sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Marca #2: Café Central

O Café Central foi o café da minha infância e, na adolescência, partilhou essa qualidade com o Avenida.
Foi-o também para muitos oureenses que, à quinta-feira, lá para os finais da década de quarenta, deparavam com um Mundo de Aventuras em formato antes nunca visto e faziam bicha à espera da sua chegada com a distribuição do correio.
Para mim, foi o café de muitas partidas de bilhar, onde ia buscar o Cavaleiro Andante e outra BD sempre cuidadosamente expostos. Foi o café onde vi o Benfica dar difícil lição ao Barcelona na final da taça dos campeões.
Também lá, um dia, o Dr. Armando me pediu desculpa (!) de uma (injusta) sova que me tinha pregado.
O café do cantinho dos doutores e do nosso ar comprometido quando passávamos à frente deles. O café de pessoas magníficas como o Joaquim Espada, o Manuel, o Adelino e o Vicente... (e possivelmente outros que não recordo)
À frente, os taxis dispunham-se ordenadamente em torno da praça do tal jardim...
Por tudo o que foi para nós justifica plenamente um marcador para algumas passagens aqui do OUREM.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Sem pio

Parece que anda para aqui uma série de blogs cuja consulta termina em erro de código bX-vjhbsj: este, o anónimo, o albergue, o elvira...
é sabotagem, com certeza encomendada pelo Orelhas Moucas... valha-nos o Miradouro para nos revermos.
Voltar a bons tempos

A utilização de blogs e algumas destas funcionalidades fazem-me lembrar aquela informática por onde passei há uns anos e que tenha piada tremenda.
Comecei com o cartão perfurado e com máquinas de que já nem sei o nome: leitora, perfuradora, intercaladora, separadora,... relativamente ao computador propriamente dito, um Univac 1005, tinha de ter em papel um desenho de ocupação da memória e fazer uma gestão rigorosa da mesma para um simples programa. Foi a fase mais engraçada da vida profissional.
Depois, passei às máquinas com discos e bandas magnéticas e utilização de terminais. Fiz centenas de transacções: pequenos programas do tipo lê um - despeja no ecran - recebe altaração - confirma - altera - ou insere um...
Um programa para ficar feito tinha de ser sujeito a um processo de compilação, uma espécie de chamada de rotinas e tradução de "símbolos mais perto de nós" para "simbolos da máquina". Ora, a compilação faz-me lembrar, nos blogs, a publicação.
Mas, reparem, com o tempo foi possível criar indices sobre os ficheiros: estes, inicialmente apenas sequenciais, passaram também a poder ser directos (ir directamente para um registo identificado por exemplo por um número), sequenciais indexados (posicionamento num registo de acordo com o indice e leitura em sequência...). Já repararam na semelhança com as nossas marcas? Eu crio a "marca" sobre vários registos, quando faço acesso a ela, vejo todos os registos (todos não é bem assim: parece que o Blogger só mostra os últimos 20). É formidável...

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Marca #1: Luís Nuno

A primeira marca que aqui deixamos é dedicada ao nosso querido amigo Luís Nuno, desaparecido já há alguns anos.
O Luís nasceu e brincou no Largo de Castela. Durante mais de uma dezena de anos tive o prazer da sua companhia quase diária o que nos tornou como que uma espécie de irmãos. Recordá-lo aqui, no blog, é sempre algo que me comove bastante, mas que me dá a sensação de ele estar connosco.
Haveria muito a dizer sobre o Luís. Um dia, a Teresa prometeu fazê-lo, mas eu acredito que lhe seja especialmente difícil. Mas não duvido que, um dia, teremos esse texto.
Para já contentem-se com este marcador que aponta para páginas algo desorganizadas mas que, agora, estão mais longe de se perder.
A moda do “marca, marca”

