O governo prepara-se para anunciar mais medidas de austeridade.
Entre os seus fundamentos está algo que me parece uma mentira e que os jornais não param de propagandear: ontem, o INE anunciou um déficit de 7,7% para o ano que decorreu entre o final de Março de 2010 e Março de 2011; O DN começou por falar em 8,7% no primeiro trimestre e depois corrigiu para os 7,7%; a SIC manteve o número errado e bem assim o período; tudo alinhou pelo mesmo ponto de vista, o da derrapagem e a sua distância para o objectivo de 5,9%.
Estarão todos loucos? Serão todos mentirosos? Ou estarei eu a ver mal?
Um déficit de 7,7% no ano assim definido significa uma acentuada descida em relação ao déficit apurado no final do ano de 8,6% e está inteiramente de acordo com as perspectivas anunciadas pelo anterior governo baseadas nos seus dados sobre execução orçamental. Para esse déficit foram considerados três trimestres de 2010 e um de 2011. Uma média ponderada considerando o valor de 2010 três vezes e o valor final apurado mostra que o déficit do primeiro trimestre deve andar perto dos 5% (=7,7%*4 - 8,6*3, em termos simplistas). No entanto, fala-se em 7,7%. Mente-se.
Mais logo, Passos Coelho, baseado nesta mentira vai anunciar mais medidas de austeridade entre as quais uma taxa especial e única sobre o IRS. Começa mal, muito mal... e estranhamente ninguém do PS, BE ou PC denuncia esta miserável orquestração.
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