quarta-feira, setembro 08, 2004

Chove sobre Lisboa
Este V. amigo tem tido o privilégio de poder vir para o trabalho sem uso de automóvel: um pequeno percurso a pé, depois comboio e, finalmente, novo percurso a pé, subindo a D. Carlos, direito ao Parlamento, e um bocadinho da Calçada da Estrela.
Hoje, cometeu uma pequena distração: não acreditou que as nuvens ameaçadoras que pairavam sobre a sua cabeça se lembrassem de despejar a água. E só o extremo amor a esta arte o fez chegar ao destino. Pelo caminho vinha pensando: como seria bom que todos os prédios tivessem o rés-do-chão relativamente recuado ou arcadas para a caminhada ser mais protegida da fúria dos elementos.
Não percebo nada disto, mas tenho a sensação que, mais do que podre, o nosso planeta está louco. Muitas vezes interrogo-me se tal degenerescência está ou não ligada ao modo de produção. Isto é, por outras palavras, será o malvado sistema capitalista o causador disto devido à sua focalização na apropriação privada, no máximo lucro, originando uma monumental exploração dos recursos que não tem em conta a sua renovação ou os desequilíbrios gerados?
Confesso que não tenho uma resposta. É que, mesmo que comodamente, me incline para o "sim, é mesmo isso, é culpa do sistema..." pergunto-me: mas não se lembrarão os que dominam o sistema que também cá deixam filhos, netos...?

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