Na década de 60, a mobilidade urbana em Ourém era um facto. Ciclistas, automóveis e peões circulavam pelas ruas da vila com toda a confiança. Por um lado, circulava-se devagar, por outro o silêncio era tal que, se um carro se aproximava, ouvia-se o seu ruído a longa distância. Além disso, a polícia era um elemento presente por todo o lado sempre no objetivo de “proteger o cidadão”.
Um dos grandes ciclistas da nossa terra, para além de nós todos os outros, era o Manel do Tenente, insigne oureense de quem já falei algumas vezes, mas a quem nunca tive o prazer de dedicar uma crónica.
Pois, um dia, o Manel dirigia-se, pela rua Augusto Castilho, de bicicleta e a toda a velocidade, de casa do Luís Nuno para a casa do Dr. Preto, onde, como sabem, também habitava o famigerado João Passarinho.
Da parte de cima, proveniente da rua António Leitão, onde morava o César, vinha, no seu carro, o sr. Félix, magnífico representante da classe comerciante e da marca de máquinas de costura Oliva, pessoa que também vendia seguros. O sr. Félix não vinha muito depressa, mas tinha uma maneira estranha de olhar, dava a impressão que não via bem os que se cruzavam com ele. E, naquele dia, deveria vir a pensar na maneira como havia de empandeirar mais alguma apólice de seguro a algum descuidado oureense.
Claro que o choque inevitável deu-se…
… melhor dizendo, quase que se deu. O Manel travou a bicicleta e, para afastar aquele monstro do seu caminho, não descobriu melhor remédio do que mandar uns murros ao vidro do automóvel. Aí, o sr. Félix travou e o incidente ficou sem consequências de maior. Mas o homem ficou transtornado. Quase que oiço a voz dele:
- Ó Manel, então está a dar murros ao meu automóvel? Eu vinha da direita, eu tinha prioridade…
- Cale-se e tire esse monstro da minha frente – berrou o Manel.
Imaginem o que poderá ser agora com 15 lombas na Avenida e com a eventual chegada de trotinetes, skates, bicicletas elétricas, segways… Pobre peão que se quer deslocar em Ourém, pobre automobilista… e o Manel do Tenente ainda anda por aí.
Um dos grandes ciclistas da nossa terra, para além de nós todos os outros, era o Manel do Tenente, insigne oureense de quem já falei algumas vezes, mas a quem nunca tive o prazer de dedicar uma crónica.
Pois, um dia, o Manel dirigia-se, pela rua Augusto Castilho, de bicicleta e a toda a velocidade, de casa do Luís Nuno para a casa do Dr. Preto, onde, como sabem, também habitava o famigerado João Passarinho.
Da parte de cima, proveniente da rua António Leitão, onde morava o César, vinha, no seu carro, o sr. Félix, magnífico representante da classe comerciante e da marca de máquinas de costura Oliva, pessoa que também vendia seguros. O sr. Félix não vinha muito depressa, mas tinha uma maneira estranha de olhar, dava a impressão que não via bem os que se cruzavam com ele. E, naquele dia, deveria vir a pensar na maneira como havia de empandeirar mais alguma apólice de seguro a algum descuidado oureense.
Claro que o choque inevitável deu-se…
… melhor dizendo, quase que se deu. O Manel travou a bicicleta e, para afastar aquele monstro do seu caminho, não descobriu melhor remédio do que mandar uns murros ao vidro do automóvel. Aí, o sr. Félix travou e o incidente ficou sem consequências de maior. Mas o homem ficou transtornado. Quase que oiço a voz dele:
- Ó Manel, então está a dar murros ao meu automóvel? Eu vinha da direita, eu tinha prioridade…
- Cale-se e tire esse monstro da minha frente – berrou o Manel.
Imaginem o que poderá ser agora com 15 lombas na Avenida e com a eventual chegada de trotinetes, skates, bicicletas elétricas, segways… Pobre peão que se quer deslocar em Ourém, pobre automobilista… e o Manel do Tenente ainda anda por aí.
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