domingo, dezembro 30, 2007

Perspectivas para 2008


Fonte: esta figura foi modificada a partir de foto do blog Vila Nova de Ourém (um obrigado ao Acácio Paiva)

Gostaria de desejar aos oureenses um excelente 2008!
Mas a hora na nossa terra é de profunda consternação pela acção da Camarilha que está a levar a cabo o arrasar da Rua de Castela sob o argumento de que as casas ancestrais estavam no local errado e que a ilegalidade reconhecida em tribunal é que é o correcto.
As coisas não ficarão por aqui. É de admitir que as negociatas tragam em breve volumosos mamarrachos para a rua que vão modificar completamente o seu aspecto. É esperar para ver...
Ourém é uma pobre terra a saque, progressivamente endividada ou com endividamento escondido que um dia cederá a sede de concelho à cidade do reitor, começando desde já a adoptar o seu caótico aspecto.
Por isso, 2008 não lhe trará nada de bom, dada a evidente incapacidade para responder aos despóticos actos do presidente David, bem apoiados na vitória eleitoral e numa Assembleia Municipal que de tanto apoio que lhe dá, mais parece usar palas. Que mais podemos esperar? Será que o presidente já pensou se o Central estará no local correcto? E a desgraça é tanta que já não recordo mais símbolos... por isso, não esperem que eu seja cínico e deseje um excelente 2008. Pelo contrário: raios abrasem o David e companhia!

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Às do pedal

Olhem que linda prenda de Natal se podia ter há uns cinquenta anos. A energia exercia-se no pedal e era sustentada pela força de cada um.
Apesar de conduzir tão distinto objecto, fazia-o por especial deferência do Rui, o proprietário legal do NI-11-71. Hoje, olho para a foto como se tivesse sido meu. É que a sua importância reside nos momentos que proporcionou e na magnífica partilha de que foi alvo.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Aos amigos do OUREM



Vem aí o Natal e, claro, desejamos a todos os amigos uma quadra muito feliz.
O OUREM cala-se por uns dias...

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Últimas notícias: Worten Hardcore

Interrompemos a doce hibernação para trazer sensacional novidade. Ourém foi invadida pelo grupo Modelo. O OUREM não podia faltar a tão sensacional acontecimento e por lá passou. Parece que num só dia o valor das vendas foi superior ao montante do investimento realizado. A contribuir para tal êxito terá estado com certeza a fila central da filmografia Worten. Vejam só estas maravilhas que por lá se vendem:
- Mamalhudas depravadas.
- Ninfomaníacas penetradas por 2 paus.
- Pilas femininas.
- Sexo duro para jovens inexperientes.
Que não haja dúvidas. Ourém está na vanguarda em termos de farra natalícia.

domingo, dezembro 16, 2007

Figuras secundárias - III



Foi preciso esperar pelo Natal para termos acesso ao alucinante album fotográfico do capitão Rosa (nome pelo qual ficou conhecido na nossa geração).
As fotografias falam por si, por isso, não utilizaremos mais palavras para caracterizar a sua bondade, a sua irascibilidade e o cuidado que sempre punha no relacionamento com os seus amigos...
Imaginemos o que ele diria ontem depois daquele magnífico jogo que o Glorioso fez com os de Belém.



























sexta-feira, dezembro 14, 2007

Um mundo ao contrário

É curioso…
Um, o ditador, faz um referendo destinado a aprovar transformações constitucionais no seu país, perde, aceita os resultados... mete a viola no saco...
Outro, o democrata, em matéria de que os portugueses parecem não informados, vai ratificá-la sem a sujeitar ao seu conhecimento e aprovação... faz a festa, deita os foguetes, apanha as canas...
Há coisas fantásticas, não há?

terça-feira, dezembro 11, 2007

Segway



Ora aqui está uma bela ideia para o trânsito caótico da Avenida em Ourém. Os forasteiros deixam as viaturas à porta da cidade e utilizam este engraçado brinquedo para se deslocarem.
Falo a sério...
Bom, pode não servir para os forasteiros que nos visitam, por ausência de estacionamento à entrada, mas o presidente David, que já tem novo site interactivo e tudo como diz a revista, podia desistir da obra do novo edifício camarário, que evidencia graves carências a nível de suporte financeiro, e pôr funcionários e munícipes a deslocarem-se neste instrumento entre os diferentes serviços.
Em Lisboa, a ideia já deu frutos para os que comercializam esta maravilha. Na baixa, a contrastar com o ar formatado e pombalino dos edifícios, a polícia já se desloca, entre os peões e atrás dos bandidos e carteiristas, em funcionais Segways. Sem qualquer desrespeito, acreditem que é deveras engraçado vê-los em tal azáfama, tanto mais que ficam mais altos que o comum dos mortais graças à plataforma para os pés. Ora, se servem para Lisboa, por que não servirão para a nossa terra? Será por causa dos buracos?...

