Recebi o primeiro documento eleitoral relativo às europeias. Por acaso, apelava ao vota na CDU.
Examino-o e vejo lá a cara bem conhecida do Sérgio Ribeiro.
Voltaremos ao assunto, mas ficam a saber que vou ter de pensar muito para decidir em quem votar.
Uma coisa é certa: na direita não voto, mas... à esquerda há opções de peso.
O certo é que fui à Internet ver a plataforma eleitoral comum. E garanto-vos que gostei...
sábado, maio 15, 2004
Sábado, dia do Expresso, compras e relaxe.
Desta vez, Ourém vai ficar longe.
A minha leitura do jornal é quase sempre a mesma. Folhear, folhear até surgir algo de interessante e então ler verdadeiramente.
Desta vez não há grandes referências a espaços verdes.
Mas há algo que é tão bom que até parece estrangeiro: O milagre segundo Salomé.
A Clara fala sobre os maus tratos aos prisioneiros de guerra.
Relembra-se o atentado ao bisavô do futuro rei de Espanha, aquele que vai desposar a bonita Letizia.
Na última página do primeiro caderno, vejo aquela provocação do Rui Rio ao meu amigo Fidel. Bolas! Deixem o homem em paz. Percebo logo que querem oferecer aos cubanos a liberdade que levaram aos iraquianos. Até podem ter alguma razão, mas eu habituei-me de longa data a respeitar aquele povo e aquele dirigente. Talvez por ser dele a primeira obra política que li: A História me absolverá, um tratado que recomendo a todos os que hoje falam na liberdade para Cuba.
Já sei que vou levar tareia que nunca mais acaba. Mas sejam coerentes, deixem-me ter a minha opinião.
Afinal não foi do Expresso que retirei a ideia mais engraçada desta semana.
Terminado o mesmo, folheei a Visão e eis que, na última página, leio: O que hoje está mal não é culpa da Revolução, mas da Evolução e dos governos, sobretudo nos últimos 20 anos. Ora toma lá e não digas que vais daqui. E sabem quem foi o autor desta pequena maravilha? É verdade, Diogo Freitas do Amaral, esse mesmo, aquele que me deu um monumental gozo, há uma série de anos, ver perder as eleições para Soares.
Desta vez, Ourém vai ficar longe.
A minha leitura do jornal é quase sempre a mesma. Folhear, folhear até surgir algo de interessante e então ler verdadeiramente.
Desta vez não há grandes referências a espaços verdes.
Mas há algo que é tão bom que até parece estrangeiro: O milagre segundo Salomé.
A Clara fala sobre os maus tratos aos prisioneiros de guerra.
Relembra-se o atentado ao bisavô do futuro rei de Espanha, aquele que vai desposar a bonita Letizia.
Na última página do primeiro caderno, vejo aquela provocação do Rui Rio ao meu amigo Fidel. Bolas! Deixem o homem em paz. Percebo logo que querem oferecer aos cubanos a liberdade que levaram aos iraquianos. Até podem ter alguma razão, mas eu habituei-me de longa data a respeitar aquele povo e aquele dirigente. Talvez por ser dele a primeira obra política que li: A História me absolverá, um tratado que recomendo a todos os que hoje falam na liberdade para Cuba.
Já sei que vou levar tareia que nunca mais acaba. Mas sejam coerentes, deixem-me ter a minha opinião.
Afinal não foi do Expresso que retirei a ideia mais engraçada desta semana.
Terminado o mesmo, folheei a Visão e eis que, na última página, leio: O que hoje está mal não é culpa da Revolução, mas da Evolução e dos governos, sobretudo nos últimos 20 anos. Ora toma lá e não digas que vais daqui. E sabem quem foi o autor desta pequena maravilha? É verdade, Diogo Freitas do Amaral, esse mesmo, aquele que me deu um monumental gozo, há uma série de anos, ver perder as eleições para Soares.
sexta-feira, maio 14, 2004
Uma história de amor
Existem múltiplas razões para desejar que esta simpática construção se mantenha.
Dirão os meus amigos oureenses: lá vem ele com aquela saudade da juventude que já tresanda a bafio.
Não, meus amigos, mais uma vez, eu julgo que tenho razão.
Se bem me lembro era perto daquele local que noutros tempos tinha lugar a feira nova, conhecida oficialmente por feira de Santa Iria, mais ou menos entre os dias 25 de Outubro e Dia de Todos os Santos. O carrossel, com as suas girafas, cavalinhos e bancos, ficava mesmo colado à tesouraria da Câmara. Os automóveis de choque espalhavam-se a partir daí até ao posto da GNR. Mais abaixo, havia espaço para vendas típicas da ocasião e, no local onde surgiram aquelas habitações viradas para o jardim (e que eu tenho a sensação que não estão ali nada bem) o espaço era repartido por aviões, poço da morte, circo e povo. E por todo o lado surgiam charlatões a apregoar e vender os mais diversos produtos e serviços: E não leva só os cobertores, leva também este magnífico balde de plástico...
Ainda me recordo de como, no Domingo e na Quinta-feira, Ourém se enchia de gente que eu não fazia a menor ideia que existia. Pessoal de bicicleta e carroça. Gente com o guarda-chuva às costas, enfiado sobre a gola do casaco.
E lá em cima o depósito tudo vigiava bem atento.
Imaginemos um desses dias de festa. O carrossel anda as voltas carregado de miudagem. Os cobradores entram e saem enquanto a sua música anima o ambiente. Ouve-se o Poetry emotion, mas ao mesmo tempo nos carrinhos de choque dá o I only want to be with you. O pessoal anda animadíssimo de um lado para o outro. As detonações dos que se divertem a testar o músculo com aquele carro pesadíssimo por vezes introduzem uma nota mais assustadora.
O dinheiro da juventude não era muito pelo que as diversões em termos gerais eram fundamentalmente duas: andar no carrossel, carrinhos de choque ou outro e ver quem andava no carrossel, carrinhos de choque, ou outro...
