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E digam lá aos da Câmara de Ourém como fazem os da Câmara de Constância...
O sobreiro de Montalvo
É um marco, uma referência, um símbolo de Montalvo. E um orgulho também.
No meio do largo, a sua majestosa presença impressiona o viajante que chega. É impossível não reparar na imponência do seu porte, na dignidade que transparece da sua presença secular, ali, a pontear aquele sítio, lugar de ir e passar, encontro e cruzamento das voltas do dia a dia.
É, de longe, o ser vivo mais idoso de Montalvo. De entre os homens, mesmo os mais velhos, todos afirmam que se lembram de sempre o verem ali, mesmo quando eram meninos, e já então sobreiro feito, com muitos anos contados.
Algumas dessas pessoas mais idosas dizem que haverá cem anos, pouco mais ou menos, muito antes de o largo ter ganho a configuração que tem hoje, havia ali uns valados a delimitar propriedades e muitos, muitos sobreiros, servindo este aqui de apoio ao portal de entrada para as terras da família Feijão, uma das mais conhecidas da freguesia. Daí que tivesse uma identidade própria e conserve ainda agora, passado este tempo todo, o sobrenome que lhe ficou dessa função de outras épocas: embora já em desuso, ainda o povo o conhece como sobreiro Feijão. E de junto a ele parte uma rua que perpetua um dos membros da família, Júlio Feijão, que chegou ao cargo de presidente da Câmara Municipal nos meados do século XX.
As árvores, pelo menos algumas delas, sempre exerceram sobre os homens um fascínio especial. O lugar que ocupam e que identificam, as situações da nossa vida que associamos a elas, a generosidade da sua sombra nos dias quentes do Verão, a sua eterna presença, que já era antes de nós e ficará para depois, tudo se conjuga para que olhemos certas árvores com um particular encanto, como se fossem anciãos que transportam consigo toda a memória do pequeno mundo da aldeia. O sobreiro de Montalvo é, sem dúvida, o melhor exemplo vivo, de quantos há no concelho, desse jeito especial de ser árvore quase gente.
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