Uma noite, o Estorietas e alguns amigos permaneciam junto à porta do cinema à espera de poderem entrar quando o novo porteiro lhes disse:
- Isto mudou. Para assistirem ao filme devem munir-se de um bilhete e entrar como qualquer outro espetador. É mais simples, pois não têm de estar aqui à espera…
- E como se arranjam esses bilhetes?
- Vêm ter comigo às cinco da tarde junto da bilheteira. E não se esqueçam de que cada bilhete ficará por um escudo…
- Como assim?
- Um escudo por bilhete. Não é nada exorbitante se atenderem a que têm de pagar dez escudos para ver o filme da plateia. Se não quiserem, há outros interessados…
«Tenho de ir ver a Scarlett - pensava o Estorietas, olhando o cartaz de "E tudo o vento levou".»
E a verdade é que tiveram de se apressar a conseguir os bilhetes para a sessão seguinte, pagando um escudo, pois o novo porteiro tinha desenvolvido uma manobra publicitária e outros indivíduos oriundos dos arredores e que não se enquadravam na ideia original do Melo conseguiram alguns bilhetes quase impossibilitando que assistissem ao filme.
«Este indivíduo está a fazer dinheiro abusando da generosidade do Melo» - ruminava um miúdo.
O indivíduo parecia ter cada vez mais sucesso. E um dia conseguiu convencer o Melo a duplicar o número de lugares a disponibilizar naquelas condições, omitindo obviamente que cobrava um escudo por cada um deles. As filas à porta tinham desaparecido completamente e as sessões ostentavam quase sempre uma lotação digna de nota. O Melo sentia-se feliz por dar aquela oportunidade aos jovens para ver cinema à borla, era um benfeitor. O porteiro estava todo contente, pois, com a sua ideia, tinha conseguido melhorar drasticamente o seu magro salário. A miudagem andava feliz, pois um escudo semanal todos tinham e podiam assistir às magníficas coboiadas exibidas no cinema. Parecia que todos estavam a ganhar…
- Isto mudou. Para assistirem ao filme devem munir-se de um bilhete e entrar como qualquer outro espetador. É mais simples, pois não têm de estar aqui à espera…
- E como se arranjam esses bilhetes?
- Vêm ter comigo às cinco da tarde junto da bilheteira. E não se esqueçam de que cada bilhete ficará por um escudo…
- Como assim?
- Um escudo por bilhete. Não é nada exorbitante se atenderem a que têm de pagar dez escudos para ver o filme da plateia. Se não quiserem, há outros interessados…
«Tenho de ir ver a Scarlett - pensava o Estorietas, olhando o cartaz de "E tudo o vento levou".»
E a verdade é que tiveram de se apressar a conseguir os bilhetes para a sessão seguinte, pagando um escudo, pois o novo porteiro tinha desenvolvido uma manobra publicitária e outros indivíduos oriundos dos arredores e que não se enquadravam na ideia original do Melo conseguiram alguns bilhetes quase impossibilitando que assistissem ao filme.
«Este indivíduo está a fazer dinheiro abusando da generosidade do Melo» - ruminava um miúdo.
O indivíduo parecia ter cada vez mais sucesso. E um dia conseguiu convencer o Melo a duplicar o número de lugares a disponibilizar naquelas condições, omitindo obviamente que cobrava um escudo por cada um deles. As filas à porta tinham desaparecido completamente e as sessões ostentavam quase sempre uma lotação digna de nota. O Melo sentia-se feliz por dar aquela oportunidade aos jovens para ver cinema à borla, era um benfeitor. O porteiro estava todo contente, pois, com a sua ideia, tinha conseguido melhorar drasticamente o seu magro salário. A miudagem andava feliz, pois um escudo semanal todos tinham e podiam assistir às magníficas coboiadas exibidas no cinema. Parecia que todos estavam a ganhar…
Parecia...
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