E foi num desses exercícios de contemplação que demos pela coisa. De repente, a música deixa de ser a que era e ouve-se a voz de Justin Hayword: Nights in white satin, never reaching the end, letters I’ve written, never meaning to send... Yes, I love You...
Um distinto oureense, senhor de excelente figura e muita lata, acaba de cair nas boas graças de uma linda menina com a qual vai passear nos carrinhos de choque. E foram dias e dias a apreciar esta história. Ela era linda de morrer, ele fez inveja a todos os que os viram.
O tempo passou, pouco ou nada sei deles, mas sei que aquele velho depósito registou esta história toda, porque nem por um minuto dali saiu. Por isso, não deve ser abatido.
quinta-feira, maio 13, 2004
A alma dos Beatles
Ele vem aí para o Rock in Rio. Mas acreditem que não estarei lá para o ver e o ouvir, àquele que ontem cantava uma espécie de deixa lá.
Distintos oureenses recordam com certeza a minha fixação nas canções dos Beatles, em tudo semelhante à daquela senhora no défice, assim estranharão uma entrada como a anterior.
Tenho as minhas razões.
Reparem na podução de cada um dos elementos do grupo após a separação.
McCartney elaborou dezenas de canções mas, com excepção de Mull of Kyntire ou Let me roll it, nenhuma terá atingido o estatuto do que acontecia com as do grupo. Mesmo na companhia dos Wings, o que aqueles concertos parecem é uma sessão de gritos, vozes esganiçadas, saltos, olhos a abrir e a fechar, caretas e cabeça a dar para a esquerda e para a direita.
Lennon não foi tão produtivo, mas deixou-nos o imortal Imagine e o fabuloso Jealous Guy a que acabámos por dar mais atenção a partir de uma homenagem proporcionada pelos Roxy Music.
Ringo, com o seu ar displicente, rodeou-se de bons músicos, procurou duas ou três canções de sucesso e para aí anda a recordar velhos tempos.
Põe-se então a questão: por que eram eles criadores tão dotados em grupo e isoladamente pouco fizeram que se possa comparar com aquele fabuloso ano de 1964 e alguns dos que se seguiram até à separação?
Harrison deu uma resposta: com esta (a separação), a alma dos Beatles ter-se-ia transferido para os Monty Python.
Não sei como é que ele se convenceu deste disparate, a verdade é que não estou de maneira nenhuma de acordo.
Voltemos às canções dos Beatles. Recordemos Something. Não terá algo de arrepiante? Haverá solos mais bonitos do que os de While my Guitar...?
Por que é que as canções tinham um ritmo, uma força que não é comum às dos elementos isolados?
Atentem na autoria das duas canções mencionadas. Não é de Lennon-McCartney como era vulgar surgir, mas de Harrison.
Então atrevo-me a concluir, eles permitiam-lhe que trabalhasse nos arranjos, eles serviam-se da sua capacidade instrumental, eles aproveitavam a sua tendência para a inovação a nível de sonoridade, mas, em termos de criação, abafavam-no e sujeitaram-no ao seu despotismo esclarecido, suportado pela feitura dos primeiros êxitos. Por alguma razão, é já numa fase de decadência, que ele consegue contribuir com mais de uma boa canção para um excelente álbum: Abbey Road.
Efectivamente, o génio de Harrison só veio a revelar-se posteriormente à separação. Isso aconteceu em múltiplas novas canções que em tudo recordam o som anterior do conjunto, ele é sem dúvida o que mais se aproxima do que o grupo transmitia. Aconteceu, também, com novas versões daquelas com que tinha contribuído para o êxito do grupo nas quais foi acompanhado por um grupo de amigos que cada vez mais me fazem lembrar aqueles com quem anualmente nos reunimos no Poço. Aconteceu, finalmente, no álbum gravado com o filho e editado a título póstumo.
Ouvir os solos fabulosos de Clapton no concerto no Japão insertos naquelas duas canções dá-me um extraordinário prazer. Ouvir a contribuição do George para aquelas outras canções feitas posteriormente pelo grupo de novo reunido com a voz do defunto John a surgir como que das profundezas é sem dúvida excelente. Deliciar-me com uma versão country do While my guitar inserta na Antologia mostra-me que uma grande canção poderá assumir múltiplas formas.
Mas o que mais me comoveu, aquilo que eu andei dias seguidos a ver e ouvir sempre com imenso gosto, sujeitando a família à produção de protestos por tamanha esquizofrenia, foi aquela monumental homenagem a Harrison, documentada no DVD Concert for George, onde o testemunho da amizade a alguém que já partiu foi feita com uma competência extrema e com uma emoção que a todo o momento se transmite ao espectador, demonstrou que pode ser suportado por momentos de alegria que em nada ofendem a memória dos que já partiram e me levou a conhecer mais uma contribuição do património de Harrison que desconhecia e que me surgiu pela voz de Clapton: Beware of darkness.
Então, voltemos aos nossos amigos já desaparecidos. O que se diz deles, o que se conta sobre as suas acções, as pequenas brincadeiras recordadas são a demonstração que eles estão junto de nós, pelo menos dos que os recordam sempre: ao Zé Manel, ao Jó Rodrigues, ao Vitor Guerra, ao Luís Nuno, ao Félix.Ao mesmo tempo constatamos que estão, cada vez mais, em melhor companhia: Lennon, Adriano, Zeca, Harrison...
É óbvio que nos é impossível fazer uma homenagem como a prestada a Harrison aos nossos amigos de Ourém que já partiram, mas ver e ouvir tal documento é com certeza a fonte de um bom conjunto de recordações acerca deles e, por isso, naturalmente, recomendável.
Ele vem aí para o Rock in Rio. Mas acreditem que não estarei lá para o ver e o ouvir, àquele que ontem cantava uma espécie de deixa lá.
Distintos oureenses recordam com certeza a minha fixação nas canções dos Beatles, em tudo semelhante à daquela senhora no défice, assim estranharão uma entrada como a anterior.
