segunda-feira, outubro 12, 2020

O fantasma da Feira Nova - 1

Nas vésperas do grande acontecimento


Aproximava-se o grande momento. Os carrinhos de choque já se amontoavam nas imediações da Câmara e toda a estrutura de montagem acumulava-se junto ao posto da GNR. Os cavalinhos, girafas e bancos do carrossel esperavam junto ao velho depósito do qual saia um cheiro nauseabundo.

A miudagem andava de um lado de outro antecipando as novidades. Um deles era o nosso querido Zé Avião.

- Dizem que este ano também vem o Poço da Morte.

- É, pá, adoro isso – respondeu o Mina Guta. – E tenho a impressão de também vamos ter aviões. Estão ali alguns objetos que me fazem lembrar as formas deles…

Nesse momento, aproximou-se a Livinha que era colega do Avião na CFL.

- Então, Zé, hoje faltaste às aulas?

- Vim só dar uma corridinha para ver as novidades da feira.

- E apuraste alguma coisa?

- Nada de novo. Parece tudo igual ao ano passado. Bom… ainda vou ter uma aula, tenho de partir.

Ligou a mota virtual…

- Truummm! Truummmm! – tudo ruído real produzido por ele. – Mais logo, volto cá para ver como está a montagem das coisas.

- Não te esqueças de nos informar…

O Avião acelerou e partiu a toda a velocidade na direção do CFL. Pouco depois, assistia a uma aula de História, mas todo o seu pensamento concentrava-se na quinta-feira que se avizinhava e em que poderia desfrutar de muitos dos divertimentos que se anunciavam.

Por seu turno, o Mina Guta coçou a cabeça e resolveu ir até casa, uma casinha branca colada à casa vermelha do início da Rua de Castela. A sua mente também fervilhava com as novidades que se avizinhavam. Mas ele não era dos que podia gozar muito aqueles divertimentos. Pouco abonado, deixava a sua imaginação fluir e imaginava-se a utilizar aquelas máquinas maravilhosas substituindo os pilotos que as conduziam. Por vezes, até jurava que elas se mexiam de verdade…


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