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Figuras Secundárias II

E, enquanto o tempo não melhora, voltemos a saborear aquilo que ainda não nos conseguiram apagar: as recordações da juventude.

Decerto o conhecem: Pancho, o inseparável companheiro de Cisco Kid. Na vinheta que apreciam ele tinha acabado de fugir a uns bandidos, mas, sujeito ao seu fogo quase contínuo, mergulhou para dentro de uma pipa a partir do cavalo. Depois, a barriguinha não autorizou a sair e teve de esperar por ajuda.
Mas não pensem que o Pancho não tinha papel activo nas histórias. Várias vezes salvou a vida ao seu amigo e, quando ele pensava em abandonar as aventuras para se dedicar a alguma formosa menina, não tardava em arranjar uma motivação para o levar para as formidáveis cavalgadas e para o descanso ao luar, apreciando o uivo dos coiotes.

Era famosa a barriga do Pancho. Aliás, a sua figura algo atarracada, obesa sempre se distinguiu pelo contraste relativamente a Cisco. O qual não ficava por aí. Como podem apreciar, nesta outra vinheta, enquanto Cisco pensa nas deliciosas Flor Vermelha e Lucy dos cabelos de ouro, Pancho sonha com uma boa refeição...

terça-feira, dezembro 04, 2007

O último dia de Sol em Ourém



Saio da aula e tirito de frio nesta manhã de neblina, sol escondido. Recordo um dos últimos dias que passei em Ourém. A manhã também não estava convidativa, mas o Sol tinha entrado casa dentro e acordado toda a gente.
Lá para as onze a disposição mudou. O dia aqueceu e durante algumas horas pudemos desfrutar aquele magnífico calor na paz que é quase sempre Ourém. Paz falsa, deve dizer-se. Escondida nela, aproveitando os circuitos do poder, muitos conspiram e organizam-se para nos destruir a Ourém que vivemos. Da qual quase nada resta...
Lá para as cinco, o Sol escondeu-se por trás do Castelo exactamente como a foto documenta apesar dos horrorosos fios que persistem em nos acompanhar. Rapidamente, a temperatura desceu e os agradáveis 18 graus da tarde converteram-se em pouco mais de 7. Fechei-me em casa, acendi lume e pensei que a manhã traria melhor dia. Qual quê? A manhã parecia não querer chegar. Veio sombria, chuvosa, friorenta. Veio lúgubre fazendo-me lembrar a acção do Orelhas Moucas, o autarca que desafia as decisões dos tribunais (até tem uns 20 meses, vejam lá o desplante...). Não fosse excelente repasto no Pirilampo nada a animaria. Depois, foi o regresso... com a recordação daquele dia soalheiro cuja imagem ainda não se repetiu até hoje.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Rei na cidade menor



Na pequena aldeia, as pessoas tinham uma vida humilde, mas reviam-se no seu espaço e na sua convivência que para elas se tornou uma referência. Nenhum dos que por lá passaram a esqueceu.
Um dia, a cidade onde era a pequena aldeia foi tomada pelo rei laranja. E logo a descaracterização começou. Formidável prédio que não respeitava as mais elementares normas de urbanismo avançou sobre o largo que era o centro da pequena aldeia e a todos sufocou, escureceu e humidificou a existência. Alguns reagiram. Mas a chegada de tão indesejado vizinho logo fez lembrar a muitos os benefícios da especulação.
O que era emanação de tribunal deixou de se cumprir. O rei laranja em breve fez os seus cortesãos elaborar e aprovar normas em que o ilegal correspondia ao que lá estava há décadas. Apreciem este trecho retirado do Crónicas recentes da cidade menor: “corrigir agora o erro como deve ser não é gastar recursos públicos a demolir um prédio que está no sítio certo e com a altura certa, mas sim retirar as casas que estão no sítio errado...”.
Acabou-se a esperança. O rei laranja virou o bico ao prego. O formidável mamarracho não virá abaixo, não recuará para os limites onde era o Albergue da Dona Aurora. A aldeia, essa, será certamente arrasada.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Figuras secundárias - I

