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“Tu, infame, maldito, tu que na floresta afogas o pobre animal que busca alimento, tu que nem poupas a velhinha que tirita de frio junto à lareira na cabana, tu que nos mandas tempestades e mil cataclismos, tu, cobarde, não mereces existir. Vai-te, desaparece e não tentes voltar.”.
***
Passados dias, foi a entrega das redações devidamente corrigidas. Não houve observações de maior até ao meu caso e aí o professor passou algum tempo a ler e a olhar-me.
Em certo momento, o Dr. Armando parou a leitura e olhou gravemente para a turma. Apesar de tudo estava muito calmo. Eu é que não. Comecei logo a pensar que o atrevimento me sairia caro e não escaparia sem sova. Meditou durante algum tempo e depois disse:
- Pois é, Luís... tens esta imagem da velhinha que corresponde bem à realidade, mas não podes ser tão negativo. Lembra-te que o Inverno, tendo todos esses defeitos, deixa nas terras aquilo que vai permitir que, mais tarde, tu vejas florescer o que tanto aprecias...
Ufa…...
1 comentário:
E hoje, às 18:26, começa mais uma Primavera.
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