém seria aquele que, em qualquer circunstância, estava indicado para ser o cabeça de lista.
Não se põe em dúvida a boa fé de quem se candidata mas o modo como a “máquina partidária” funcionou na distribuição dos lugares nos vários níveis do poder, justifica todas as desconfianças e não se encontra o sinal de que a mudança de políticas seja o objectivo prioritário.

Alguns oureenses desejam essa mudança que tão necessária é…
… e decerto muitos militantes e eleitores do Partido Socialista estão entre os que mais a desejam.

Mas a apresentação do cabeça de lista, como correu e pelo que foi dito, não mostra essa necessidade e esse desejo como os verdadeiros motores da candidatura.

Até pelas responsabilidades científicas e cívicas do candidato, esperar-se-ia muito mais que afirmações vagas e de “luta pelo poder” em alternância, sem claras linhas políticas de mudança e alternativa, e que não se deixasse enredar na questão “caso Intermarché”.
Sobre este caso, foi evidente a preocupação de tudo conciliar, os interesses que não são conciliáveis, de afirmar respeito por leis que são ignoradas em nome de uma racionalidade que considera irracional o que seria não aceitar factos consumados, ou que, para que essa consumação concilie todos os interesses, se torçam leis, programas e regulamentos.
A CDU continua a aguardar que seja dada resposta a requerimento apresentado na Assembleia da República pela deputada do PCP do distrito e não será a falta ou adiamento de resposta que a fará aceitar o que só seria aceite por estar já consumado.

No entanto, os casos são casos e apenas ilustram o global, a orientação política, a maneira como se exerce o poder executivo.

A mudança por que a CDU se bate – bateu e baterá –, independentemente dos lugares em que possam estar eleitos seus, é antes de mais uma mudança de entendimento do que representa o poder autárquico, uma mudança que faça com que, progressiva mas determinadamente, as populações sintam que esse poder é seu e que apenas o delegam em representantes seus… e enquanto o merecerem.
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Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal

Uma vereação em que haja oposição

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