segunda-feira, maio 18, 2020

O desaparecimento do promissor artista

Naquela noite escura, junto aos moinhos, enquanto o vento sibilava quase gelado, o Estorietas, evidenciando formidável desorientação, caminhava sem rumo.
«Oh! O que aquela malvada me fez… nunca mais lhe perdoo.»
A sua cabeça não conseguia concentrar-se num rumo.
«Isto já me parece O Vendaval:
Para onde vou, não sei
O que farei, sei lá…
Ah! Mas não me consigo encontrar
Eu já não sou eu… sou um farrapo»
Levava consigo alguns parcos haveres, os necessários para mudar de roupa de quando em quando e alguma comida. Mas tinha largado tudo… tudo o que desfrutava na sua boa vida.
As árvores escuras com os seus ramos abertos pareciam-lhe fantasmas.
- Olha aquele… parece que está a olhar para mim… que me vai a engolir.
Atravessou uma estrada para o outro lado. De repente, as luzes dum automóvel iluminaram o caminho.
«Não posso ser visto.»
E saltou para a berma.
Mas as coisas não correram bem. Havia um buraco e estatelou-se ficando inconsciente e à mercê do que desse e viesse.
O carro parou um pouco mais à frente e dele saiu uma figura escultural.
«É ele… calculei logo que andava por aqui.»
A muito custo levantou o Estorietas e pô-lo dentro do carro. Fez inversão de marcha e voltou pelo caminho por onde viera.



Quem seria a misteriosa figura?

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