Tenho as minhas razões.
Reparem na podução de cada um dos elementos do grupo após a separação.
McCartney elaborou dezenas de canções mas, com excepção de Mull of Kyntire ou Let me roll it, nenhuma terá atingido o estatuto do que acontecia com as do grupo. Mesmo na companhia dos Wings, o que aqueles concertos parecem é uma sessão de gritos, vozes esganiçadas, saltos, olhos a abrir e a fechar, caretas e cabeça a dar para a esquerda e para a direita.
Lennon não foi tão produtivo, mas deixou-nos o imortal Imagine e o fabuloso Jealous Guy a que acabámos por dar mais atenção a partir de uma homenagem proporcionada pelos Roxy Music.
Ringo, com o seu ar displicente, rodeou-se de bons músicos, procurou duas ou três canções de sucesso e para aí anda a recordar velhos tempos.
Põe-se então a questão: por que eram eles criadores tão dotados em grupo e isoladamente pouco fizeram que se possa comparar com aquele fabuloso ano de 1964 e alguns dos que se seguiram até à separação?
Harrison deu uma resposta: com esta (a separação), a alma dos Beatles ter-se-ia transferido para os Monty Python.
Não sei como é que ele se convenceu deste disparate, a verdade é que não estou de maneira nenhuma de acordo.
Voltemos às canções dos Beatles. Recordemos Something. Não terá algo de arrepiante? Haverá solos mais bonitos do que os de While my Guitar...?
Por que é que as canções tinham um ritmo, uma força que não é comum às dos elementos isolados?
Atentem na autoria das duas canções mencionadas. Não é de Lennon-McCartney como era vulgar surgir, mas de Harrison.
Então atrevo-me a concluir, eles permitiam-lhe que trabalhasse nos arranjos, eles serviam-se da sua capacidade instrumental, eles aproveitavam a sua tendência para a inovação a nível de sonoridade, mas, em termos de criação, abafavam-no e sujeitaram-no ao seu despotismo esclarecido, suportado pela feitura dos primeiros êxitos. Por alguma razão, é já numa fase de decadência, que ele consegue contribuir com mais de uma boa canção para um excelente álbum: Abbey Road.
Efectivamente, o génio de Harrison só veio a revelar-se posteriormente à separação. Isso aconteceu em múltiplas novas canções que em tudo recordam o som anterior do conjunto, ele é sem dúvida o que mais se aproxima do que o grupo transmitia. Aconteceu, também, com novas versões daquelas com que tinha contribuído para o êxito do grupo nas quais foi acompanhado por um grupo de amigos que cada vez mais me fazem lembrar aqueles com quem anualmente nos reunimos no Poço. Aconteceu, finalmente, no álbum gravado com o filho e editado a título póstumo.
Ouvir os solos fabulosos de Clapton no concerto no Japão insertos naquelas duas canções dá-me um extraordinário prazer. Ouvir a contribuição do George para aquelas outras canções feitas posteriormente pelo grupo de novo reunido com a voz do defunto John a surgir como que das profundezas é sem dúvida excelente. Deliciar-me com uma versão country do While my guitar inserta na Antologia mostra-me que uma grande canção poderá assumir múltiplas formas.
Mas o que mais me comoveu, aquilo que eu andei dias seguidos a ver e ouvir sempre com imenso gosto, sujeitando a família à produção de protestos por tamanha esquizofrenia, foi aquela monumental homenagem a Harrison, documentada no DVD Concert for George, onde o testemunho da amizade a alguém que já partiu foi feita com uma competência extrema e com uma emoção que a todo o momento se transmite ao espectador, demonstrou que pode ser suportado por momentos de alegria que em nada ofendem a memória dos que já partiram e me levou a conhecer mais uma contribuição do património de Harrison que desconhecia e que me surgiu pela voz de Clapton: Beware of darkness.
Então, voltemos aos nossos amigos já desaparecidos. O que se diz deles, o que se conta sobre as suas acções, as pequenas brincadeiras recordadas são a demonstração que eles estão junto de nós, pelo menos dos que os recordam sempre: ao Zé Manel, ao Jó Rodrigues, ao Vitor Guerra, ao Luís Nuno, ao Félix.Ao mesmo tempo constatamos que estão, cada vez mais, em melhor companhia: Lennon, Adriano, Zeca, Harrison...
É óbvio que nos é impossível fazer uma homenagem como a prestada a Harrison aos nossos amigos de Ourém que já partiram, mas ver e ouvir tal documento é com certeza a fonte de um bom conjunto de recordações acerca deles e, por isso, naturalmente, recomendável.
quarta-feira, maio 12, 2004
É assim mesmo, Nuno
O Nuno tem vindo a testemunhar no Gaiteiro e no Castelo a sua raiva e a sua dor pelo facto de alguém lhe ter atropelado o pai e se ter afastado do local e tem criticado a ausência de medidas para evitar futuros casos.
Isto aconteceu passado um ou dois dias sobre aqui termos colocado o post A Cruz Branca que associámos (ao que parece erradamente) a uma tentativa de aumentar a velocidade na estrada Ourém-Tomar.
Eu acho que a atitude do Nuno é positiva para todos nós. Com o seu testemunho ele está a contribuir para que algo seja feito de forma a evitar estas coisas no futuro. E da discussão havida no Gaiteiro já se detectou a necessidade de acções de efeitos imediatos e de efeitos a longo prazo.
Terá efeito imediato a colocação de semáforos e de todo o tipo de reguladores que vise não permitir o aumento de velocidade ou que procure castigar o transgressor.
Terá efeito de longo prazo a aposta no civismo: não se transforma uma besta numa pessoa educada de um dia para o outro, ou mesmo de um ano para o outro. É preciso muito trabalho, talvez trabalho de gerações, a começar nos bancos de escola, pelo que se nos ficamos por esse aspecto equivale a deixar tudo na mesma.
