quinta-feira, julho 11, 2019

Hoje, rapinei um texto ao Público

Não resisti…
Por razões óbvias fiquei comovido ao ler este texto de MEC.
Resolvi faná-lo ao jornal Público e integrá-lo no meu espaço, espero que não me levem a mal.

O meu irmão








Miguel Esteves Cardoso

Ainda ontem



O meu irmão chama-se Paulo e é a pessoa masculina que mais amo nesta vida.

Hoje almocei com ele na Praia das Maçãs e fartou-me de fazer rir. O meu irmão é o meu cúmplice mais antigo, o meu amigo mais velho, se eu medisse os meus amigos por velhice. O meu irmão é o riso que nasce de ser ele, o riso que nasce de sermos nós, o riso que nasceu só da sorte de nos encontrarmos. Só tenho um Irmão - deveria dar-lhe mais valor. Isto sou eu a dar-lhe mais valor; só tenho um irmão, estou a dar-lhe mais valor.

Num dia aceso, feito dos nossos desejos, as pessoas que estão próximas de nós deveriam ser devidamente agradecidas. Não são. Somos nós que pagamos a irresolução.

Eu adoro o meu irmão. A única coisa que me limita é que quase nunca estou com ele: desgraça-me uma deficiência de comparência.

Na vida, afinal, é sempre melhor exigir. Ser desiludido é o nosso estado natural. O meu irmão Paulo faz-me rir.

O meu irmão Paulo faz-me pensar. O meu irmão Paulo enche-me de palavras e de amor.

O dia é sexta-feira e o mês é julho. Estou na Praia das Maçãs com o meu irmão Paulo e como Chico, o nosso melhor amigo desde 1970. Estou feliz e cheio de riso. É tudo graças ao meu irmão e ao Chico.

É uma grande tristeza da vida não conseguirmos dar valor ao que já temos, sem mérito algum da nossa parte. Metade da alegria da vida é reconhecer que se teve sorte.

É a sorte de ter tido este irmão e não outro, é a sorte de ter escolhido bem os amigos que se têm. A alegria é sempre mais simples do que pensamos: é estar com as pessoas que. amamos, a fazer as coisas que mais nos apetecem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Chamada não atendida, texto rapinado!!!

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