Subia-se o Pasteleiro, passava-se ao Quelhas, entrava-se por uma porta guardada por alguém de nome Coelho.
Os amigáveis eram partidas de futebol realizadas num pequeno campo com as dimensões daqueles em que se pratica hóquei e que permitiam aos estudantes do primeiro ao quinto ano esgrimir entre si.
Nunca fui grande jogador, logo nunca fui seleccionado para qualquer equipa.
Mas recordo-me que, nos primeiros anos do curso, havia entusiasmo entre a assistência. Havia também óptimos jogadores alguns dos quais chegaram a militar em grandes equipas e outros, mais a tender para o maluco, que executavam saltos mortais em pleno Rossio.
Depois, entre 1969 e 1972, tudo mudou. A polícia de choque tornou-se presença habitual na escola e as pequenas refregas entre estudantes transformaram-se numa contestação muito séria à sua presença. Lembro-me de alguns que, naquelas instalações, foram desancados sem dó nem piedade. O ano em que terminei o curso, sempre com muitos incidentes, foi aquele em que foi assassinado Ribeiro dos Santos, um estudante venerado pelo MRPP.
Com o 25 de Abril, Os amigáveis não voltaram. Pouco a pouco, o automóvel foi avançando e aconteceu ao espaço do ISEG algo de semelhante ao que ocorre em muitos locais: foi sufocado.
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