Conheço o modo como se circula nas estradas em torno de Ourém , no interior de localidades onde essas estradas nasceram para o passeio, ali mesmo à porta das pessoas e não para o acelerador. Mas as pessoas, inebriadas com os feitos nas auto-estradas, pensam que ali os podem repetir e é o que se vê.
Oureenses, há que exigir medidas de curto prazo. Só elas garantirão a liberdade de circulação e de fruição dos bons espaços que ainda temos, isto é, a liberdade de todos e não apenas a daqueles que são mais pesados, a daqueles que atiram o carro para cima de nós nas passadeiras porque sabem que não nos queremos magoar.
Força, Nuno! E rápidas melhoras para o teu pai.
O Nuno tem vindo a testemunhar no Gaiteiro e no Castelo a sua raiva e a sua dor pelo facto de alguém lhe ter atropelado o pai e se ter afastado do local e tem criticado a ausência de medidas para evitar futuros casos.
Isto aconteceu passado um ou dois dias sobre aqui termos colocado o post A Cruz Branca que associámos (ao que parece erradamente) a uma tentativa de aumentar a velocidade na estrada Ourém-Tomar.
Eu acho que a atitude do Nuno é positiva para todos nós. Com o seu testemunho ele está a contribuir para que algo seja feito de forma a evitar estas coisas no futuro. E da discussão havida no Gaiteiro já se detectou a necessidade de acções de efeitos imediatos e de efeitos a longo prazo.
Terá efeito imediato a colocação de semáforos e de todo o tipo de reguladores que vise não permitir o aumento de velocidade ou que procure castigar o transgressor.
Terá efeito de longo prazo a aposta no civismo: não se transforma uma besta numa pessoa educada de um dia para o outro, ou mesmo de um ano para o outro. É preciso muito trabalho, talvez trabalho de gerações, a começar nos bancos de escola, pelo que se nos ficamos por esse aspecto equivale a deixar tudo na mesma.
Conheço o modo como se circula nas estradas em torno de Ourém , no interior de localidades onde essas estradas nasceram para o passeio, ali mesmo à porta das pessoas e não para o acelerador. Mas as pessoas, inebriadas com os feitos nas auto-estradas, pensam que ali os podem repetir e é o que se vê.
Oureenses, há que exigir medidas de curto prazo. Só elas garantirão a liberdade de circulação e de fruição dos bons espaços que ainda temos, isto é, a liberdade de todos e não apenas a daqueles que são mais pesados, a daqueles que atiram o carro para cima de nós nas passadeiras porque sabem que não nos queremos magoar.
Força, Nuno! E rápidas melhoras para o teu pai.
Invocação às musas oureanas
Isto vai cada vez pior. A inspiração diminui pelo que começam a surgir grandes dificuldades para actualizar este documento. É o castigo para quem vive de recordações e de ataques aos que lhe querem sepultar o passado.
Mão amiga enviou-nos o texto que hoje disponibilizamos o qual é certamente produto de um autor (anónimo) da minha geração ou da sua vizinhança, isto é, do segundo ou terceiro quartel do´século passado.
Tem aquele monumental defeito de ter a mania que no nosso tempo é que era bom. Mas tem piada, reflecte verdadeiramente um certo modo de vida, por isso, leiam-no dando-lhe o necessário desconto.
PARA OS QUE PASSARAM A BARREIRA DOS 25 - NÓS TIVEMOS SORTE!!!...
Para quem já tem mais de 25 anos...faz pensar que até tivemos sorte....
Olhando para trás, é difícil acreditar que estejamos vivos.
Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag. Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em frascos de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos boleia.
Bebíamos água directamente da mangueira e não da garrafa.
Gastámos horas a construir os nossos carrinhos de rolamentos para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões.
Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema.
Saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia inteiro, e só voltávamos quando se acendiam as luzes da rua.
Ninguém nos podia localizar. Não havia telemóveis.
Nós partimos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes.
Ninguém para culpar, só a nós próprios.
Tivemos brigas, esmurrámo-nos uns aos outros e aprendemos a superar isto.
Comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos gordos.
Estávamos sempre ao ar livre, a correr e a brincar. Compartilhamos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso.
Não tivemos Playstations, Nintendos e toda a parafernália de jogos de vídeo, nem 99 canais de TV Cabo, som surround, telemóveis, computadores ou Internet.
Nós tivemos amigos!
Saíamos e íamos ter com eles. Íamos de bicicleta ou a pé até casa deles e batíamos à porta. Imaginem tal coisa... sem pedir autorização aos pais nem a ninguém, por nós mesmos!
Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável!
Como conseguimos fazer isto?
Fizemos jogos com bastões e bolas de ténis e comemos minhocas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca nos caíram os olhos ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre.
Nos jogos da escola, nem toda a gente fazia parte da equipa.
Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção... sem psicólogos!
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros.
Eles repetiam o ano!
Não inventavam testes extra.
Éramos responsáveis pelas nossas acções e arcávamos com as consequências.
Não havia ninguém que pudesse resolver isso.
A ideia de um pai a proteger-nos, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível!
Os pais protegiam as leis! Imaginem!
A nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores.
Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas ideias.
Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso.
Tu és um deles. Parabéns!
Passem isto para outros que tiveram a sorte de crescer como crianças!!!!
Isto vai cada vez pior. A inspiração diminui pelo que começam a surgir grandes dificuldades para actualizar este documento. É o castigo para quem vive de recordações e de ataques aos que lhe querem sepultar o passado.
Mão amiga enviou-nos o texto que hoje disponibilizamos o qual é certamente produto de um autor (anónimo) da minha geração ou da sua vizinhança, isto é, do segundo ou terceiro quartel do´século passado.
Tem aquele monumental defeito de ter a mania que no nosso tempo é que era bom. Mas tem piada, reflecte verdadeiramente um certo modo de vida, por isso, leiam-no dando-lhe o necessário desconto.
