Os guardas partiram para Ourém fulos e o comandante ameaçava com os mais tenebrosos projetos de vingança.
- Esse cão vai para o canil municipal e todos os dias vou lá picá-lo com uma vara. Será torturado até à última. Vai arrepender-se de ter nascido.
Mas o azar dos GNR ainda não tinha acabado naquele dia. Ao passarem perto de um campo de «saguaros», junto à povoação de Peras Ruivas, o condutor sentiu que o carro lhe fugia ao mesmo tempo que ouvia o estoiro de um pneu. De um momento para o outro, o jeep enfeixou-se numa árvore, tendo-lhes valido o facto de não irem muito depressa. Mesmo assim, o comandante, que viajava ao lado do condutor, foi cuspido e as suas calças ficaram desfeitas.
Quando saíram do jeep, contemplaram os estragos.
- E agora? Que vamos fazer? – perguntava o guarda Lourenço.
- Temos de ir para Ourém a pé – respondeu o comandante sem se aperceber da figura ridícula em que estava.
- Nesta figura? – perguntou o guarda que tinha os fundilhos das calças rotos. – Não podemos aparecer assim em Ourém. Todos se ririam de nós.
O comandante olhou para o guarda Lourenço e para o outro que não tinha qualquer mazela.
- Vão vocês. Está a fazer-se noite. Por hoje esquecemos a miúda e o cão. Eu e o guarda Ernesto ficamos aqui, enquanto vocês chegam a Peras Ruivas a pé e pedem a alguém que os leve a Ourém. Mobilizam dois guardas para nos trazerem roupas e virem buscar.
Os dois soldados partiram, o comandante e o outro soldado dispuseram-se a esperar e sentaram-se no chão junto do carro à espera de ajuda. O tempo, que parecia infinito, foi passando. A noite caiu…
- Esse cão vai para o canil municipal e todos os dias vou lá picá-lo com uma vara. Será torturado até à última. Vai arrepender-se de ter nascido.
Mas o azar dos GNR ainda não tinha acabado naquele dia. Ao passarem perto de um campo de «saguaros», junto à povoação de Peras Ruivas, o condutor sentiu que o carro lhe fugia ao mesmo tempo que ouvia o estoiro de um pneu. De um momento para o outro, o jeep enfeixou-se numa árvore, tendo-lhes valido o facto de não irem muito depressa. Mesmo assim, o comandante, que viajava ao lado do condutor, foi cuspido e as suas calças ficaram desfeitas.
Quando saíram do jeep, contemplaram os estragos.
- E agora? Que vamos fazer? – perguntava o guarda Lourenço.
- Temos de ir para Ourém a pé – respondeu o comandante sem se aperceber da figura ridícula em que estava.
- Nesta figura? – perguntou o guarda que tinha os fundilhos das calças rotos. – Não podemos aparecer assim em Ourém. Todos se ririam de nós.
O comandante olhou para o guarda Lourenço e para o outro que não tinha qualquer mazela.
- Vão vocês. Está a fazer-se noite. Por hoje esquecemos a miúda e o cão. Eu e o guarda Ernesto ficamos aqui, enquanto vocês chegam a Peras Ruivas a pé e pedem a alguém que os leve a Ourém. Mobilizam dois guardas para nos trazerem roupas e virem buscar.
Os dois soldados partiram, o comandante e o outro soldado dispuseram-se a esperar e sentaram-se no chão junto do carro à espera de ajuda. O tempo, que parecia infinito, foi passando. A noite caiu…
*
Junto a um cato, os dois guardas esperavam pacientemente que chegasse ajuda. Custava-lhes saber o modo como estavam vestidos, pois iam ser, com certeza, o objeto da risota dos seus camaradas. Porém, estava em causa o prestígio dos homens daquela corporação e dar uma lição à menina e ao cão era o objetivo mais importante. Desta maneira se esqueceria aquele incidente.
De repente, os dois guardas ouviram um assobio pouco familiar, acompanhado de um estranho rastejar. Assustados, olharam em volta, descobrindo uma enorme serpente cascavel que se aproximava. Os dois homens olharam-se receosos. Encontravam-se indefesos, sem armas, sentados no chão quase sem se mexerem. A serpente ia avançando, lentamente…. De repente, parou, ergueu-se e repetiu o assobio, pronta a atacar. A língua agitava-se ameaçadora.
Os dois homens continuavam imóveis. A serpente abanava a cabeça, contemplando-os e repetindo os seus ameaçadores assobios. Ia atacar. Os dois guardas morreriam ali, entre horríveis dores, sem que ninguém soubesse jamais o que fora feito deles.
De repente um silvo feriu os ares, ouviu-se um pequeno ruído e o réptil caiu, torcendo-se, com a cabeça cortada. À frente deles, apareceram o Estorietas e a sua amiga Mari’mília. Ela apressou-se a recolher a faca com que abatera a serpente. Terrível aquela mulher…
- Creio que chegámos a tempo.
O comandante e o guarda concordaram reconhecidos…
De repente, os dois guardas ouviram um assobio pouco familiar, acompanhado de um estranho rastejar. Assustados, olharam em volta, descobrindo uma enorme serpente cascavel que se aproximava. Os dois homens olharam-se receosos. Encontravam-se indefesos, sem armas, sentados no chão quase sem se mexerem. A serpente ia avançando, lentamente…. De repente, parou, ergueu-se e repetiu o assobio, pronta a atacar. A língua agitava-se ameaçadora.
Os dois homens continuavam imóveis. A serpente abanava a cabeça, contemplando-os e repetindo os seus ameaçadores assobios. Ia atacar. Os dois guardas morreriam ali, entre horríveis dores, sem que ninguém soubesse jamais o que fora feito deles.
De repente um silvo feriu os ares, ouviu-se um pequeno ruído e o réptil caiu, torcendo-se, com a cabeça cortada. À frente deles, apareceram o Estorietas e a sua amiga Mari’mília. Ela apressou-se a recolher a faca com que abatera a serpente. Terrível aquela mulher…
- Creio que chegámos a tempo.
O comandante e o guarda concordaram reconhecidos…
Mas o que se passara para estes nossos amigos se passearem por ali?
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