E quando já se previa o pior dos cenários para os reformados pobres e para a generalidade dos trabalhadores, eis que o primeiro ministro surge na TV e informa:
- Não haverá cortes no 13º mês nem no subsídio de Natal.
- Não haverá cortes em pensões inferiores a 1500 euros.
Os receios relativos à modificação da idade de reforma também se dissiparam, confirmando-se a actualização de algumas taxas do IVA.
Isto é, voltou-se a uma versão da desgraça perto do PEC4.
Curiosamente, o PSD apareceu desde logo a saudar o acordo e a dizer que o mesmo era melhor que aquele programa. O CDS também reinvindica alguma bondade do acordo gerado.
Em resumo, os dois partidos da alternação estão contentes acontecendo o mesmo à muleta de direita.
Mas a verdade é que, depois de terem contribuído para levar o país quase à bancarrota, acabaram por aceitar quase todas as medidas que levianamente tinham rejeitado anteriormente. Há assim uma monumental vitória de Sócrates que vê as suas medidas implementadas com o apoio de três organizações internacionais, consegue um apoio financeiro que lhe permite respirar relativamente aos mercados durante algum tempo, consegue suavizar o esforço de consolidação e está posicionado para eleições com uma aderência fortíssima no interior do partido. Curiosamente, os esqueletos que sairam do armário pouco significado tiveram e devem ser considerados apenas como alterações metodológicas.
Step the Rabbit é assim a imagem da infantilidade derrotada pela experiência, é o miúdo que quer chegar ao poder a todo o preço e dá o tiro no pé, sendo de prever que muitas figuras laranja vão dentro em breve mostrar a sua raiva relativamente à nova situação e tendo de pôr-se a hipótese de não conseguirem uma dinâmica para ganhar as eleições. E que resultará destas? Um governo fraco com certeza... o que significa que a crise não vai ter solução com estes actores...
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