PARA OS QUE PASSARAM A BARREIRA DOS 25 - NÓS TIVEMOS SORTE!!!...
Para quem já tem mais de 25 anos...faz pensar que até tivemos sorte....
Olhando para trás, é difícil acreditar que estejamos vivos.
Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag. Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em frascos de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos boleia.
Bebíamos água directamente da mangueira e não da garrafa.
Gastámos horas a construir os nossos carrinhos de rolamentos para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões.
Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema.
Saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia inteiro, e só voltávamos quando se acendiam as luzes da rua.
Ninguém nos podia localizar. Não havia telemóveis.
Nós partimos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes.
Ninguém para culpar, só a nós próprios.
Tivemos brigas, esmurrámo-nos uns aos outros e aprendemos a superar isto.
Comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos gordos.
Estávamos sempre ao ar livre, a correr e a brincar. Compartilhamos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso.
Não tivemos Playstations, Nintendos e toda a parafernália de jogos de vídeo, nem 99 canais de TV Cabo, som surround, telemóveis, computadores ou Internet.
Nós tivemos amigos!
Saíamos e íamos ter com eles. Íamos de bicicleta ou a pé até casa deles e batíamos à porta. Imaginem tal coisa... sem pedir autorização aos pais nem a ninguém, por nós mesmos!
Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável!
Como conseguimos fazer isto?
Fizemos jogos com bastões e bolas de ténis e comemos minhocas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca nos caíram os olhos ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre.
Nos jogos da escola, nem toda a gente fazia parte da equipa.
Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção... sem psicólogos!
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros.
Eles repetiam o ano!
Não inventavam testes extra.
Éramos responsáveis pelas nossas acções e arcávamos com as consequências.
Não havia ninguém que pudesse resolver isso.
A ideia de um pai a proteger-nos, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível!
Os pais protegiam as leis! Imaginem!
A nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores.
Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas ideias.
Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso.
Tu és um deles. Parabéns!
Passem isto para outros que tiveram a sorte de crescer como crianças!!!!
terça-feira, maio 11, 2004
Racismo e Xenofobia
A pobre miúda não ganhou para o susto.
A Carla é uma trabalhadora administrativa nas piscinas municipais de uma terra não muito longe de nós, Santa Marta de Penaguião, e estava no local errado no momento do assalto. O caso foi relatado pela TVI, no domingo à noite, antes do Prof. Marcelo.
Agrediram-na, esfaquearam-na e, não contentes com isso, regaram-na com gasolina com a intenção de lhe pegarem fogo. Salvou-a o facto de alguém andar nas imediações e os manguelas acabaram por fugir com os trezentos euros relativos ao feito.
Os executantes de tão valente acto foram identificados como romenos.
Irmãos de esquerda, vou ser politicamente incorrecto, não estou nada contente com a multiplicação deste conjunto de acontecimentos. A minha preocupação não é propriamente uma obcessão com a segurança, mas espelha a minha perplexidade pelo que vai ganhando forma neste país. Cada vez mais somos sujeitos a barbaridades como as relatadas e não se vê qualquer acção para as prevenir ou combater. Assim, os meus sentimentos de racismo e xenofobia têm crescido exponencialmente. Há dois anos ainda tive alguma esperança que o Paulo fosse para a Administração Interna, mas o nosso querido primeiro pô-lo a mascar pastilha elástica, a brincar às guerras e com submarinos, assim não temos ninguém que tenha a coragem de fazer aquilo que o PS não é capaz quando lá está.
Há alguns anos, fui eu. Ia para casa, todo contente, bem cansadinho, pelos 21.30 h, depois de um dia bem trabalhado quando, no comboio, um bando de indivíduos de alma e pele muito negras me deu uma monumental sova e me mandou para o hospital de olho ao peito e a sangrar. Depois lá veio a Polícia, com aquele arzinho muito compungido, para tomar conta da ocorrência.
Fico fulo quando assisto a casos destes. Fulo com a polícia e GNR que só servem para tomar conta da ocorrência, e que não servem para evitar a ocorrência. Uma coisa que me interrogo dezenas de vezes é porque é que as forças da ordem (?) só aparecem para malhar nas pessoas quando são manifestações de estudantes e desempregados, que mal especial é que estes fizeram? Quando há notícia de um gang do tipo do relatado, fazem o possível para aparecer depois ou para estar ocupados com a multa do mal estacionado.
Mas a minha indignação tem de ir mais longe. Nada me move contra os imigrantes, idêntica raiva me move contra os nacionais que praticam tal vandalismo, mas o que é que esta canalha como a que maltratou a miúda, vem fazer para o nosso país? Porque não os agarram e os põem lá nos maravilhosos países de onde saíram? Quem quer viver connosco tem que aprender a respeitar o nosso modo de ser e a comportar-se decentemente. Pode pôr em causa o sistema económico e político, mas não tem que vir estoirar com as boas relações entre as pessoas, isto é, com uma vivência que não precisa nada do mau contributo deles.
Ourém ainda é um sítio pacato, pouca notícia existe sobre estas coisas, mas o Norte é uma desgraça e, mesmo aqui, na minha localidade habitual, Parede, a saída à rua já é uma aventura quase radical. Há mais de 25 anos que todas as noites faço um percurso de pouco mais de um Km para beber café e andar um bocado. Sempre correu bem, mas recentemente, aparece-me cada manguelas mais esquisito a meio do caminho ou de automóvel que começo a ter receio de tal passeio. É o aspecto, é o som, é o comportamento, é o movimento, são as companhias tudo isto se tem degradado em escala assustadora. O mesmo deve passar-se com outras pessoas que cada vez menos se atrevem a sair à rua sozinhas a partir de certa hora. Isto é uma maravilha, mas, com esta escumalha, mete respeito.
