Conheci a Gracelinda ainda muito novinha no CFL. Curiosamente, pensava que ela me tinha acompanhado desde a primeira classe, mas há dias ela revelou que só tinha entrado no colégio para a quarta classe. Mas gostei logo dela. Tanto que, um dia, numa aula, pus-me a dizer em estilo de cantarolar:
- Gracelinda, és muito linda…
Tanto bastou para que as alcoviteiras de serviço começassem logo a dizer:
- O Luís gosta da Gracelinda…
Eu sabia lá. Simpatizava com ela, achava piada ao nome e, por isso, nunca a esqueci. O certo é que nunca me apercebi no seu ego da sua vocação para freira recentemente revelada. Claro, era uma pessoa bondosa, simpática, bonitinha, mas de freira não tinha nada… como poderão concluir através de uma revelação que vos vou deixar.
A Gracelinda era uma pessoa adorável, mas tinha um estranho costume: ela tinha a mania de colecionar lacraus…
Como vivia no campo, rapidamente apurou uma técnica de levantar uma pedra, ver lá o bicho, apanhá-lo com um rápido movimento dos deditos e enfiá-lo numa caixa de plástico transparente. Através de um orifício, dava-lhe umas ervitas e uns insectos e o simpático bicharoco ia sobrevivendo.
Por essa altura, no cineteatro de Vila Nove de Ourém foi projetado o filme «Marcelino, pão e vinho» com o Joselito. Eu gostava mais da Marisol, mas lá fui ver o filme e assisti ao sofrimento do rapaz quando sofreu a mordidela do lacrau. O filme foi muito comentado no CFL.
Um dia, numa aula de Inglês, o Dr. Laranjeira interrogou a turma:
- Decerto já viram o filme do Joselito. Quem é que sabe como se diz lacrau em inglês?
Respondeu logo a sabichona do Castelo:
- O lacrau é uma espécie de escorpião. Deve ser scorpion.
Ao lado dela, a Gracelinda não se fez rogada e puxou a sua caixinha de estimação com dez lacraus bem nutridos.
- Olhem o que eu aqui tenho. Posso distribuir pela turma toda.
A Ciete viu aquilo e só lhe ocorreu gritar:
- Ai! Que horror! Ela trouxe lacraus para a aula…
O Dr. Laranjeira ficou amarelo. As meninas ao lado da Gracelinda fugiram dela e abriram a porta da sala para escapar. Mas a pequena com toda a calma, voltou a guardar a caixinha na mala e disse:
- Bom! Era só para ilustrar a aula. Escusavam de fazer uma cena dessas.
Quando tudo acalmou, do alto da sua sabedoria e autoridade, o Dr. Laranjeira só disse:
- Gracelinda, nunca mais traga qualquer espécie de bicho para as aulas.
Bolas! E tinha a miúda vocação para freira…
- Gracelinda, és muito linda…
Tanto bastou para que as alcoviteiras de serviço começassem logo a dizer:
- O Luís gosta da Gracelinda…
Eu sabia lá. Simpatizava com ela, achava piada ao nome e, por isso, nunca a esqueci. O certo é que nunca me apercebi no seu ego da sua vocação para freira recentemente revelada. Claro, era uma pessoa bondosa, simpática, bonitinha, mas de freira não tinha nada… como poderão concluir através de uma revelação que vos vou deixar.
A Gracelinda era uma pessoa adorável, mas tinha um estranho costume: ela tinha a mania de colecionar lacraus…
Como vivia no campo, rapidamente apurou uma técnica de levantar uma pedra, ver lá o bicho, apanhá-lo com um rápido movimento dos deditos e enfiá-lo numa caixa de plástico transparente. Através de um orifício, dava-lhe umas ervitas e uns insectos e o simpático bicharoco ia sobrevivendo.
Por essa altura, no cineteatro de Vila Nove de Ourém foi projetado o filme «Marcelino, pão e vinho» com o Joselito. Eu gostava mais da Marisol, mas lá fui ver o filme e assisti ao sofrimento do rapaz quando sofreu a mordidela do lacrau. O filme foi muito comentado no CFL.
Um dia, numa aula de Inglês, o Dr. Laranjeira interrogou a turma:
- Decerto já viram o filme do Joselito. Quem é que sabe como se diz lacrau em inglês?
Respondeu logo a sabichona do Castelo:
- O lacrau é uma espécie de escorpião. Deve ser scorpion.
Ao lado dela, a Gracelinda não se fez rogada e puxou a sua caixinha de estimação com dez lacraus bem nutridos.
- Olhem o que eu aqui tenho. Posso distribuir pela turma toda.
A Ciete viu aquilo e só lhe ocorreu gritar:
- Ai! Que horror! Ela trouxe lacraus para a aula…
O Dr. Laranjeira ficou amarelo. As meninas ao lado da Gracelinda fugiram dela e abriram a porta da sala para escapar. Mas a pequena com toda a calma, voltou a guardar a caixinha na mala e disse:
- Bom! Era só para ilustrar a aula. Escusavam de fazer uma cena dessas.
Quando tudo acalmou, do alto da sua sabedoria e autoridade, o Dr. Laranjeira só disse:
- Gracelinda, nunca mais traga qualquer espécie de bicho para as aulas.
Bolas! E tinha a miúda vocação para freira…
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