Naquele fim de tarde, já escuridão, a voz dum famigerado criminoso voltou a fazer-se ouvir num sussurro para os seus capangas que chegava até mim tão perto estava deles numa mesa do Café Avenida.
- Há duas velhotas que vão todos as noites à Igreja. Nas malas levam o dinheiro das reformas e o livrinho de Missa. Não quero que lhes façam mal, mas precisamos do dinheiro delas para continuarmos a nossa partida de King. Ao meu sinal ataquem, mas não esqueçam de lhes deixar o Missal para elas poderem fazer a reza em paz. Se elas resistirem, amordacem-nas e atem-nas pelos pés a um banco da Igreja.
Com toda a deferência, devolvemos os chapéus às avozinhas que assim puderam assistir à Missa em paz sem lhes passar pela cabeça a malvadez que alguém lhes tinha preparado.
Mas quem seria o famigerado malfeitor que tão más horas queria proporcionar àquelas simpáticas criaturas? No momento da fuga, tentei fotografá-lo, mas um súbito movimento de um capanga introduziu um inesperado elemento de distorção na imagem. Mas, aquelas pernas… aquelas meias… creio que já as vi em qualquer lado… Com um pequeno esforço, talvez os meus amigos me ajudem a identificá-lo...
Não voltes a Ourém, perigoso malfeitor! Breve serás descoberto mesmo que fales castelhano. A Justiça te espera sem piedade…
- Há duas velhotas que vão todos as noites à Igreja. Nas malas levam o dinheiro das reformas e o livrinho de Missa. Não quero que lhes façam mal, mas precisamos do dinheiro delas para continuarmos a nossa partida de King. Ao meu sinal ataquem, mas não esqueçam de lhes deixar o Missal para elas poderem fazer a reza em paz. Se elas resistirem, amordacem-nas e atem-nas pelos pés a um banco da Igreja.
E, à hora por ele marcada, saíram sorrateiramente do Avenida e esconderam-se na esquina da alfaiataria do Zé Penso.
Do Avenida, vi as velhotas a descerem a rua e a atravessarem a praça Mouzinho de Albuquerque de braço dado, totalmente alheias à sorte que as esperava. Será que podia consentir naquilo?
Rapidamente, elaborei um plano com os companheiros de mesa, uma manobra de diversão. Saímos do Avenida, calcorreámos rapidamente o espaço até às avozinhas e dois de nós tirámos-lhe os chapéus e assim seguimos disfarçados até ao local da emboscada. Ali chegados, a abordagem dos assaltantes foi de imediato repelida e eles foram postos em fuga sem saber quem os tinha tramado.Com toda a deferência, devolvemos os chapéus às avozinhas que assim puderam assistir à Missa em paz sem lhes passar pela cabeça a malvadez que alguém lhes tinha preparado.
Mas quem seria o famigerado malfeitor que tão más horas queria proporcionar àquelas simpáticas criaturas? No momento da fuga, tentei fotografá-lo, mas um súbito movimento de um capanga introduziu um inesperado elemento de distorção na imagem. Mas, aquelas pernas… aquelas meias… creio que já as vi em qualquer lado… Com um pequeno esforço, talvez os meus amigos me ajudem a identificá-lo...
Não voltes a Ourém, perigoso malfeitor! Breve serás descoberto mesmo que fales castelhano. A Justiça te espera sem piedade…
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