Peço desculpa por este desabafo. Sei que existem razões muito para além daquelas que conhecemos para justificar tais coisas. Mas não as posso esquecer, nem desculpar. Se isto é a Europa, bem podem parar já. E compreendo perfeitamente se o povo começar a dar a esses agentes da barbarie o tratamento que merecem e que a justiça parece ter relutância em assumir. Há que correr com eles daqui para fora! Não são dignos do país por que tanto lutámos para lhes oferecer de bandeja e eles estragarem.
A pobre miúda não ganhou para o susto.
A Carla é uma trabalhadora administrativa nas piscinas municipais de uma terra não muito longe de nós, Santa Marta de Penaguião, e estava no local errado no momento do assalto. O caso foi relatado pela TVI, no domingo à noite, antes do Prof. Marcelo.
Agrediram-na, esfaquearam-na e, não contentes com isso, regaram-na com gasolina com a intenção de lhe pegarem fogo. Salvou-a o facto de alguém andar nas imediações e os manguelas acabaram por fugir com os trezentos euros relativos ao feito.
Os executantes de tão valente acto foram identificados como romenos.
Irmãos de esquerda, vou ser politicamente incorrecto, não estou nada contente com a multiplicação deste conjunto de acontecimentos. A minha preocupação não é propriamente uma obcessão com a segurança, mas espelha a minha perplexidade pelo que vai ganhando forma neste país. Cada vez mais somos sujeitos a barbaridades como as relatadas e não se vê qualquer acção para as prevenir ou combater. Assim, os meus sentimentos de racismo e xenofobia têm crescido exponencialmente. Há dois anos ainda tive alguma esperança que o Paulo fosse para a Administração Interna, mas o nosso querido primeiro pô-lo a mascar pastilha elástica, a brincar às guerras e com submarinos, assim não temos ninguém que tenha a coragem de fazer aquilo que o PS não é capaz quando lá está.
Há alguns anos, fui eu. Ia para casa, todo contente, bem cansadinho, pelos 21.30 h, depois de um dia bem trabalhado quando, no comboio, um bando de indivíduos de alma e pele muito negras me deu uma monumental sova e me mandou para o hospital de olho ao peito e a sangrar. Depois lá veio a Polícia, com aquele arzinho muito compungido, para tomar conta da ocorrência.
Fico fulo quando assisto a casos destes. Fulo com a polícia e GNR que só servem para tomar conta da ocorrência, e que não servem para evitar a ocorrência. Uma coisa que me interrogo dezenas de vezes é porque é que as forças da ordem (?) só aparecem para malhar nas pessoas quando são manifestações de estudantes e desempregados, que mal especial é que estes fizeram? Quando há notícia de um gang do tipo do relatado, fazem o possível para aparecer depois ou para estar ocupados com a multa do mal estacionado.
Mas a minha indignação tem de ir mais longe. Nada me move contra os imigrantes, idêntica raiva me move contra os nacionais que praticam tal vandalismo, mas o que é que esta canalha como a que maltratou a miúda, vem fazer para o nosso país? Porque não os agarram e os põem lá nos maravilhosos países de onde saíram? Quem quer viver connosco tem que aprender a respeitar o nosso modo de ser e a comportar-se decentemente. Pode pôr em causa o sistema económico e político, mas não tem que vir estoirar com as boas relações entre as pessoas, isto é, com uma vivência que não precisa nada do mau contributo deles.
Ourém ainda é um sítio pacato, pouca notícia existe sobre estas coisas, mas o Norte é uma desgraça e, mesmo aqui, na minha localidade habitual, Parede, a saída à rua já é uma aventura quase radical. Há mais de 25 anos que todas as noites faço um percurso de pouco mais de um Km para beber café e andar um bocado. Sempre correu bem, mas recentemente, aparece-me cada manguelas mais esquisito a meio do caminho ou de automóvel que começo a ter receio de tal passeio. É o aspecto, é o som, é o comportamento, é o movimento, são as companhias tudo isto se tem degradado em escala assustadora. O mesmo deve passar-se com outras pessoas que cada vez menos se atrevem a sair à rua sozinhas a partir de certa hora. Isto é uma maravilha, mas, com esta escumalha, mete respeito.
Peço desculpa por este desabafo. Sei que existem razões muito para além daquelas que conhecemos para justificar tais coisas. Mas não as posso esquecer, nem desculpar. Se isto é a Europa, bem podem parar já. E compreendo perfeitamente se o povo começar a dar a esses agentes da barbarie o tratamento que merecem e que a justiça parece ter relutância em assumir. Há que correr com eles daqui para fora! Não são dignos do país por que tanto lutámos para lhes oferecer de bandeja e eles estragarem.
segunda-feira, maio 10, 2004
Salvem a Costa Vicentina
Recebi do ZeQuim um mail com pedido de divulgação sobre algo que se está a preparar para a descaracterização do Algarve e onde se faz uma referência à vaga de incêndios do ano passado. Como sou todo pela natureza, como ainda há dias ouvi o sr. Ministro confessar uma real impotência perante a eventualidade de uma vaga de incêndios semelhante aqui fica o documento por completo sem outro tratamento que tirar pequenas partículas introduzidas pelo mail. Chamo ainda a atenção dos oureenses sobre a existência de uma petição que circula pela NET e que pode ser assinada. Força! Não podemos deixar descansados os agentes da destruição.
-----Mensagem original-----
De: Gustavo Coelho [mailto:gjdc@netcabo.pt]
Enviada: segunda-feira, 10 de Maio de 2004 15:48
Para: Recipient list suppressed
Assunto: FW: Salvem a Costa Vicentina
Caríssimos,
Percam um minuto para lerem esta carta e enviem este mail para as pessoas que se possam preocupar com a natureza.
Saiu no passado Sábado, na revista Única do Expresso, um artigo de Luísa Schmidt a alertar para a degradação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Em resumo fala-se de áreas que se pretendem desanexar da reserva natural (para promoção, construção imobiliária e turismo),da inexistência de políticas destinadas às populações residentes em zonas protegidas e da incúria do Estado.
