domingo, fevereiro 23, 2020

O assalto à mansão

Mas houve um ano, se não estou em erro 1966, que o marasmo foi completamente quebrado. Pelo fim da tarde, no Avenida alguém se lembrou:
- Tenho umas roupas lá em casa. Podemos disfarçar-nos e fazer um Carnaval a sério.
- E fazemos um assalto à casa do Zé Augusto.
Apesar de não me lembrar muito bem, a foto documenta que também lá estava.
Enquanto se vestia, o Jó ia recordando:
- Fora o Toná e o Chico César, ninguém se veste para celebrar o Carnaval. Houve um ano que uma cana de foguete atravessou uma perna do César. No fundo, até teve sorte.
E, pela noite, um enorme grupo, bem disfarçado, aproximou-se das bombas de gasolina da Galp no extremo da Avenida do lado de Tomar e tocou à porta de uma das pessoas mais influentes de Ourém.
- Quem são? O que pretendem?
Não foi preciso muito para o Zé Augusto nos reconhecer e, pouco depois, todos estavam a confraternizar no interior da habitação. O próprio anfitrião, embora um pouco tenso, participou na foto de grupo. E agora, o grande desafio:
Quem conhece os participantes no assalto? Reconheço a Lili, a Mena Porto, a Guida, a Isabel Simões, a Teresinha… mas a rapariga de barbas e chapéu negro escapa-se-me, bem como as restantes. Quanto aos foliões, reconhece-se facilmente o Jó Alho e o Rui Themido à frente e, lá atrás, o Alfredo, o Jó Rodrigues, o Estorietas, e o Zé Quim com um ar cândido que nunca julguei possível nele.

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