terça-feira, maio 12, 2020

No carro com os bandidos

À porta da farmácia estavam três homens mascarados e armados que não deixavam a menor dúvida relativamente àquilo a que vinham.
O empregado ficou petrificado ainda com o dinheiro na mão. Um dos assaltantes chegou-se a ele com um saco:
- Vamos, põe aqui tudo o que tens em caixa.
O outro assaltante ia roubando medicamentos enquanto o terceiro ficava à porta de arma em punho, ameaçador.
O empregado hesitou.
- Mas este dinheiro é para o cão…
- Qual cão? – e olhou o Ferraunha ameaçador.
O cãozito não gostou da sua expressão e respondeu mostrando os dentes bem desenvolvidos e rosnando:
- GRRRRR!!!!!!!!...
O homem não se conteve. Tentou dar-lhe um pontapé, mas o cão escapou e atirou-se-lhe à mão, mordendo-a.
- Ai! Malvado…
O que estava a roubar os medicamentos conseguiu pontapear furiosamente o cão e este desatou a fugir, passando para o exterior, sem que o que estava armado criasse qualquer obstáculo.
Mas o Ferraunha, escapando daquele horroroso ambiente, não estava satisfeito. Ele tinha de cumprir a sua missão. Por isso, resolveu esperar escondido. Cá fora, viu um carro com a porta vazia. Refugiou-se lá dentro à espera que tudo passasse.
Nem foi preciso mais um minuto. Os assaltantes saíram da farmácia com o produto do roubo e enfiaram-se no mesmo carro onde o Ferraunha já estava escondido atrás do banco dianteiro do lado esquerdo. Percebeu logo que estava metido num grande sarilho pelo que encolheu-se o mais que pôde, tentando não ser visto pelos bandidos.
Pouco depois, o carro arrancava a grande velocidade. Os assaltantes estavam excitados e pareciam satisfeitos.
- Grande colheita! Felizmente, não tinham depositado o dinheiro. Aqui em Ourém são muito descuidados.
O carro andou cerca de um quarto de hora. Nessa altura, abrandou e entrou num caminho estreito que os levou junto de uma casa que parecia abandonada. Os assaltantes saíram do carro e levaram o produto do roubo para a casa. Estavam muito satisfeitos.
Dentro do carro, o Ferraunha analisou a situação. Não podia sair, pois não tinham deixado nenhuma janela aberta. Tinha de esperar pela ocasião propícia…
E refugiou-se o melhor possível para não ser visto por aqueles malvados.


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