quinta-feira, setembro 09, 2004

Rigor histórico
Uma das preocupações que muitas vezes me tem assaltado tem a ver com o rigor histórico de algumas afirmações, sendo este blog muitas vezes constituído por referências ao passado. Isso passou-se por exemplo com o post denominado O encontro anual.
O Público de hoje desfaz qualquer dúvida que pudesse existir:
Traudl Junge foi secretária pessoal de Hitler entre 1942 e as três da tarde de 30 de Abril de 1945, o momento em que o ditador se suicidou no seu "bunker" em Berlim.

Junge, que tinha 25 anos, ficou até ao último minuto, já depois de muitos colaboradores terem abandonado o esconderijo, e por isso o livro que publicou em 2002 chama-se "Até às Últimas Horas" (na edição portuguesa da Dinalivro é "Até ao Fim - Um relato verídico da secretária de Hitler"). É neste livro, um retrato humano do ditador que ordenou o Holocausto, que o filme "Der Untergang" ("o afundamento") se baseia.

A 22 de Abril de 1945, 17 dias antes da capitulação alemã, "reina uma agitação febril" no "bunker", escreve a secretária. As tropas russas estão às portas de Berlim, os tiros e bombardeamentos não param. Hitler chama o seu "staff" mais próximo e ordena: "Mudem de roupa, já. Dentro de uma hora sai um avião que vos levará para sul. Está tudo perdido, irremediavelmente perdido." A secretária ficou "paralisada" e conta: "O quadro na parede está torto e o casaco de Hitler tem uma nódoa (...). A primeira a sair do transe é Eva Braun. Ela chega-se a Hitler, que já tem a mão na maçaneta da porta, pega-lhe nas mãos e diz, sorridente e confortadora, como quem fala com uma criança triste: 'Sabes muito bem que fico contigo.' Aí os olhos de Hitler começam a iluminar-se e ele faz uma coisa que nunca ninguém tinha visto, nem sequer os seus amigos e colaboradores mais íntimos: beija Eva Braun na boca."

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