Ora viva, amigos oureenses. Iniciando uma nova secção no nosso blog, destinada a figuras secundárias que podiam ser as principais, aqui vos trago mais uma formidável recordação da nossa juventude: o simpático Pequeno Castor que acompanhava para todo o lado o terrível Red Ryder, também conhecido por Cavaleiro Ruivo, uma figura criada por Fred Harman (visite aqui o museu de arte deste criador em Pagosa Springs, Colorado).
O Pequeno Castor era um mouro de trabalho, era um miúdo valente e salvou por diversas vezes a vida do seu amigo. Mas não gostava muito de tomar banho. Aliás, com a pouca roupa que vestia, bastavam umas borrifadelas de chuva para sacudir as montanhas de pó que o cobriam.
O Pequeno Castor tinha também uma namorada. Um dia, ela disse-lhe:
- Sabes? Vou realizar uma grande viagem para fazer as compras de Natal. Que prenda queres que te traga?
Ele pensou um bocadinho e, depois, com o seu sorriso matreiro, respondeu:
- Traz-me água de Colónia...

terça-feira, novembro 27, 2007

Retrato de polícia


Achei uma certa piada à entrevista dada ao Expresso pelo Inspector Geral da Administração Interna. Primeiro, foi a perplexidade pelo facto de um agente do Governo trazer para a praça pública assuntos que mereceriam primeiro uma reflexão bem cuidada dos principais responsáveis. Que se terá passado? Não lhe terão dado suficiente atenção? Depois, o conteúdo...
Muitas vezes, simplesmente a partir da observação do dia a dia, tenho sentido dentro de mim as palavras que li na entrevista.
Claro que há raízes, desde a célebre chegada do polícia Cunha aos nossos campos de futebol improvisados na Rua de Castela onde o desenvolvimento mais normal se traduzia na apreensão da bola. Esse facto, associado à atitude mais ou menos intolerante e arrogante dos agentes, nesses tempos, criou uma imagem que tantos anos não conseguiram apagar. A literatura formativa também não ajudou muito: a polícia é um agente da repressão estará sempre do lado de quem detém o poder...
Hoje, os factos relatados pelo inspector geral, desde a atitude de cowboy ao uso e abuso do poder, fazem com que a imagem se reforce e nos faça olhar o polícia não como pessoa com quem se cultiva a proximidade, mas como alguém diferente, pronto a reprimir-nos, pronto a dispara se não pararmos no STOP, alguém pertencente a uma casta diferente...
E nem aqui a perspectiva sindical parece correcta. É que, em vez de procurar fazer uma reflexão interna para corrigir o que naquelas afirmações existe de verdade, aparece a defender cegamente os seus associados, a defender o silêncio e o respeito baseados no facto de estarem ao nosso serviço. Como se na sociedade não estivéssemos ao serviço uns dos outros...

domingo, novembro 25, 2007

Crónica do naufrágio comum e anunciado



Para alguns, a semana que passou pareceu ser marcada pelo atingir de objectivos, mas... sem brilho...
Primeiro, foi a selecção. Para nossa alegria, os discípulos de Scolari lá conseguiram ser apurados para a fase final do Europeu. Conseguiram é uma forma de dizer, pois até pareceu que não estavam a fazer nada por isso, tal as pálidas exibições com que nos brindaram. O técnico, esse, até parece que gostava de ser despedido para receber choruda indemnização: "se ganhar, ganha,... se perder, perde...", enfim um conformismo exasperante.
Depois, o Governo... Lá aprovou o orçamento, lá conseguiu que as suas metas para o défice fossem alcançadas. Sempre a cortar, claro. É que enquanto reduz o défice e enquanto se diverte com as promessas do choque tecnológico e brejeirices associadas, o país afunda-se com um PIB per capita que está quase a bater no fundo da União Europeia, só havendo meia dúzia de países mais pobrezinhos. A tornar isto mais grave, a voz autorizada do Banco de Portugal a afirmar que o subsídio de desemprego é excessivamente elevado no país já que o pessoal não que trabalhar e abandonar tal situação. Lamentável tais pensamentos de quem soube dotar-se de putativas pensões de reforma como sua excelência, o governador, conseguiu!
Finalmente, o OUREM. Sem nada termos feito para isso, atingimos as 80000 visitas. 80000!!! É obra... e logo nesta altura merecemos sensacional referência do Notícias de Ourém acerca da recente publicação para os amigos do Poço de dois livros sobre a nossa terra... os tais que aqui foram amplamente falados e prometidos por esta altura no ano passado.
E agora? Não tenho resposta... vamos fazendo o caminho, caminhando (se possível aos domingos...).

