segunda-feira, agosto 22, 2005

E cada vez somos mais

O conhecimento do meu apoio, como independente, à CDU em Ourém num processo que visa mudar uma perspectiva retrógrada de desenvolvimento alicerçada na destruição da nossa terra e na afirmação do clientelismo, tem gerado algumas reacções interessantes.
Um velho comunista, daqueles à maneira antiga, bateu-me à porta: "Trago-lhe aqui um documento para o centro de trabalho lá de Ourém, um poema que gosto muito, mas não sei a quem deixar quando eu desaparecer. Por favor, entregue-o ao Sérgio. Ponham-lhe uma moldura e exponham-no lá".
Vocês são testemunhas. Lá para meados de Setembro, quando voltar a Ourém, este documento irá comigo, exprimindo o desejo de que, em Ourém e no Mundo, sejamos cada vez mais e melhores. Eis algumas passagens:

...

Por estarmos sempre onde está
o povo trabalhador
pela diferença que há
entre o ódio e o amor.
Pela certeza que dá
o ferro que malha a dor
pelo aço da palavra
fúria fogo força flor
por este arado que lavra
um campo muito maior.
Por sermos nós a cantar
e a lutar em português
é que podemos gritar:
somos mais de cada vez.

Por nós trazermos a boca
colada aos lábios do trigo
e por nunca acharmos pouca
a grande palavra amigo
é que a coragem nos toca
mesmo no auge do perigo
até que a voz fique rouca
e destrua o inimigo.
Por sermos nós a diferença
que torna os homens iguais
é que não há quem nos vença:
cada vez seremos mais.

...

Excerto de um poema de José Carlos Ary dos Santos

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