Era um Carnaval triste e cinzento. Em Ourém, o João procurava motivos para alegrar os seus amigos.
«Que falta de ideias nesta malta! Parece uma terra de mortos. Que hei-de fazer?»
Teve então uma excelente ideia.
«Vou disfarçar-me de índio. Eu sei que sou parecido com o Pequeno Castor e vou surpreender toda a gente no Avenida».
E não foi preciso muito para estar disfarçado. Para dar maior rigor à sua vestimenta, não esqueceu de munir-se de uma boneca, o seu brinquedo predileto.
Saiu de casa do avô, o Dr. Preto, pela porta do quintal para os familiares não o verem e encaminhou-se para o Café Avenida.
Lá dentro, reinava a pasmaceira do costume. Uns jogavam King, outros faziam as bolas do bilhar saltar e quase partir os vidros, o Ezequiel já estava com a cabeça doida… Imaginem o que foi quando o João entrou disfarçado de índio, embora em pleno Carnaval.
Ninguém o reconheceu.
- Olha um índio – dizia o Kansas. - Vou já buscar a minha pistola.
Naquela altura, para além do Ezequiel, o Avenida tinha um empregado novo que ainda nem conhecia bem a terra, mas queria mostrar-se um grande defensor do espaço. Não se lembrando que era Carnaval, foi logo na direção dele e não teve receio de mandar uma tirada xenófoba para proteger o negócio dos patrões.
- Rua! Cães, índios, pretos, ciganos e comunas não se toleram neste espaço…
O João pensou que ele estava a brincar e mostrou-lhe a boneca:
- Olha, tenho um tesouro aqui dentro. Queres ver? Jejjejjejjjeje…
Carregou num botão da boneca e ela fez xixi para a cara dele.
O empregado ficou danado, levantou a bandeja e desfechou com ela na cabeça do João que se estatelou imediatamente no chão. O Ezequiel veio a correr e, com o seu bom coração, ajudou-o a levantar.
- Oh! É o neto do Dr. Preto. Não sabes o que fizeste, alimária…
Todos estavam boquiabertos e admirados com o desfecho daquela cena. No dia seguinte, o malvado empregado que deu com a bandeja na cabeça do João já não se apresentou ao serviço. Tinha sido despedido… Ourém sempre respeitou as diferenças.
«Que falta de ideias nesta malta! Parece uma terra de mortos. Que hei-de fazer?»
Teve então uma excelente ideia.
«Vou disfarçar-me de índio. Eu sei que sou parecido com o Pequeno Castor e vou surpreender toda a gente no Avenida».
E não foi preciso muito para estar disfarçado. Para dar maior rigor à sua vestimenta, não esqueceu de munir-se de uma boneca, o seu brinquedo predileto.
Saiu de casa do avô, o Dr. Preto, pela porta do quintal para os familiares não o verem e encaminhou-se para o Café Avenida.
Lá dentro, reinava a pasmaceira do costume. Uns jogavam King, outros faziam as bolas do bilhar saltar e quase partir os vidros, o Ezequiel já estava com a cabeça doida… Imaginem o que foi quando o João entrou disfarçado de índio, embora em pleno Carnaval.
Ninguém o reconheceu.
- Olha um índio – dizia o Kansas. - Vou já buscar a minha pistola.
Naquela altura, para além do Ezequiel, o Avenida tinha um empregado novo que ainda nem conhecia bem a terra, mas queria mostrar-se um grande defensor do espaço. Não se lembrando que era Carnaval, foi logo na direção dele e não teve receio de mandar uma tirada xenófoba para proteger o negócio dos patrões.
- Rua! Cães, índios, pretos, ciganos e comunas não se toleram neste espaço…
O João pensou que ele estava a brincar e mostrou-lhe a boneca:
- Olha, tenho um tesouro aqui dentro. Queres ver? Jejjejjejjjeje…
Carregou num botão da boneca e ela fez xixi para a cara dele.
O empregado ficou danado, levantou a bandeja e desfechou com ela na cabeça do João que se estatelou imediatamente no chão. O Ezequiel veio a correr e, com o seu bom coração, ajudou-o a levantar.
- Oh! É o neto do Dr. Preto. Não sabes o que fizeste, alimária…
Todos estavam boquiabertos e admirados com o desfecho daquela cena. No dia seguinte, o malvado empregado que deu com a bandeja na cabeça do João já não se apresentou ao serviço. Tinha sido despedido… Ourém sempre respeitou as diferenças.
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