No início de Novembro, enviámos para a Tribuna do Leitor da secção local de Lisboa do Público um pequeno texto acerca da casa do largo de Castela, solicitando a sua publicação.
Durante o último Poço, em conversa com alguém conhecedor destes meandros, fomos alertados para o facto de ser muito difícil a sua publicação dado o facto de o circuito implicar um certo conhecimento entre as partes intervenientes. Julgámos assim que seria mais um protesto condenado ao silêncio.
Afinal, o Público enviou-nos a sua prenda de Natal. Sem qualquer cunha, com total respeito pelos timings do jornal, sem qualquer interferência, o nosso texto, com a fotografia, claro está, da casa, viu, hoje, a luz do dia. Está na página 46 e reza assim:
Nesta casa não viveu ninguém importante. No entanto, o seu aspecto é memória colectiva de uma Ourém não muito distante, que em qualquer outro local do nosso país mereceria ser restaurada. O que acontece é que a Câmara de Ourém se prepara para a destruir, pelo simples facto de ter projectado uma rua para cima dela.
Julgo que, pela sua traça, é um fim muito injusto e que desagrada profundamente a alguns oureenses. Não haverá quem possa travar esta câmara, verdadeiro carrasco das memórias da nossa terra?
...
Poderá o Público dar voz a este protesto?
Há pelo menos uma coisa que resulta daqui: a certeza de que um texto de protesto pode ser publicado num jornal de grande expansão. E isso é muito importante num momento em que a própria imprensa da terra não nos liga nenhuma. Obrigado, Público!
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