Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.
Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!
Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!
Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.
*
Mas um dia que a procissão passou por Ourém, as coisas não foram bem assim. O Padre tinha ganho o bonito hábito de ir saudando os fiéis e beijando as criancinhas.
Naquele dia, entre a multidão estava a nossa bem conhecida Leninha Borda d´Água, uma menina que tinha a mania de puxar o braço da pessoa quando a cumprimentavam, mesmo ao estilo do nosso venerado Presidente, professor Marcelo, que um dia aplicou o golpe ao inenarrável Trump.
E o Padre lá vinha no meio da procissão saudando e beijando à esquerda e à direita. Quando chegou junto da Lena, esta chamou:
- Senhor Prior! Senhor Prior!
O religioso não respondeu, mas aproximou-se dela estendendo a mão. A Lena não hesitou, pegou na mão e puxou por ela, levando o Padre a estatelar-se no chão:
- Oh! O que eu fiz…
As pessoas ajudaram o Padre a levantar-se e a Lena olhou para o chão acabrunhada. Ele aproximou-se e deu-lhe duas palmadas bem merecidas e com ar de zangado:
- Nunca mais voltes a fazer isto, menina mal-educada…
Nessa noite, a Lena sonhou que, um dia, o Papa iria ser puxado com brusquidão por uma mulher de aspeto oriental e que, depois de lhe ter dado uma palmada, acabou por pedir desculpas por se ter irritado.
- Só a mim ninguém pede desculpa – murmurou ao acordar enquanto um soluço lhe percorria o corpo…
Naquele dia, entre a multidão estava a nossa bem conhecida Leninha Borda d´Água, uma menina que tinha a mania de puxar o braço da pessoa quando a cumprimentavam, mesmo ao estilo do nosso venerado Presidente, professor Marcelo, que um dia aplicou o golpe ao inenarrável Trump.
E o Padre lá vinha no meio da procissão saudando e beijando à esquerda e à direita. Quando chegou junto da Lena, esta chamou:
- Senhor Prior! Senhor Prior!
O religioso não respondeu, mas aproximou-se dela estendendo a mão. A Lena não hesitou, pegou na mão e puxou por ela, levando o Padre a estatelar-se no chão:
- Oh! O que eu fiz…
As pessoas ajudaram o Padre a levantar-se e a Lena olhou para o chão acabrunhada. Ele aproximou-se e deu-lhe duas palmadas bem merecidas e com ar de zangado:
- Nunca mais voltes a fazer isto, menina mal-educada…
Nessa noite, a Lena sonhou que, um dia, o Papa iria ser puxado com brusquidão por uma mulher de aspeto oriental e que, depois de lhe ter dado uma palmada, acabou por pedir desculpas por se ter irritado.
- Só a mim ninguém pede desculpa – murmurou ao acordar enquanto um soluço lhe percorria o corpo…
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