Os sistemas fechados são assim. Impedem que os interesses gerais da população se possam exprimir. Perseguem os que têm veleidades individuais e procuram distinguir-se. Servem para proteger castas e monopólios. Recusam a competição.
O sistema eleitoral português é exactamente isso. Os independentes não podem concorrer. Cerca de oito milhões de portugueses não têm o direito de se candidatarem e de serem eleitos. O nome, a experiência e a responsabilidade dos candidatos são absolutamente indiferentes, apenas interessam a lista colectiva e o chefe do partido.
As bases dos partidos não escolhem nada, nem ninguém, sendo os futuros deputados seleccionados pelos chefes, seus acólitos e alguns senhores do aparelho. O eleitorado não escolhe entre candidatos, escolhe um partido. Os nomeados e os eleitos podem ser substituídos em qualquer altura, naquela que é uma das maiores perversões do sistema político português.
(extracto da crónica de Barreto de hoje no Público)
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