Por tudo isto corre na Net uma petição ao ministro do Ambiente para recordar o Estado dos direitos dos cidadãos.
http://www.petitiononline.com/sudoeste/petition.html
Seria bom que em vez de chorar sobre leite derramado (tal como na vaga de incêndios), a sociedade civil agisse a tempo e horas e fizesse valer a sua posição.
Não queremos outro Algarve. Queremos?
PS: Se fizeres fw deste mail não terás a felicidade eterna, mas pelo menos terás a consciência de que estás a contribuir para tentar melhorar Portugal.
Recebi do ZeQuim um mail com pedido de divulgação sobre algo que se está a preparar para a descaracterização do Algarve e onde se faz uma referência à vaga de incêndios do ano passado. Como sou todo pela natureza, como ainda há dias ouvi o sr. Ministro confessar uma real impotência perante a eventualidade de uma vaga de incêndios semelhante aqui fica o documento por completo sem outro tratamento que tirar pequenas partículas introduzidas pelo mail. Chamo ainda a atenção dos oureenses sobre a existência de uma petição que circula pela NET e que pode ser assinada. Força! Não podemos deixar descansados os agentes da destruição.
-----Mensagem original-----
De: Gustavo Coelho [mailto:gjdc@netcabo.pt]
Enviada: segunda-feira, 10 de Maio de 2004 15:48
Para: Recipient list suppressed
Assunto: FW: Salvem a Costa Vicentina
Caríssimos,
Percam um minuto para lerem esta carta e enviem este mail para as pessoas que se possam preocupar com a natureza.
Saiu no passado Sábado, na revista Única do Expresso, um artigo de Luísa Schmidt a alertar para a degradação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Em resumo fala-se de áreas que se pretendem desanexar da reserva natural (para promoção, construção imobiliária e turismo),da inexistência de políticas destinadas às populações residentes em zonas protegidas e da incúria do Estado.
Por tudo isto corre na Net uma petição ao ministro do Ambiente para recordar o Estado dos direitos dos cidadãos.
http://www.petitiononline.com/sudoeste/petition.html
Seria bom que em vez de chorar sobre leite derramado (tal como na vaga de incêndios), a sociedade civil agisse a tempo e horas e fizesse valer a sua posição.
Não queremos outro Algarve. Queremos?
PS: Se fizeres fw deste mail não terás a felicidade eterna, mas pelo menos terás a consciência de que estás a contribuir para tentar melhorar Portugal.
Dar a Cara
Constituí a minha biblioteca de textos de Marx e Engels fundamentalmente entre os anos de 1968 a 1972. Tudo começou em Económicas com a luta estudantil, o surgimento dos primeiros textos subversivos editados pela Associação de Estudantes como o Contra a Fábrica ou outros deixados pelos corredores com a imagem de Marx a indicarem algo sobre o conteúdo.
Pouco a pouco, fui conhecendo lugares onde podia descobrir as obras básicas do Marxismo, subtilmente expostas: o cantinho da Barata, a Portugal, a Sá da Costa, a Livrelco... Os anos ajudaram a sobrepor essas leituras àquelas que fazia antes e que se baseavam dominantemente em banda desenhada e nos textos de livros que as elites diziam ser de má qualidade e de que guardei alguns exemplares bem saborosos.
Em minha casa, tenho toda uma série de recordações desses tempos, dessas leituras. Mas isto faz-me voltar a outros que considerava monumentais secas e era obrigado a ler quando estudava, como os Lusíadas, ou os de Júlio Dinis, apesar de sempre sentir um fraquinho pela prosa de Camilo, especialmente depois de ver, no cine teatro de Ourém, o Amor de Perdição ou de deparar com introduções como esta: era tão linda a Rosa do Adro....
E recordo os esforços monumentais de um professor, o Dr. Laranjeira, para nós entrarmos nestas obras, o que o levava a distribuir as personagens pelos alunos dando, desde logo, um outro interesse, uma outra vida, à leitura, como naquela obra de Garret que atinge o máximo da emoção no momento em que aquele que regressa, sem ninguém o reconhecer, é submetido à tão conhecida questão:
- Quem és tu, romeiro?
E eu, apontando aquele figura difusa que ostenta um jaquetão em tudo semelhante aos que terão sido usado pelo Jó Rodrigues, pelo Zé Manel e pelo Rui Temido, que mostra uma magreza sem limites ao ponto de o seu pescoço ser substituído por uma chaveta, mas hoje já transportando mais uns trinta quilinhos em cima, que encontra em Marx os fundamentos da interpretação que faz do social e de uma concepção que procura mais justiça, mais verdade e eliminar a exploraçãoe a corrupção, mas que também se revê nas maravilhosas aventuras daquela figura galante, criada por Salinas, que cortejou a Lucy, a Silvia e a Flor Vermelha, ou daquela outra, cujo autor foi Raymond, e que viajou pelo planeta Mongo onde resistiu à rainha Fria e consumou o seu amor pela Dale, respondia:
- Aquele....
Constituí a minha biblioteca de textos de Marx e Engels fundamentalmente entre os anos de 1968 a 1972. Tudo começou em Económicas com a luta estudantil, o surgimento dos primeiros textos subversivos editados pela Associação de Estudantes como o Contra a Fábrica ou outros deixados pelos corredores com a imagem de Marx a indicarem algo sobre o conteúdo.
Pouco a pouco, fui conhecendo lugares onde podia descobrir as obras básicas do Marxismo, subtilmente expostas: o cantinho da Barata, a Portugal, a Sá da Costa, a Livrelco... Os anos ajudaram a sobrepor essas leituras àquelas que fazia antes e que se baseavam dominantemente em banda desenhada e nos textos de livros que as elites diziam ser de má qualidade e de que guardei alguns exemplares bem saborosos.
Em minha casa, tenho toda uma série de recordações desses tempos, dessas leituras. Mas isto faz-me voltar a outros que considerava monumentais secas e era obrigado a ler quando estudava, como os Lusíadas, ou os de Júlio Dinis, apesar de sempre sentir um fraquinho pela prosa de Camilo, especialmente depois de ver, no cine teatro de Ourém, o Amor de Perdição ou de deparar com introduções como esta: era tão linda a Rosa do Adro....
