segunda-feira, março 28, 2005

Fotografia da cultura oureense

15 dias a bailar
15 dias a provar
Coisas que sabem bem
Aqui vamos nós
Pró palhete de Ourém

E estava nesta magnífica prova quando dei com as notas do diário do Sérgio. Isto é dinamite. Vou ter que publicar isto. Mas qual a melhor forma?
Aqui vai, praticamente no estado em que me chegou às mãos. Perdoa, Sérgio, se faço alguma indiscrição

Fui ter com o Gageiro, velho amigo que encontrara ontem na Botica. Com sacrifício. Depois de ver o livro que me oferecera. Que é uma obra de grande qualidade..

O homem estava enervado, irritado. E o que ele me contou é… de anedota tipicamente oureense.

Vem o grande fotógrafo, internacionalmente reconhecido como dos melhores, premiadíssimo (ainda na semana passada na Áustria), e começa por ser recebido displicentemente pelo responsável pela “cultura municipal”, que não sabe quem é o senhor Gageiro (quem é esse gajo?) e o trata como a um fotojornalista em começo de carreira e à procura de acertar com a objectiva uns bonecos.

Isto sou é que conto assim, a partir do que o dito profissional (e artista) da fotografia me contou ontem, sem (se) dar qualquer importância. Porque ele é assim. Um homem muito modesto.

Mas hoje é que foi pior. Ou melhor: hoje é que foi péssimo.

Foi o fotógrafo consagrado e cioso da sua profissão fazer o que lhe parecia certo, e encontrou pela frente coisas estranhas. Como um senhora, de capa-máscara a fazer de figurante “da paixão”, mas de máquina fotográfica (decerto digital) a entremear figuração com tiragem de fotos.

Achou o homem que assim não podia exercer seriamente o seu mester, e pediu à senhora para se limitar à figuração deixando a fotografação para quem disso tem tarefa e (no caso) currículo.

Pois foi mal recebido. Que não senhora, que ela não tinha nada de se submeter a ordens de um fotografozeco qualquer (“quem é o senhor?”), que ela era “funcionária da câmara” (argumento definitivo).

Claro que o tal Gageiro não gostou, e terá dito que nem que ela fosse o Presidente da República podia fazer o que não era correcto (...cortado pela Comissão de Censura...)

E foi ao dito responsável pela “cultura municipal” apresentar reclamação pelas condições em que estava a fazer o seu trabalho, sem dizer, porque modesto é, que por todo o mundo lhe procuram criar as que melhor sejam. Como ainda há dias, no Egipto, em que foi o convidado por Portugal, ao lado de um “colega” por cada um dos países da União Europeia.

Pois o (ir)responsável, já decerto avisado pela funcionária das chatices que o senhor estaria a provocar no acontecimento e seu registo fotográfico, deu uma resposta seca e definitiva: “se a senhora está a fazer o que está é porque sabe as ordens que tem…”

Ficou o fotógrafo, que é Eduardo Gageiro e tem direito a entrada na Enciclopédia Luso-Brasileira – mas que fosse um simples profissional a fazer, honesta e profissionalmente, a sua profissão… – bastante chateado e, promete!, isto não fica assim…
Pelo menos prometeu-me.

No Xico Santo Amaro, já mais calmo da justa indignação e muito satisfeito com a “outra” recepção oureense que teve. Amiga de amizade de meio século.

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