Vem o novo Blogger com outras funcionalidades a que, pouco a pouco, me vou habituando e tentando explorar.
Há muito que andava a sentir necessidade de pôr alguma ordem no OUREM. Esta tornou-se tanto mais premente quanto a inspiração e a motivação foram desaparecendo. Sou sempre o último a alinhar nas modernices: actualizei o blog para a nova versão há dois ou três dias porque a isso fui obrigado pelo generoso acolhedor, telemóvel não uso, cartão de multibanco também foi difícil. Por outras palavras, resisto à mudança... mas uma vez lá, ponho-me a explorar coisas.
Claro que esta funcionalidade do Blogger já a encontrámos no Castelo há muito tempo com as suas categorias. Mas eu estou deliciado com a possibilidade de ir rever os posts todos e poder aplicar-lhes marcadores. Já estou a ouvir aquela engraçada e loirinha oxigenada cantadeira: “ele olha para o post e marca, marca... ele publica o post e consulta a marca...”.
Desta já peço desculpa aos utilizadores do Miradouro: ainda vai ser pior que o bombardeamento da Elvira há dois dias (segunda-feira, 29), quando publicou o livro de receitas todo, pois são quase 2500 posts. Mas eu prometo ir pouco a pouco todos os dias...
As marcas, essas, serão muitas e variadas: Sérgio Ribeiro, o largo de Castela, o 25 de Abril, Café Central, Autárquicas 2005, presidente David...
Depois, acho que vou mudar o formato do blog. Aquela cauda, ultracomprida quando nada há para dizer, ali à direita, anda-me a irritar. Vou susbstituí-la pelos marcadores, deixando uma ou duas coisas e os apontadores para outros blogs...
Mas isto é tarefa para muito tempo e, como tal, irá sendo acompanhada por um descritivo quase diário e pelas ocorrências normais. Portanto, o OUREM arranjou matéria para subsistir mais uns tempos...

terça-feira, janeiro 30, 2007

Tributo ao presidente David

Afiam-se as facas, contam-se as tropas. O esperado abandono por parte do famoso autarca já faz delinear estratégias entre algumas das figuras mais conhecidas do panorama político oureense. Quem irá continuar a maldição de Orelhas Moucas? Vitor Frazão? João Moura? Luís Albuquerque?
O resultado do embate não parece pacífico, mas uma coisa é certa: Ourém pode rejubilar por esta figura se afastar, já que nunca alguém fez tão mal pela nossa terra, embora não se possa esperar grande coisa dos vindouros.
A passagem de David por Ourém não deve ser esquecida. Por isso, seria interessante pessoas como Sérgio Faria, Sérgio Ribeiro, Rosa do Ventos, Frederico Marques, Marco Jacinto e outros analisassem a sua prática ao longo destes anos e comentassem a sua política de urbanismo, o apoio à cultura e ao desporto, a relação com a oposição, o seu pragamatismo, a política de ambiente e, sei lá, tantas outras áreas em que foi fértil a discordância com ele.
Ou será que, mesmo numa perspectiva de "como não fazer", ainda é dar-lhe excessiva importância?

segunda-feira, janeiro 29, 2007

As publicações do OUREM


Ao longo de dois anos produzimos quatro elementos de um projecto que designámos por "Ourém em estórias e memórias". Façamos aqui um pequeno inventário e uma referência aos mesmos:

Ourém em estórias e memórias - VOL I
Trata-se da publicação de um conjunto de textos que retratam aspectos da juventude oureense dos anos 60 e do sabor amargo que resulta da visão de uma Ourém progressivamente maltratada pelo poder local, em degradação e destruição.
Tiragem: 50 exemplares.
Situação: esgotado


Ourém em estórias e memórias - As canções
Recuperámos do vinil, procurámos na Internet e, nos casos mais fáceis, retirámos de produções actuais 25 canções que nos acompanharam e que muitos teimam em não esquecer. Posso garantir que não existe edição comercial de algumas delas no nosso país. Podem encontrar aqui o guia de audição.
Tiragem: 40 exemplares.
Situação: esgotado.

A história triste de Branca Flor
É uma incursão no campo da ficção: povoámos Ourém de pessoas, algumas com singular semelhança às que já conhecemos, e resolvemos escrever um disparate.
Branca Flor era uma menina, linda e bricalhona, nascida em Ourém na década de quarenta que foi violada, açoitada e abusada por algumas das figuras mais importantes da vida política, económica e cultural do seu tempo. Ela dá-nos uma resposta para a razão da maldição Orelhas Moucas que tem vindo a caracterizar o poder em Ourém. Encontrou o amor da sua vida, mas foi tarde demais: apareceu morta, com uma faca espetada no coração, num banco da praça frente ao Café Central. As causas da sua morte nunca foram esclarecidas e este livro procura dar uma contribuição para a sua descoberta.
Tiragem: 50 exemplares.
Situação: em análise pela comissão de ética e bons costumes. Prevendo a sua apreensão, alguns exemplares já foram distribuídos a figuras chave da nossa terra.

Poemas entrelaçados com estórias da nossa Ourém
Andava a prometer o segundo volume do "Ourém em estórias e memórias", mas não conseguia gostar do resultado. Lembrei-me então que tinha andado a reunir alguns poemas, alguns já publicados outros não. Colocá-los no final do livro não ficou bem. Resolvi então utilizá-los como introdução a um conjunto de textos e achei piada ao resultado.. que aqui está.
Tiragem: 5o exemplares.
Situação: em distribuição.

E agora... que mais enccontraremos para fazer em Ourém?
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