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Menina que não lês o meu poema,
Mas que tens a pureza que nele canto,
Vê na balança dos meus olhos quanto
Pesa a ternura humana que te dou:
Ponho nas tuas mãos ingénuas de criança
Toda a herança
Que da morte da vida me ficou
(Miguel Torga)
Coimbra, 24 de Abril de 1951
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