domingo, novembro 18, 2007

Em busca de «O último moicano»



Em 1757, os franceses, juntamente com os seus aliados índios, os iroqueses, procuraram tomar o Forte William Henry. 
Cora e Alice empreenderam uma viagem para ir ter com o pai, o comandante da guarnição. A acompanhá-las estava o major Heyward Duncan, noivo de Alice, e Daviv Gamut, o professor de música. O grupo era escoltado pelo índio Magua chamado Volpe Astuta, um espião ao serviço dos franceses, que pretendia entregar os viajantes à sua tribo. 
O plano foi malogrado por Nathaniel, Olho de Falcão, um caçador yankee, e pelo seu amigo Chingachgook, único sobrevivente, juntamente com o filho Unkas, da estirpe dos nobres guerreiros Moicanos. 
As raparigas foram capturadas pelos índios Huron e pelo pérfido Magua que pretendia levar Cora como troféu de guerra. Uncas, agora apaixonado por Cora, acorreu a salvá-la, mas foi morto por Volpe Astuta ao pé da sua amada. Olho de Falcão vingou-o e com a sua pontaria infalível atingiu o índio perverso.
(breve descrição de «O último moicano», obra escrita em 1826 por J. Fenimore Cooper)

Alguns anos depois, na década de sessenta do século passado, alguns jovens procuravam informação na biblioteca de Vila Nova de Ourém, apoiados pela anfitriã Luísa Pereira, sobre a colonização do continente americano, mas alguns deles aproveitavam para outro tipo de leituras. E as bocas eram muitas...
- É pá - dizia o Manel como sempre entusiasmado com a sua ficção – este livro diz que os espanhóis destruíram as civilizações da América Central e parte da América do Sul, que reduziram os seus povos à condição de escravos e até pilharam as suas riquezas...
Os outros já não o podiam ouvir. A Mena murmurava baixinho: "respeitinho, respeitinho". O LizManel procurava concentrar-se nas suas estórias de pajens, alheando-se daqueles comentários e dos objetivos do trabalho.
E ele prosseguia:
- Não me admiro que, daqui a uns anos, ainda apoiem as invasões dos americanos...
Até que, imperial como sempre, o futuro alferes Sampaio, cioso dos livros que contemplava e que tinha de escolher para leitura e sempre um passo mais à frente, interrompeu:
- Por que non te callas?







Fonte: Boletim Informativo da Fundação Caloustre Gulbenkian de 1960

domingo, novembro 11, 2007

Fadado para perder?

De acordo com um comentário a um post no Castelo, parece que o candidato que dizia ir defender os interesses de Ourém na distrital do PPD/PSD perdeu pelos receios causados a eleitores de outros concelhos. Se isto é verdade, ele terá sido descuidado no seu programa ao permitir tais ilações. Aliás, o seu curriculo demonstra bem que não teriam os eleitores do PPD/PSD interessados no desenvolvimento de outros concelhos quaisquer razões para acreditarem em tal ameaça: nunca o dito senhor contrariou a retrógada política do presidente David e sempre ajudou a transformar Ourém no horroroso estaleiro que todos podem constatar, cuja avenida principal não é mais do que uma via de circulação para outras localidades, não oferecendo qualquer possibilidade de fruição pedonal e cuja memória tem vindo sucessivamente a ser perdida.
Poderá este jovem político contrariar o que começa a manifestar-se como “tendência para perder”? Não parece que os interesses bem estabelecidos no partido estejam muito dispostos a dar-lhe o voto de confiança. Mas ele também não parece disposto a desistir. Seria interessante ver se terá coragem para, em próximo momento eleitoral autárquico, desafiar a própria concelhia, candidatando-se contra o candidato oficial, possivelmente, o terrível Garanhão (ou algo mais se afirma lá dentro?)...
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