quinta-feira, novembro 10, 2005

A casa dos fantasmas – 2

Noite saborosa, a manhã quase a clarear. “Não tarda muito começaremos a ouvir os pássaros” – pensámos.
E não nos enganámos.
Por volta das sete, um magnífico cantar trouxe nova vida à nossa casa:

Pi-Pa-Pi-Pa-Pi-Pa-Pi-Pa
Pi-Pi-Pi-Pi-Pi-Pi-Pi-Pi
Pa-Pa-Pa-Pa-Pa-Pa-Pa-Pa
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Que simpático passarinho. Logo de manhã a dar-nos música...
Passaram 10 minutos.
- O diabo do pássaro nunca mais se cala...
Sete e meia.
- Já estou com a cabeça doida. Vou enxotá-lo.
A Pipoca já estava escondida debaixo de um cobertor aterrorizada com tanto ruído.
- É ali na chaminé.
Pum! Pum! Pum!
Mas o pássaro não se calava.
- Já sei é atrás daquele vidro. Vem cá e abre a janela...
A vontade não era muita, o frio não convidava, mas lá fui. No fundo, não tinha grande vontade de afastar o bicharoco que tinha sido tão simpático em vir saudar-nos.
- Olha que ele canta muito bem...
- Quero lá saber! Estou farta, já não aguento...
Junto à janela havia um móvel em cima do qual estava um relógio. Aproximei-me e reparei que o ruído vinha mais da direcção do móvel.
Não havia dúvida, era dali...
Peguei no relógio e logo o cantar mudou de direcção, ele acompanhava a minha mão.
- Foste tu quem ligou isto?...

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