quarta-feira, junho 06, 2007

Rotina

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

(Eugénio de Andrade)

3 comentários:

Unknown disse...

Para todo esses desânimo não basta a pomada "Ares D'Ourem". Aplicações da cataplasma "Vistas de Pêras Ruivas" a intervalos regulares são tambem recomendáveis.

Alfredo "Tanta Fita"

Sérgio Ribeiro disse...

Viva, Luís
Estava mesmo com vontade de te vir dar um abraço...
Tenho andado ocupadíssimo (o hóquei e mais tanta coisa...), depois do valente susto que apanhei, e perdi rotinas (como a de te visitar e contigo falar um bocadinho), mas tenho andado mesmo com vontade.
Sabes que, no dia 25 de Maio, fui ao Quelhas, almoçar a correr com os campeões de 1957 de que fazia parte? Ainda tentei encontrar-te mas o tempo foi escassissimo para quem fez a viagem de "expresso".
Fica um abraço e a recomendação de que apliques a "receita" do anterior comentador. É remédio santo para nostalgias e desânimos.
Gostei muito de ver o "post" (e a caricatura) sobre o teu pai.

Unknown disse...


Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena

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