Mais uma vez: há 55 anos…
Há 55 anos, surgiu essa revista magnífica denominada Mundo de Aventuras.
Muitos distintos oureenses terão passado algum tempo à sua espera todas as quinta-feiras, para conhecerem os seus heróis e aventuras. Para mim e para eles, Pacheco diria "criados pelo Mundo de Aventuras".
Pode dizer-se que a revista teve duas séries separadas por um período de curtas semanas. Qualquer das séries passou por várias fases. A série que mais me acompanhou foi a primeira pelo que, neste post, me refiro exlusivamente a ela.
A primeira fase da primeira série aconteceu entre 18-08-1949 e 15-06-1950 e permitiu a publicação dos números 1 a 44.
As dimensões eram enormes para uma revista desta natureza: 280*400. Nesse período teve dois directores: Mário de Aguiar e José de Oliveira Cosme.
Neste primeiro número, apareceram histórias de heróis como Luis Ciclone, Rip Kirby, Roldan (Flash Gordon), Johnny Hazard, Brick Bradford, desenhadas respectivamente por Milton Cannif, Alex Raymond, Mac Raboy , Frank Robbins e Clarence Gray.
A segunda fase estendeu-se por, aproximadamente 8 anos, entre os números 45 e 462. A minha leitura dos números desta fase não foi contemporânea da saída dos mesmos. Conheci-os através da colecção do meu irmão que contribuí para destruir alguns anos depois. É por isso a fase que me deixou mais saudade e que eu considero com as melhores histórias. Há capas e autores de textos que eu considero de antologia. Algumas das capas reproduzo-as à frente. Entre autores de texto não posso deixar de citar Roussada Pinto, um homem que era capaz de escrever um livro por noite e que se disfarçou sob múltiplos pseudónimos que, decerto, distintos oureenses recordarão: por exemplo, Edgar Caygill e Ross Pynn. Lembro a propósito que, em Ourém, foram muito famosos livros da sua autoria publicados na colecção Rififi e tinham títulos como "O caso da mulher nua", "O caso da mulher sádica", etc. Esta capacidade de trabalho de Roussada Pinto permitia-lhe também fazer alguns atentados: um deles é o facto de, muitas vezes, para os desenhos caberem numa página e a revista ter um número de páginas certo, proceder a autênticos cortes na obra, trucidando partes do desenho.
Aqui fica um breve roteiro pelas capas, tentando explicitar a diversidade de heróis e temas, onde se incluem os relativos à nossa história e lendas.
Mal conheci a terceira fase da primeira série que ocupou os números 463 a 511. Mas há lá uma belíssima capa que não pode ser deixada em claro. Já imaginaram a sensação de estar ali com aquele borrachinho a vigiar a passagem dos facínoras? Trata-se, na minha perspectiva, de uma fase de transição para um longo período de agonia.
A quarta fase é marcada por uma decisão incompreensível: publicação exclusivamente de histórias de cow-boys. É nela que se iniciou o meu acompanhamento semanal que durou vários anos. O primeiro número que comprei com a decisão de continuar foi o relativo à história do bandoleiro Jess James. Há algumas histórias engraçadas mas nada da magia da segunda fase.
O Mundo de Aventuras originou algumas revistas irmãs, embora com formatos diferentes. Recordo o Condor popular e a Colecção Águia. Recordo o Policial, o Espaço e as Selecções em momento de fixação nas cowboiadas. Mas este post já vem excessivamente longo.
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