E recordo os esforços monumentais de um professor, o Dr. Laranjeira, para nós entrarmos nestas obras, o que o levava a distribuir as personagens pelos alunos dando, desde logo, um outro interesse, uma outra vida, à leitura, como naquela obra de Garret que atinge o máximo da emoção no momento em que aquele que regressa, sem ninguém o reconhecer, é submetido à tão conhecida questão:
- Quem és tu, romeiro?
E eu, apontando aquele figura difusa que ostenta um jaquetão em tudo semelhante aos que terão sido usado pelo Jó Rodrigues, pelo Zé Manel e pelo Rui Temido, que mostra uma magreza sem limites ao ponto de o seu pescoço ser substituído por uma chaveta, mas hoje já transportando mais uns trinta quilinhos em cima, que encontra em Marx os fundamentos da interpretação que faz do social e de uma concepção que procura mais justiça, mais verdade e eliminar a exploraçãoe a corrupção, mas que também se revê nas maravilhosas aventuras daquela figura galante, criada por Salinas, que cortejou a Lucy, a Silvia e a Flor Vermelha, ou daquela outra, cujo autor foi Raymond, e que viajou pelo planeta Mongo onde resistiu à rainha Fria e consumou o seu amor pela Dale, respondia:
- Aquele....
domingo, maio 09, 2004
Revisitar o Avenida a partir da Marina
Ali, no local mais espaçoso que hoje é ocupado pela Marina, existiu, em tempos, um exemplo de bom gosto, algo de maravilhoso, o café Avenida.
Façamos um pequeno exercício com o que, actualmente, lá vemos.
Logo após a entrada, contemplemos o que se situa à esquerda, isto é, o sítio onde hoje se vendem jornais. Esse local era ocupado por cerca de quatro mesas em que as que se situavam mais perto da parede eram apoiadas por um banco corrido. Posso garantir que era o local da preferência dos mais jovens. Ali nos defrontávamos ao King: o Kansas, o Jó Rodrigues, o Rui Leitão, o Jó Alho. Também era um local de espera e de debates, onde preparávamos as farras e os bailaricos.
Mas continuemos à esquerda e vamos até ao fundo, tendo, por exemplo, como referência a estante dos Livros do Brasil. Deparamos com o sítio onde era o fabuloso balcão do Avenida, onde o Ezequiel e o Fernando Fortes preparavam as maravilhosas bicas e refrescos que nos serviam. O acesso à parte de dentro do balcão era do lado direito através de uma porta que ainda lá está.
Viremos à direita e consideremos o espaço para além do arco, antes cor de tijolo, agora embranquecido, descaracterizado. Era onde se situava o Restaurante do café. Com os poucos rendimentos de que dispunha, poucas vezes lá comi, mas consta-me e recordo que os bifinhos não eram nada maus.
O espaço entre um corredor que se segue à porta central, o cantinho da juventude, o balcão e o restaurante, onde actualmente se expõem as máquinas de calcular e outros aparelhos, era ocupado pela zona de jogo. Aí, os mais velhos disputaram renhidos combates de bridge (Fernado Rodriques, arquitecto, Dr. Durão,...?..) e dominó (Abel, Rui Costa, Luís Simões,...?...). Era também uma zona de Relações Públicas, pois bem perto dessas mesas estava a que vulgarmente era ocupada pelos proprietários do café, o Sr. Aguinaldo e esposa, duas figuras muito simpáticas que tinham sempre um sorriso para os clientes, apesar das perseguições políticas de que ele por vezes era vítima.
Consideremos, agora, o lado direito. Logo à entrada, no sítio onde a Alice expõe os perfumes e as loiças de Vista Alegre e outras marcas conceituadas, era o espaço para se ver televisão. Recordo filmes como O Homem Invisível , Sir Lancelot (ena, as histórias da Távola Redonda com a Guinevere, o Rei Artur eram o máximo!), o Robin dos Bosques , o Mister Ed (ver também este) que ali vi continuamente já não sei com que idade.
Apesar de tudo, não me lembro de grandes entusiasmos no interior do Avenida. O espaço era mais fino, mais snob, menos popular, menos ruidoso apesar de mais amplo e mais bonito.
Finalmente, adjacente em relação a esta zona, ocupado actualmente por materiais de pintura (Pelikans, Cisnes, etc.), existe o sítio onde se jogava bilhar bem perto da segunda porta de saída do café. Aí, dizia o João da Quinta, eu punha as bolas a saltar quando me irritava com as tacadas e estas não seguiam o rumo que eu planeava. Aos domingos, enquanto se ouvia o Música na Estrada e o fabuloso Oh Lady!, mais uma vez dos Les Chats Sauvages, nós iludíamos a vigilância dos pais e de outros controladores e lá fugíamos às obrigações sacras, refugiando-nos neste espaço. Depois, assistiamos, como dizia o Jó Rodrigues, ao Santo Sacrifício da Saída.
Ao terminar este roteiro sobre o Avenida, sinto uma certa tranquilidade. Animem-se, Oureenses. A Marina ocupou-o, se calhar esse até foi um meio de o preservar. Eu julgo que, se quisermos e tivermos força e meios para tanto, podemos reconstruir tudo. Sob a ocupação efémera desta empresa nada está destruído, está apenas oculto. Assim, se a Câmara quiser apoiar a reconstituição, pode começar desde já a recordar e projectar a ornamentação e mobiliário do mesmo. As belas mesas negras com vidro por cima, as belas e pesadas cadeiras, a porta giratória...
Força, vamos lá, responsáveis autárquicos, aquela Ourém merece todos os sacrifícios. E ainda existe quem se recorde de tudo, daqui a uns anos pode ser tarde demais.
Subscrever:
Mensagens (Atom)